Aspectos da Vida Cristã Abundante

Apocalipse 11.1 afirma: “E foi-me dada uma cana semelhante a uma vara: e chegou o anjo, e disse: Levanta-te, e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram”. Essa expressão subtende níveis de vida espiritual. Deus deseja que vivamos uma vida cristã abundante (Jo 10.10; 7.38,39; Ef 5.18-21). Ezequiel 47.5 fala das águas que “eram profundas; águas que se deviam passar a nado; ribeiro pelo qual não se podia passar”. Deus quer que cheguemos a esse nível em nossa vida espiritual. Ele deseja que vivamos uma vida cristã abundante, profunda, frutífera, vitoriosa em Cristo.

1. O crente e a salvação
Em Tito 2.11, vemos que a salvação pela graça de Deus é anunciada para todos os que quiserem. Em Tito 3.4,5, aprendemos que a salvação é recebida (“nos salvou”, v. 5). E em Hebreus 6.9, lemos que a salvação traz consigo muitas riquezas. O escritor bíblico fala de “coisas que acompanham a salvação”. Há bênçãos de Deus contínuas para aqueles que estão em Cristo.

E por falar em salvação, devemos nos lembrar da nossa responsabilidade de proclamá-la. O crente deve falar da salvação em Cristo todos os dias (SI 71.15).
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2. O crente e a Palavra de Deus


Se queremos ter uma vida cristã abundante, devemos meditar na, obedecer a e viver a Sagrada Escritura. A Palavra de Deus é “lâmpada para os meus pés” (isto é, agora) e também “luz para o meu caminho” (isto é, minha vida em continuação) (SI 119.105).

Em Salmos 119.11, lemos que a Palavra de Deus nos guarda do pecado (e não no pecado). A Palavra de Deus “é viva e eficaz” (Hb 4.12). Ela é poderosa (Jr 23.29).

Todo crente deve ler a Bíblia todos os dias se quer crescer em Deus (Dt 17.18,19; Js 1.7; Ne 8.18; SI 1.2; At 17.11).


O crente deve ter o conhecimento da Palavra de Deus (no seu intelecto) e o apego e obediência à Palavra (no seu coração) (Jo 8.32; Hb 8.10; Hb 10.16).

3. O crente, a oração e o jejum

1) O crente deve perseverar em oração, sem desfalecer (Lc 18.1).
2) Se você é um santo do Senhor, então ore! (SI 32.6).
3) Efésios 6.18 nos mostra como deve ser nossa vida de oração:
a) Oremos sempre (“orando em todo o tempo”).
b) Oremos diversamente. Há muitas formas de oração a Deus (“com toda oração e súplica”).
c) Oremos “no Espírito”. Isto é, oremos através do Espírito Santo. Em outras palavras: não se consegue, sozinho, orar mesmo. Orar mesmo, só com a ajuda e a agência do Espírito Santo dentro de nós (Rm 8.26,27; Jd v.20).
d) Oremos vigiando (“e vigiando nisto”). Isto é, oremos em estado de alerta espiritual, porque há um Diabo contra a oração, e contra quem ora.
e) Oremos com perseverança, sempre continuando (“com toda a perseverança e súplica”).
f) Oremos com amor, sem discriminação; oremos mesmo pelos nossos oponentes (“por todos os santos”).

4. O crente deve orar cada dia

a) Salmos 88.9: “Tenho clamado a Ti todo o dia”.
b) Disse Jesus “quando orares”, e não “se orares” (Mt 6.6).
c) Disse Jesus “quando jejuares”, e não “se jejuares” (Mt 6.12).


5. O crente e o Espírito Santo

a) O Espírito Santo age na conversão do pecador e na vida
cristã subsequente (Jo 3.3-8; 16.8-11; 14.16,17,20; Rm 8 [todo]; 1 Jo 4.1).
b) O batismo com o Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.5; 2.1-4,38; 10.44-46; 19.2-7).
c) Os dons do Espírito Santo (1 Co 12.1-11,28-31; 14 [o capitulo todo]; Rm 12.6-8).

d) A vida do crente é sempre avivada e renovada no Espírito Santo (2Co 4.16; Tt 3.5; Ef 5.18-21). 2 Timóteo 1.6 afirma “que despertes”. No grego, é “ana/zoo/pireo”, que é “reaviva em ti o fogo do Alto”.

6. O crente e o cuidado com a sua fé

a)      Hebreus 11.6: “Sem fé é impossível agradar a Deus”.
b)      Romanos 1.17 : “O justo viverá da fé”.
c)      Mateus 17.20: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda...”.
d)      Lucas 8.25: “Onde está a vossa fé?”.
e)      Marcos 11.22: “Tende fé em Deus”.
f)       Romanos 4.20: Abraão “foi fortificado na fé, dando glória a Deus”.
g)      Hebreus 11.4-39: “Pela fé (...)”. Todos os homens e mulheres de Deus, referidos em Hebreus 11, tiveram um traço espiritual comum entre eles e Deus: a fé (“pela fé”).

7. O crente e a doutrina bíblica

a)      A doutrina é a base fundamental e inicial em que a igreja deve apoiar-se (At 2.42).
b)      Jesus levou aproximadamente um terço do Seu ministério terreno doutrinando (Mt 4.23; 9.35; Mc 14.49 - Nestas três passagens, “ensinando” e “doutrinando”, literalmente).
c)      Sobre a igreja e a doutrina (At 5.42; 1 Tm 4.6,16; 2Tm 4.2; Tt 1.9; 2.1), se na igreja houver omissão e/ou corrupção na doutrina haverá também corrupção no culto, nos seus elementos e no seu conteúdo.


8. O crente e a sua santificação

a) Há a santificação posicionai do crente (a santificação “em Cristo”: 1Co 1.2; 6.11; Fp 1.1; 3.15; Cl 2.10; Hb 10.10).
b) Mas há também a santificação subjetiva do crente, isto é, sua santificação pessoal e progressiva, no seu viver diário, aqui e agora (Lv 20.7; 11.44; Lc 1.75; 2Co 7.1; 1 Ts 5.23; 1 Pe 1.15,16; 2Co 3.17,18; Hb 10.14 [ver no grego]; 12.14; Fp 3.12; 1 Jo 1.7,9; cf. Ez 24.13).
c) O crente deve viver em santidade e justiça cada dia (Lc 1.75).

9. O crente e sua adoração ao Senhor

Sobre o nosso culto ao Senhor:
a)      Devemos louvar e adorar ao Senhor (2 Cr 29.30).
b)      O culto depende de haver sacrifício (2 Cr 29.27; Rm 12.1).
c)      Cultuar a Deus conduz-nos à vitória (1 Cr 17.16-18.1;
ler também Salmos 95.6; 96.1- 9; e Isaías 43.21).
d) Deus busca primeiramente adoradores, antes da adoração (Jo 4.23).
e) O crente deve adorar ao Senhor em cada dia (SI 145.2; 61.8; 96.2; 2 Cr8.l4).

10. O crente e o trabalho para Deus

Aqui vemos o crente como servo do Senhor; é o crente e sua diaconia. O crente torna-se filho de Deus pela fé (Jo 1.12,13) e torna-se servo de Deus por amor (2Co 4.5; Ex 21.2-   6; Dt 15.16,17). É próprio do amor servir. Quem serve pouco é porque ama pouco. A oração do crente como servo de Deus deve ser:

(1)     Faz-me um servo BOM;
(2)     Faz-me um servo FIEL;
(3)     Faz-me um servo SANTO; (4) Faz-me um servo HUMILDE.

a)      O crente e sua mordomia cristã como servo de Deus - De tudo o que somos e ternos, somos apenas mordomos (= administradores); o dono mesmo de udo é Deus (Lc 12.42-48; Rm 12.14; 2Co 5.10).

b)      Devemos observar:
(1) a mordomia do SER inteiro do crente (espírito, alma e corpo) para com Deus;
(2) ,a mordomia dos BENS pessoais do crente para com Deus;
(3) a mordomia do TEMPO do crente para com Deus;
(4) a mordomia dos TALENTOS do crente para com Deus;
(5) a mordomia das FINANÇAS do crente para com Deus (1 Cr 29.5; Ml 3.8-10).

c) Mais referências sobre o crente como servo: Mt 24.45-51; 1 Co 9.19-23; 4.2; 15.58; Ef 2.10; 2Tm 2.21; 3.17; Fp 2.5-7; Rm 12.1,11; 15.2).
d) O Senhor Jesus como servo (Is 42.1-7; Mt 20.28; Jo 13.1-16 —e, pouco antes, como “rei”, em João 12.13,15). Em Filipenses 2.3-11, vemos Seu supremo exemplo como servo.

e) O crente, como servo, deve trabalhar para o Senhor em cada dia. Em Mateus 21.28, lemos “vai trabalhar hoje na minha vinha”.

Artigo: Pastor Antonio Gilberto (In memoriam) \ Fonte: Jornal Mensageiro da Paz, Julho/2011