Lição 10 - Ofertas Pacíficas para um Deus de Paz


Subsídio para a classe de Adultos - 3°Trimestre de 2018|Aula 2 de Setembro. Por Ev. Jair Alves
Apresentação
Em Levítico 7.11-21, estão as instruções para sacerdotes a respeito dos sacrifícios pacíficos, citados em Levítico 3). As ofertas pacíficas eram acompanhadas de expressões de gratidão. Esta oferta enfatizava a comunhão da aliança. A oferta de paz é a única oferta na qual o adorador tem permissão de participar. Depois que o sacerdote havia completado o sacrifício, uma parte considerável da carne ficava para ele, mas o resto era entregue ao ofertante, que podia, desse modo, desfrutar um banquete com sua família e amigos. Uma vez que os israelitas não abatiam seus valiosos animais com frequência para usar a carne, uma refeição de carne bovina ou de cordeiro era uma ocasião especial. Na consagração do templo de Salomão, 142 mil animais foram sacrificados como ofertas pacíficas, e o povo banqueteou por duas semanas (1 Rs 8.62-66).
VEJA TAMBÉM?

I – AS OFERTAS PACÍFICAS (Lv 3.1-17; 7. 11-21)
1. O conceito de oferta pacífica
A oferta pacífica simboliza a paz e a comunhão entre o verdadeiro adorador e Deus. Simbolizava o fruto de reconciliação redentora entre o pecador e Deus (2Co 5.10).
·        Essas ofertas eram chamadas “ofertas de comunhão” porque eram oferecidas por aqueles que estavam em paz com Deus e queriam expressar sua gratidão, obrigações e/ou comunhão com ele. Não havia regulamento que especificasse um momento para essa oferta, exceto no Pentecoste (Lv 23.20), por isso eram apresentadas espontaneamente, de acordo com a motivação do adorador (Lv 19.5).

·        O ritual era o mesmo que o das ofertas pelo pecado (Lv Lv 4.1-5.13; 6.24-30; 8.14-17; 16.3-22), exceto pelo fato de que todo o sangue tinha de ser derramado sobre o altar, como na oferta pela culpa e na oferta queimada.
A gordura era queimada; o peito e as coxas eram guardados pelos sacerdotes, para consumo próprio; o restante da carne era comido no santuário pelo sacrificador, seus amigos e família (7.15,16,30-34; Dt 12.1,17-18). Sempre acompanhava esse sacrifício uma oferta de carne e líquido. A refeição denotava a comunhão existente entre o adorador e Deus e era símbolo e garantia de amizade e paz com ele.
2. Havia três tipos de ofertas pacíficas (de comunhão)
As ofertas de louvor, as ofertas oferecidas em cumprimento de um voto ([1]) e as ofertas voluntárias. Para todos os três tipos, bois, ovelhas e cabritos de qualquer espécie poderiam ser oferecidos (Lv 3.1,6,12).

a) Oferta pacífica como um ato de gratidão (ação de graças) [Lv 7.12-15; 22.29; 2Cr 29.31; Jr 17.26]
ü  Gratidão por livramentos
ü  Resposta de oração
ü  Curas
Era oferecido por benefícios recebidos de Deus. O Salmo 107.22 fala de tal sacrifício feito depois da libertação de situações de perigo.

b) Oferta pacífica associada a um voto (Lv 11.16,17)
ü  Referente a um favor passado ou futuro, ou seja, “em cumprimento a uma promessa feita a Deus em troca de algum favor especial solicitado em oração; por exemplo, proteção durante uma viagem perigosa”.

c) Oferta voluntária (Lv 7.16) - Esse tipo de oferta exprimia devoção, agradecimento e dedicação. E também podia ter a forma de uma oferta queimada (Lv 22.17-20). Ver Lv 7.16 e 22.18-23 quanto às ofertas voluntárias, com esse propósito.

·        Os animais não podiam ter defeito, exceto no caso da oferta voluntária, em que animais com um membro mais curto ou mais comprido eram permitidos (Lv 22.23). As ofertas de comunhão também eram oferecidas em ocasiões de grande solenidade e alegria pública.
A refeição da sacrifício pacífico, era mais do que só desfrutar boa comida e comunhão com pessoas queridas. Também expressava com alegria as ações de graça do adorador pelo fato de estar em paz com Deus e em comunhão com o Senhor.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO (Levítico 7) 1
A oferta pacífica era feita por meio do sacrifício de animais (Lv 3). Porém, aqui o texto esclarece que essa oferta vinha acompanhada de certos tipos de bolos (ou pães) apresentados nos versículos 12 e 13. 0 ofertante deveria trazer um bolo por oferta a ser entregue ao sacerdote oficiante (v. 14).

A carne do sacrifício de ação de graças tinha de ser consumida no mesmo dia (v. 15), ao passo que a carne da oferta por voto e da oferta voluntária poderiam ser consumidas naquele dia e no dia seguinte (v. 16). O que sobrasse após o segundo dia deveria ser queimado (v. 17). Comer as sobras no terceiro dia era coisa abominável, e o indivíduo que fizesse isso não seria “aceito”, isto é, seria excomungado da comunidade, ou seus privilégios como participante do povo de Deus seriam revogados. “Isso nos mostra”, “que a comunhão com Deus deve
ser sempre renovada.


II – CRISTO, O NOSSO SACRIFÍCIO PARA UM DEUS DE PAZ
Apesar de os sacrifícios dos animais não terem poder para remover o pecado nem para mudar o coração humano, apontavam para o sacrifício perfeito, Jesus Cristo (Hb 10.1-15). Ele é o sacrifício por nossos pecados (Is 53.4-6, 12; Mt 26.28; 2 Co 5.21; 1 Pe 2.24).
 
1. Cristo fez a pai entre o homem e o seu criador
 "E que, havendo feito a paz quer sobre a terra, quer nos céus. E a vós outros também que outrora éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas"(Colossenses 1.20,21). Ele também proclamou a paz, conforme Efésios 2.17: "E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe, e paz também aos que estavam perto". "Porque ele é a nossa paz. o qual de ambos fez um, tendo derrubado a parede da separação que estava no meio, a inimizade" (Efésios 2.14).|

2. O preço da paz (Levítico 3.2.3)
“Imporá a mão sobre a cabeça da vítima e imolará à entrada da tenda da reunião”. Depois os sacerdotes derramarão o sangue em torno do altar. O sangue e a gordura eram ofertados ao Senhor e jamais deviam ser usados como alimento comum. A nossa paz custou o sangue de Jesus.

Na cruz, Jesus Cristo pagou o preço pela reconciliação com Deus (2 Co 5.16-21) e pela paz com Deus (Cl 1.20) por todos aqueles que crerem nele, e podemos ter comunhão com Deus e com os outros cristãos por causa do sangue que ele derramou (1 Jo 1.5-2.2).

3. Os resultados da paz com Deus
Como resultado do sacrifício pacífico de Cristo, temos acesso às ricas provisões divinas: "O sacerdote queimará a gordura no altar, e o peito ficará para Arão e seus filhos. Dareis também ao sacerdote a coxa direita, como tributo de vossos sacrifícios pacíficos" (Levítico 7.31,32).

ü  O peito indica provisão de amor. Uma das mais belas descrições do amor de Jesus por seus discípulos temos em João 13.1: "Ora, antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim".

ü  A coxa indica provisão de poder para o crente: "Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra". O apóstolo Paulo afirma: "Tudo posso naquele que me fortalece" (Mateus 28.18: Filipenses 4.13). Em nossa comunhão com o Pai nos alimentamos dos afetos e do poder de Jesus Cristo.

4. O crente e o seu sacrifício pacífico diário
Em vez de trazer animais, nos apresentamos diante de Deus por meio de Jesus (Hb 4.14-16) para lhe oferecer "sacrifícios de ações de graças" (SI 116.17) e o "sacrifício de louvor'' (Hb 13.15) com um coração puro e grato por suas misericórdias.

Ø  Salmos 116.17: “Oferecerei a ti um sacrifício de ação de graças e louvarei o nome do Senhor”( NVT)[2].

Ø  Hebreus 13.15: “[...] por intermédio dele (ou seja Cristo), oferecemos continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu Nome (BKJ)”.[3]

Ø  Romanos 12.1: “Portanto, irmãos, suplico-lhes que entreguem seu corpo a Deus, por causa de tudo que ele fez por vocês. Que seja um sacrifício vivo e santo, do tipo que Deus considera agradável. Essa é a verdadeira forma de adorá-lo (NVT)”.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO 2
Em todas as ofertas de animais, o sangue era derramado e tirava-se a vida, o que significava que, sem derramamento de sangue, não há remissão de pecado (17.11; Mt 26.28; Cl 1.20; Hb 2.9-18; 9.11-28; 1 Pe
1.18-23; 2.24).
AS OFERTAS DE ALIMENTOS
Nas ofertas de alimento não se podia oferecer nem fermento nem mel junto com o alimento, pois ambos provocam fermentação, o primeiro estágio da deterioração (2.11; 1 Co 5.8).
O sal era permitido porque, sendo o oposto do fermento, era símbolo de pureza, permanência e conservação da vida. Também se usava o sal para selar uma aliança, significando que ela deveria promover união e
ser permanente.

Jesus supre todas as nossas necessidades. Ele é nosso holocausto, e devemos nos entregar inteiramente a ele. Ele é nossa oferta de manjares, o grão moído e queimado para que possamos ter o pão da vida, sendo que devemos nos alimentar dele. Ele é nossa libação derramada em sacrifício e serviço, por isso devemos derramar nossa vida por ele e por outros. Ele é nosso sacrifício pacífico, tornando a vida um banquete de alegria em vez de dolorosa fome. Ele é nosso sacrifício pelos pecados e nossa oferta de culpa, pois carregou nossos pecados em seu corpo (1 Pe 2.24) e pagou todo o preço por nossas transgressões (1 Pe 1.18, 19).
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[1] Voto - Uma promessa feita a Deus para ser cumprida em um momento posterior, em geral no contexto de adoração ou prática religiosa. Não havia exigências para que os israelitas fizessem votos, todavia, uma vez feitos, eles eram uma obrigação e deviam ser mantidos.
Gênesis 28.20-22; Deuteronômio 23.21-23; Salmos 22.25; 50.14; Provérbios 20.25; Naum 1.15
[2] Nova Versão Transformadora – Editora Mundo Cristão
[3] Bíblia King James Atualizada