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Lição 6 - Ética Cristã e Suicídio
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TEXTO ÁUREO
"O
ladrão não vem senão a roubar, a matar e o destruir; eu vim paro que tenham vida
e a tenham com abundância." (Jo 10.10)
VERDADE PRÁTICA
O
início e o término de nossa vida são prerrogativas exclusivas de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Jz 16.28-30:Sansão não se suicidou, mas morreu em
combate
Terça – Mt 27.4,5; At 1.8: Judas
Iscariotes, tomado de remorsos, dá fim a própria vida
Quarta – Sl 100.3: Foi Deus
quem deu a vida e, portanto, a vida pertence a Ele
Quinta – Ec 3.2: Deus é
quem determina o nosso nascer e morrer
Sexta – Jo 15.13: O maior
amor é o que entrega 3 vida em favor do outro
Sábado – Jo 10.15: Cristo
entregou a sua vida pela suas "ovelhas"
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
1 Samuel 31.1-6
1 OS filisteus, pois, pelejaram contra
Israel; e os homens de Israel fugiram de diante dos filisteus, e caíram mortos
na montanha de Gilboa.
2 E os filisteus perseguiram a Saul e a
seus filhos; e mataram a Jônatas, e a Abinadabe, e a Malquisua, filhos de Saul.
3 E a peleja se agravou contra Saul, e
os flecheiros o alcançaram; e muito temeu por causa dos flecheiros.
4 Então disse Saul ao seu pajem de
armas: Arranca a tua espada, e atravessa-me com ela, para que porventura não
venham estes incircuncisos, e me atravessem e escarneçam de mim. Porém o seu
pajem de armas não quis, porque temia muito; então Saul tomou a espada, e se
lançou sobre ela.
5 Vendo, pois, o seu pajem de armas que
Saul já era morto, também ele se lançou sobre a sua espada, e morreu com ele.
6 Assim faleceu Saul, e seus três
filhos, e o seu pajem de armas, e também todos os seus homens morreram
juntamente naquele dia.
HINOS SUGERIDOS: 73,
75, 495 DA HARPA CRISTÃ
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
-
Descrever o suicídio nas Escrituras e
no mundo;
-
Elencar os tipos de suicídios;
-
Apontar os posicionamentos
teológico e ético a respeito do suicídio.
• INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
Há dados
alarmantes a respeito do suicídio. Está mais do que na hora de considerarmos
este assunto de acordo com a seriedade que ele requer.
Não é de hoje que o
suicídio tem sido um fato que perpassa a realidade de muitas igrejas locais.
São membros, que infelizmente, dão cabo da própria vida. Outros, são pastores
experimentados no ministério, que não suportando o sofrimento, põem fim a
própria existência.
Esse problema é um drama
que tem ligação direta com os transtornos de humor, manifestados na depressão,
no transtorno de ansiedade, nas esquizofrenias, dentre outros, como revelou uma
pesquisa médica recente.
O mais dramático é que
esses transtornos têm tratamento adequado por intermédio de medicamentos e de
terapias profissionais. Ore ao Senhor e peça sabedoria do alto para que, se for
o caso, oriente as pessoas que porventura vivem o "calabouço" da
depressão a procurarem ajuda profissional, paralelo à terapia espiritual. Tal
orientação pode salvar vidas.
Boa aula!
INTRODUÇÃO
A expressão "suicídio" vem do
Latim sui (a si mesmo) e caedere (matar, cortar) que significa
"matar a si mesmo", também conhecida como "morte
autoinfligida". Essa prática tem sido um mal silencioso e o índice de
pessoas que se suicidam vem crescendo assustadoramente. Nesta lição,
estudaremos o suicídio nas Escrituras e no mundo, seus tipos e o posicionamento
cristão quanto ao tema.
PONTO CENTRAL
Deus é quem deve ter a última palavra a
respeito da vida.
SUBSÍDIO EM VÍDEO PARA A LIÇÃO 6 – ÉTICA CRISTÃ E SUICÍDIO
l - O SUICÍDIO NAS
ESCRITURAS E NO MUNDO
As Escrituras registram seis casos de
suicídio: cinco no Antigo Testamento e um no Novo. Em situação de conflito,
homens se desesperam e tiram a própria vida no mundo todo.
1.
No Antigo Testamento.
A história de Sansão mostra que a tarefa
dele era a de derrotar os filisteus (Jz 13.5). Mas ele revelou o segredode sua força e foi preso. Decidido a cumprir
sua missão, na festa a Dagon, derrubou o templo sobre si e seus inimigos (Jz
16.30). Entretanto, esta ação é vista como sacrifício de guerra e não suicídio.
Por isso, Sansão aparece na lista dos heróis da fé (Hb 11.32-34).
Outro registro é o caso de Saul e de seu
escudeiro. O primeiro rei em Israel rejeitou o Senhor e buscou o ocultismo (l
Sm 28.7). Acuado na peleja contra os filisteus, Saul lançou-se sobre a própria
espada e seu auxiliar fez o mesmo (1Sm 31.4,5). O quarto caso foi o de Aitofel,
conselheiro de Absalão, que não suportou ter o seu conselho rejeitado e se
enforcou (2 Sm 17.23). O quinto registro é o do rei Zinri, que derrotado e
apavorado, tirou a própria vida (l Rs 16.18,19). Exceto Sansão, tais homens,
motivados pelo orgulho, escolheram a morte em lugar de confiarem em Deus.
Aliás, podemos dizer que Sansão morreu em combate.
2.
No Novo Testamento.
O mais emblemático caso é o suicídio de
Judas Iscariotes. Ele fizera parte do colegiado apostólico (Lc 6.16). Sua
função de tesoureiro requeria integridade (Jo 13.29). No entanto, ele furtava
as ofertas que eram lançadas na bolsa (Jo 12,6). Sua ambição por dinheiro foi
uma das motivações para entregar Jesus (Mc 14.11). Culpado por trair um
inocente, enforcou-se (Mt 27.4,5) e como resultado: "precipitando-se,
rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram" (At 1.18).
Cristo já o tinha alertado, "ai daquele homem por quem o Filho do Homem é
traído!" (Mc 14.21), porém. Judas não resistiu ao Diabo nem teve a humildade
para buscar o perdão do Senhor. Ele preferiu o suicídio a corrigir o erro. Em
nossos dias, a banalização da vida e da fé tem contribuído para comportamentos
similares e consequente queda espiritual de pessoas.
3.
O suicídio no mundo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS) as mortes por suicídio aumentaram 60% nas últimas cinco décadas. Quase um
milhão de pessoas tiram a própria vida todos os anos e cerca de outros vinte milhões
tentam ou pensam em suicídio. Para cada suicídio, cerca de seis a dez outras
pessoas são diretamente afetadas. Na maioria dos países desenvolvidos, o
suicídio é a primeira causa de morte não natural. Desde 2015, as autoridades
iniciaram o movimento "setembro amarelo", que é estimulado pela
Associação Internacional pela Prevenção do Suicídio (IASP). O movimento
consiste em sinalizar locais públicos com faixas ou símbolos amarelos.
CONHEÇA
MAIS
Lançando a ansiedade
sobre Cristo
"A Bíblia manda lançar todas as ansiedades sobre o Senhor e não na
morte (l 3o 1.7; l Pé 5.7). A Palavra de Deus nos incentiva a exercitar a fé,
colocando sobre Deus os nossos cuidados, ansiedades e sofrimentos. Diz a
Palavra: 'Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e os
nossos dores levou sobre si...' (Is 53.4a - ênfase minha). Cristo levou
nossas dores sobre si. Isso nos dá o conforto e a segurança de que, pela fé,
nossas dores foram Lançadas sobre Ele." Para conhecer mais leia "Ética
Cristã: Confrontando as Questões Morais do Nosso Tempo", CPAD, p.145.
SÍNTESE DO TÓPICO l
O suicídio aparece nas Escrituras Sagradas e
reflete-se no mundo de hoje.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Pesquise notícias em revistas ou jornais sobre pessoas
famosas que suicidaram-se. Leve esses recortes para a sala de aula. Após
introduzir o primeiro tópico, apresente as reportagens. Mas antes, elabore
algumas perguntas-tais como: O que faz uma pessoa famosa tirar a própria vida?
Por que pessoas que aparentemente não
têm falta de nada tiram a própria vida? - para serem feitas após a apresentação
da reportagem. Dirija essas perguntas à classe e aguarde as respostas. Conclua
a atividade mostrando que as circunstâncias do cotidiano da vida muitas vezes
mascara o que realmente as pessoas estão vivendo, Encerre lendo o trecho
bíblico que diz: "Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e
perder a sua alma? Ou que daria o homem pelo resgate da sua alma?" (Mc
8.36,37).
II – TIPOS DE
SUICÍDIOS
Os tipos de suicídio podem ser classificados
em convencional, pessoal e sacrificial. Neste tópico veremos suas principais
implicações.
1.
Suicídio convencional.
Dá-se o nome de "convencional"
ao suicídio provocado pela tradição cultural ou coerção do grupo social. Entre
os esquimós, por exemplo, é tolerado e esperado o suicídio de incapacitados e
idosos. No Japão a prática do hara-kiri
expressava o orgulho do suicida em escapar de alguma situação intolerável e era
visto como um ato de nobreza. Em maio de 2007, ao ser investigado por
corrupção, o Ministro da Agricultura do Japão sentiu-se extremamente
envergonhado e cometeu o suicídio por enforcamento. Em 2014, a taxa média de
suicídios no Japão era de 70 pessoas por dia. Especialistas costumam citar a
antiga tradição de "suicídio em nome da honra" para explicar que
razões culturais tornaram os japoneses mais propensos à morte autoinfligida.
2.
Suicídio pessoal.
Praticado por iniciativa individual, sem
a influência de tradição cultural. As motivações para este tipo de suicídio são
variadas e muitas vezes não é possível apontar causas aparentes. Contudo, o
suicídio é considerado uma fuga radical e permanente dos problemas da vida,
tais como dificuldades financeiras, desilusões amorosas, sentimentos de culpa,
depressão, neuroses, desequilíbrios mentais e espirituais, e outros. Tais
pessoas, desprovidas de fé e de esperança, em um ato de desespero atentam
contra a própria vida. Dados oficiais indicam que 32 brasileiros cometem
suicídio a cada dia. Esse índice é superior as mortes causadas pela AIDS e pela
maior parte dos tipos de câncer.
3. "Suicídio" sacrificial.
Também conhecido como "morte em prol dos outros". Trata-se da
tentativa altruísta de alguém salvar a vida alheia em detrimento da sua
própria. Neste caso enquadra-se o bombeiro, que ao entrar no fogo, acaba
morrendo como resultado de sua ação ou o salva-vidas que se afoga ao entrar na
água para salvar o outro. Também o profissional ou voluntário que perde a vida
combatendo o crime ou socorrendo as vítimas de acidentes e de emergências.
Nessas circunstâncias, a morte de quem arrisca a vida em favor do próximo não é
suicídio, mas um ato de amor. Cristo disse que ninguém tem maior amor do que
este: "de dar alguém a sua vida pelos seus amigos" (Jo 15.13). O
próprio Senhor entregou a vida dEle por nós por meio de um sacrifício amoroso
(Jo 10.15).
SÍNTESE DO TÓPICO II
Os tipos de suicídios podem ser denominados "convencional",
"pessoal" e "sacrificial".
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O suicídio de Abimeleque.
A história de Abimeleque,
que viveu nos inícios do século XIII a.C, ilustra muito bem a natureza
ilusória, egoísta e perversa do suicídio. Filho bastardo de Gideão, insurge-se
logo após a morte do pai. Já em Ofra, com a ajuda de uns homens levianos e
maus, mata traiçoeiramente seus irmãos (Jz 9.5). O único a escapar foi Jotão
que, para denunciar o cruel assassino, profere um lindíssimo apólogo. Em seguida,
Abimeleque sai a arrebanhar os israelitas, a fim de fazer-se rei daquelas
terras. Não demorou muito e, agora, erguia-se como um dos maiores vilões das
crónicas hebreias.
Apesar de alguns sucessos
iniciais, seus empreendimentos começam a malograr. Pouco a pouco, vai perdendo
o apoio do povo que, alertado pela fábula de Jotão, revolta-se e expõe-lhe a
tirania. Assim, vê-se obrigado a travar algumas batalhas desgastantes e
renhidas que, dia a dia, vão desprotegendo-o. Ao sitiar a cidade de Tebes, que
ficava na região de Manassés, 'certa mulher lançou uma pedra superior de moinho
sobre a cabeça de Abimeleque e lhe quebrou o crânio (Jz 9.53). Gravemente
ferido, mas ainda orgulhoso e soberbo, ordena ao escudeiro: Desembainha a tua
espada e mata-me, para que não se diga de mim: Mulher o matou', O seu
companheiro de guerra não lhe questiona a ordem nem levanta questão ética
alguma. Antes, o moço o atravessou, e ele morreu' (Jz 9.54). Com sua morte, a
nação de Israel é novamente pacificada.
Na conclusão da história,
somos obrigados a perguntar: Por que Abimeleque requereu a eutanásia [ou
suicídio]?
O motivo ele mesmo o
declara: 'Para que não se diga: Mulher o matou'. Ele não procurou fugir à dor,
mas escapar à vergonha. Não matara ele tanto homens? Por que morrer, agora, às
mãos de uma mulher? Portanto, a morte ser-lhe-ia boa e até suave não por que o
livraria da dor, mas por que o libertaria da ignomínia. Parte dos que defendem
a eutanásia não temem propriamente os desconfortes e as aflições de uma morte
lenta e excruciante; o que mais os assusta é depender dos que, até então, deles
dependiam (ANDRADE, Claudionor de. As Novas Fronteiras da Ética Cristã, 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.114,15).
III – O
POSICIONAMENTO CRISTÃO PARA O SUICÍDIO
A posição teológica e a ética do cristão são desfavoráveis
à prática do suicídio por afrontar a soberania divina.
1.
O posicionamento teológico.
O cristão se posiciona contra o suicídio
fundamentado no sexto mandamento do Decálogo: "Não matarás" (Êx
20.13). O princípio que proíbe o homem de assassinar o outro, também o proíbe
de "assassinar" a si mesmo. A vida humana é uma dádiva divina e,
portanto, pertence a Deus (SI 100.3). O Criador é quem determina o início e o
término da vida, não a criatura (Ec 3.2). É Deus quem estabelece quando e como
a vida deve cessar, seja por doença, velhice ou acidente. Por conseguinte, o
fim da vida está sob a presciência e soberania divina.
2.
O posicionamento ético.
A posição da Ética Cristã é contrária ao
suicídio pelos seguintes e principais motivos:
a) o suicídio implica banalizar a vida e
afrontar a soberania divina; b) o suicida viola o mandamento de amar "o
próximo como a si mesmo";
c) o suicídio é um ato egoísta de quem
pensa em aliviar seu sofrimento sem se importar com os outros;
d) suicidar-se denota inversão dos
valores da vida e falta de confiança em Deus;
e) o suicídio é um gesto de ingratidão
que interrompe o ciclo e a missão da vida outorgada por Deus. Mercê dessa
posição a igreja precisa ajudar as pessoas a não sucumbirem diante desse mal.
SÍNTESE DO TÓPICO III
O posicionamento do cristão diante do
suicídio tem um aspecto teológico e outro ético.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor
(a), exponha o aspecto teológico e ético das implicações do suicídio deixando
claro que não é a vontade do Pai que tal mal suceda à pessoa e sua família.
Como igreja de Deus, somos convocados a militar pela vida. Levar esperança às
pessoas angustiadas é a missão do seguidor de Jesus. Deixe claro que vivemos
num mundo onde as pessoas estão cada vez mais vazias: só Cristo pode preencher
esse vazio. Proclamemos a salvação de Jesus Cristo.
CONCLUSÃO
O aumento do suicídio é resultado da
ideologia que enaltece a criatura em lugar do Criador. Quando o homem evoca
autonomia sobre o próprio corpo e a vida, desprezando e afrontando a soberania
divina, graves e funestas consequências ocorrem. Ávida só tem sentido quando
está sob o controle irrestrito de seu Criador (Is 41.13).
PARA REFLETIR
A respeito do tema
"Ética Cristã e
Suicídio", responda:
• Cite ao menos, dois casos de suicídio no Antigo Testamento e explique o porquê do caso de Sansão
não ser considerado suicídio.
O
caso de Saul e o caso de Aitofel. Decidido a cumprir sua missão, na festa a Dagon, derrubou o templo sobre si e seus
inimigos (Jz 16.30). Entretanto, esta ação é vista como sacrifício
de guerra e não suicídio. Por isso, Sansão
aparece na lista dos heróis da fé (Hb 11.32-34).
• Quais foram as motivações
de Judas em entregar Jesus?
Sua
ambição por dinheiro foi uma das motivações para entregar Jesus (Mc 14.11).
• Mencione os três
tipos de suicídios classificados oficialmente.
Suicídio convencional, pessoal e sacrificial.
•Qual deve ser o posicionamento teológico do cristão
em relação ao suicídio?
O
cristão se posiciona contra o suicídio
fundamentado no sexto mandamento do Decálogo:
"Não matarás" (Êx 20.13).
•Qual deve ser o posicionamento ético do cristão
em relação ao suicídio?
A
posição da Ética Cristãé
contrária ao suicídio pelos
seguintes e principais motivos: a) banalização
da vida; b) violação do mandamento do amor; c) um ato egoísta; d) falta de confiança
em Deus; e) um gesto de ingratidão.