Lições Bíblicas Dominical Adultos 1° Trimestre 2025 CPAD Título da Revista Dominical: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ : Combatendo as Antigas Heresias que se Apresentam com Nova Aparência Comentarista: Esequias Soares | Classe: Adultos TEMAS DAS LIÇÕES Lição 1 – Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja Lição 2 – Somos Cristãos Lição 3 – A Encarnação do Verbo Lição 4 – Deus É Triúno Lição 5 – Jesus é Deus Lição 6 – O Filho É igual com o Pai Lição 7 – As Naturezas Humana e Divina de Jesus Lição 8 – Jesus Viveu a Experiência Humana Lição 9 – Quem É o Espírito Santo Lição 10 – O Pecado Corrompeu a Natureza Humana Lição 11 – A Salvação não É Obra Humana Lição 12 – A Igreja Tem uma Natureza Organizacional Lição 13 – Perseverando na Fé em Cristo
Lição 4 - O cristão diante da Pobreza e da Desigualdade Social
“O que oprime ao pobre insulta àquele
que o criou, mas o que se compadece do necessitado honra-o.” (Pv 14.31)
SÍNTESE
Diante da desigualdade e da marginalização social, a ação solidária da Igreja testifica a relevância da fé
cristã diante dos homens e dá credibilidade à pregação do evangelho.
AGENDA DE
LEITURA
SEGUNDA
– 1 Jo 3.7: O justo pratica a justiça
TERÇA
– Pv 31.20: Abre a mão ao pobre
QUARTA
– Pv 22.22: Não roube ao pobre
QUINTA
– 2 Co 8.9: Cristo se fez pobre por amor de nós
SEXTA
– Sl 128.2: Comerás do teu trabalho
SÁBADO
– Am 5.11: Denúncia profética
OBJETIVOS
• CONSCIENTIZAR
da importância de cuidar do pobre;
•
ENTENDER a relação entre justiça social e profetismo bíblico;
•
CONHECER os princípios bíblicos sobre economia e
desigualdade social.
INTERAÇÃO
A ação solidária e
caridosa é uma das maneiras mais eficazes de demonstração da autenticidade e
relevância da fé cristã. Apesar disso, há quem entenda que não é papel dos
discípulos de Jesus combater a pobreza e as desigualdades sociais, por acreditar
que somos salvos pela graça. Realmente, as obras não servem para a salvação (pois
pela graça somos salvos), porém elas testificam a nova vida em Cristo. As obras
de justiça e misericórdia exteriorizam a graça divina e revelam o amor depositado
em nossos corações. Afinal, quem foi agraciado com as Boas-Novas, passa a ser
um agente de boas obras. Por esse motivo, Tiago escreveu que a fé, sem as
obras, é morta em si mesma (Tg 2.17).
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado (a) professor (a), esperamos
que você esteja motivado (a) para ensinar aos jovens alunos a respeito da
pobreza e desigualdade social. Não deixe que o desânimo prejudique o ministério
do ensino que Deus lhe confiou! Tenha em mente a advertência do apóstolo Paulo
para a dedicação ao ensino (Rm 12.7).
Nesta aula, utilize o método do debate
para proporcionar uma reflexão sadia entre os seus educandos. Divida a turma em
grupos. Em seguida, peça para discutirem, dentro dos respectivos grupos, sobre
os pontos a seguir. Abra, na sequência, o debate geral, com os demais grupos.
Ouça as respostas e veja se os demais grupos concordam com as opiniões
emitidas.
• Há desigualdade social no Brasil?
• Como a desigualdade social se
expressa?
• Você percebe alguma desigualdade na
igreja local?
• O que a Igreja deveria fazer diante
da pobreza?
• Em sua opinião, o que significa
ajudar o necessitado?
1 EIA, pois, agora vós, ricos, chorai
e pranteai, por vossas misérias, que sobre vós hão de vir.
2 As vossas riquezas estão
apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas de traça.
3 O vosso ouro e a vossa prata se
enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a
vossa carne. Entesourastes para os últimos dias.
4 Eis que o jornal dos trabalhadores
que ceifaram as vossas terras, e que por vós foi diminuído, clama; e os
clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos exércitos.
5 Deliciosamente vivestes sobre a
terra, e vos deleitastes; cevastes os vossos corações, como num dia de matança.
6 Condenastes e matastes o justo; ele
não vos resistiu.
INTRODUÇÃO
A desigualdade social e a pobreza são
problemas sociais presentes em praticamente todos os países do mundo, mas
principalmente nas nações em desenvolvimento do Sul Global, incluindo o Brasil.
Aqui, milhares de famílias vivem em condição de miséria, cuja renda é insuficiente
para suprir as necessidades básicas. Não há como viver indiferente a esta
realidade calamitosa!
Diante disso, a presente lição
demonstrará a importância da participação cristã nas obras sociais, como
expressão de amor e misericórdia, e como os princípios bíblicos podem
contribuir para a formação de uma sociedade livre, justa e produtiva.
I – A ASCENÇÃO
ECONÔMICA E O CUIDADO COM O POBRE
1.
A pobreza nas Escrituras.
Nas Escrituras, o pobre é retratado
como a pessoa necessitada, desamparada ou que se encontra em situação de
miséria (Sl 37.25; 72.13; Lc 16.20; 1 Tm 5.5).
A pobreza é um fenômeno complexo e
vários fatores econômicos e sociais podem contribuir para que alguém chegue a
esta condição, tais como: desastres naturais, dívidas, falta de emprego,
política econômica inadequada e até mesmo a preguiça (Pv 19.15). Em todos os
casos não é suficiente olhar para o pobre simplesmente a partir da situação
social ou econômica imediata.
Biblicamente, devemos compreender que
vivemos em um mundo caído, e a pobreza, assim como a doença e a morte, resulta
da rebelião do homem contra o Criador.
2.
O pobre e o amor ao próximo.
Enfaticamente, a Palavra destaca a
importância do cuidado ao pobre, assim como denuncia a discriminação e a desonra
contra as pessoas carentes (Tg 2.1-6). Tal se deve ao mandamento de amar o
próximo como a nós mesmos (Mt 22.39) e do imperativo de demonstrarmos o
resplendor das virtudes cristãs para a glória de Deus (Mt 5.16). Contudo, não encontramos
nas Escrituras respaldo para a Teologia da Libertação, que centraliza na pobreza
a ênfase do evangelho, e interpreta as Escrituras com base no sofrimento do
oprimido. A teologia bíblica irradia graça para todos, sem distinção
de classe social (Tt 2.11).
Igualmente, ainda que sejamos advertidos para não ajuntarmos tesouros na terra
(Mt 6.19), e acerca dos perigos do amor ao dinheiro (1 Tm 6.7-10), não se
pressupõe que os ricos tenham conquistado sua riqueza por meio desonesto. Tanto
o rico quanto o pobre carecem da graça de Deus, e devem igualmente ser tratados
com equidade (Êx 23.3,6).
3.
Ascensão econômica e desigualdade social.
Mesmo quando há ascensão econômica e
melhores condições de vida, a desigualdade social e os grupos em situação
abaixo da linha da pobreza persistem em existir. Isso porque, em razão dos
efeitos do pecado, a Bíblia declara que “sempre haverá pobres na terra” (Mc 14.7).
Todavia, longe de indicar uma postura de conformismo e indiferença, e servir
como desculpa contra a ação social, tal afirmação deveria nos conduzir ao
cuidado permanente dos necessitados, enquanto eles existirem (Rm 15.25, 26; Gl
2.10; 1 Jo 3.17). Somos apenas mordomos de Deus nesta terra; aquilo que possuímos,
na verdade, pertence a Ele!
Pense!
“A evidência da graça divina é vista
na pregação e no alívio das necessidades materiais dos pobres” (Comentário
Bíblico Pentecostal).
Ponto
Importante
Biblicamente, devemos compreender que
vivemos em um mundo caído, e a pobreza, assim como a doença e a morte, resulta
da rebelião do homem contra o Criador.
II
– JUSTIÇA SOCIAL E PROFETISMO
1.
Justiça social e igualdade.
Fazer justiça é um aspecto vital do
nosso viver diário. Justiça, no sentido ora empregado, não tem qualquer acepção
ideológica ou político-partidária. Em termos bíblicos, a justiça social parte
do pressuposto de que todas as pessoas devem ser tratadas com igual respeito e
dignidade, possuindo os mesmos direitos e deveres na sociedade. Considerando
que o homem foi criado à imagem de Deus (Gn 1.26), a injustiça (Sl 92.15) e a
acepção de pessoas (Rm
2.11) são rejeitadas por Ele. Desde o
Antigo Testamento, aliás, vemos o Senhor instruindo a nação de Israel para
cuidar dos pobres e vulneráveis (Mq 6.8; Zc 7.9); por isso a Lei estabelecia
uma série de disposições contra a opressão aos menos favorecidos (Êx 22.25;
23.6; 30.15; Lv 19.10).
A prática da justiça na sociedade é uma
prova da justificação que recebemos em Cristo. É certo que as obras são incapazes
de salvar o homem caído e que as obras de misericórdia e justiça testificam a
salvação alcançada pela graça. Tiago retratou fielmente essa verdade ao dizer
que a fé, sem as obras, é morta em si mesma (Tg 2.17). Do crente, portanto, se
espera a prática da justiça! O espírito cristão de amor mútuo e caridade comum
é uma marca do cristianismo ao longo da história.
2.
Profetizando contra as injustiças.
A função profética sobrepuja a tarefa de
transmitir mensagens de bênçãos da parte de Deus. Ela envolve também a denúncia
do erro e a exortação contra as injustiças. Em outras palavras, o profetismo
bíblico é abrangente, pois compreende, além do aspecto eminentemente religioso,
as esferas econômicas e políticas. Profetas como Isaías, Jeremias, Miqueias e
Zacarias falaram ousadamente contra a corrupção, exploração e as injustiças do
seu tempo. Em um contexto difícil, Amós condenou o desprezo e a opressão dos
poderosos em relação aos pobres, que eram pisados (Am 5.11) e vendidos ao preço
de sandálias. Contra essa situação desumana e degradante, o profeta alçou a sua
voz em defesa das
pessoas carentes (Am 4.1,2).
3.
Voz profética da Igreja.
A dimensão política do ministério
profético permanece válida ainda hoje. Os cristãos são chamados a testemunhar
publicamente acerca da justiça divina, ao tempo em que denunciam todo tipo de
injustiça. A voz profética dos cristãos deve consolar e edificar, mas também precisa
exortar (1 Co 14.3), apontando tanto os desvios morais quanto sociais, a partir
das verdades bíblicas.
Pense!
A Palavra de Deus condena aqueles que
manipulam a economia
para satisfazer os próprios interesses
egoístas. Ela também condena qualquer forma de maldade, como a cobiça, a
indolência e o engano.
Ponto Importante
Profetas como Miqueias, Isaías e Jeremias
falaram ousadamente
contra a corrupção, exploração e as
injustiças do seu tempo.
III
– A POLÍTICA ECONÔMICA E A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL
1.
Desigualdade social no Brasil.
O país em que vivemos é marcado pela
desigualdade social. Enquanto existe enorme concentração de renda entre as
pessoas mais ricas, milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza, em condições
de miséria. É papel da política econômica de uma nação avaliar os fatores que
provocam as distorções sociais, e criar leis e mecanismos que possibilitem uma sociedade
mais produtiva e justa. A economia, portanto, é um elemento importante para a
vida das pessoas e das instituições públicas. Por essa razão, considerando que
os princípios que norteiam a economia são vitais para o desenvolvimento
sustentável da comunidade, adotar uma visão econômica coerente e que considere
adequadamente a natureza humana (especialmente o seu estado decaído) é
essencial para a redução da pobreza.
2.
Economia na perspectiva cristã.
Embora a Bíblia não seja um livro de economia,
ela contém relatos e princípios que nos fazem compreender a relação entre
pobreza, riqueza, trabalho, desigualdade social e muitos outros temas da área
econômica. Enquanto visão de mundo, o cristianismo considera todos os aspectos da
vida humana, inclusive a dimensão econômica. Nesse sentido, encontramos nas
Escrituras e na história da tradição cristã orientações suficientes para que a
sociedade possa ser livre, próspera e justa.
Vejamos algumas dessas diretrizes: incentivo
ao trabalho e repreensão à preguiça (Pv. 6.6-11), limitação da função do
governo (1 Pe 2.13,14); condenação àqueles que manipulam a economia
(Tg 5.1-6); proteção da propriedade privada
(Êx 20.15); ênfase na liberdade responsável (1 Co 6.12; 8.9) e valorização do espírito
comunitário de ajuda ao próximo, dentre outros.
3.
Assistência e desenvolvimento.
Mesmo no ambiente coletivo, a
assistência às pessoas carentes é uma atitude vital de solidariedade. Embora o
governo civil deva promover o bem, o que inclui programas de assistência social
para atender às necessidades básicas dos cidadãos, não é recomendável criar uma
cultura de assistencialismo que perpetue a condição da pobreza. É necessário
focar no desenvolvimento, para que pessoas e famílias adquiram independência
econômica e ganhem o pão do suor do próprio rosto (Gn 3.19).
Pense!
“A fé deve nos mover em prol de boas
ações, não para sermos salvos, mas para demonstrarmos que somos salvos, que
nossa
fé não é estática, e que Deus pode
usar nossas ações para apresentar a fé pura e imaculada” (Silas Daniel).
Ponto
Importante
Embora a Bíblia não seja um livro de
economia, ela contém relatos e princípios que nos fazem compreender a relação entre
pobreza, riqueza, trabalho, desigualdade social.
SUBSÍDIO
“As Escrituras condenam
aqueles que manipulam a economia para satisfazer os próprios propósitos
pecaminosos, tanto acumulando somente para si, como por outras formas de maldade,
como cobiça, indolência e engano (Pv 3.27-28; 11.26; Tg 5.1-6). A justiça
econômica condena aqueles que aumentam seus créditos, tirando vantagem dos que
lhes devem; por outro lado, os que contraem dívida devem reembolsá-la (Êx
22.14; 2 Rs 4,1-7; Sl 37.21; Pv 22.7).
O princípio subjacente é que
a propriedade privada é um dom de Deus para ser usado com o propósito de
estabelecer a justiça social
e cuidar do pobre e do
necessitado. O ladrão arrependido é orientado a não mais roubar, mas sim
trabalhar com as mãos e assim ganhar o sustento e ‘para que tenha o que
repartir com o que tiver necessidade’ (Ef 4.28, ênfase acrescentada). Poucos
temas nas Escrituras se evidenciam de forma tão direta e clara do que as ordens
de Deus para que nos preocupemos com os menos afortunados. ‘Aprendei a fazer o
bem’, Deus brada, ‘praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao
órfão; tratai da causa das viúvas’ (Is 1.17). Através do mesmo profeta, Deus
anuncia que o verdadeiro jejum não é um ritual religioso vazio (Is 58.7). Jesus
aprofunda nosso sentimento de responsabilidade, falando que ao ajudarmos o
faminto, o desnudo, o doente e o encarcerado, estamos, na verdade, servindo-o
(Mt 25.31-46)”(COLSON, C.; PEARCEY. E Agora, Como Viveremos? 2.ed., Rio de
Janeiro: CPAD, 2000, pp. 454,455).
CONCLUSÃO
Como percebemos nesta lição, o
trabalho solidário da Igreja testifica a relevância da fé cristã diante dos
homens, ao mesmo tempo em que dá credibilidade à pregação do Evangelho. Não
podemos nos esquecer, porém de que Igreja, no sentido aqui empregado, não se
resume à congregação local. Individual ou coletivamente, cristãos regenerados são
capazes de desenvolver obras sociais que expressem o amor e a misericórdia
divina, a partir da igreja local.
HORA DA
REVISÃO
1. Cite alguns fatores e sociais que
podem levar alguém a essa condição:
Desastres naturais, dívidas,
falta de emprego, política econômica inadequada e até mesmo preguiça.
2. Por que a Teologia da Libertação é
equivocada?
Porque centraliza na pobreza
a ênfase do evangelho, e interpreta as Escrituras com base no sofrimento do
oprimido.
3. Quais profetas falaram ousadamente
contra corrupção, exploração e injustiças?
Isaías, Jeremias, Miqueias e
Zacarias.
4. Qual o papel da política econômica
de uma nação?
Avaliar os fatores que
provocam as distorções sociais, e criar leis e mecanismos que possibilitem uma
sociedade mais produtiva e justa.
5. Quais orientações econômicas a
Bíblia oferece?
Incentivo ao trabalho e repreensão à
preguiça, limitação da função do governo; condenação àqueles que manipulam a
economia; proteção da propriedade privada; ênfase na liberdade responsável e
valorização do espírito comunitário de ajuda ao próximo, dentre outros.