A
Septuaginta
é a primeira tradução do Antigo Testamento hebraico para o grego. O termo
“Septuaginta” vem do latim e significa literalmente “septuagésimo”, tendo sido
usado pela primeira vez por Eusébio de Cesareia em História Eclesiástica.
Agostinho de Hipona foi o primeiro a chamá-la de a “Versão dos Setenta”, em A
Cidade de Deus.
O
termo
“Septuaginta” é uma forma abreviada da expressão latina interpretatio Septuaginta virorum, “a tradução pelos setenta
homens”, similar à forma grega katá tou hebdomēkonta,
“conforme os setenta”, ou hoi
hebdomēkonta, “os setenta”, todos usados por escritores cristãos do segundo
século para referirse ao Antigo Testamento Grego. Hoje é conhecido também pelo
nome de “Versão dos Setenta, Versão de Alexandria” e identificado pelos
algarismos romanos “LXX”.
A tradução do Pentateuco do
hebraico para o grego aconteceu na metade do século III a.C., por 72 eruditos
judeus enviados de Jerusalém para Alexandria; nos séculos seguintes, os outros
livros do Antigo Testamento foram traduzidos.
Foi um empreendimento
cultural sem precedentes na história da civilização ocidental, pois a revelação
divina saía do confinamento judaico para se tornar universal. Era o pensamento
religioso semita à disposição do Ocidente numa língua indo-europeia.
Sua influência nos
escritores do Novo Testamento foi determinante, servindo de ponte linguística e
teológica entre o hebraico do Antigo Testamento e o grego do Novo. Tanto os
apóstolos como os antigos escritores cristãos encontraram na Septuaginta uma
fonte de conceitos e termos teológicos para expressar o conteúdo e o pensamento
cristão. Ela foi usada pelas gerações de judeus helenistas em todas as partes
do mundo antigo. Foi a Bíblia adotada pelos cristãos de língua grega, como
disse Agostinho no século V: “A Igreja recebeu a versão dos Setenta como se
fora única e dela se servem os gregos cristãos, cuja maioria ignora se há
alguma outra.
Dessa versão dos Setenta fez-se
a versão para o latim; é a usada nas igrejas latinas. Serve, ainda, como fonte
importante para o estudo da história da Bíblia Hebraica” (A Cidade de Deus, livro 18.43).
Fonte: A razão de Nossa fé –
de Ezequias Soares / Reverberação: Subsídios EBD