Este é um subsídio para a
presente lição da classe de Adultos. Para a continuação da leitura de todo este
subsídio, acesse aqui.
Introdução.
Estudaremos mais um
dos nove aspectos do fruto do Espírito, o amor. Conheceremos algumas definições
para o termo amor e veremos diferentes palavras gregas usadas para se referi o
amor. Discorreremos sobre o amor de Deus e as diversas dimensões do amor à luz
da Bíblia Sagrada. Este assunto ficou para o final propositalmente, pois a
intenção é nos aprofundarmos no tema.
DIFERENTES TIPOS DE AMOR
O amor, ao qual se
refere Gálatas 5.22, vem do original grego “agápe”. Porém, além deste termo
grego para traduzir a palavra “amor”, há também outras palavras gregas usadas
para se referir ao amor. É o que veremos a segui. Paulo declarou o amor como
sendo a maior das graças cristãs (1Co 13.13). João declarou que o próprio Deus
é amor, e que o amor emana de Deus (1Jo 4.7). Jesus mostrou que o amor era o
emblema identificador da divina filiação (Mt 4.44,45). O amor é também um
pré-requisito para ser um bom cidadão, um bom vizinho, ou um bom marido, ou
esposa, ou pai. ou mãe.
1. O AMOR AGÁPE.
a) Definindo amor
agápe.
ü O termo do Novo
Testamento para amor é agápe. Ágape é o termo cristão, e realmente significa
benevolência invencível. Significa que nada que alguém possa nos fazer por meio
de insultos, injúrias ou humilhações nos forçará a buscar outra coisa senão o
maior bem do mesmo. Portanto, é um sentimento tanto da mente como do coração;
corresponde tanto à vontade como às emoções. O termo descreve o esforço
deliberado — que só podemos realizar com a ajuda de Deus — de não buscar jamais
outra coisa senão o melhor, até para aqueles que buscam o pior para nós.
ü Amor é um desejo
intenso de agradar a Deus e de fazer o bem à humanidade; a própria alma e o
espírito de toda a verdadeira religião; o cumprimento da lei e aquilo que dá
energia à fé. (Adam Clarke).
ü A forma substantiva
“agápe”, é definida como “afeição, boa vontade, amor, benevolência”, como visto
em numerosas referências (Jo 15.13; Rm 13.10; 1Jo 4.18). Ela é empregada para
expressar o amor de Deus pelo homem (Jo 3.16); o amor do homem para com Deus
(2Ts 3.5; 1 Jo 2.5; 3.17); e o amor espiritual do homem para com seu semelhante
(Jo 15.12; Rm 13.8; G1 5.14).
Agápe adquiriu
significado especial como o nome aplicado às festas de amor dos cristãos
primitivos. Essa festa era uma refeição comunitária em conexão com e antes da
celebração da Ceia do Senhor. Era realmente uma festa de amor expressando e
nutrindo o amor mútuo. Ali os cristãos mais pobres se misturavam com os mais
ricos e compartilhavam juntos a comida que estes traziam. Essa festa é
mencionada pelo nome ou é fundamentalmente citada por três escritores do NT (Jd
12; 1Co 11.20-22; 2Pe 2.13).
b) Várias aplicações bíblicas para a palavra amor.
-
Amor de Deus para com a humanidade (Rm 5.8; Jo 3.16)
-
O amor de Deus para com Jesus (Mt 3.16,17; Jo 3.35; 5.20)
-
O amor de Cristo para com os crentes (Jo 15.9,10)
-
Amor do crente para com Deus (Mc 12.30; 1Co 8.3)
-
Amor do crente para com o próximo (Mc 12.31).
-
Amor entre os próprios cristãos como verdadeiros seguidores de Jesus (Jo 13.34,35; Rm 12.10;
2Pe 1.7).
-
Amor aos inimigos (Mt 5.44)
-
O amor do marido para com a esposa (Ef 5. 28).
-
O amor da esposa para como esposo (Tt 2.3).
-
O amor entre os familiares (Tm 5.8).
c) Quatro dimensões do amor.
(1) O amor de Deus
para como o Homem (Jo 3.16).
Experimentar
o amor é experimentar Deus: conhecer o amor é conhecer a Deus. Deus é
inseparável da sua natureza. E significativo que Paulo tenha escrito tanto “o
Deus de amor” como “o amor de Deus” (2Co 13.11,14).
“Mas Deus prova o seu
próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós
ainda pecadores” (Rm 5.8).
O
retrato de Deus como um Pai amoroso foi revelado por Cristo (Jo 17.20-26). João
ficou profundamente impressionado com essa revelação de Deus. Ele exclamou:
“Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados
filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus” (1Jo 3.1; Jo 1.12; Rm 8.15).
(2) O amor do homem
para como Deus (Dt 6.4; Mc 12.30).
Os
evangelhos registram que Jesus estabeleceu a medida do amor. O homem devia amar
a Deus com “todas” as suas faculdades e todo o seu ser; e devia amar o seu
próximo como a si mesmo (Mt 22.37).
(3) O amor do homem
para como o homem (Mc 12.31; 1Jo 3.18).
O
amor humano tem origem divina. “O amor é de Deus... porque Deus é amor” (1Jo
4.7s.), e portanto a fonte do amor do homem. O amor que o homem tem são aqueles
benevolentes e desejáveis laços recíprocos que o prendem prazerosa e
favoravelmente aos seres que lhe são mais caros
—
família, amigos e Deus. Depois de listar várias virtudes interpessoais, Paulo
admoesta: “Acima de tudo isso, porém, esteja o amor, que é o vínculo da
perfeição” (Cl 3.14). O amor do homem encontra expressão em numerosos modos
entre ele e seus semelhantes e entre ele e Deus, no lar, na comunidade e na igreja.
(4) O amor em direção
a nós mesmos (Mc 12.31; Tg 2.8).
O
homem tem que amar a Deus completamente, seu próximo como a si mesmo e
ao seu irmão cristão como Cristo o ama (Lc 10.27: Jo 15.12).
d) Prova bíblica de
quem ama de verdade a Jesus
Quem ama a Jesus deve
guardar seus ensinamentos (Jo 14.21,23, 24).
e) Provas Bíblicas de
quem é de fato seguidor de Jesus
1-
Ama o próximo (Jo 13.35)
2-
Produz fruto (Jo 15.8)
3- Obedece a Jesus
(Jo 14.2,24)
2. Outras palavras gregas para amor.
a) Philia – significa amar, ter amizade (Tg 4.4)
b) Phileo [João 21.15b, 16b] –
Significa ser amigo, sentir afeto.
É o amor para com
nossos próximos e familiares; é algo do coração e seus sentimentos. Denota uma inclinação instigada pelo sentido e emoção.
Ela significa amar no sentido de ser amigável, deleitar-se em ou ter saudades
de, amar fazer as coisas, ou fazer com prazer.
c) Philadelphia [Hb 13.1;Rm 12.10;
2Pe1.7] – Este termo vem do substantivo “philadelphos”, significa aquele que
ama seu irmão. No novo Testamento, o amor que cristãos cultivam uns pelos
outros como irmãos.
d) Storge - Se aplica particularmente ao
amor de pais e filhos. O amor humano na família prende marido e mulher, pai e
filhos, mãe e filhos e os filhos entre si. Uma coisa que distingue a raça dos
hebreus é sua ênfase quanto aos laços de família.
e) Eros - é o amor de um homem a uma
mulher; é o amor imbuído de paixão. O termo não se emprega no Novo Testamento.
CARACTERÍSTICAS DO AMOR DE DEUS NO CRENTE (1Co
13)
1.
É SOFREDOR.
Ele
faz com que uma pessoa suporte danos pessoais causados por alguém, sem
ressentimento ou retaliação. Quem ama com esse amor (vv. 4-7), caminha uma
segunda milha com quem o feriu, oferece a outra face, suporta os insultos etc.
(Mt 5.39-41).
2.
É BENIGNO.
O
amor de Deus em nós vence o mal com o bem. "Amai a vossos inimigos, fazei
bem aos que vos aborrecem" (Lc 6.27). José tinha desse amor para com seus
irmãos que lhe fizeram tanto mal (Gn 50.l 5-21).
3.
NÃO É INVEJOSO.
Quem
ama tendo o amor de Deus, nunca age por ciúmes, não alimenta má vontade,
malícia ou mau humor. Há crentes que acalentam rivalidades ou coisas
insignificantes em relação aos irmãos na fé.
4.
NÃO É LEVIANO.
Não
julga ou procede precipitadamente. Quem ama com o amor do Espírito (Cl 1.8)
nunca ostenta suas próprias virtudes, chamando atenção para si, mas sempre
procura fazer o possível por seu semelhante e atribui toda glória a Cristo.
5.
NÃO É SOBERBO.
O
amor não é orgulhoso, arrogante, presunçoso, exibido, extravagante. Quem ama
não busca a própria honra e admiração; não trata os outros como inferiores (Mt
20.26-28), nem faz alarde da sua "humildade".
6.
NÃO É INDECENTE.
O
amor nunca se porta com indecência, desonra, despudor, imoralidade. O crente
jamais pode ser vulgar, descortês ou cínico. O amor nunca envergonha, fere ou
humilha o outro, mas busca o bem-estar de todo o corpo de Cristo.
7.
NÃO É INTERESSEIRO.
O
amor não busca seus próprios interesses. Ele não é cobiçoso, egoísta, avarento,
e que só pensa em si mesmo.
8.
NÃO SE IRRITA.
O
amor não se enfurece a despeito das circunstâncias. O crente se mantém sob
controle em sua posição, mesmo quando tudo parece dar errado.
9.
NÃO SUSPEITA MAL.
Há
crentes que guardam ressentimentos, e vivem sempre desconfiados, imaginando que
alguém vai fazer-lhe mal. O amor sempre perdoa e não guarda rancor (Cl 3.1 3).
10.
NÃO SE REGOZIJA COM A INJUSTIÇA.
Há
pessoas que quando algo de ruim acontece com seu semelhante, ele diz: "Bem
feito!" O amor não folga com o mal, ou infortúnio dos outros.
11.
REGOZIJA-SE COM A VERDADE.
O
amor de Deus está sempre do lado da verdade, mesmo quando ela lhe trás algum
"aparente" desconforto ou prejuízo.
12.
TUDO SOFRE, CRÊ, ESPERA, SUPORTA.
O
amor sempre defende, confia, tolera e persevera. O amor é obediente, fiel e
esperançoso.
O
amor proveniente de Deus (Rm 5.5) e manifestado no coração do crente, como um
dos nove aspectos do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22; Cl 1.8), não pode ser
obtido através de um livro de auto-ajuda, nem através de qualquer outro meio,
que não seja través do Espírito de Deus.
Que
possamos nos aproximar do Espírito Santo, em oração e submissão aos
ensinamentos do Senhor, e rogar-lhe que o Santo Espírito produza em nós seu
fruto, a fim de que possamos ser frutíferos no Reino de Deus.