Obs. Lição Bíblica do 3° trimestre de 2016 – classe de Jovens.
TEXTO
DO DIA
"Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal!
Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do
doce, amargo (Is 5.20).
SÍNTESE
Deus cuida dos seus filhos e tem grande esperança
de que estes frutifiquem abundantemente; portanto, a falta de frutos adequados
traz resultados desagradáveis.
Leia também:
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA - Is 5.1.2 - Deus compara Israel com o
vinha
TERÇA - Is 5.3,4- Deus comunica seu projeto e
castigo ao povo
QUARTA -Is 5.5,6 - Deus anuncia o exílio de Judá
QUINTA - Is 5.20 - A perversão do povo é denunciada
SEXTA -Is 5.13 - A falta de entendimento do povo
causa o exílio
SÁBADO-2 Cr 36.17-21 - O cumprimento do castigo
anunciado por Isaías.
OBJETIVOS
• COMPREENDER o cuidado de Deus para com sua vinha,
Israel;
• ENTENDER o cuidado e a esperança de Deus para com
seu povo;
• MOSTRAR as consequências da desobediência de
Israel
INTERAÇÃO
Professor, seria interessante fazer a leitura do
Salmo 80. Depois de ter concluído a lição, peça que os alunos formem grupos.
Cada grupo ficará com uma parte do salmo. Depois da leitura, os alunos vão
explicar o que entenderam. Este salmo retrata o cativeiro do povo,
provavelmente assírio.
O exílio foi consequência da rebeldia e
desobediência Enfoque os versículos de contrição e quebrantamento presentes no
Salmo. Mostre que esse salmo foi escrito por alguém que realmente queria
desfrutar novamente da comunhão e da presença de Deus. No exílio, o povo passou
a lembrar o quanto era agradável estar protegido pelo Senhor e ter a certeza da
salvação.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor, na aula de hoje estudaremos a respeito
da parábola da vinha. Essa parábola representa o povo de Deus. Por intermédio
dessa história, aprendemos a respeito do nosso proceder. Sugerimos que você
faça, no quadro, uma tabela com duas colunas. Na primeira coluna, faça uma relação
dos principais pontos abordados nos tópicos I e II. Na segunda coluna, faça uma
contextualização dos tópicos abordados na primeira coluna. Por exemplo: Na
primeira coluna, "Deus cultivou sua vinha". Na segunda coluna aponte
o significado do fato de Deus cultivar a vinha fazendo uma relação com a nossa
vida.
TEXTO
BÍBLICO
Isaías
5.1-8; 13
INTRODUÇÃO
A parábola da vinha, que além de parábola também é
uma poesia, é um dos capítulos mais deprimentes de Isaías. Prevê muita ruína,
catástrofes, mortes, fome, miséria e toda sorte de infortúnios ao povo de Deus
desobediente, embora Ele tivesse os tratado com todo carinho, cuidado e amor
para levá-los à obediência e submissão. Ele a plantou, tirou pedras, escolheu
sementes, afofou a terra» edificou torre e lagar e cultivou seguindo técnicas
primorosas, mas sua esperança se frustrou ao produzir uvas insuficientes e de
má qualidade; então Ele a reprovou e entregou à própria sorte permitindo ser
pisada e maltratada pelo exército inimigo. Convém que tomemos como exemplo o
povo de Israel para não incorrer no mesmo erro (1 Co 10.11).
I -
A PARÁBOLA DA VINHA
1. Deus cultivou sua vinha.
A vinha é uma plantação de uvas que obviamente são
plantadas para produzir resultados ou lucros para o seu dono. Nessa parábola
retratada por Isaías a vinha representa o povo de Israel e mais especificamente
o reino de Judá e a cidade de Jerusalém, com todos os investimentos que Deus
havia feito neles para que produzissem bons e abundantes frutos. A forma como o
profeta retrata o cultivo da vinha evoca as técnicas agrícolas primorosas e
intenso trabalho.
2. A escolha do local.
O vinhateiro escolheu um outeiro para plantar sua
vinha, num lugar de terras muito férteis (Is 5.1). Outeiro é um terreno com uma
pequena elevação de terra que faz com que de longe se aviste a beleza do lugar,
ou seja, Deus escolheu um lugar privilegiado para a vinha, querendo que ela
fosse reconhecida pelo capricho do vinhateiro, pela beleza de sua organização e
consequentemente pelas abundantes colheitas.
3. Deus plantou as melhores mudas.
Israel era um povo escolhido entre as nações, era o
povo eleito pelo Senhor. Ele mesmo escolheu seu povo quando chamou Abraão e
cuidou para que sempre fossem preservados da maldade e tivesse os melhores
resultados. Preservou-os da fome, da aniquilação, libertou-os da escravidão do
Egito, guiou-os pelo deserto, providenciou-lhes maná do céu, os estabeleceu
numa boa terra de abundâncias, guiou-os na escolha de reis e governadores,
livrou-os de inimigos poderosos e lhes fez promessas grandiosas (Dt 8.2,3; SI
107).
O
Pense!
Assim
como Deus esperou frutos do povo israelita, certamente Ele criou a igreja para
que ela possa dar frutos que o glorifiquem.
Ponto
Importante
O
povo de Israel não foi criado para glorificara si mesmo, mas foi criado para
mostrar Deus aos outros povos e servir de modelo para outras nações. Esse é o
fruto que Deus esperou de Israel.
II
- DEUS CUIDOU E ESPEROU COISAS BOAS DA VINHA
1. Ele afofou a terra e tirou as pedras.
Mesmo sendo o solo da vinha adequado para o cultivo,
era necessário prepará-lo para receber as mudas tenras. Isso significa que Deus
trabalhou no sentido de moldar o coração do povo para receber sua Palavra. Deus
criou as condições propícias para que tudo que Ele lhes dissesse desse
resultado positivo. Ele amoleceu o coração do povo, transformando-o em um
coração predisposto a produzir frutos.
O Senhor tirou desse solo também as pedras que
poderiam fazer morrer as plantas da vinha. Jesus disse na parábola do semeador
(Mt 13.21) que as pedras significam a superficialidade da raiz, quando algo é
plantado em solo pedregoso, pois não consegue se aprofundar e, vindo o sol,
mata a planta.
Ou seja, eram os inimigos de Israel, seus
perseguidores, que Deus removeu daquela boa terra para que seu povo se
estabelecesse num bom lugar. Deus cuidou para que nenhum impedimento
atrapalhasse uma safra abundante.
2. Edificou uma torre e construiu um lagar.
A torre remete à vigilância constante que Deus
tinha de sua vinha. Ele ficava observando tudo ao redor para que nenhum inimigo
ou animal silvestre invadisse ou destruísse a vinha. Mais uma afirmação do
profeta que remete ao cuidado absoluto de Deus para com aqueles que Ele
escolheu para ser seu povo. Ninguém invadiria Israel se Deus assim não o
permitisse, pois estava sempre olhando tudo a volta do seu povo.
O lagar era o local onde as uvas eram espremidas,
geralmente com os pés, depois da colheita; o Lugar de processamento da safra,
que depois resultava em suco de uva ou vinho (Is 63.3). Construir um lagar
antecipadamente é sinônimo de muita esperança para com a colheita.
3. A esperança de Deus.
O profeta afirma que Deus esperava que sua vinha
desse excelente qualidade de uvas. Depois de todo o cuidado e capricho de Deus
ao cultivar a vinha, era justamente essa a consequência óbvia. O vinhateiro
esperava o bom resultado da tarefa cumprida com cuidado e amor, amor este não
apenas como sentimento, mas também como obras, e eram boas obras o que se
esperava do povo. A despeito de todo zelo e predileção de Deus pela sua vinha,
ela produziu uvas amargas.
Deus esperava de seu povo obediência à sua lei e
ordenanças, a prática da justiça e submissão ao seu senhorio, mas tudo que Ele
colheu foram roubos, injustiças, corrupção, idolatria, opressão e toda sorte de
males.
A maioria das acusações pecaminosas que Deus faz ao
povo se refere aos relacionamentos interpessoais, pois Ele busca, através de
seu trabalho de amor, que o povo respeite e ame seu próximo, mas isso não
estava mais acontecendo.
O Pense!
Se
Deus criou e cuidou de Israel dando a eles condições para seu crescimento, Ele
também fará o mesmo com todo aquele que invocar seu nome sobre a face da Terra.
Ponto
Importante
Uma
das doutrinas fundamentais da fé cristã é a doutrina da providência. Essa
doutrina afirma que Deus cuida da sua criação e dá a ela condições que
possibilitam a sua continuidade e existência saudável Deus não cria somente,
mas Ele mesmo sustenta o que cria.
III-O
CASTIGO E O EXÍLIO DA VINHA
1. A frustração divina.
Deus se aborrece com seu povo, pois diante de tanto
cuidado somente poderia haver boas colheitas. Ele mesmo disse que fez de tudo
pela vinha (Is 5,4).
Mas como os resultados foram frustrantes, Ele
elegeu o próprio povo para julgar (Is 5.3) e o resultado do julgamento seria
óbvio; suas palavras demonstram o que aconteceria (Is 5.5,6).
Deus a abandonaria a seu próprio destino, afastaria
dela seu amor e cuidado. Ela viraria pasto, seria pisada, se tornaria
desertificada, cresceriam nela plantas que a sufocariam e lhe faltaria chuva.
Tudo isso era o destino natural daqueles que se rebelam contra o cuidado de
Deus.
2. Os "ais" aos desobedientes.
Deus profere seis "ais" contra o povo de
Israel, divididos em sete classes, cujo foco central é a inversão de valores
que era praticada: Subvertendo a ordem natural das coisas, afirma-se que eles
estavam chamando o mal de bem e vice-versa, transformando trevas em luz e
vice-versa e chamando o amargo de doce e vice-versa (Is 5.20). Essas três
afirmações colocam palavras negativas na frente das positivas; estas últimas é
que eram as esperadas por Deus, mostrando que a cegueira espiritual, a falta de
discernimento das coisas corretas, a falência da moral e da ética levaram o
povo a confundir e trocar a obediência pelo pecado, sem nem perceberem o que
estavam fazendo,
Em vários textos de Isaías, além do capítulo 5, se
utiliza a palavra "ai", e como o próprio Jesus a utilizou (Mt 23).
Seu significado tem a ver com a punição de Deus diante de atos ofensivos a Ele.
Deus profere o seu primeiro "ai" contra aqueles que acumulam riquezas
e consequentemente empobrecem os outros e os deixam entregues à morte (Is
5.8-10).
O destino é que suas propriedades seriam reduzidas
a pó e cinza e a produção da terra seria praticamente nula. Outro
"ai" é proferido contra os festeiros, pois, estando bêbados, não
conseguem enxergar as grandes obras e feitos de Deus, ou seja, em seus desejos
de diversão ilícita, tornam-se estúpidos para com seu Criador; contra esses se
diz que serão exilados, sofrerão fome e sede, descerão à cova aberta diante
deles e que seriam extremamente humilhados.
O próximo "aí" vai contra aqueles que se
apegam a iniquidade (perversidade, depravação) e o pecado. Outro "ai"
é proferido contra aqueles que praticam o suborno para obter favorecimento na
justiça, negando-a ao que realmente é merecedor dela. A esses se diz que serão
queimados e reduzidos a pó.
3. O poder do exército inimigo.
Isaías prevê com extrema exatidão várias invasões
que Judá e Jerusalém sofreriam, primeiramente pelos assírios, sob o comando de
Senaqueribe em 701 a.C. e finalmente várias invasões pelo exército babilônico,
culminando no cativeiro final e destruição de Jerusalém em 587 a.C.,
cumprindo-se a profecia de Isaías.
O exército assírio era extremamente cruel, poderoso
e assustador, e vinha conquistando o Oriente Médio. Eles cortavam mãos, pés,
nariz e orelhas, arrancavam os olhos, escalpelavam, queimavam as pessoas vivas.
Eram soldados sádicos (Na 3).
O Pense!
Deus espera alguma coisa de você, pois o
investimento feito na cruz do Calvário exige de nós uma resposta, A maior
resposta que podemos dar é viver entregues a sua vontade.
Ponto
importante
O exílio foi também uma fase pedagógica da história
de Israel, O profeta Isaías vê o exílio como forma de correção, e não de destruição
final da história de Israel.
SUBSÍDIOS
1
"No Salmo 80 a igreja está como
uma vide e uma vinha . A raiz desta vide é Cristo e os são crentes. A igreja é
como uma precisa de apoio, mas que se estende e dá fruto. Se uma vide não der
frutos. nenhuma outra planta valerá tão pouco quanto ela, E nós não somos
plantados como em um horto bem cultivado, com todos os meios para darmos frutos
em obras de justiça? [...j.
A vinha foi desolada e destruída.
Houve uma boa razão para esta mudança na maneira de Deus tratá-los, Tudo estará
bem ou mal para nós, conforme nos submetemos aos sorrisos ou à face irada de
Deus, [...].
Deus espera frutos daqueles que
desfrutam privilégios, Os bons propósitos e os bons princípios são coisas boas,
mas não são suficientes; deve haver fruto da vinha: pensamentos e afetos,
palavras e ações agradáveis ao Espírito, Quando os erros e os vícios se excedem
e se descontrolam, a vinha não é podada, e rapidamente começam a crescer
espinhos. É triste que uma alma, no lugar das uvas da humildade, mansidão,
amor, paciência, e desprezo pelo mundo, coisas que Deus busca, produza as uvas
silvestres do orgulho, da paixão, do descontentamento, da maldade e do desdém
para com Deus; em lugar das uvas da oração e louvor, estão as uvas silvestres
de maldizer e jurar" (HENRY, Matthew, Comentário Bíblico. Rio de Janeiro;
CPAD, 2002,pp, 458:563-564).
SUBSÍDIO
2
Vinho e vinha (5.1-5)
Israel é sempre mencionada como uma
vinha no Antigo Testamento (cf. SI 80,8; 14.15; Jr 221; Os 10,1; Zc 3,10). Deus
é o guardador da vinha que alimenta e protege seu povo, Contudo, apesar do
amável cuidado de Deus, a comunidade da aliança continuou a produzir o fruto
amargo do pecado no lugar dos aprazíveis produtos da justiça, Jesus nos dá uma perspectiva
disso quando se apresenta como Videira verdadeira' (Jo 15,1), E lembra-nos que
somente através de um íntimo relacionamento pessoal com Deus o ser humano
produzirá o fruto que Ele deseja.
Ajuntam casa a casa (5,8), Deus destruiu a Terra Santa em
pequenas parcelas para que todas as famílias tivessem uma propriedade rural
Alguns possuírem muito, às custas de outros que têm cada vez menos, é uma
grande e terrível injustiça social Os ricos dos nossos dias precisam também
estar atentos a isso" (RICHARS, Lawrence O, Guia do Leitor
da Bíblia; Uma análise de Génesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10 ed.
Rio de Janeiro; CPAD, 2012, p. 413).
CONCLUSÃO
O cuidado de Deus a favor do seu povo é perfeito,
nada Lhes falta (Si 23). Ele os esconde debaixo de suas asas (SI 91), portanto,
provê tudo e tem grande esperança de que nós frutifiquemos abundantemente.
HORA
DA REVISÃO
1. Que povo Isaías está retratando na parábola da vinha?
O povo escolhido, Israel.
2. Que significado tem a remoção das pedras para plantar a vinha?
As pedras significam a superficialidade da raiz,
quando algo é plantado em solo pedregoso, pois não consegue se aprofundar e
vindo o sol mata a planta.
3. Qual o significado da torre na parábola?
O cuidado absoluto de Deus para com aqueles que Ele
escolhe para serem seu povo.
4. Ao proferir os "ais" contra o povo, o profeta considerou um
texto central que dá sentido aos demais. Que quer dizer esse texto?
Subverter a ordem natural das coisas ele estavam
chamando o mal de bem e vice-versa, transformando trevas em luz e vice-versa e
chamando o amargo de doce e vice-versa.
5. Quem é o Lavrador na parábola da videira proferida por Jesus?
O Pai.
“ A
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