Em uma
igreja heterogenia, formada por Judeus e Gentios, a igreja em Roma, certamente
o apóstolo Paulo percebeu aos conflitos existentes entre a ética judaica e os costumes
dos gentios. Daí surgiu problemas entre os fracos em relação ao alimento a
guarda de determinado dia da semana, entre outros.
Havia
sérias divergências entre os crentes de Roma sobre a ingestão de carne.
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VÍDEO
Uns achavam
que deviam comer somente legumes; outros supunham não haver nenhum problema em
se consumir até mesmo os alimentos que ofendiam os cristãos de origem judaica.
A questão,
explica Paulo, não estava no ato de comer em si, mas na postura pessoal entre
eles. Por isso, devemos ter cuidado com o julgamento que fazemos de nossos
irmãos em Cristo.
O que o
apóstolo desejava, em outras palavras, é que os cristãos romanos não julgassem
uns aos outros por causa dessas coisas, mas se aceitassem mutuamente conforme
Cristo ensinara.
Havia na
igreja em Roma dois grupos bem definidos: os “enfermos na fé” (14.1) e os
fortes (15.1). Paulo pertencia ao segundo grupo. É preciso observar a relação
existente entre o assunto tratado no capítulo 14 de Romanos e em outras
exortações paulinas aos Coríntios (1 Co 10.22-33), Gálatas (4.9,10) e
Colossenses (2.16-23).
LEIA TAMBÉM:
I. OS DOIS TIPOS DE CRISTÃOS
Um ponto
interessante a ser destacado, é a diferença entre os vários tipos de crentes na
igreja de Roma. Isto significa que há, entre os filhos de Deus, diferentes
níveis de conhecimento e de fé. Há os crentes meninos, os maduros, os carnais,
os espirituais, os fracos, os fortes etc. (Ef 4.14; 1 Co 3.11; 1 Co 8.11).
Todos somos
crentes, nascidos de novo. No entanto, cada um de nós tem um modo próprio de
vivência cristã e de enfrentar os problemas e as necessidades do cotidiano.
Todos temos uma reação diferente diante das mesmas circunstâncias; um jeito
peculiar de ver e julgar as situações.
1. Cristãos fortes.
A igreja de
Roma enfrentava problemas semelhantes aos de Corinto e de Colossos (1 Co 8; Cl
2.16-23): conflitos entre os cristãos fracos e os fortes (1 Co 8.7). Os fortes
são os que conhecem a Palavra de Deus; os fracos ainda não alcançaram o
verdadeiro entendimento das coisas espirituais.
Quando o
homem aceita a Cristo, sente imediatamente a necessidade de crescer no conhecimento
da fé que abraçou e de desenvolver-se na salvação conforme nos ordena a Bíblia:
“Operai a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2.12).
Muitos,
infelizmente, negligenciam a busca pelo crescimento espiritual. O escritor aos
Hebreus chegou a dizer que gostaria de ministrar um ensino mais substancial aos
seus leitores; estes, porém, ainda não podiam receber algo mais substancial
devido à sua falta de crescimento (Hb 5.11-14).
2. Cristãos fracos.
Em geral,
por falta de conhecimento, os cristãos fracos suscitam uma infinidade de
barreiras que acabam por comprometer o seu crescimento espiritual. Em Roma, por
exemplo, os cristãos de origem judaica achavam que comer carne era pecado;
outros, ainda presos à lei de Moisés, guardavam o sábado e outros dias tidos
como sagrados pelo judaísmo.
Quanto a
tais coisas a Bíblia diz: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos
libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl 5.1).
3. Perigos para fortes e fracos.
Os fortes
correm o risco de se tornarem arrogantes, desprezando aos que têm menos
conhecimento. A solução, portanto, é que eles se portem com humildade e amor:
“Se o manjar escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu
irmão se não escandalize” (1 Co 8.13).
Os fortes
tendem a se portar como o fariseu que, soberbamente, agradecia a Deus “por não
ser como os demais” (Lc 18.11). O orgulho sempre estará rondando os irmãos mais
fortes na fé; eis porque estes devem revestir-se de humildade.
Julgar os
demais é o pecado em que pode incorrer o irmão mais fraco. Como ele, que não
come carne, acha-se no direito de julgar os que o fazem, condena a postura de
seus irmãos na fé por causa de questões secundárias e que nenhuma importância
têm para a fé cristã.
3. Enfermo e fraco (Rm 14 .1,2). As
palavras "enfermo" e "fraco" não significam, nesse
contexto, fé vacilante, mas imaturidade nas questões práticas, pois muitos
deles são sinceros e tementes a Deus. A questão não era sobre pontos vitais da
doutrina cristã; do contrário, não seriam membros da Igreja, rnas sobre assuntos
secundários.
a) Não contender.
"Recebei-o" significa que devemos receber a cada irmão como ele é e
não como queremos que ele seja. Não temos o direito de impor a ele a nossa
maneira de ver o Cristianismo, nem discutir na tentativa de convencê-lo do
contrário (l Co 11.16; l Tm 6.4). Devemos recebê-lo com amor sincero dentro da
fraternidade cristã.
b) Convivendo com os enfermos e fracos.
A questão
dos bêbados, por exemplo, a Bíblia diz que os tais não herdarão o reino de Deus
— a menos que se convertam (l Co 6.10,11). O crente que se associa com os tais
está pecando ( l Co 5.11). Não é o caso aqui. Esses enfermos e fracos são
nossos irmãos que ainda não se emanciparam de sua escravidão espiritual.
4. O vegetarianismo religioso.
Convém
lembrar que o vegetarianismo religioso teve a sua origem no hinduísmo. Os
gnósticos eram também vegetarianos. Havia até os que considerasse canibais
aquele que comesse carne. Talvez alguns judeus tivessem chegado a esse extremo
por causa de uma interpretação judaica forçada de Deuteronômio 14.21: "Não
cozerás o cabrito com o leite da sua mãe". Não é permitido ao judeu
consumir a carne do cabrito juntamente com o leite da cabra, mãe do animal,
como faziam os povos idólatras, vizinhos de Israel. Os judeus, portanto,
evitando correr o risco de o leite comercializado ser da mãe do cabrito
comprado no açougue, resolveram proibir o consumo de carne com leite.
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