É comum ouvirmos
alguns irmãos - perguntarem: "Para um cristão, a morte já é como a Segunda
Vinda de Jesus?"
A
resposta é não. Inicialmente, consideremos que a Segunda
Vinda de Jesus será para buscar sua Igreja, conforme o apóstolo Paulo ensina em
ITessalonicenses 4.13-17:
"Não quero,
porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos
entristeçais como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus
morréu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a
trazer com ele.
Dizemo-vos, pois,
isto pela palavra do Senhor: que nós, os
que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.
Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a
trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois,
nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com ele nas nuvens,
a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor".
Vemos que Paulo
complementa nesse texto a revelação que Deus lhe deu em ICoríntios 15.23:
"Cristo, as primícias; depois os que são de Cristo, na sua vinda".
Isso corrobora com a doutrina de ICoríntios 15.51-52: "Eis aqui vos digo
um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados,
num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a
trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados".
Óbvio, os que
"são de Cristo" são
aqueles que "morreram no Senhor" ("os que dormem") e
"nós, os vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor". Isso
estabelece também uma ordem de prioridade: primeiro os que dormem e depois os
vivos. Esse é o primeiro conceito.
O
CONCEITO DE MORTE
Depois,
biblicamente, temos o conceito de morte.
Em Tiago 2.26,
lemos: "Porque assim como o corpo sem o espírito é morto...".
Deduz-se, portanto, que a morte não é extinção, mas, , separação.
A morte,
biblicamente, é vista ainda como um sono, conforme ICoríntios 15.6:
"Depois, foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive
ainda a maior parte, mas alguns já dormem também".
Como dissolução da
casa terrena (2Co 5.1); e como "despir-se deste tabernáculo",
expressão do apóstolo Pedro (2Pd 1.14). Esse é o segundo conceito.
Quando o homem
morre, de acordo com a Palavra de Deus existe uma cessação da vida natural. Com
isso queremos dizer que cessam suas origens que o ligam à natureza humana. Não
há mais pai, filho, família etc, bem como lhe cessam também todas as suas
ligações com as leis físicas e naturais.
O
TEMPO NATURAL PARA DE SER CONTADO
Salomão,
escrevendo em Eclesiastes, faz referência a isso. Ele diz que "os mortos
não sabem cousa nenhuma" e que "para sempre não tem parte em cousa
alguma do que se faz debaixo do sol" (Ec 9.5-6).
Quando os mortos
em Cristo ressuscitam, são novas criaturas, com uma natureza totalmente
espiritual. Essa ressurreição só se dará na Segunda Vinda do Senhor, quando Ele
vier buscar sua Igreja.
Ora, se cessa o
transcorrer do tempo, os que já morreram não ficarão esperando a Vinda do
Senhor, pois o tempo não está passando para eles.
Os que
questionaram a Pedro sobre a demora da Segunda Vinda de Jesus ("Onde está
a promessa da sua vinda?") receberam como resposta que para Deus o tempo
não passa, conforme 2Pedro 3.4,8. Nesse caso, o tempo que passa para o homem é
a misericórdia de Deus em ação. Lembremos que Deus é eterno, conforme a visão
de Daniel 7.9, onde Deus é apresentado como o "Ancião de Dias".
Então, temos
certeza de que os que morrem no Senhor somente vão ressuscitar na Segunda
Vinda, e todos de uma única vez, precedendo aos que estiverem vivos!
Observamos, ainda,
que quando o servo de Deus morrer, o seu corpo aguardará até por ocasião do
arrebatamento, para ser transformado em um corpo incorruptível. Na prática
significa que quando o crente morrer ele ainda não recebe um corpo de glória.
Mas na vida de Jesus, este fiel falecido será ressuscitado e receberá um corpo
de glória. Isto prova que para um cristão, a morte não é como a Segunda Vinda
de Jesus (ITessalonicenses 4.13-17; 1 Co 15.52-54).¹
Jemuel Kessler – JMP, 2005/ ¹J. Alves