Obs. Revista de Professores.
TEXTO DO DIA
"Disse-lhes ele: Moisés, por causa da
dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher; mas, ao princípio,
não foi assim." (Mt 19.8)
SÍNTESE
A sociedade, ao
longo dos tempos, admitiu a formação de variados arranjos familiares.
Entretanto, o padrão divino para a família estabelecido no Éden não se alterou,
pois a Palavra de Deus não muda.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA
- Gn 2.18 - Família monogâmica: uma ideia de Deus
QUINTA
- Gn 30.1,2; 1 Rs 11.3 - A poligamia e suas consequências
TERÇA
- Gn 2.22 - Família monogâmica: um presente de Deus
SEXTA
- Ml 2.15,16; Mt 19.6,8 - Casamento indissolúvel: a vontade de Deus
QUARTA
- Gn 4.23 - Lameque, o primeiro caso de bigamia
SÁBADO
- 1 Tm 3.2; Tt 1.6 - A família tradicional como requisito ministerial
LEIA TAMBÉM:
Objetivos
COMPREENDER
a importância da família em todos os tempos, elencando os diferentes tipos de
família inventados ao longo da história;
CONHECER
o padrão divino para a família, conscientizando-se de que a afetividade não é
suficiente para a vida a dois, sendo necessária a oficialização do momento da
aliança entre Deus e a nova família;
DISCORRER
sobre a monogamia como modelo bíblico de família.
Interação
Professor, é imprescindível haver um bom relacionamento entre os
docentes de uma mesma classe, pois isso influencia diretamente no trabalho a
ser realizado. Por isso, agende uma reunião com seu(s) colega(s), a fim de
ouvir e sugerir novas ideias, discutir o tema do trimestre, desenvolver
estratégias e atividades para a classe, etc. Faça desse momento um
estreitamento de laços. Independente de quantos professores existam na classe,
todos devem trabalhar com um só propósito, o que só é possível se houver um bom
diálogo. Assim, realizarão muito mais pela classe, uma vez que, ao planejar as
atividades do trimestre e dividir as tarefas entre todos, ninguém ficará
sobrecarregado e o trabalho será bem mais dinâmico.
Orientação
Pedagógica
Estimado professor, selecione imagens que demonstrem os diferentes
tipos de família inventados ao longo da história (tópico I). Elas podem ser
extraídas de revistas, livros ou da internet. Promova uma discussão sobre o
assunto à medida que expõe gradativamente as imagens, a fim de que não haja
dispersão. Caso não disponha de algum recurso para exposição, distribua as
imagens entre os alunos para que cada um participe, mas não deixe de realizar a
atividade. No final da aula, proponha que seus alunos pesquisem durante a
semana as estatísticas de casamento e divórcio no Brasil, bem como sobre
curiosidades como o número de solteiros e o tempo médio de duração do
casamento. Se preferir, selecione alguns alunos e peça que se organizem para
apresentar os dados da pesquisa na próxima semana.
Texto bíblico
Mateus 19.1-8
1. E aconteceu
que, concluindo Jesus esses discursos, saiu da Galileia e dirigiu-se aos
confins da Judeia, além do Jordão.
2. E seguiram-no
muitas gentes e curou-as ali.
3. Então, chegaram
ao pé dele os fariseus, tentando-o e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar
sua mulher por qualquer motivo?
4. Ele, porém,
respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez
macho e fêmea
5. e disse:
Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa
só carne?
6. Assim não são
mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem.
7. Disseram-lhe
eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?
8. Disse-lhes ele:
Moisés, por causa da dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa
mulher; mas, ao princípio, não foi assim.
INTRODUÇÃO
O
mais antigo e elementar agrupamento humano, denominado família, em torno do
qual a história da civilização se desenvolve, adquiriu inúmeros e diferentes
contornos ao longo das gerações, de acordo com a cultura de cada povo que se
espalhava pela face da Terra.
A
deturpação começou como fruto da existência de um padrão de vida distante da
presença do Senhor adotado por Caim e seus descendentes (Gn 4.23) e continuou
até os dias hodiernos, com arranjos legalizados em dissonância da Palavra de
Deus. O Senhor, porém, gravou na natureza humana o seu projeto familiar
original, desde cedo, o qual foi inaugurado no Éden: a família tradicional
monogâmica, genuinamente bíblica, formada a partir de pais e filhos.
I - DIREITO E FAMÍLIA
1. Conceito.
A
família traduz-se como um grupo social indispensável para o estabelecimento de
uma civilização forte e duradoura. Ela é a célula-mãe de todas as instituições
sociais. A definição de família, à luz do direito, pode, entretanto, assumir
várias conotações, dependendo da cultura e da época da sociedade que se
analisa. Contudo, independentemente da cultura ou mesmo dos aspectos
históricos, há certa convergência em estabelecer que a família se constitui no
grupo social composto por pessoas ligadas pela consanguinidade, afinidade e/ou
pela existência de vínculos matrimoniais. Entre os hebreus é certo garantir que
a expressão família abrangia muito além de cônjuges e descendentes, pois
incluía também os parentes por afinidade e os escravos (Gn 47.12), não obstante
somente os filhos pudessem herdar os bens.
A
exceção era para o caso de não haver filhos, em que a herança iria para o
escravo mais antigo, nascido na casa (Gn 15.2-4).
2. Relevâncias
jurídicas e sociais.
O
cuidado com as questões familiares apresenta-se como algo tão importante para a
sociedade que existe uma área do direito dedicada exclusivamente a esse estudo
- o Direito de Família.
Nas
grandes cidades do Brasil, por exemplo, o Poder Judiciário destina juízes para
julgarem apenas causas que envolvam essas questões (divórcio, pensão
alimentícia, guarda de filhos, direito de visitas dos filhos, dentre outras),
pois reconhece a relevância da matéria para o bem estar das pessoas. É a vida
de todos nós que está em pauta. O assunto, portanto, é vital não apenas na
seara espiritual, mas em todos os aspectos da existência. Um tema caro,
sensível e urgente.
3. Variantes
históricas.
Dentre
os tipos de famílias inventadas socialmente, mas que nunca tiveram aprovação de
Deus podemos citar a poligamia (um marido e várias esposas), poliandria (uma
esposa e vários maridos), e casamento em grupo (não há casais fixos, e as
crianças são criadas pela comunidade inteira).
Observa-se,
ainda, uma novidade nessa área, nunca antes conhecida na história, o casamento
entre pessoas do mesmo sexo. É bem verdade que a prática homossexual possui
registros históricos nas sociedades desde a antiguidade, mas nunca as relações
homoafetivas (para usar um termo pós-moderno) foram estabelecidas como
modalidade de família, nem muito menos se ouviu falar de que pudessem adotar
filhos!
Pense
Será que Deus se importa com o
tipo de família que é constituída socialmente?
Ponto
Importante
O amor de Deus não permite que
Ele fique indiferente a questões que prejudiquem o desenvolvimento humano
II - A FAMÍLIA DURANTE OS
SÉCULOS
1. O padrão
divino.
No
livro de Gênesis Deus estabeleceu o padrão para a família. Está escrito:
"Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua
mulher, e serão ambos uma carne" (Gn 2.24). E Jesus complementou:
"Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem" (Mc 10.9). A
família começa, assim, com homem e mulher, quando eles deixam a casa de seus
pais e se unem para formar um novo núcleo familiar. Simples assim. Qualquer
outra variação familiar carece de respaldo bíblico.
A
poligamia, por exemplo, foi tolerada por Deus em determinados períodos, mas
vê-se claramente, na Bíblia, as funestas consequências sofridas por quem andou
por esse caminho (Gn. 30.1,2; 1 Rs 11.3). O fato é: o padrão de Deus para o
casamento é que ele seja monogâmico (cada qual deve ter apenas um cônjuge),
heterossexual (realizado entre homem e mulher), monossomático (os cônjuges
devem se tornar uma só carne) e indissolúvel (deve durar para sempre).
2. O homem como
chefe da família.
Na
Bíblia, a cultura familiar era eminentemente patriarcal, ou seja, o pai era o
chefe da família. Isso estava na raiz da prática social (Gn 3.16). Não se
encontra, por outro lado, nenhuma referência bíblica de sociedade que fosse
matriarcal.
O
pai, assim, no Antigo Testamento, tinha direitos de vida e morte sobre os
membros da sua família (Dt 21.11-21). Por outro lado, o mais antigo ascendente
paterno no clã familiar (avô, bisavô, etc.) detinha autoridade sobre toda a
descendência (Gn 9.25,27; 27.27-40; 48.15,20; 49) e, caso houvesse
desobediência, a morte poderia ser o castigo (Dt 21.18-21).
Cabia,
ainda, ao pai a instrução religiosa e secular dos membros da família (Êx
12.12.26; Dt 6.20). No Novo Testamento, manteve-se o princípio. O pai continuou
sendo o cabeça da família, devendo ser submissos a ele a esposa e os filhos.
3. Afetividade é
suficiente?
Há
um novo padrão de família se estabelecendo, não só no Brasil, mas em muitos
países do mundo: a união estável entre homem e mulher. O casal passa a viver
junto, mas não se casa. Nisso há uma importante questão de natureza espiritual.
Pergunta-se:
O casal em união estável tem a bênção de Deus? A afetividade é suficiente para
a formação de um núcleo familiar? Homem e mulher podem unir-se para construir
uma nova família, independentemente do casamento? Dizem os críticos do
casamento: "O casamento é só um pedaço de papel. Para que casar?" E é
verdade! O casamento é um pedaço de papel. Como a escritura de um imóvel, o
documento de um carro e o dinheiro também se resume a um papel, mas não se vê
ninguém desprezando tais documentos.
O
casamento é um pedaço de papel que chancela o momento da aliança entre Deus e a
nova família que desabrocha, devendo, por isso, ser amado e respeitado. Um
documento que estabelece um novo status social aos nubentes, que cria direitos
e deveres, que faz com que, aos olhos de Deus, não sejam vistas mais duas
pessoas, mas apenas uma. A Bíblia diz: "Venerado seja entre todos o
matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos
adúlteros Deus os julgará" (Hb 13.4).
Pense
Alguns jovens, não crentes,
pensam que o casamento é algo muito complicado, e acreditam que é melhor que o
rapaz e a moça primeiro passem a morar juntos e, depois, se der certo, pensem
em casar.
Ponto
Importante
O padrão divino para a família
é a melhor experiência da vida. O Senhor, que fez a família, sabe que começar
bem no casamento faz toda a diferença no futuro.
III - A MONOGAMIA COMO MODELO
BÍBLICO
1. No Antigo
Testamento.
Os
homens que andaram com Deus tiveram, em regra, relacionamentos monogâmicos,
mesmo no período anterior à lei Mosaica. As exceções resumem-se quase que
exclusivamente a Jacó (por contingências culturais contrárias à sua vontade) e
Davi (por causa de alianças políticas). Adão, Sete, Enoque, Noé, Isaque, os
filhos de Jacó, Moisés, Arão, Josué, Samuel, Jó, Ezequiel, Oseias, dentre
muitos outros tiveram casamentos monogâmicos, não obstante a sociedade
admitisse a poligamia.
No
caso de Abraão, a opção de coabitar com Agar foi de sua mulher, atendendo a um
costume antigo, mas quando Sara pediu que ele despedisse a escrava egípcia e
Ismael, Abraão mandou-os embora sem nenhuma herança. Assim, a rigor,
tecnicamente, Abraão não foi bígamo. Por fim, quando ele casou com Quetura, sua
segunda esposa, Sara já havia falecido.
2. No Novo
Testamento.
Do
mesmo modo, no tempo de Jesus, a família judaica surgia predominantemente de
casamentos monogâmicos. Em Mateus 19.3 Jesus é questionado pelos fariseus sobre
a dissolução de um casamento. Em Mateus 22.23-28, por outro lado, os saduceus
questionaram Jesus sobre um problema teológico em relação à lei do levirato (Gn
38.7-11). A questão de fundo, portanto, era a importância, diante de Deus, do
casamento entre um homem e uma mulher.
3. Atualidade
nacional.
No
Brasil, o Código Civil de 1916 apresentava o marido como o chefe da família,
sendo a esposa e os filhos hierarquicamente inferiores, devendo obediência ao
primeiro; já os filhos ilegítimos (adulterinos e incestuosos) não eram
considerados herdeiros.
O
casamento era indissolúvel. O divórcio veio a ser permitido apenas em 1977. Com
a Constituição Federal de 1988, a família, legalmente, perdeu o modelo
patriarcal, ao deixar isonômicos os direitos do marido e da mulher na sociedade
conjugal, bem como colocou fim a uma longa história de discriminações com
relação à filiação, tanto de natureza pessoal como hereditária. Diante de
recentes decisões do Supremo Tribunal Federal, está sendo admitido o casamento
entre pessoas do mesmo sexo e, inclusive, a adoção de crianças por casais
homoafetivos. Lamentável! O pastor norte-americano John Macarthur, logo após a
Suprema Corte daquele país aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo,
publicou uma carta aberta afirmando que a aprovação do casamento gay não altera
o conceito de Deus. Suas palavras consubstanciam uma irretorquível verdade, que
incomoda uma geração que se esqueceu do padrão de Deus para o viver em
sociedade.
Pense
Reconhecendo a lei humana a
existência de arranjos matrimoniais diferentes da monogamia, o que fazer?
Aprovar a lei dos homens ou ficar com a de Deus?
Ponto
Importante
A união entre marido, mulher e
filhos foi o projeto de família escolhido pelo Senhor para a humanidade.
SUBSÍDIO
I
"Uma casa deve ser edificada sobre a obediência a Deus, em
cada experiência prática humana da vida. Um lar deve ser edificado sobre a
decisão de papai e mamãe de terem as suas ações adequadas ao plano de Deus. Se
quisermos pensar na casa como uma estrutura, essa variedade de sabedoria é a
base. Se o marido e a esposa não estabelecerem o seu casamento sobre um
compromisso de conhecer a Deus pessoalmente, e traduzir o seu relacionamento
com Ele na vida prática, a sua família e a sua casa não serão estáveis.
Desde muito cedo em nosso casamento, minha esposa Cynthia e eu
assumimos um compromisso. [...] 'Tudo o que a Bíblia disser, nós faremos".
Se alguma vez discordamos de alguma coisa, consultamos as Escrituras, não como
meio de coagir um ao outro, mas com um espírito de busca do pensamento de Deus
- permitindo que a Palavra dEle seja o nosso desempate.
O nosso casamento está longe de ser perfeito, mas nós temos uma
boa parceria. A nossa casa, com os nossos quatro filhos, não deixou de ter
problemas importantes em algumas ocasiões, mas esse compromisso - estou
convencido - salvou o nosso lar da autodestruição e deu aos nossos filhos uma
plataforma estável de onde podem iniciar as suas próprias vidas"
(SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp.
131, 132).
CONCLUSÃO
Famílias
pós-modernas são formadas por filhos rebeldes que não obedecem a Deus nem
respeitam seus pais e por cônjuges que buscam, cada vez mais, o divórcio. Não
há mais lugar para Jesus e para a Bíblia na maior parte dessas famílias! Qual o
fim disso tudo? O que fazer? Está escrito: "Porém, se vos parece mal aos
vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais [...] porém eu e a
minha casa serviremos ao Senhor" (Js 24.15).
HORA DA REVISÃO
1. Cite três características que o casamento
deve ter.
Monogâmico,
heterossexual e indissolúvel.
2. Por que a família deve ser preservada nos
moldes bíblicos?
Porque
a família, nos moldes bíblicos, é a "célula mãe" da sociedade, que a
preserva de deterioração.
3. Cite dois exemplos de homens de Deus que
foram polígamos.
Jacó
e Davi.
4. Em qual versículo bíblico está o padrão
que Deus estabeleceu para a família?
Gênesis
2.24.
5. Segundo a lição, em qual ano, no Brasil, a
família perdeu legalmente o modelo patriarcal?
Em
1988, com a promulgação da Constituição Federal.