Lições Bíblicas BETEL: 4° Trimestre de 2023 | REVISTA:
TERCEIRA EPÍSTOLA DE JOÃO: Instituindo o discipulado baseado na verdade,
no amor e fortalecendo os laços da fraternidade cristã.
TEXTO ÁUREO
“Amado,
procedes fielmente em tudo o que fazes para com os irmãos e para com os
estranhos” 3 João 5
VERDADE APLICADA
Como Jesus, devemos abundar em amor e, assim, sermos servos uns dos
outros.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1.
Mostrar
que o poder está em servir ao menor.
2.
Expor
o verdadeiro sentido do serviço cristão
3.
Ensinar
que o propósito de Deus para a discípulo é servir
TEXTOS DE REFERÊNCIA
FILIPENSES
2
1-
Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se
alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões,
2-
Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo
ânimo, sentindo uma mesma coisa.
3-
Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere
os outros superiores a si mesmo.
4-
Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o
que é dos outros.
5-
De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA – Mt 20.28 O verdadeiro discípulo tem prazer em
servir.
TERÇA – Mt 23.11 O maior deve servir o menor.
QUARTA – Jo 12.26 O que serve será honrado por Deus.
QUINTA – 1 Co 10.33 Trabalhar em prol dos outros.
SEXTA – 1Pe 4.10 Servir como despenseiro de Deus.
SÁBADO – 1 Pe 5.3 Ser o exemplo do rebanho.
HINOS SUGERIDOS: 93, 283, 418
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que os ministros de Deus tenham
o mesmo sentimento de Jesus.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1–
O que é servir
2–
A quem servir
3–
Chamado para servir
Conclusão
INTRODUÇÃO
Jesus
é o maior e mais perfeito exemplo de serviço ao próximo. Ele é o Deus que
deixou a Sua glória para servir com Sua própria vida, mostrando que o
verdadeiro poder de um discípulo é quando se torna servo.
1. O QUE É SERVIR
O
conceito de servir é bastante amplo, no entanto, de forma resumida, o
dicionário diz que é: “Ser útil a alguém ou algo, auxiliando-o a realizar ou
conseguir alguma coisa; estar às ordens; atender a um propósito; zelar por
alguém “. Nesse contexto, é impossível e desafiador ser um discípulo de Cristo
e não se aplicar a essas atividades [1Pe 4.10]. É ser obediente a Deus, é
seguir uma vocação [1Co 15.58], é amar “os irmãos e os estranhos”, é imitar
Jesus e tê-lo como fiel modelo a ser seguido [1Co 11.1].
1.1.
Fazer o que Deus manda.
Jesus
disse que quem não dá fruto, Ele corta; e o que dá fruto Ele poda, para
frutificar ainda mais [Jo 15.2]. Isso significa que Deus espera dos seus
discípulos que sirvam com excelência! Trabalhar para Deus é fazer o que Ele
manda. Jesus foi um “trabalhador” do Pai, servindo debaixo de obediência [Fp
2.8]. Quando o discípulo deixa de glorificar a Deus e de fazer seu trabalho,
que é servir, está “seguindo o mau exemplo”, como Diótrefes [3 Jo 11].
Tiago 4.17 diz: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz, comete pecado”.
Já recebemos uma ordem de Deus, quando disse: “Não me escolhestes vós a mim,
mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso
fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo
conceda. Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros.” [Jo 15.16-17]. O
verdadeiro discípulo pressupõe disposição para servir, e não para ser servido.
Uma excelente companhia para o discípulo é a virtude da humildade que,
infelizmente, nos dias de hoje, não tem sido mais considerada uma virtude.
Agindo assim, opõe-se a Jesus, que declarou: “Bem como o Filho do Homem não
veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em resgate de
muitos.” [Mt 20.28]. Ser discípulo não é “dar ordens”, é receber uma ordem e
cumpri-la.
1.2.
Ser humilde imitando Jesus.
O
termo humildade tem origem no latim humus, que significa “terra, chão”. Ser
humilde não é, portanto, estar nas alturas; Jesus, que estava, desceu. A
humildade de Jesus é um dos grandes destaques em Sua liderança. Ele diz sobre
si mesmo: “… pois sou manso e humilde de coração” [Mt 11.29].
Mesmo
sendo Deus, Jesus se humilhou, fazendo-se homem e servo, conforme relata
Filipenses 2. O orgulho é oposição à humildade, por isso “Deus resiste aos
soberbos, mas dá graça aos humildes” [Tg 4.6]. O discípulo orgulhoso, que
despreza a humildade por se achar mais importante que qualquer outro, está
manifestando a “Síndrome de Diótrefes” e será destituído do que ele julga ser
“seu poder”. Qualquer discípulo sem humildade, que fale com arrogância, não é
um bom líder [Jr 48.29]. Mas os que imitam Jesus, sua forma de interagir com as
pessoas, acertam em todos os aspectos de sua vida, demonstrando compaixão,
altruísmo, empatia e amor [Jo 8.3-11].
O Autêntico discípulo é comprometido com Cristo e está alinhado aos
seus valores: é humilde, não grita, não manipula nem intimida as pessoas.
Afinal de contas, quem tem bons argumentos não precisa elevar o tom de sua voz
nem fazer intimidações. Quanto mais alguém se impuser por meio da acidez
verbal, menos será ouvido, falar com grosseria é próprio de quem é moralmente
fraco, e precisa, pela intimidação, impor aquilo que não consegue pela razão.
1.3.
Amar e obedecer.
Por
amor, Deus enviou Jesus para nos salvar [Jo 3.16]; e o Filho, em obediência,
cumpriu Seu chamado, dando Sua vida por amor a nós [Ef 5.1-2]. Cristo foi o
maior exemplo de servo por Sua obediência. Em Filipenses 2.8, Paulo escreve que
Jesus foi “obediente até à morte, e morte de cruz” e nos exorta a termos “o
mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus” [Fp 2.5].
O amor e a obediência são importantes traços do caráter de um
verdadeiro cristão. Ao contrário do que muitos pensam, ser discípulo não
significa ser autônomo, fazer o que quiser. Mas amar as pessoas e servi-las.
Warren W. Wiersbe disse: “Um dos problemas das igrejas de hoje é o número
excessivo de celebridades e a falta de servos”. João exorta a procedermos
“fielmente em tudo o que fazemos para com os irmãos, e para com os estranhos”.
Diferentemente de Diótrefes, que só pensava em vantagens pessoais, a igreja
também tinha Demétrio e Gaio, dispostos a servir.
EU ENSINEI QUE:
Ser um verdadeiro discípulo não é um poder em si mesmo, mas o
exercício da vocação divina para o serviço cristão. Mesmo discípulos de Cristo
podem “contrair” a Síndrome de Diótrefes, razão pela qual devem, em tudo,
imitar Jesus.
2. A QUEM SERVIR
O
discípulo de Cristo demonstra amor a Deus enquanto serve aos diversos grupos de
pessoas [Hb 6.10] que carecem de sua assistência espiritual, social e amor.
Entre eles: os pobres, órfãos e viúvas, prioritariamente [Tg 1.27]; a
comunidade de fé [Gl 6.10]; os conhecidos e desconhecidos [Lc 10.25-37]; os
nacionais e os estrangeiros [Mc 16.15]. O fato é que servir se refere a dar
suporte ao outro, ajudando a levar as cargas pesadas [Gl 6.2]. Assim, a
expressão que melhor caracteriza um autêntico discípulo é a de servo.
2.1.
A Deus.
Servir
a Deus é cumprir com alegria e dedicação as tarefas que nos foram dadas [SI
100.2]. Jesus sintetizou assim: “Em verdade vos digo que quando o fizestes a um
destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” [Mt 25.40]. A mensagem é simples:
fazer aos outros é servir a Deus! Diótrefes não tinha esta visão, ele servia a
si próprio. João escreve: “Quem faz bem é de Deus; mas quem faz mal não tem
visto a Deus” [3]o 11].
John R. W. Stott (1, 2 e 3 João – Introdução e comentário, Vida
Nova, 1982, p. 196): “João deixa a sua descrição do dano que estava sendo feito
por Diótrefes para dar uma palavra de conselho pessoal a Gaio, seguida de uma
recomendação de Demétrio. Talvez esteja preocupado, temendo que mesmo Gaio
fosse influenciado por Diótrefes. (…) O imperativo “sigas” é mimou, imites.
Todo indivíduo é um imitador. É-nos natural olhar outras pessoas como nosso
modelo e copiá-las. (…) mas Gaio deve escolher cuidadosamente o seu modelo”.
Nós também precisamos estar bem atentos quanto aos nossos referenciais,
principalmente quanto à nossa atuação em uma igreja local.
2.2.
Ao povo.
Gaio
foi reconhecido por João por ser um cristão generoso e hospitaleiro, que dava
abrigo aos missionários [3 Jo 3-8]. Com isso, além de estar participando
ativamente da evangelização, também era um promotor de edificação e bom
testemunho na igreja local. Diótrefes não tinha a mesma atitude altruísta. Ao
contrário, era ambicioso e arrogante. A qualidade do verdadeiro discípulo é
mensurada pelo amor demonstrado aos outros. Ser um verdadeiro discípulo é
considerar as pessoas superiores a si mesmo [Fp 2.3]. O zelo de Jesus fez com
que nenhum daqueles que Deus o havia dado se perdesse [Jo 17.12].
Gaio e Demétrio eram homens comprometidos com a verdade, amorosos e
humildes, participantes dos sofrimentos de Cristo. Quanto a Diótrefes,
tratava-se de um prepotente, cuja energia física e emocional era gasta naquilo
que não era essencial. O discípulo que se inspira Jesus serve em seu ministério
tendo Jesus como modelo, construindo um relacionamento.com base no amor e no
respeito a todos sem distinção.
2.3.
A Igreja.
Pedro,
um dos primeiros líderes da igreja, recomendou: “Apascentai o rebanho de Deus,
que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem
por torpe ganância, mas de ânimo pronto.” [1Pe 5.2].
A
responsabilidade do verdadeiro discípulo é cuidar do rebanho de Cristo, como
recomendou e exemplificou o apóstolo Paulo [2Co 11.28]. A igreja é formada por
pessoas e servi-las é servir a Deus. Jesus disse claramente a Pedro: “Amas-me?
(…) Apascenta as minhas ovelhas” [Jo 21.16]. Paulo ensina que o amor fraternal
e a honra devem ser regra no serviço à comunidade cristã [Rm 12.10].
João mostra que Diótrefes errou ao não se inspirar em Jesus, o
Cabeça, que ama e defende a Igreja. Ele julgava ser o senhor da igreja, por
isso excluía quem não acatava “suas” proibições e ordens abusivas, tendo,
assim, seu discipulado reprovado [3]o 10]. Além disso, demonstrava não conhecer
o Senhor da Igreja [Cl 1.18].
EU ENSINEI QUE:
Servir é estar disposto a ser um cooperador junto a Deus, às
pessoas, especialmente as mais vulneráveis, e à Igreja.
3. CHAMADO PARA SERVIR
Jesus
deixou Sua glória para servir. Ele próprio explica Sua missão ao dizer que não
“veio para ser servido, mas para servir” [Mt 20.28]. E fala ainda que “o servo
não é maior que seu senhor” [Jo 13.16], indicando que nós também fomos chamados
para servir.
3.1.
Como um diácono à mesa.
Em
Atos 6, vemos a instituição do diaconato na igreja, diante de uma necessidade
que os líderes passaram a ter, à medida que a igreja crescia [At 2.41, 47]. O
termo diácono vem do grego e significa “ministro”, “servo”, “ajudante”. Essa
função se tornou crucial para que os apóstolos se dedicassem à pregação e à
oração, enquanto os diáconos serviam aos irmãos: “Não é razoável que nós
deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos … de boa
reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria” [At 6.2-3a]. Eles deveriam
servir bem nesta função, para com isso adquirir para si uma boa posição e muita
confiança na fé em Cristo [1 Tm 3.13].
Todos devem servir, mas cabe aos diáconos um serviço primordial de
acolhimento e assistência social aos necessitados. A função diaconal foi
instituída porque as viúvas estavam sendo esquecidas [At 6.1]. Assim, foram
“escolhidos para servir à mesa”.
3.2.
Como um pastor no aprisco.
O
discípulo que exerce a liderança, assim como um pastor de ovelhas, é um zelador
e, também, um guia que cuida (apascenta) das ovelhas no aprisco [Sl 23].
Um
discípulo verdadeiro, assim como um pastor de ovelhas, assume o cuidado e
responsabilidades para garantir a segurança do rebanho, bem como a orientação
para mantê-lo vivo; nenhuma ovelha subsistirá sem o cuidado do pastor, assim
também o discípulo sem o Mestre Supremo. A liderança deve alimentá-las com a
Palavra de Deus e ser capaz de ajudar a aumentar a fé de suas ovelhas [Rm
10.17]. Pedro, que foi chamado para apascentar as ovelhas de Cristo [Jo 21.17],
elenca uma série de atividades próprias da liderança que cumpre corretamente
seu chamado [1 Pe 5.2-3].
O discípulo de Cristo precisa estar sempre aberto ao diálogo e
desejoso para fazer a vontade de Deus [2Co 6.11]. Ele usa sua autoridade de
forma que promova a obra de Deus e não qualquer agenda pessoal. Diótrefes
olhava para a igreja local do alto do pedestal, abusando das suas atribuições.
Para ele, ser um autêntico discípulo era exercitar arbitrariamente o poder.
Esse nunca foi o comportamento avalizado por Deus. Jesus disse: “Eu sou o bom
Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o mercenário, que não é pastor,
de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo
as arrebata e dispersa.” [Jo 10.11-12].
3.3.
Como um samaritano na rua.
Servir
não diz respeito às quatro paredes de uma igreja, mas mostrar o amor e
misericórdia de Deus em qualquer lugar [Lm 3.22]. Na Parábola do “Bom
Samaritano”, Jesus mostra isso a um doutor da lei (religioso) que queria saber
como herdar a vida eterna. Com as figuras de um sacerdote, um levita e um
samaritano, Cristo mostra que apenas este último serviu àquele que estava
ferido na estrada, enquanto os outros sequer pararam para socorrer aquele homem
[Lc 10.25-37].
A essência do cristianismo é servir ao próximo. E isso acontece
quando deixamos nossas próprias necessidades para atender, socorrer, amparar,
aconselhar, cuidar daquele que precisa de ajuda. Não se trata de cargos, mas de
serviço. Não é necessário atribuição ministerial para ser mais sensível ao
clamor do necessitado, servindo seu próximo com amor [At 9.36].
EU ENSINEI QUE:
Existem diversas funções e atribuições no ministério cristão, mas a
todos os que as ocupam está uma incumbência principal: servir. Assim, todos
devem estar atentos e prontos a assistir ao seu próximo, quer dentro de sua
comunidade de fé ou fora dela [Gl 6.9-10).
CONCLUSÃO
Quando
entendemos o que significa servir, estamos conscientes de que este é o chamado
primordial do ministério cristão, tendo Jesus como nosso principal exemplo.
Além disso, compreendemos que o alvo de nosso serviço deve ser as pessoas, na
igreja e em outros ambientes que frequentamos, e não nós mesmos.
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