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Lição 7 Abraão e a prova de fé (Lições Betel)

Lições Bíblicas BETEL: 2° Trimestre de 2023 | REVISTA: GÊNESIS – A segurança de viver pela fé nas promessas de Deus

TEXTO ÁUREO

“E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho.” Gênesis 22.8a

VERDADE APLICADA

Como discípulos de Cristo, enquanto neste mundo, vamos passar por diversas provações que contribuem para nosso aperfeiçoamento e fortalecimento.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Falar sobre a provação de Deus a Abraão.

Mostrar a obediência de Abraão a Deus.

Explicar que a providência de Deus aponta para Cristo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

GÊNESIS 22

02 E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.

03 Então se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho e fendeu lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera.

04 Ao terceiro dia, levantou Abraão os seus olhos e viu o lugar de longe.

05 E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o seu moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós.

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA | Sl 40.5-9

A obediência é melhor do que o sacrifício.

TERÇA | Is 53.4-7

Deus fez cair sobre Jesus a nossa iniquidade.

QUARTA | Mt 10.37-39

Amar a Deus acima de todas as coisas.

QUINTA | Jo 3.16

Deus amou o mundo de tal maneira.

SEXTA | Rm 8.32

Deus entregou Seu Filho por todos nós.

SÁBADO | Hb 11.17-19

Pela fé, ofereceu Abraão a Isaque.

HINOS SUGERIDOS: 141, 186, 377

MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore para que possamos confiar mais em Deus e no que Ele nos dá em Cristo.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução

1– A provação

2– A obediência

3– A providência

Conclusão

INTRODUÇÃO

Assim como o ouro, só sabemos que uma fé genuína é qualificada quando passa pelo fogo da provação. Este episódio na vida de Abraão nos apresenta uma poderosa lição sobre isso.

PONTO DE PARTIDA

Deus prova a nossa fé, mas provê a solução.

 

1. A PROVAÇÃO

No primeiro chamado de Abraão Deus diz: “Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei” [Gn 12.1]. Neste momento, Ele chama Abraão novamente e diz: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” [Gn 22.2.

1.1. Recebido por milagre, entregue pela fé.

Apóstolo Pedro diz que as provações têm um papel importante para a fé: provar sua qualidade e pureza e redundar em louvor a Deus na revelação de Jesus Cristo [1Pe 1.7]. Abraão já tinha fé e já havia sido justificado por Deus [Gn 15.6]. Mas Deus ainda assim prova a fé de Abraão [Gn 22.1-2]. Por que Deus ainda precisaria de uma prova de fé do seu servo? Na verdade, não é Deus quem precisava, mas Abraão. Deus quis que Abraão conhecesse a qualidade de fé que ele possuía em Deus. Sua fé teria implicações universais. Deus ordena a Abraão que ofereça seu único e tão esperado filho em holocausto a Deus. Abraão recebeu, após longa espera, Isaque por milagre e agora deveria devolvê-lo por fé.

 

Comentário de Gênesis – Bruce K. Waltke: “O ponto focal desta história não é o perigo que Isaque correu, mas o perigo que Abraão correu em sua relação com Deus. A palavra hebraica “provou” não significa “induzir ao erro”. Com um objetivo pessoal, significa “testar alguém para ver se o mesmo prova ser digno” [1Rs 10.1; 2Cr 9.1; Dn 1.12, 14]. Youngblood sumaria assim: “Satanás nos tenta com o fim de nos destruir [1Pe 5.8; Tg 1.15; Rm 6.23]; Deus, porém, nos testa com o fim de nos fortalecer [Êx 20.20; Dt 8.2].”

 

1.2. A quem amas.

O amor de Abraão por Deus seria medido por aquilo que Abraão mais amava e ainda assim estaria disposto a ofertar ao Senhor. Se Abraão negasse seu filho a Deus, estaria dizendo que não amava a Deus mais do que a família. Esta é a segunda ordem aparentemente absurda que Deus dá a Abraão. Na primeira ele precisa deixar sua terra e parentes. Agora ele precisa abrir mão do seu herdeiro, aquele que seria responsável pelo cumprimento das grandiosas promessas. Mas Abraão não apenas amava a Deus. Ele confiava em Deus. Mesmo sem saber exatamente como Deus iria agir, ele sabia que Deus iria prover uma solução.

 

Comentário Bíblia Nova – D. A. Carson: “Este é um dos episódios mais dramáticos e de mais importância teológica de Gênesis. O comando cruel para sacrificar Isaque, a dor da ascensão solo de Abraão e seu filho para o lugar de sacrifício, o doloroso processo de amarrar o menino e o colocar sobre o altar, e a intervenção do céu de última hora faz desta história uma das melhores histórias não contadas da literatura mundial. Mas é muito mais do que isso. É a última grande prova de fé de Abraão, comparável à chamada original para deixar sua casa e família (cf. v. 2 com 12.1).

 

1.3. Amarás o Senhor, teu Deus, acima de todas as coisas.

Deus prometeu dar a Abraão muitas coisas na vida. Além de muita riqueza, uma geração grandemente numerosa. Mas parece que antes de Abraão receber tudo isso, ele tem que abrir mão de muita coisa. Ele já havia aberto mão da sua terra natal [Gn 12]. Já havia aberto mão das melhores terras em razão do seu sobrinho Ló [Gn 13.1-18]. Já havia aberto mão de Ismael, pois ele não seria o seu herdeiro [Gn 21.9]. E agora o maior sacrifício da sua vida está sendo pedido por Deus: Isaque, seu amado filho. Parece que somente quando estamos dispostos a “perder” tudo por causa de Deus, estamos preparados para receber todas as bênçãos de Deus sem fazer das Suas bênçãos um objeto de idolatria.

 

Comentário Bíblico Broadman – Gênesis: “A sua narrativa faz inquirições à mais profunda compreensão do relacionamento de Deus com o homem. Isaque não era apenas o filho amado de Abraão; ele representava o objetivo de toda a vida dele e todas as promessas que Deus havia feito a ele. Se ele entregasse Isaque a Deus, não restaria mais nada. O que Deus dera, parecia que agora estava tomando de volta. Não se esperava que Abraão entendesse; esperava-se apenas que ele obedecesse.”

 

EU ENSINEI QUE:

O nosso amor por Deus é determinado por aquilo que estamos dispostos a abrir mão por causa dEle.

2. A OBEDIÊNCIA

Quando amamos a Deus mais do que tudo, queremos obedecê-Lo em todo o tempo. Sabemos que Ele sempre tem o melhor e bem-aventurado àquele que se submete à boa, perfeita e agradável vontade do Senhor.

 

2.1. Uma pronta obediência.

“Então se levantou Abraão pela manhã, de madrugada” [Gn 22.3]. Certamente Abraão não conseguiu dormir aquela noite. Ele está ansioso para passar por aquela difícil via de obediência. Quantos de nós protelamos ao máximo uma obediência específica a Deus? Principalmente quando se trata de uma obediência difícil. A fé, porém, antevê o gozo futuro em Deus.

 

Comentários Bíblicos – Gênesis – João Calvino: “Eis-me aqui” foi a pronta resposta de Abraão mesmo sem saber ainda o que Deus queria. Calvino destaca esta prontidão. “Sem dúvida esta é a genuína submissão: quando estamos prontos para agir, antes mesmo que a vontade de Deus nos seja conhecida. De fato, descobrimos que todos os homens estão prontos a vangloriar-se de que farão o que fez Abraão; mas, quando a provação lhes chega, se esquivam do jugo de Deus. O santo homem, porém, imediatamente prova, por seu próprio ato, quão verdadeira e seriamente professara que, sem demora, e sem disputa, se sujeitaria à mão de Deus.”

 

2.2. Uma obediência cheia de esperança.

Embora Abraão já tivesse o filho Ismael, seria por meio de Isaque que Deus prometeu cumprir Suas promessas em Cristo [Gn 17.16-19]. Agora Deus está mandando tirar a vida daquele por meio de quem Deus iria cumprir seu pacto. Por isso, obedecer a Deus naquele quesito parecia estar indo contra os propósitos e promessas de Deus. Mas Abraão não contesta isso [Hb 11.17]. E mais. Ele diz a dois dos servos que foram com ele até certa distância: “Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós” [Gn 22.5]. Não sabemos como Abraão sabia que teria seu filho de volta. Só sabemos que ele cria em Deus para isso. E sabia que poderia ter esperança em Deus para o futuro.

 

John Piper – Vivendo pela Fé na Graça Futura: “Ainda que nossa fé se baseie em atos decisivos da graça redentora tora do passado, a maneira pela qual a fé opera, momento após momento, para transformar nossos bons propósitos em obras de pureza e amor (paciência, gentileza, mansidão, bondade, fidelidade, domínio próprio) é olhando para cima e adiante, para a fonte ilimitada de graça que vem até nós através do rio de promessas para cada momento do dia. Nós vivemos por fé no poder sempre presente da graça futura.”

 

2.3. Uma obediência dolorosa. A esperança não anula a dor das perdas. Ela apenas nos capacita a não sermos destruídos pela dor. A fé de Abraão o fez obedecer. Mas não anulou a sua dor. Ele esperou muito por este filho e agora estava a ponto de “perdê-lo”. Segundo os costumes antigos de oferta de holocausto, o adorador deveria passar a navalha no pescoço do animal, dividir seus membros, arrumá-los sobre o altar e depois queimá-lo até virar cinzas. Era isto que Abraão tinha à frente para fazer com seu filho amado. Quanta dor apenas a própria imaginação deve ter causado no servo Abraão. Mas ele não retrocedeu na fé. Levantou seu cutelo para o alto.

 

Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “O nome Moriá (hb. Moriyah) significa escolhido por Javé. O sacrifício era um holocausto. A ordem não era Abraão pegar seu filho, feri-lo e depois cuidar dele, a fim de que recobrasse a saúde. Abraão deveria seguir todos os procedimentos necessários para esse tipo de sacrifício, que consistia em queimar o animal (ou a pessoa) inteiramente em oferta a Deus. O impacto desta exigência em Abraão e Sara deve ter sido enorme. Essa imagem dolorosa nos remete ao que o Senhor fez com relação ao Seu único Filho, enviando-o como sacrifício por nós.”

 

EU ENSINEI QUE:

Não devemos protelar no caminho da verdadeira obediência.

3. A PROVIDÊNCIA

A Bíblia revela ao longo da história a infinita providência de Deus, pois Ele é a fonte de todas as coisas que podemos ter na vida. Ele providenciou a nossa existência e pode suprir todas as nossas necessidades.

 

3.1. A providência provisória.

Antes do cutelo descer sobre o pescoço de Isaque, Deus detém Abraão na voz do anjo. Deus viu perfeitamente que, em seu coração, Abraão já havia ofertado seu filho a Deus no altar. A ação, neste caso, seria desnecessária e, obviamente, absurda. Na obediência interior à provação da fé, a fé foi aprovada.

 

Tendo a fé sido aprovada, o filho de Abraão não precisaria mais morrer. Deus providencia outra vida para substituir o sacrifício: o carneiro atrás do arbusto [Gn 22.13]. Precisamos notar que não deixou de haver um sacrifício e, portanto, adoração, mas ele aconteceu por uma providência de Deus [Gn 22.13b]. A resposta de Abraão à pergunta de Isaque sobre onde estava o sacrifício realmente aconteceu. Deus proveu [Gn 22.7-8, 14].

 

Qual deve ser a natural resposta do coração que experimenta a providência de Deus senão o transbordamento de gratidão e adoração? O coração de Abraão que até este momento estava dilacerado de dor, ainda que tivesse fé, é agora inundado de uma alegria incontrolável que o faz reagir de forma agradável a Deus. Broadman: “Deve-se notar que Deus não pediu para Abraão sacrificar o cordeiro; ele apenas lhe disse para não sacrificar Isaque. O sacrifício do cordeiro foi a reação de Abraão à graça de Deus, pois ele o ofereceu em lugar de seu filho.”

 

3.2. A providência definitiva.

A providência provisória no caso de Abraão, que foi um carneiro entre os arbustos, apontava para uma providência definitiva, que foi Cristo, o Cordeiro morto no madeiro. Isaque, em obediência ao seu pai e a Deus, subiu o monte Moriá carregando em seus ombros as lenhas para o seu próprio sacrifício [Gn 22.7].

 

Aproximadamente dois mil anos depois, o nosso melhor Isaque, o Filho de Deus, subiria o calvário carregando sobre os ombros o madeiro onde seria entregue como sacrifício. Diferente de Isaque, Cristo não poderia ser substituído por ninguém, pois, na verdade, Ele estava nos substituindo, recebendo em seu corpo a punição pelos nossos pecados [1Pe 2.24]. Cristo foi a providência insubstituível e definitiva de Deus para nós.

 

R. N. Champlin apresenta alguns tipos impressionantes entre Abraão e Cristo:

“1) Abraão é o Pai que sacrificou Seu Filho como expiação pelo mundo inteiro [Jo 3.16];

2) Isaque é tipo de Cristo, obediente até a morte [Fp 2.5-8];

3) O carneiro é tipo da substituição, especificamente de Cristo, que foi oferecido como oferenda em nosso lugar [Hb 10.5-10];

4) A ressurreição foi tipificada na fé de Abraão de que Deus traria Isaque de volta à vida, se o sacrifício fosse levado a efeito [Hb 11.17-19];

5) A fé que opera através de suas obras, e é ilustrada por elas. Tiago utiliza-se deste trecho nessa demonstração, em Tiago 2.21-23.”

 

3.3. A ressurreição do filho sacrificado.

Não só a decisão de Abraão sacrificar seu filho como oferta a Deus apontava para a morte do Cordeiro insubstituível, que é Cristo, como a certeza de que ele voltaria com seu filho Isaque apontava para a ressurreição de Cristo dentre os mortos. Como Deus havia prometido que em Isaque Abraão teria seus descendentes, e Deus não mente, Abraão obedeceu confiantemente porque “considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar” [Hb 11.18]. E em figura, Isaque ressuscitou [Hb 11.29]. Paulo estava totalmente certo quando disse que Deus anunciou o evangelho primeiro a Abraão [Gl 3.8]. Como falamos nas lições anteriores, a fé que nos justifica é a mesma que justificou Abraão.

 

Comentário Hebreus – Simon Kistemaker: “Com uma fé genuína, Abraão creu que Deus ressuscitaria Isaque da morte. Ele sabia que o poder de Deus é ilimitado e que Deus pode fazer um morto voltar à vida. O próprio Abraão havia experimentado isso: Ele era um “amortecido’ [Hb 11.12] e foi capaz de procriar pelo poder de Deus. A fé de Abraão alcançou o topo da montanha da confiança em Deus quando ele disse a seus servos: “Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós” [Gn 22.5]. Ele sabia que Isaque voltaria com ele. Ele cria que Deus daria vida ao morto [Rm 4.17], mesmo que ninguém ainda tivesse sido ressuscitado da morte até aquele momento da História.”


EU ENSINEI QUE:

Ao olharmos para Abraão devemos lembrar imediatamente de Cristo e glorificar a Ele.

 

CONCLUSÃO

Por esta provação, Deus confirmou as Suas promessas a Abraão mais uma vez [Gn 22.15-18]. Elas não são repetidas para que sejam validadas, mas porque Deus sabe que a fé dos seus servos, de tempo em tempo, precisa ser renovada.

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Lição 6 A bênção de Abraão chega a todos por Jesus Cristo (Lições Betel)

Lições Bíblicas BETEL: 2° Trimestre de 2023 | REVISTA: GÊNESIS – A segurança de viver pela fé nas promessas de Deus

TEXTO ÁUREO

De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.” Gálatas 3.9

VERDADE APLICADA

Nosso passado não define o nosso futuro quando Deus intervém em nossa história.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

1. Apresentar o chamado de Abraão.

2. Mostrar que o chamado de Abraão aponta para Cristo.

3. Destacar que a fé foi a resposta de Abraão a Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

GÊNESIS 12

01 Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.

02 E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção.

03 E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.

04 Assim, partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã.

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA | Gn 15.1-6

Deus anima Abrão e lhe promete um filho.

TERÇA | Gn 17.1-8

Deus muda o nome de Abrão.

QUARTA | Gn 18.9-14

Deus renova a promessa a Abraão e Sara.

QUINTA | Gn 21.1-5

O nascimento de Isaque.

SEXTA | Gn 22.1-14

Deus manda Abraão oferecer seu único filho.

SÁBADO | Gl 3.6-11

Os que são da fé são filhos de Abraão.

HINOS SUGERIDOS: 107, 186, 459

MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore para ter fé e confiar nas promessas de Deus garantidas em Cristo.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução

1– O chamado de Abraão

2– De Abraão para Cristo

3– A resposta de Abraão: a fé

Conclusão


INTRODUÇÃO

O chamado de Abraão aparece no início da história bíblica [Gn 12]. As antigas promessas de Deus feitas a ele atravessam a história, se cumprem em Cristo e abençoam hoje todo aquele que nEle crê [Gl 3.9,14].


PONTO DE PARTIDA

As promessas de Deus se cumprem em Cristo.

 

1. O CHAMADO DE ABRAÃO

A resposta de fé de Abraão é tão incrível quanto à forma inusitada como Deus o chama. Ele ouviu sua voz, creu e obedeceu, saindo de onde estava sem saber para onde ia [Hb 11.8].

 

1.1. Tirado da idolatria.

Quão maravilhosa é a misericórdia e a soberania de Deus. Qual não seria o destino de Abrão se não obedecesse ao chamado de Deus? Criado e cercado pela idolatria, não podemos deduzir outro destino senão as mesmas tradições idólatras dos seus pais [Gn 11.27-32; Js 24.2-3].

 

Deus, porém, chama a Abrão sem lhe mostrar antecedentes, como repetidamente faz depois dos patriarcas quando diz: Eu sou o Deus de Abraão, Isaque a Jacó. Abrão que por toda a sua vida só conheceu falsos deuses, ouviu o chamado específico do único e verdadeiro Deus, e, sem titubear, aceita obedientemente o chamado [Gn 12.1-4]. Em Josué 24.3 Deus diz: “Eu, porém tomei a Abraão…e o fiz andar por toda terra de Canaã”. Glória seja dada a Deus que nos livra dos nossos deuses e nos conduz a Ele.

 

Comentário Bíblico Moody – Gênesis 12: “O propósito de Jeová ainda continua sendo o de chamar pessoas que executem a Sua vontade na terra. Com Noé Ele começou tudo de novo. Sem foi o escolhido para transmitir a verdadeira religião. Os semitas (descendentes de Sem) seriam os missionários aos outros povos da terra. No capítulo 12 Abraão começa a aparecer na linhagem de Sem como o representante escolhido de Jeová. Sobre ele Jeová colocaria toda a responsabilidade de receber e passar adiante a Sua revelação para todos. Do cenário pagão de Ur e Harã saiu o homem de Deus para a estratégica hora da primitiva revelação do Velho Testamento.”

 

1.2. Escolhido para ser abençoado.

É muito importante notar que Deus não diz a Abraão que caso ele vivesse em justiça Deus o abençoaria. Deus o escolhe e promete abençoá-lo [Gn 12.2-3]. As razões tanto para o chamado como as bênçãos de Deus na vida de Abraão tinham a ver com Deus mais do que com Abraão. Isso não significa que Abraão não precisaria viver uma vida de obediência [Gn 12.4]. Mas foi a fé na bênção prometida que gerou a obediência e não o contrário. O poder para viver uma vida que agrada a Deus vem de sabermos e cremos que, em Abraão e em Cristo, seu descendente central, Deus nos abençoou ricamente em Cristo [Gl 3.8; Rm 4.16].

 

Panorama Bíblico – R. C. Sproul: “Deus não simplesmente o abençoa como um indivíduo para seu próprio benefício, mas Abraão é abençoado para que ele seja um veículo de bênção a ser manifestado a multidões que viriam após ele. Ele foi abençoado para ser uma bênção, e esse tema é carregado por todo período do Antigo Testamento, e até para o período do Novo Testamento – quando Deus nos abençoa, Ele o faz para que nos tornemos uma bênção para aqueles ao nosso redor.”

 

1.3. Chamado para um propósito.

O chamado de Deus a Abraão tinha um propósito maior do que Abraão. Deus abençoaria todas as famílias da terra [Gn 12.3]. Todo chamado de Deus para nós é assim. Nunca tem a ver apenas com a gente. Sempre tem propósitos maiores do que a gente, que afetará a vida de muitas pessoas e renderá muita honra para a glória de Deus. Devemos sempre nos lembrar disso quando nos sentirmos desanimados diante dos desafios do nosso chamado. Deixar suas raízes e convívio familiar é um desafio gigantesco para qualquer um. Mas quando entendemos que o chamado de Deus é para algo maior do que a gente, nossa vida se enche de propósito e significância.

 

Comentário Bíblico Moody – Gênesis 12: “Ele teve de deixar amigos, vizinhos, e parentes quando saiu de Ur e outros tais quando partiu de Harã. Em cada caso, o triplo laço de terra, povo e parentes foi seccionado. O Bispo Ryle diz que Abrão recebeu a ordem de:

“a) renunciar às certezas do passado,

b) enfrentar as incertezas do futuro,

c) olhar e seguir a direção da vontade de Deus” (Gênesis na Cambridge Bible, p. 155).

Foi uma grande exigência [Hb 11.8]. Provações severas estavam à espera dele. Este chamado deve lhe ter sido feito enquanto ele ainda vivia em Ur [At 7.2]. Foi renovado muitos anos mais tarde em Harã.”

 

EU ENSINEI QUE:

O chamado de Deus em nossa vida não depende do nosso passado irrepreensível. Deus por Sua graça pode e chama os piores pecadores, muda seu rumo, os abençoa e enche suas vidas de propósito.

 

2. DE ABRAÃO PARA CRISTO

O chamado de Abraão apontava para Cristo. Paulo explica isso em Gálatas e Romanos de forma clara e ampla.

 

2.1. As bênçãos em Cristo.

A última parte das promessas de Gênesis 12.3 diz que através do descendente de Abraão, que viria por Israel, Deus abençoaria todas as famílias da terra [Gn 12.3]. Paulo nos dá a interpretação precisa desta promessa em Gálatas 3.16: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua posteridade. Não diz: E às posteridades, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua posteridade, que é Cristo”. Toda a trajetória então que Deus conduzirá não só Abraão, mas também seus descendentes ao longo da história bíblica culminarão em Cristo.

 

Comentário Bíblico Champlin – Gálatas: “Em Gálatas 3.9 diz: “De sorte que os que são da fé são benditos como o crente Abraão”. A via da bênção de Deus que liga os crentes de todas as eras é a fé. Paulo via uma e apenas uma conexão espiritual necessária com Abraão, a fim de que possamos compartilhar de suas bênçãos espirituais, que transcendem a todas as considerações sacramentais, legalistas e cerimoniais: a fé. A fé de Abraão fora posta “em Deus”, não diretamente em Cristo, embora fique subentendido que a sua fé também envolvia o Redentor prometido. Foi por isso que Jesus explicou: “Vosso Pai Abraão alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se” [Jo 8.56].”

 

2.2. Cristo para as nações.

Precisamos também perceber algo que os descendentes naturais de Abraão não entenderam. Que as bênçãos de Deus que nascem no patriarca e culminam em Cristo, não estavam restritas apenas a Israel. Na promessa “Em ti serão benditas todas as famílias da terra” [Gn 12.3]. Veja. Não só a família de Israel [Gn 18.18; 26.4; Sl 72.17; Gl 3.8].

 

Deus sempre deixou isso claro ao longo de todo o Antigo Testamento [Gn 14.18; Êx 12.48-49]. Mas Israel, em razão do seu orgulho racial, sempre viu os gentios como excluídos da graça de Deus. Foi exatamente por isso que Israel fracassou em sua missão no mundo. O livro de Jonas foi escrito para demonstrar este fracasso missional de Israel.


Comentário de Gênesis – Bruce K. Waltke: “A expansão da promessa de 12.1-3, de salvação individual à nacional e à universal é o movimento essencial da Escritura. A Bíblia é um guia missionário: preocupada em levar salvação a todas as famílias da terra. Abraão, como um portador de bênção, é uma antecipação do Cristo que é o gerador de bênção. Quando Cristo ascende aos céus, Ele estende suas mãos transpassadas, mãos que abençoaram crianças e deram vista aos cegos, para abençoar Sua Igreja [Lc 24.50-53].”

 

2.3. Uma mesa abundante.

O Novo Testamento nos fala da história da mulher cananéia, que implora a Cristo que venha acudir sua filha que está sofrendo com uma possessão demoníaca. Como Cristo não a atende e ela não para de clamar, os discípulos sugerem a Cristo que resolva logo o problema dela para serem deixados em paz. Cristo responde: “Deixa primeiro saciar os filhos, porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” [Mc 7.27]. Os filhos neste caso era Israel. E Cristo não diz “apenas eles”. Ele diz “primeiro” eles. A mulher humildemente entende, mas responde que as bênçãos de Deus sobre Israel em Cristo são tão fartas que abençoariam também os gentios. Cristo se alegrou com este discernimento e a abençoou [Mc 7.29].

 

Antes de morrer Cristo seguiu o plano de Deus de vir primeiro às ovelhas perdidas de Israel. O Messias precisaria falar ao seu povo e ser rejeitado por eles antes de estender seu braço missionário. Por isso a recomendação na primeira comissão era clara: “Apenas às ovelhas perdidas de Israel”. Mas depois que Cristo foi rejeitado pelo seu próprio povo segundo as Escrituras, entregue pelo seu povo para ser morto segundo as Escrituras, na última comissão antes de ascender aos céus Ele disse: Ide por todo mundo e preguem o evangelho a toda criatura. Assim, vemos na exposição de Paulo que tanto judeus como gentios estão contemplados no plano de Deus, não tendo lugar para a vanglória, pois é a manifestação da misericórdia do Senhor [Rm 11.7-19].

 

EU ENSINEI QUE:

A história de Abraão só encontra pleno significado em Cristo Jesus. Nosso estudo a respeito dele nos serve para crer em Cristo e recebê-lo junto com as suas bênçãos.

 

3. A RESPOSTA DE ABRAÃO: A FÉ

Deus aparece a Abraão mais uma vez, e para lhe encorajar, reafirma a Sua promessa de fazer dele uma grande nação, do qual viria o Cristo que abençoaria todos os povos.

 

3.1. O que justificou Abraão é o que nos justifica hoje.

A preocupação de Abrão é que sua idade avançasse, e até o momento Deus não lhe havia dado um filho [Gn 15.1-3]. Como sua esposa Sara era estéril [Gn 11.30], Abrão deduz que a única forma dele ter um herdeiro seria por meio de um servo. Deus reafirma que não! De forma milagrosa, as limitações do ventre estéril de Sara e a velhice de Abrão seriam vencidas. Abrão creu em Deus, e Deus o justificou por esta confiança [Gn 15.4-6; Rm 4.3-6]. A primeira resposta nossa que Deus espera das promessas é a fé. A fé que move à obediência e relacionamento com Deus, por intermédio de Jesus Cristo [Gl 3.6-14].

 

O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “Crer foi imputado como um ato de justiça a Abrão. Algumas pessoas pensam que na época veterotestamentária os indivíduos eram salvos pelas suas boas obras, e não por sua fé, mas esta é uma ideia errônea. Abrão não foi salvo por causa da sua vida justa, mas por acreditar em Deus e ser declarado justo por Ele. A única obra válida é a obra que Deus realiza em nós por meio da nossa fé nEle [Jo 6.28-29].”

 

3.2. Uma mulher de fé ao lado.

Costumamos destacar a resposta de fé de Abraão, muitas vezes esquecendo de fazer a mesma coisa com Sara, sua mulher. Nós conhecemos muitos relatos bíblicos onde mulheres foram a causa da queda do marido por não partilhar da mesma fé. Mas aqui temos um exemplo de unidade de fé em um casal escolhido por Deus para viver e fazer coisas grandiosas. Afinal de contas, as bênçãos e promessas de Deus a Abraão também foram destinadas a Sara. Seu marido velho e ela com o ventre estéril apresentavam à promessa algo impossível. Porém Hebreus 11.11 diz que Sara: “Teve por fiel aquele que lho tinha prometido”. A fé que gerou Isaque também foi dela. Como é importante para o homem de Deus ter ao seu lado uma mulher de fé!

 

O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “Tanto Sarai como Sara significam princesa. [Mas, segundo alguns exegetas, Sarai significa minha princesa, ou seja, princesa só de Abrão, enquanto Sara significa princesa das nações]. Aqui Deus atribui um novo significado ao nome dela para, assim como no caso de Abrão [Gn 17.4-5], assinalar o relacionamento pessoal dela com Ele e a nova condição dela como esposa do pai de nações.”

 

3.3. Abençoados com Abraão.

Temos o hábito de chamar Abraão de pai da fé. Isso não significa que devemos apenas nos espelhar em Abraão e tê-lo como modelo. Significa que a escolha e o chamado de Deus a Abraão são a demonstração de que Deus está trabalhando para cumprir Sua promessa de redenção através da semente da mulher [Gn 3.15]. Bíblia de Estudo Defesa da Fé – CPAD, p. 27 – sobre Gênesis 12.3: “(…) É uma promessa geral e continuada. Atos 3.25 e Gálatas 3.8 indicam que todas as famílias da terra são abençoadas na disponibilidade da salvação, por Jesus Cristo, e Gálatas 6.16 se refere à igreja como “o Israel de Deus”, por cujo intermédio, por consequência, essa bênção é expandida”.


Comentário Histórico-Cultural da Bíblia – Novo Testamento – Craig S. Keener, Vida Nova, 2017, p. 633 – sobre Gálatas 3.8-9, onde Paulo aborda que a promessa a Abraão também contempla os gentios que creem: “Como bom expositor judeu, Paulo prova aquilo que infere dessa passagem recorrendo a outra passagem, que também trata da promessa a Abraão [Gn 12.3;18.18; cf. 17.4-5; 22.18]. O propósito de Deus sempre havia sido alcançar também os gentios, como afirmado no próprio começo da narrativa de Abraão. Muitos judeus acreditavam que os justos (Israel) foram escolhidos e salvos em Abraão; aqui, os gentios que creem são salvos (abençoados) nele”. Vide, também, Gálatas 3.6-7.

 

EU ENSINEI QUE:

A forma como Abraão é aceito por Deus é a base da doutrina do Novo Testamento, que é a justificação pela fé somente. E aquilo no qual devemos crer para ser justificados é no Cristo para quem Abraão apontava.


CONCLUSÃO

A fé genuína nasce em nosso coração a partir do anúncio do Evangelho, como dádiva de Deus. Mas esta fé, ainda que verdadeira, passa por provas de fogo enquanto estamos peregrinando neste mundo. Isso veremos na próxima lição.

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