Lições Bíblicas BETEL: 3°
Trimestre de 2023 | REVISTA: Profetas Menores do Antigo
Testamento: Proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a Deus.
Anunciando a esperança da salvação através do Messias.
TEXTO ÁUREO
"Eu, porém,
esperarei no Senhor; esperei no Deus da minha salvação; o meu Deus me
ouvirá." Miquéias 7.7
VERDADE PRÁTICA
Somos chamados a
cumprir a missão de anunciar a Palavra de Deus no poder do Espírito Santo, com
amor e fidelidade ao Senhor.
OBJETIVO DA LIÇÃO
1. Mostrar o cenário da mensagem de Miqueias.
2. Destacar a ganância e a insensibilidade do povo.
3. Apresentar lições do livro de Miquéias para os dias atuais.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
MIQUÉIAS 1
1. Palavra do Senhor,
que veio a Miquéias, moralista, nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de
Judá, a qual ele viu sobre Samaria e Jerusalém.
2. Ouvi, todos os
povos, presta atenção, ó terra, em tua plenitude; e seja o Senhor Jeová
testemunha contra vós, o Senhor, desde o templo da sua santidade.
3. Porque eis que o
Senhor sai do seu lugar, e descerá, e andará sobre as alturas da terra.
5. Tudo isto por
causa da prevaricação de Jacó e dos pecados da casa de Israel. Qual é a
transgressão de Jacó? Não é Samaria? E quais os altos de Judá? Não é Jerusalém?
LEITURAS
COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Sl 51.17
Deus não despreza um
coração quebrantado.
TERÇA | Pv 17.5
Escarnecer do pobre é
insultar o Criador.
QUARTA | Jo 1.8
A importância de
testificar da luz, que é Cristo.
QUINTA | 2Co 5.20
O ministério da
reconciliação.
SEXTA | Ef 2.7-8
A salvação é pela
graça.
SÁBADO | 1Pe 2.9
Geração eleita,
sacerdócio real, nação santa.
INTRODUÇÃO
A profecia de
Miquéias é uma denúncia contra o pecado, os falsos profetas, as injustiças
sociais e a corrupção, mas, também, contém palavras que revelam a misericórdia
de Deus.
PONTO DE PARTIDA
Devemos praticar a
justiça e a misericórdia.
1. O CENÁRIO DA
MENSAGEM DO PROFETA MIQUÉIAS
A opressão do povo
assírio foi usada como instrumento de Deus para disciplinar o povo de Israel;
desta forma, as palavras proféticas de Miquéias ecoaram antes, durante e um
pouco após o ataque da Assíria.
O primeiro versículo
do livro de Miquéias situa o leitor sobre a periocidade de seu ministério que
foi durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá [Mq 1.1].
1.1 Conhecendo um
pouco mais o profeta.
Sabe-se pouco a
respeito da vida pessoal do profeta. Seu nome era Miquéias [Mq 1.1.]; lugar
onde morava - moralista - Moresete-Gate [Mq 1.1,14]; a época em que profetizou
foi “nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá” [Mq 1.1]; e sua mensagem
foi dirigida para Samaria e Jerusalém [Mq 1.1].
O nome Miquéias
significa “Quem é como Jeová?”. Este nome era um nome muito comum à época e
pode ter as variações de Mica e Micaías. Segundo os estudiosos do Antigo
Testamento, o profeta Miquéias e o profeta Isaías foram contemporâneos e,
possivelmente, isso explique a semelhança entre seus textos [Is 2.2-4; Mq
4.1-3].
R. N. Champlin: “O nome Miquéias vem de uma palavra hebraica que
significa “Quem é como Yaweh?”. O nome do autor do livro de Miquéias aparece na
Septuaginta como Michaías. A Vulgata Latina diz Michaeas. Ele foi o autor do
livro que figura em sexto lugar na disposição dos profetas menores, segundo o
nosso cânon do Antigo Testamento. No texto do cânon hebraico, aparece no “livro
dos doze profetas”; e, na Septuaginta, aparece em terceiro lugar entre esses
profetas. O seu livro é mencionado por Ben Siraque [Eclesiástico 48.10], de
maneira tal que fica confirmada a sua aceitação, desde tempos antigos, como
parte das Sagradas Escrituras do Antigo Testamento.”
1.2. A mensagem do
profeta.
As palavras proféticas
de Miquéias se dirigiram às cidades de Samaria, capital do reino do Norte, e
Jerusalém, capital do reino do Sul. Suas palavras foram de denúncias contra os
habitantes e contra seus governantes. A época em que o profeta viveu foi um
período de corrupção e violência no reino de Judá [Mq 7.2-4], A mensagem do
profeta Miquéias era uma dura advertência ao povo, pois havia rejeitado a Deus
e Suas leis. O juízo de Deus era iminente sobre os infiéis, no entanto Miquéias
trazia consolo e esperança para uma minoria que permaneceu fiel a Deus, para
esses havia uma promessa de restauração.
Bispo Oídes José do
Carmo (Revista Betei Dominical - 2o Trimestre de 2008, p. 34-35): “Miquéias,
Amós, Isaías e Oséias são chamados profetas éticos, por causa da ênfase que
deram à exigência de conduta reta por parte dos adoradores de Jeová. Esta é uma
característica dos profetas dos séculos oitavo e sétimo antes de Cristo, e
deve-se a três fatores principais:
a) a deterioração
do comportamento religioso dos hebreus;
b) as especulações
sobre o caráter de Deus;
c) a evolução do
conceito de justiça divina.”
1.3 Os falsos
profetas.
Em meio a tanta
apostasia, corrupção e violência, o esperado era que surgissem também falsos
profetas. Contra eles Miquéias também dirigiu suas palavras proféticas com
coragem e ousadia: “...e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se
encostam ao Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos
sobrevirá” [Mq 3.11]. A liderança em geral aceitava subornos: “Os seus chefes
dão as sentenças por presentes, e os seus sacerdotes ensinam por interesse” [Mq
3.11]. Tanto o povo quanto seus líderes cíveis e religiosos caminhavam longe
das leis e da justiça de Deus. Contra esse estado de coisas, o profeta, como um
arauto, anunciou a salvação [Mq 4-5]. Ele falou da destruição, mas também
anunciou a salvação.
Ev. Valdilon
Ferreira Brandão (Revista Betei Dominical - 2° Trimestre/1994, p. 30) comentou
sobre a infidelidade dos líderes para com Deus nos tempos de Miquéias: “A
verdade e o juízo devem ser o compromisso de cada cidadão, principalmente
daqueles que exercem a autoridade [ Jó 29.14-17], Infelizmente, há casos em que
o pecado obscurece a visão de algumas pessoas, a ponto de inverter o padrão de
vida espiritual [2Tm 4.10; 2.4-5]. Como nos dias de Miquéias, temos presenciado
líderes que se distanciaram do propósito divino [ Ap 2.5].” Podemos conectar
Miquéias 3 com 2Pedro 2, pois o apóstolo diz que como “houve entre o povo
falsos profetas...entre vós haverá também falsos doutores”.
EU ENSINEI QUE:
O remédio para uma
sociedade adoecida moral, ética e espiritualmente é se voltar para Deus em
sincero e verdadeiro arrependimento.
2. A GANÂNCIA E A
INSENSIBILIDADE
A cobiça pelas
propriedades alheias predominava entre aqueles mais abastados, os governantes e
os líderes religiosos, uma vez que a riqueza era avaliada pela quantidade de
terras que se possuía. Para que tal objetivo fosse alcançado, não se importavam
em oprimir e defraudar seus compatriotas [Mq 2.1-2].
2.1. A crise da
integridade.
Como já dito
anteriormente, a crise ética, moral e espiritual permeava toda a sociedade
daquela época. Mesmo sendo o povo escolhido de Deus, há muito Israel não
escolhera mais o Senhor como Deus em suas vidas. Haviam adotado o estilo de
vida dos povos pagãos, bem como a corrupção dos mais influentes contra os mais
vulneráveis. Quando os camponeses encontravam dificuldade em produzir aquilo
que lhes era exigido para custear o alto estilo de vida das pessoas mais
abastadas e influentes, os proprietários de terras tomavam as suas propriedades
e posses, e subornavam os juízes, influenciando as decisões da justiça.
Ev. Valdilon
Ferreira Brandão (Revista Betei Dominical - 2° Tri- mestre/1994, p. 30): ““Ai
daqueles que no seu leito maquinam iniquidades” [Mq 2.1]. No primeiro capítulo
o pecado do povo eleito refere-se ao pecado de Samaria que se alastrou até
Jerusalém [Mq 1.9]. A injustiça dos que detém o poder [Is 5.8, 14] permeia todo
o capítulo dois. Os poderosos são acusados de explorarem os pobres, violentando
seus lares e oprimindo os humildes [Mq 2.1, 4], “Têm poder em suas mãos” [Mq
2.1] Qual poder? Certamente o poder econômico, que compra os “outros poderes”, abrindo
assim caminho para agirem soberbamente, satisfazendo sua insaciável vontade de
possuir [Pv 14.34; 29.2].”
2.2. A verdadeira
religião.
Diante de todo o
quadro até agora visto, seria coisa muito difícil retomar a vida com Deus?
Seria possível para aquele povo fazer um concerto com Deus? Miquéias clamou por
um arrependimento sincero, ele anunciou o juízo iminente, que seria enviado
pelo Senhor. Chamou o povo de Deus a agir com justiça, a amar a misericórdia e
a andar humildemente com Deus. O próprio profeta deu a receita do que seria a
verdadeira religião diante de Deus: “Agradar-se-á o Senhor de milhares de
carneiros? De dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha
transgressão? O fruto do meu ventre, pelo pecado da minha alma? Ele te
declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que
pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu
Deus?” [Mq 6.7-8]. Há nas palavras de Miquéias o encorajamento necessário a
todos que genuinamente desejam servir a Deus.
Lições Bíblicas -
4° Trimestre de 2012, CPAD - Subsídios Ensinador Cristão: “Ele denuncia os
falsos profetas, os líderes desonestos e os sacerdotes ímpios que enganavam o
povo e o conduziam ao pecado, ao invés de direcioná-los a uma vida mais próxima
de Deus. Por mais que se pratique de forma correta os rituais que a Lei ordena,
esses rituais não podem ser suficientes se o coração do povo mantinha seus
pecados. Deus estava irado com Samaria e Jerusalém, pois o povo não o adorava
de coração. Isso não significa que Deus abomina rituais. Ele mesmo prescreveu
em Levítico a liturgia e as festas religiosas. O que deixou Deus irado foi o
povo imaginar que seguindo corretamente os rituais, estariam isentos de uma
vida de fé e das obrigações sociais da Lei quanto ao auxílio dos pobres [Mq
6.7-8], O profeta deixa claro o desejo de Deus para os israelitas, numa
referência que serve também para a Igreja do Senhor: a prática da justiça, o
amor à bondade e o andar de forma não soberba diante de nossos pares e do
próprio Deus.”
2.3. Juízo e
esperança.
O profeta advertiu
que os assírios dominariam o povo de Israel e isso seria tão devastador, que
quem observasse não entenderia como um povo escolhido por Deus estava naquela
situação ou diria que Deus retirou o Seu favor deles. Miquéias interpreta a
invasão assíria como julgamento de Deus contra Jerusalém. Eles não somente perderiam
tudo, como também seriam entregues nas mãos de um povo terrível e cruel.
Contudo, Miquéias não anunciou somente o juízo de Deus, ele também profere
palavras de esperança e salvação. Ele mostrou também um caminho de esperança,
pois Deus é justo para salvar o inocente e o que se converte dos seus maus
caminhos.
Ao longo do Antigo
Testamento, em vários momentos do povo de Deus, vemos o Senhor enviando castigo
por causa dos pecados de Israel. Porém, também é atestado que tais momentos não
significavam que o Senhor rejeitara Israel para sempre. Ev. Valdilon Ferreira
Brandão (Revista Betei Dominical - 2° Trimestre/1994, p. 31): “Antes mesmo de
acontecerem os juízos sobre Samaria e Jerusalém, vemos Deus demonstrando o amor
pelo seu povo ao anunciar sua restauração [Mq 4.6-7].”
EU ENSINEI QUE:
A nossa comunhão com
Deus deve se revelar na maneira como tratamos outras pessoas.
3. MIQUÉIAS PARA HOJE
A profecia de
Miquéias, apesar de ter sido direcionada ao povo de Jerusalém e Judá, aborda
temas que nunca deixaram de existir em todas as sociedades em todos os tempos.
Ele denunciou os pecados, a corrupção, as injustiças e os falsos profetas.
Apesar de Miquéias ter anunciado o iminente juízo de Deus, também profetizou
esperança e restauração mediante o arrependimento e a misericórdia de Deus.
3.1. Esperança em
meio à aflição.
O profeta, em meio ao
caos em que se encontrava, profere palavras de esperança em meio à aflição:
“Eu, porém, esperarei no Senhor; esperei no Deus da minha salvação; o meu Deus
me ouvirá.” [Mq 7.7]. Miquéias encontrou em Deus a solução para os males que o
afligiam. O profeta confiou no juízo e na misericórdia de Deus e sabia que tudo
estava sob Seu controle. Essa certeza traz a Miquéias a força necessária para
continuar sua missão, ainda que não houvesse qualquer sinal de mudança daquele
cenário, pois, por todos os lados havia pecado, deuses estranhos e injustiças.
Richard Julius
Sturz (Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias - Introdução e
comentário, Vida Nova, 2001, p. 276): “A despeito da impiedade generalizada (v.
2), a despeito da opressão política (v. 3), a despeito da desagregação da
família (vv. 5-6), ele (Miquéias) olhará para Iavé, o Deus da aliança (Js
24.14-15). Deus está presente, e Miquéias confiará, por mais que ele pareça
“ausente”. “Esperarei” indica que sua confiança está no Deus que salva.
Miquéias observa o futuro para ver Deus intervir. Desde o capítulo 2, isso tem
sido uma constante em sua profecia. O mesmo conceito aparece com frequência nos
Salmos (cf. especialmente Sl 38.15; 42.5; 130.5). Aqui, como em outras
passagens, Miquéias depende totalmente de Deus para a salvação.”
3.2. Apelo à
fidelidade e à justiça.
Deus quer que Seu
povo viva à altura dos padrões morais e éticos que Ele traçou. Nos dias de
Miquéias, muitos deixaram de viver à altura dos altos padrões divinos. Deus os
havia livrado da escravidão egípcia e os estabelecera como nação. Convocou-os a
ser uma sociedade exemplar que atraísse para Ele outras nações [Dt 4.5-6]. No
entanto, eles exploraram os pobres e se dedicaram com egoísmo à busca de suas
próprias vantagens. Rebelaram-se contra a autoridade de Deus e rejeitaram os
seus profetas.
Hernandes Dias Lopes
(Miquéias: a justiça e a misericórdia de Deus): “A mensagem de
Miquéias vem ao encontro da criminalidade nas ruas e, ao mesmo tempo, denuncia
os poderosos sobre a injustiça que os povos de hoje passam e sofrem por não
haver quem os defenda. Os homens poderosos continuam arrogantes como na época
de Miquéias, mudaram apenas as épocas, mas a injustiça prossegue sendo praticada.”
3.3. A esperança na
misericórdia do Senhor.
Miquéias apontou os
pecados de Israel e Judá como sendo a idolatria [Mq 1.5-9], a exploração dos
mais pobres [Mq 2.1-2-3.1-3] e a falsa religiosidade [Mq 3.5-7]. Eles sofreriam
o julgamento de Deus e o cativeiro seria o seu destino [Mq 2.10; 6.9-16], Tanto
o reino do norte quanto o reino do sul experimentaram o cativeiro. O reino do
norte foi destruído, mas Judá, reino do sul, não foi exterminado. A nação não
seria exterminada totalmente. Assim como o profeta denunciou o pecado, ele
também anuncia a misericórdia de Deus àqueles que O buscam com o coração
arrependido [Mq 7.18].
ZUCK, R. B. (Ed.).
Teologia do Antigo Testamento. CPAD, 2009, p. 444): “Junto com a restauração do rei davídico, Miquéias
também profetizou uma reversão na sorte de Jerusalém. Miquéias advertiu que
esta cidade, escolhida por Davi como capital e local do templo do Senhor, seria
sujeita ao sítio [Mq 5.1] e reduzida a entulhos [Mq 3.12], Ele personificou a
cidade em sua humilhação como uma mulher em trabalho de parto, es- torcendo-se
em agonia para dar à luz [Mq4.9-10]. Da perspectiva do exílio, Jerusalém
personificada reconhece a justiça do castigo de Deus e prevê o dia da
justificação e restauração [Mq 7.8-12]. Utilizando a imagem de Miquéias 4.9-10,
o profeta comparou a volta do povo exilado em Sião a dar à luz [Mq 5.3]. No
futuro, o Senhor livraria Jerusalém dos que a atacavam [Mq 4.11-13].”
EU ENSINEI QUE:
A misericórdia de
Deus prevalece sobre a Sua ira quando o Seu povo se arrepende dos seus maus
caminhos.
CONCLUSÃO
A mensagem de
Miquéias ensina o segredo para aqueles que desejam permanecer firmes apesar das
circunstâncias - o segredo é manter os olhos fixos em Deus e não nas
circunstâncias.
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