Lições Bíblicas BETEL: 2°
Trimestre de 2023 | REVISTA: GÊNESIS – A segurança de viver pela fé nas
promessas de Deus
TEXTO ÁUREO
“Mas
buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos
serão acrescentadas.” Mateus 6.33
VERDADE APLICADA
Não podemos trocar os preciosos banquetes de Deus pelas migalhas
deste mundo.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1.
Apresentar as
bênçãos da primogenitura.
2.
Mostrar o
desprezo de Esaú a bênção da primogenitura.
3.
Citar os
efeitos de desprezar as bênçãos de Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS
22
2-
O reino dos céus é semelhante ao certo rei que celebrou as bodas de seu filho.
3-
E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; e estes não
quiseram vir.
4-
Depois enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu
jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às
bodas.
5-
Porém eles, não fazendo caso, foram, um para o campo, outro para o seu negócio.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Ne 9.17
Deus perdoador, clemente
e misericordioso.
TERÇA | Pv 9.1-6
Andar no caminho do
entendimento.
QUARTA | Mt 22.5-8
A parábola das bodas.
QUINTA | Jo 6.22-29
Jesus é o pão da vida
para os que creem.
SEXTA | Fp 3.17-20
Pessoas que só pensam em
coisas terrenas.
SÁBADO | Hb 12.15-17
Cuidado para não se
privar da graça de Deus.
HINOS SUGERIDOS: 96, 97, 102
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore
para que possamos aprender a valorizar aquilo que Deus valoriza.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1–
As bênçãos da primogenitura
2–
O desprezo às bênçãos da primogenitura
3–
Efeitos de desprezar as bênçãos de Deus
Conclusão
INTRODUÇÃO
Nem
sempre compreendemos os caminhos de Deus no cumprimento de Suas promessas.
Porém, estudando a história dos patriarcas é possível atestarmos a fidelidade,
o poder, a soberania e graça de Deus no desenvolvimento de Seu perfeito e
glorioso plano divino de redenção.
PONTO DE PARTIDA – O propósito de Deus
permanece de pé.
1. AS BÊNÇÃOS DA PRIMOGENITURA
Dois
aspectos principais estão associados aos direitos de primogenitura na cultura
hebraica: a liderança da família e a dupla porção da herança. No caso dos
patriarcas, incluía também ser portador das promessas de Deus a Abraão.
1.1.
Bênçãos de prosperidade.
Um
dos direitos de primogenitura era o de receber o dobro da herança da família na
morte do pai [Dt 21.17]. J. A. Thompson (Deuteronômio – Introdução e
comentário, Vida Nova, 1982, p. 220-221): “Um dos temas do Velho Testamento era
que o filho mais velho podia ser substituído por um filho mais novo em
circunstâncias especiais, como, por exemplo, Jacó e Esaú, Isaque e Ismael,
Efraim e Manassés, Davi e seus irmãos mais velhos […] Estes casos, porém, são
exceções à regra geral […] Naqueles exemplos do Velho Testamento em que um
filho mais novo era escolhido em lugar do primogênito, fica claro o fato de que
a escolha divina fora completamente imerecida e baseada somente na graça”.
Novo Comentário Bíblico do Antigo Testamento: “O direito de
herança do primogênito era protegido por lei. O pai, por livre e espontânea
vontade, não poderia conceder os direitos ao filho mais novo [Dt 21.15-17].
Entretanto, o primogênito poderia perder, vender ou ter seus direitos
suprimidos. Rúben, o primeiro filho de Jacó, perdeu a sua posição privilegiada
porque praticou incesto com a concubina de seu pai [Gn 35.22; 1Cr 5.1-2]. Do
mesmo modo, Esaú vendeu seus direitos por um guisado de lentilhas [Gn
25.29-34]; um manjar [Hb 12.16].”
1.2.
Bênçãos de autoridade.
Além
de riqueza, o direito de primogenitura passava ao primogênito autoridade sobre
o clã da família que pertencia ao pai. Com a morte do pai, o primogênito seria
responsável por cuidar da sua mãe, irmãos menores e todos os seus servos e
animais. Isso dava ao filho primogênito, além de grande honra, o poder de
decidir o destino da tribo como local de moradia, acordos comerciais,
casamentos das mulheres da família e até os deuses que seriam cultuados pela
família. Esaú, e não Jacó, tinha as qualidades naturais para esta função [Gn
25.27]. Mas sua necessidade de satisfação imediata parece tê-lo deixado
indiferente a estes privilégios
Comentário
de Gênesis – Bruce K. Waltke: “O primogênito
mantinha a posição de honra no seio da família. Israel como o primogênito de
Deus recebe uma posição de honra e privilégio entre as nações [Êx 4.22; Jr
31.9]. O primogênito da madre [Êx 13.2; Dt 15.19] e as primícias do solo [Dt
18.4; Ne 10.38-39] pertencem singularmente ao Senhor. Como Tsevat afirma: “Não
é só o melhor que pertence a Deus, mas também o primeiro.”
1.3.
Bênçãos de representatividade.
Em
se tratando dos patriarcas de Deus havia um elemento extra nos direitos de
primogenitura. O primogênito teria também o privilégio de ser o portador das
promessas patriarcais. As bênçãos e promessas que Deus fez inicialmente a
Abraão seguiram os primogênitos futuros conforme temos visto [Gn 26.3-5].
Tais
homens seriam um tipo de sacerdotes da família e representantes dela diante de
Deus. Seria através deles que Deus governaria aquela família segundo Seu
propósito. Este modelo de representatividade patriarcal divino por meio dos
direitos de primogenitura preparava Israel para o sacerdócio levítico que
nasceria mais tarde com Moisés.
Enc.
Histórico-Teológica, Vida Nova, p. 180
– texto extraído da Revista Betel Dominical, 2º
Trimestre/1995: “A ideia do primogênito no NT é indicada por “prototokos”,
que ocorre oito veze, sendo que a maioria delas se refere a Cristo, às vezes
historicamente, às vezes figuradamente. O texto grego de Salmos 89.27 sugere
que o termo é um título messiânico. (…) Romanos 8.29 ensina que Cristo é o
“primogênito entre muitos irmãos”, o que afirma que os crentes se juntaram à
família da qual Cristo é o Filho mais velho. Hebreus 12.23 transmite a ideia de
que todos os que creem recebem a condição de filhos primogênitos e, portanto,
herdeiros de Deus.”
EU ENSINEI QUE:
Sem
olhos espirituais, as bênçãos de Deus podem estar na nossa frente que não
percebemos o seu valor. Precisamos do Espírito para nos fazer enxergar e
valorizar o que Deus tem para nós.
2. O DESPREZO ÀS BÊNÇÃOS DA PRIMOGENITURA
Mesmo
diante de todos os privilégios que vimos nos tópicos anteriores, precisamos
perguntar: como Esaú pode abrir mão deles? Como pode deixar de dar valor a algo
tão importante?
2.1.
Desejou um prato imediato a um banquete futuro.
Nossos
primeiros pais, Adão e Eva, foram tentados exatamente com a comida, numa busca
de satisfação imediata e passageira sem Deus no lugar de uma satisfação futura
e abundante com Deus.
A
história de Esaú parece nos fazer voltar ao início. Ele chega da sua rotina de
caçada faminto e sente o cheiro do cozido de Jacó. Ele pede um pouco de comida
e Jacó, percebendo a oportunidade, lhe faz uma proposta indecente. Meu prato de
ensopado por seu direito de primogenitura [Gn 25.30-31]. Tão absurda quanto a
proposta de Jacó foi a autojustificativa de Esaú: “Eis que estou a ponto de morrer,
e para que me servirá logo a primogenitura?” [Gn 25.32].
Comentário Bíblico Broadman – Gênesis: “Não há indicação, nas
narrativas de Gênesis, que se esperava que um patriarca desse a sua bênção
espiritual ao filho mais velho. Portanto, o que se quer dizer quando se afirmar
que Esaú desprezou o seu direito de primogenitura? Uma explicação seria que,
visto que ele desistiu tão facilmente de seus direitos, como o filho mais
velho, evidentemente dava pouco valor à bênção espiritual. Os conceitos
materiais e espirituais estavam ligados intimamente na mente hebraica. O fato
de Esaú renunciar uma, significava a sua renúncia da outra.”
2.2.
Preferiu o que é escasso ao que é abundante.
Jacó
revela o interesse pelas coisas sagradas que o seu irmão Esaú não tinha [Gn
32.24-30]. Isso com certeza é valorizado por Deus. O problema de Jacó está nos
caminhos que ele está disposto a tomar para obter tais coisas. Ele é
oportunista em um momento de necessidade do seu irmão [Gn 25.31]. Por sua vez,
seu irmão é profano. Ignora o sagrado. Despreza valores. Vende algo precioso
por uma satisfação efêmera. Ambos erraram. Deseje o que Jacó desejou, mas não
tome caminhos como os dele. Não podemos de forma alguma passar por cima da
necessidade dos outros para chegar a lugares mais altos. Por sua vez, não
podemos “vender” o que Deus reservou para nós por coisas tão banais.
Comentário Bíblico Champlin – Gênesis: “Esaú convenceu-se, com
um argumento falaz, de que era tão bom quanto um homem morto, pelo que perderia
qualquer vantagem que o direito de primogenitura pudesse dar-lhe. Era um homem
jovem, mas ficou cego quanto ao futuro, por meio de uma necessidade presente
que, na verdade, não era necessária. Esaú, pois, mostrou-se indiferente para
com os valores espirituais e econômicos de seu direito de primogenitura, por
ter agido em um momento de estupidez autoimposta.”
2.3.
Priorizou o prazer pessoal que o propósito espiritual.
Além
de desprezar as bênçãos da primogenitura, Esaú se casa com mulheres
estrangeiras [Gn 26.34], o que não era aceito para as sucessões sacerdotais.
Hebreus 12.16 diz que Esaú era imoral e profano.
A
profanação é o pecado de tratar comum aquilo que é sagrado. E foi exatamente
isso que Esaú fez ao estipular o valor da primogenitura por um prato de
lentilhas. Já sua imoralidade, obviamente estava relacionada a sua ligação com
mulheres estrangeiras em cultos pagãos, que envolviam orgias cultuais [Gn
36.2]. Não há registro de Esaú ter tido estas práticas, mas não é impossível,
visto que é condenado por sua imoralidade.
O problema de se casar com mulheres estrangeiras estava muito
mais ligado à contaminação do paganismo do que com a miscigenação racial.
Algumas mulheres gentílicas foram incluídas na genealogia de Cristo, mas porque
se converteram ao Deus de Israel. O julgo desigual não é racial e sim
espiritual. Os povos antigos eram todos muito religiosos. Buscavam explicações
para tudo o que acontecia a partir da interferência dos deuses e suas boas
relações com eles. Por isso ofereciam sacrifícios para obterem deles o favor.
EU ENSINEI QUE:
A cegueira espiritual nutre em nós o imediatismo do prazer em
detrimento de prazeres mais profundos, abençoadores e eternos de Deus para nós.
3. EFEITOS DE DESPREZAR AS BÊNÇÃOS DE
DEUS
Deus
nos abençoa para revelar Seu valor a nós e Seu amor por nós. Quando desprezamos
as bênçãos de Deus, desprezamos o próprio Deus que nos abençoa.
3.1.
Buscar o que não pode mais ter.
Para
Esaú, os direitos da primogenitura e as bênçãos de Deus através do seu Pai
Isaque eram coisas distintas. Por isso, ele buscou ser abençoado por seu pai
mesmo depois de ter vendido a primogenitura para Jacó, a quem diz que dele
tomou [Gn 27.36].
Mas,
nos propósitos de Deus na história de Israel, estas coisas são inseparáveis.
Quando Esaú desprezou os privilégios do seu nascimento, desprezou também as
bênçãos especiais para o seu futuro. Nem mesmo suas lágrimas de remorso puderam
restituir aquilo que por natureza já lhe pertencia, mas que desprezou [Gn
25.34].
Há arrependimentos que acontecem tarde demais para que possam
reverter as consequências dos erros cometidos, restando apenas contar com a
misericórdia de Deus para danos menores. Hebreus 12.17 diz que Esaú “querendo
ele ainda depois de herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de
arrependimento, ainda que, com lágrimas, o buscou”. As lágrimas de remorso não
significam real arrependimento, quando elas só rolam depois que começamos a
provar o amargo dos nossos pecados. Por isso Hebreus 12.16 diz que não devemos
ser como Esaú.
3.2.
Uma bênção inferior.
Quando
chega o dia tão esperado de Isaque abençoar seu filho Esaú, Isaque lhe pede
cozido preparado com uma caça capturada por ele. Após o prazer desta refeição,
a bênção seria impetrada [Gn 27.1-4]. Rebeca ouve tudo e se adianta, tramando
um plano para que Jacó recebesse a bênção que Isaque pretendia dar a Esaú [Gn
27.5-26]. Isaque, enganado por Rebeca e Jacó, o abençoa no lugar de Esaú [Gn
27-29]. As bênçãos proferidas por Isaque a Jacó determinarão o destino do povo
de Israel. Bênçãos muito superiores às que “sobraram” para Esaú e seus
descendentes, os edomitas [Gn 27.38-40], embora estas também fossem enormes [Gn
36.6-8].
Deus havia indicado para Rebeca que Jacó seria o herdeiro e não
Esaú. Este é o sentido dos direitos da primogenitura. Não sabemos se Isaque
também soube disso. É improvável que Rebeca tenha escondido a Isaque o que Deus
disse a ele no nascimento dos gêmeos. De qualquer forma, Isaque pode não ter
dado importância a isso, desejando seguir as regras culturais. Além disso, Esaú
representava muito melhor o status de representante da tribo do que o franzino
Jacó. Esaú era um potencial guerreiro. Jacó, sempre mais próximo de casa e de
sua mãe, tinha dela a preferência.
3.3.
Uma mágoa interior.
Esaú
bradou [Gn 27.34], chorou [Gn 27.38], passou a sentir ódio por Jacó e planejou
matar seu irmão após a morte de seu Pai Isaque [Gn 27.41]. Matando Jacó, Esaú
recuperaria os direitos cíveis da primogenitura. Porém, não recuperaria em
hipótese alguma a bênção de Deus para sua vida. Esaú tenta de alguma forma
consertar as coisas casando agora com mulheres da sua parentela, como ouviu
ordenar Isaque a Jacó [Gn 28.6-9].
Mas
isso não mudava seu espírito mundano. Esaú segue por anos profundamente magoado
com seu irmão, vindo a se reconciliar muito tempo depois [Gn 33.1-4]. Mas isso
só aconteceu por iniciativa humilde de Jacó [Gn 32.3].
Rebeca manipulou a situação porque Deus a avisou ou Deus
abençoou Jacó porque Rebeca manipulou? Certamente a primeira opção. Dificilmente
uma mãe iria correr um risco tão grande de enganar seu marido desse jeito se
não tivesse alguma certeza de que Deus escolhera abençoar o mais novo. Isso,
porém, não significa que Deus aprovou os meios que ela tomou para isso. Não
sabemos como Deus abençoaria Jacó no lugar de Esaú se isso não tivesse
acontecido, mas sabemos que nem a vontade de Isaque nem qualquer costume social
poderia estar acima da soberana vontade e eterno propósito de Deus.
EU ENSINEI QUE:
Esaú poderia até culpar seu irmão por seu oportunismo diante de
sua fragilidade. Mas deveria assumir a sua responsabilidade em desprezar o
sagrado e precioso
CONCLUSÃO
Há
lições e avisos para nós no estudo das histórias dos patriarcas [Rm 15.4; 1Co
10.11]. Temos visto como a nossa natureza pecaminosa é capaz de nos levar a
tomar decisões erradas! Mas não podemos trocar as preciosas bênçãos de Deus
pelas coisas deste mundo caído.
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Este
E-book é uma verdadeira fonte informativa para os novos e os veteranos
professores de Escola Bíblica.