Lições Bíblicas BETEL: 2°
Trimestre de 2023 | REVISTA: GÊNESIS – A segurança de viver pela fé nas
promessas de Deus
TEXTO ÁUREO
"E
criou Deus o homem a sua imagem; a imagem
de Deus o criou; macho e fêmea os criou."
Genesis 1.27
VERDADE APLICADA
O ser humano, por ser a coroa da criação de Deus, deve glorifica-Lo
em todas as áreas da vida.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1.
Apresentar a origem e o propósito da criação.
2. Destacar
as amostras da glória de Deus no homem.
3. Falar
sobre a restituição do propósito original.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
GÊNESIS
1
26-
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e
domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e
sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.
28-
E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei
a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos
céus, e sobre todo animal que se move sobre a terra.
31-
E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a
manhã, o dia sexto.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA
| Sl 19.1-6
A
natureza manifesta a glória de Deus.
TERÇA
| Sl 33.1-9
O
júbilo na contemplação das obras de Deus.
QUARTA
| Sl 136.1-9
Deus
é louvado por Suas obras.
QUINTA
| Jo 1.1-3
No
princípio era o Verbo.
SEXTA
| At 17.26-30
Deus
de um só fez toda a geração dos homens.
SÁBADO
| Rm 1.18-25
A
ira de Deus sobre a impiedade e injustiça.
HINOS SUGERIDOS: 10, 291, 505
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que Deus nos capacite a vivermos à altura da nossa vocação.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1–
Origem e propósito
2–
As amostras da glória de Deus no homem
3–
A restituição do propósito original
Conclusão
INTRODUÇÃO
Na
lição anterior vimos como a queda colocou a humanidade em oposição a Deus e
sujeita ao Seu justo juízo. Nesta lição veremos o propósito de Deus ao criar
todas as coisas e a relevância do ser humano viver segundo este propósito.
PONTO DE PARTIDA: Fomos criados para
glorificar o Senhor.
1. ORIGEM E PROPÓSITO
O
mundo tem origem inteligente e propósito glorioso. A origem é um Deus pessoal e
o propósito é a glória dEle manifestada em Sua criação. Este propósito é o tema
central das Escrituras e da vida [Is 43.21; Rm 11.36]
1.1.
Criados por um Deus glorioso.
A
Bíblia não começa falando do homem. Ela começa falando de Deus e da glória dos
Seus atributos: “No princípio criou Deus” [Gn 1.1]. A Bíblia, portanto, mostra,
antes de mais nada, que o Deus eterno, auto suficiente, auto existente é o
Criador, a causa e origem de todas as coisas. Ela quer que, sem distrações,
vejamos a Sua glória. A glória de Deus manifestada na criação e em Cristo
revela os atributos, o caráter e a perfeição do Criador [Jo 1.14].
A tendência humana de imaginar Deus a partir do homem pode levar
muitos a pensarem que Deus nos criou por necessidade. Esta ideia representa um
Deus incompleto até que o homem fosse criado. Mas Deus não tem necessidades.
Ele é independente de Sua criação. Suas obras não alteraram tudo que Deus é e
sempre foi. É isso que significa dizer que Deus é um Deus satisfeito. Nós fomos
criados por um Deus glorioso. Deus nos criou para que participássemos da Sua
bendita e eterna satisfação em Sua própria glória.
1.2.
Criados para um propósito glorioso.
Se
Deus sempre foi autossuficiente, por que então criou o homem? Não encontramos
esta resposta de forma explícita nos dois primeiros capítulos de Gênesis onde
narra a criação. No entanto, é notório que Deus faz e fala. Ou faz por meio do
falar. É assim que nós conhecemos alguém. Ouvindo o que ela diz e vendo o que
ela faz. Na criação, Deus revela a si mesmo. É possível conhecermos
parcialmente o Criador, por intermédio de Suas obras. Quando entendemos isso,
nós encontramos o propósito glorioso da nossa existência: tornar o Deus
glorioso conhecido por todas as pessoas.
Van Groningen: “Não se afirma diretamente em Gênesis 1.1-2.25 o
motivo pelo qual Deus decidiu criar e, desse modo, fazer-se conhecido a outros
além da própria Trindade. Em Gênesis 1, no entanto, a repetida declaração “e
Deus disse” indica seu desejo de falar, de expressar-se, e de fazer-se
conhecido. Deus fez o que Ele quis fazer.”
1.3.
Pecado: desviando-se do propósito.
Deus
criou o homem à Sua imagem e semelhança [Gn 1.26]. Deus encheu o homem com
atributos que anunciariam a glória de Deus [Gn 1.27]. “Encher a terra” [Gn
1.28; 9.1] não significa que a procriação tinha um fim em si mesma. As marcas
da glória de Deus impressas no homem seriam espalhadas pelo mundo. Roger
Stronstad (Teologia Bíblica Pentecostal – Carisma Editora, 2020, p. 32)
comentou sobre a obediência dos filhos de Adão e Eva à ordem do Criador para
multiplicação e encher a terra [Gn 1.27]: “Obedientes a essa ordem, os filhos
de Adão e Eva e seus descendentes começam a se disseminar e povoar a terra. No
entanto, por causa das consequências do pecado de Adão [Gn 3.12], à medida que
a população aumenta, os pecados também crescem (…)”.
John Piper diz: “O propósito de Deus na criação, portanto, era
encher a terra com sua própria glória. Isso fica claro, por exemplo, em Números
14.21, em que o Senhor diz: “Toda a terra se encherá da glória do Senhor”, e em
Isaías 43.7, em que o Senhor se refere ao seu povo como “os que criei para
minha glória”.”
EU ENSINEI QUE:
A nossa origem e o nosso propósito só podem ser definidos em Deus.
2. AS AMOSTRAS DA GLÓRIA DE DEUS NO HOMEM
A
criação do ser humano está em um ponto elevadíssimo em toda a criação por
sermos feitos à imagem de Deus. Mas se Deus é Espírito, então o significado
disso é que Deus nos fez portadores de atributos que apontam para Sua glória.
2.1.
Corregência com Deus.
Quando
Deus deu origem à criação, determinou seus papéis pelo poder criativo das suas
palavras [Gn 1.3, 6, 9, 11, 14, 20, 24]. A palavra de Deus criava a ação
ordenada. Mas quando Deus foi determinar o papel do homem, Ele lhe deu uma
ordem consciente [Gn 1.27-30]. O homem, de posse dos atributos que Deus lhe
conferiu, deveria usá-los consciente e intencionalmente para cumprir as ordens
dadas pelo Criador. O homem é o único ser na face da terra que tem consciência
de que está participando de uma corregência com Deus ao obedecê-lo. Que
privilégio maravilhoso!
Comentário Bíblico Broadman – volume 1: “Na criação, Deus levou a
terra até certo ponto e depois colocou-a nas mãos do homem, para que dela se
encarregasse. Ela não fora ainda “subjugada” nem ainda colocada completamente
sob o domínio de Deus. O homem devia apressar este processo. Era seu privilégio
e desafio. Tem sido a tragédia da história do homem que ele pensou que o
domínio sobre a natureza, que lhe havia sido dado, era para o seu benefício
pessoal. Assim pensando, ele esbanjou os recursos da terra. Agora está
começando a perceber que o seu domínio consiste na responsabilidade de ajudar
cada aspecto da natureza a atingir o seu alvo mais elevado. Em certo sentido,
ele deve juntar-se a Deus, na tremenda tarefa de continuar a obra da criação.”
2.2.
A glória no homem nas ações e palavras.
Assim
como Deus se faz conhecido por Suas ações e palavras, Ele designou o homem em
tornar Sua glória conhecida no mundo por suas ações e palavras. Depois de Deus
criar todos os animais, poderia ele mesmo dar-lhes seus nomes. Preferiu, porém,
designar ao homem esta tarefa. Animal a animal recebera o nome que Adão não só
escolheu, mas proferiu [Gn 2.19-20]. Desta forma, a sabedoria de Deus
comunicada ao homem ao criá-lo à Sua imagem deveria ser vista por toda a
humanidade. Além das palavras, o homem deveria governar os animais e
administrar os recursos naturais com sabedoria que honrasse seu Criador [Gn
1.28-31].
Ao iniciar o livro de Atos, Lucas diz que em seu primeiro livro procurou
descrever tudo o que Jesus começou a fazer e ensinar [At 1.1]. Ele era
conhecido como “um profeta, poderoso em palavras e em obras diante de Deus e de
todo o povo” [Lc 24.19]. Cristo revelou-se como Filho de Deus e a Sua glória
diante dos homens. Tudo o que Ele fazia e tudo o que falava não era para
alcançar glória para si mesmo, mas para glorificar o Pai diante dos homens.
Estes são os passos que Jesus deixou para nós seguirmos. 1Pedro 4.10-11 ensina
que Deus distribuiu da Sua graça a cada um de nós para que, seja com as nossas
palavras ou com o nosso serviço, devemos fazer de um jeito que em tudo seja
Deus glorificado.
2.3.
Um estágio no Éden.
O
Éden foi, por assim dizer, o estágio humano para cuidar de toda a terra. No
jardim havia todo tipo de árvores das quais o homem poderia comer [Gn 1.29]. E
uma árvore a qual ele deveria “guardar” [Gn 2.15-17]. Além disso, Deus deu
autoridade ao homem para subjugar os animais [Gn 1.26-28].
O
diabo se apresenta justamente em um animal para tentar o homem, lhe fazendo
perguntas às quais o homem não tinha o dever algum de responder. Assim, ao
invés de subjugar a serpente, o homem se sujeita às suas sutis palavras [Gn
3.1-6]. Ou seja, o homem comete seu primeiro erro como corregente de Deus na
criação. Subsequentemente comete o segundo, quando come da árvore que deveria
“guardar”. Ao falhar em seu “estágio” edênico, o homem passa a administrar mal
tudo o que Deus lhe confiou, quando não busca honrar a glória do Senhor da
criação.
R. N. Champlin: “A responsabilidade de Adão era lavrar o solo do
jardim. Desta forma, Gênesis ensina a dignidade do trabalho na criação
original. O resultado da queda não foi o trabalho, mas a labuta em face de
forças intoleráveis. A tarefa de Adão era simples e agradável, sem espinhos,
cardos ou ervas daninhas para tomá-lo frustrado. Sem um trabalho construtivo, o
homem não pode obter da vida uma verdadeira satisfação. Ócio não era o modo de
vida no Éden.”
EU ENSINEI QUE:
Apesar de Deus não precisar de nada nem de ninguém, Ele nos criou a
nos designou como corregentes da Sua criação.
3. A RESTITUIÇÃO DO PROPÓSITO ORIGINAL
Paulo
diz que todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus [Rm 3.23]. O plano
divino de salvação em Cristo Jesus é restaurar o ser humano por inteiro, incluindo
sua honrosa posição original a qual Deus estabeleceu como corregentes de Sua
criação.
3.1.
Deus não destituiu o homem do seu papel na criação.
O
trabalho do homem agora seria penoso o resto de sua vida [Gn 3.17-19]. Após a
declaração “E Deus os abençoou” [Gn 1.28], com a entrada do pecado, foi
acrescentada: “maldita é a terra por causa de ti” [Gn 3.17]. Porém, este
honroso desígnio de Deus para o homem na criação continua de pé. A criação foi
feita para o homem. Por isso Deus deixa para criar o homem no final, coroando
Sua obra. Porém, como Deus fez o ser humano semelhante a Si mesmo, no encargo
de dominar o mundo e enchê-lo, o homem deve fazê-lo para mostrar Deus.
Apresentar a imagem dEle. Devemos agir em nossos deveres de forma a espelhar
Deus e seus atributos comunicáveis. Ao dar ao homem a missão e poder de
governar, como diz Piper: “O objetivo de Deus, portanto, era que o ser humano
agisse de modo que espelhasse Deus, que tem o domínio supremo”.
John Piper: “Ao ser humano é dada a posição elevada de portador da
imagem, não para que ficasse arrogante e autônomo (como tentou fazer por
ocasião da queda), mas para que refletisse a glória de quem o fez, cuja imagem
traz em si”. Sermos portadores da imagem nos motiva a sermos zelosos em
qualquer lugar, realizando qualquer tarefa; fazendo realmente qualquer coisa.
3.2.
Não limite seu potencial de glorificar a Deus.
Cada
ser humano tem um potencial dado por Deus. Quando desenvolvemos e expressamos
este potencial, refletimos os atributos de Deus. Ou seja, as práticas
religiosas não são as únicas nem as mais plenas formas de expressarmos nosso
temor e amor a Deus. O desejo de Deus é que, como disse Paulo: “quer comamos,
quer bebamos ou façamos qualquer coisa, façamos tudo para a glória de Deus”
[1Co 10.31]. Não há no jardim menção de cultos, orações ou ofertas. A vida de
obediência a Deus era o culto.
O
trabalho do homem lá, explorando todo potencial que Deus lhe conferiu, era o
culto. Depois da queda, houve uma ruptura dicotômica. Os homens baniram Deus de
suas vidas comuns, recorrendo a Ele apenas em suas necessidades ou deveres
religiosos pré-programados. Esta é uma forma de limitarmos nosso potencial de
honrar a glória do Criador.
Não temos menção de ações cultuais realizadas por Adão e Eva dentro
do Éden. Porém, ainda que Gênesis 4.26 diga que nos tempos de Enos é que se
começou a invocar o nome do Senhor, no mesmo capítulo é narrada a história de
adoração dos dois filhos de Adão e Eva [Gn 4.1-5]. Caim e Abel provavelmente
aprenderam sobre adoração com seus pais. Uma adoração que implicava aceitação
ou rejeição divina. É possível que, do lado de fora do jardim, Adão e Eva
começaram a buscar reconexão com Deus através de sacrifícios e ofertas. Porém,
já na primeira ação cultual de oferta registrada na Bíblia, fica evidente que
não é qualquer ação cultual que Deus aprova.
3.3.
O Servo perfeito de Deus.
Analisar
mais de perto o papel e o propósito que o homem tinha em sua relação com Deus
antes da queda nos leva a pensar sobre o que Deus espera de nós hoje. Somos
convidados a uma reaproximação ao propósito original da vida, quando lembramos
que, embora Deus tenha expulso o homem do Éden para o mundo, Cristo invade o
mundo para nos trazer de volta não ao Éden, mas à comunhão plena com Deus.
Apesar de ser Senhor de tudo, se esvaziou de si mesmo e se fez servo de todos
[Fp 2.7]. Ele foi o perfeito Servo do Senhor [Is 42.1-8; Mt 12.18-20]. Serviu
com a vida. Serviu até a morte. Obediente em tudo. Honrou a Deus não apenas no
templo, em práticas religiosas, mas em tudo. Cristo com Seu trabalho perfeito
resgata o ser humano para o propósito original de Deus.
Paulo diz com clareza em Filipenses 2 que Cristo encarnou em forma
de servo. Mais que isso. Ele poderia vir ao mundo como um rei, rodeado de
servos e nunca experimentar trabalho. Porém, foi do desígnio de Deus que Ele se
fizesse pobre [2Co 8.9], nascesse em uma família pobre e seguisse a profissão
do seu Pai José como carpinteiro [Mt 13.55; Mc 6.3]. Cristo foi definitivamente
um homem de trabalho. Ele disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho
também” [Jo 5.17]. Disse ainda: “Convém que eu faça as obras daquele que me
enviou” [Jo 9.4]. Era necessário que aquele que veio assumir o nosso lugar como
representante da humanidade, fosse um modelo de servo que agrada a Deus.
EU ENSINEI QUE:
O plano divino de salvação em Cristo Jesus é restaurar o ser humano
por inteiro.
CONCLUSÃO
Que
o presente estudo contribua para que cada discípulo de Cristo, por ter sido
resgatado da vã maneira de viver [1Pe 1.18], esteja plenamente consciente e
atento para viver no presente século conforme a boa, perfeita e agradável
vontade de Deus, para que em tudo seja Deus glorificado [1Pe 4.11].
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Este
E-book é uma verdadeira fonte informativa para os novos e os veteranos
professores de Escola Bíblica.