REVISTA BETEL: 1° Trimestre de 2022 | Título:
EZEQUIEL – O Profeta com a Mensagem de Juízo, Arrependimento, Restauração e
Manifestação da Gloria de Deus
TEXTO ÁUREO
“Porque
assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas e
as buscarei.” Ezequiel 34.11
VERDADE APLICADA
O
povo de Deus é comparado a ovelhas do rebanho do Supremo Pastor.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar os tipos de ovelha no rebanho de
Deus.
Mostrar as ovelhas carentes de cuidados
especiais.
Explicar
o
julgamento de Deus no meio do rebanho.
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👉 LIÇÃO 6: AS
PARÁBOLAS DO LIVRO DE EZEQUIEL
👉 LIÇÃO 5 A LEI DA RESPONSABILIDADE PESSOAL
TEXTOS
DE REFERÊNCIA
EZEQUIEL
34
17-
E, quanto a vós, ó ovelhas minhas, assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu
julgarei entre gado pequeno e gado pequeno, entre carneiros e bodes.
18-
Acaso não vos basta pastar o bom pasto, senão que pisais o resto de vossos
pastos a vossos pés? E beber as profundas águas, senão que enlameais o resto
com os vossos pés?
19-
E, quanto às minhas ovelhas, elas pastam o que foi pisado com os vossos pés e
bebem o que tem sido turvado com os vossos pés.
20-
Por isso, o Senhor Jeová assim lhes diz: Eis que eu, eu mesmo, julgarei entre o
gado gordo e o gado magro.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA
/ Sl 95.7
Povo do seu pasto e ovelhas da Sua mão.
TERÇA
/ Is 53.6
Ovelhas desgarradas.
QUARTA
/ Jo 10.11
Jesus, o Bom Pastor.
QUINTA
/ Rm 15.1-2
Suportando as fraquezas em amor.
SEXTA
/ 1Co 11.30
Atitudes erradas e falta de amor na igreja.
SÁBADO
/ 1Tm 4.7-8
A importância de exercitar a piedade.
HINOS SUGERIDOS 4, 9, 77
MOTIVOS
DE ORAÇÃO
Ore para não perder a saúde espiritual, mas ser totalmente dependente do Senhor.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1-
O povo de Deus como rebanho de ovelhas
2–
Ovelhas debilitadas
3–
Julgamento e providências de Deus
Conclusão
INTRODUÇÃO
Nesta lição, abordaremos o relacionamento de Deus com o Seu povo, destacando Seu cuidado, julgamento e promessas, bem como algumas características e atitudes presentes no meio do povo de Deus.
PONTO
DE PARTIDA
Somos ovelhas do rebanho do Bom Pastor.
1-
O POVO DE DEUS COMO REBANHO DE OVELHAS
Em
diversos textos bíblicos encontramos referências metafóricas do povo de Deus
como ovelhas [Sl 23; Is 53.6; Ez 34, Jo 10]. Assim, é fundamental refletir
sobre esta comparação bíblica, pois muito contribuirá na compreensão acerca das
características dos que pertencem ao Senhor, suas necessidades, limitações e
como se dá nosso relacionamento com Deus. Que o Espírito Santo nos esclareça em
tão valioso estudo.
1.1.
Algumas características de uma ovelha.
As
Escrituras Sagradas contêm uma rica diversidade de expressões literárias,
usadas por diversos escritores, sob a inspiração divina, para comunicar a
mensagem de Deus à humanidade. Assim, quando Deus falou por Ezequiel que os
judeus eram “ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto” [Ez 34.31], o público de
Ezequiel tinha em mente o que significava um rebanho de ovelhas, pois fazia
parte do cenário palestino. A Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia
registra alguns motivos para os crentes serem chamados de ovelhas: “
1)
Ovelha é um símbolo claro de dependência do crente a Deus;
2)
Uma natureza semelhante às ovelhas de impotência (em relação à existência
terrena e da vida além);
3)
Ovelhas são usadas como emblemas de mansidão, simplicidade, inocência”.
Subsídio do Professor:
Antônio Neves de Mesquita escreveu sobre Ezequiel 34 – A volta do
povo à sua terra está garantida: “Esta é uma nota alvissareira para um povo
desiludido, nota que vem sendo oferecida desde os dias de Jeremias (23.1-4),
quando o povo ainda se encontrava nas suas casas e nos seus campos, quando a
dureza do cativeiro numa terra estranha, no meio de um povo estranho e de
língua estranha não tinha sido sentida. (…) Deus agora é o pastor que busca as
suas ovelhas, como ensinou Jesus 500 anos mais tarde, em João 10.”
1.2.
A ovelha conhece o seu pastor.
Quando
o Senhor Jesus proferiu a parábola do bom pastor em João 10, Ele menciona uma
importante característica da ovelha: “o seguem, porque conhecem a sua voz” [Jo
10.4] e “das minhas sou conhecido” [Jo 10.14]. São expressões que retratam uma
relação íntima entre pastor e ovelhas. Trata-se de um conhecimento fruto de
relacionamento. Cada pessoa que diz ser discípula de Cristo precisa crescer no conhecimento
acerca de Jesus Cristo [2Pe 3.18]. Conhecimento que resulta em seguir [Jo 10.4]
e confiar [Sl 9.10].
Subsídio do Professor:
É bem conhecido o relato, citado também por Charles L. Allen, acerca
de um rapaz e um senhor idoso que, diante de uma grande multidão, recitaram o
Salmo 23. Ao final da fala de ambos e das diferentes reações da plateia (após a
fala do rapaz, aplausos e pedidos de “bis”; após as palavras do senhor,
profundo silêncio e atitude de oração), “o jovem se levantou e disse: Vocês
bisaram a minha declaração do salmo, mas ficaram em silêncio depois que meu
amigo terminou. Por que será? Vou lhes dizer. É que eu conheço bem o salmo, mas
ele conhece o Pastor”.
1.3.
A ovelha ouve e segue o pastor.
Como
resultado de conhecer, as ovelhas ouvem e seguem o pastor [Jo 10.4]. F. F.
Bruce escreveu: “Mais de um rebanho podia ser abrigado em um destes cercados
(curral das ovelhas); o pastor precisava somente chamar da entrada, e suas
ovelhas reconheciam sua voz e se aproximavam”. É preciso que cada cristão
esteja atento para ouvir e distinguir a fala do Bom Pastor, bem como disposto
para obedecer. Em certa ocasião o Senhor disse a alguns ouvintes que quem é de
Deus (ou seja, quem verdadeiramente tem Jesus como seu Pastor), escuta – não
apenas ouvir com atenção, mas obedecer – as Palavras de Deus [Jo 8.47].
Subsídio do Professor:
Craig S. Keener comenta sobre João 10.3-4: “As ovelhas eram
consideradas uma das espécies animais mais obedientes. No Antigo Testamento,
quando se afirma que Israel “ouve a voz de Deus”, o sentido é que o povo
obedece à Lei e acata a mensagem do Senhor transmitida pelos profetas. Aqueles
que de fato eram suas ovelhas – isto é, estavam em aliança com ele – o
conheciam”. Hartley enfatiza que a ovelha necessita de direção e proteção.
Sendo assim, a ovelha tem a responsabilidade atender à voz de Seu Pastor [Sl
95.7]. Se porventura se desvia, então deve confessar o erro e voltar para o
Senhor [Is 53.6].
EU ENSINEI QUE:
O povo de Deus é comparado a ovelhas do rebanho do Supremo Pastor. Algumas características da ovelha são: conhece, ouve e segue o seu pastor.
2-
OVELHAS DEBILITADAS
Há
ovelhas que, espiritualmente, portam deficiências, ou seja, necessidades
especiais. Muitas delas andam em cadeiras de rodas ou de muletas da fé, vivendo
todo dia como aquele coxo na porta chamada formosa do Templo em Jerusalém,
pedindo esmolas, morrendo à míngua, perto do alimento, da cura e da saúde
espiritual [At 3.1-8].
2.1.
A ovelha fraca.
Não
se trata daquela fraqueza da qual Paulo mencionou: “quando estou fraco, então
sou forte” [2Co 12.10] – ou seja, plenamente consciente de sua dependência da
graça e do poder de Deus. Aqui se refere àquele que faz parte de uma igreja
local, tem à disposição dele tudo o que é necessário para um contínuo fortalecimento
espiritual, mas não aproveita. Não prioriza o necessário e diário cuidado
espiritual. Não se exercita na piedade [1Tm 4.7-8]. Como resultado, não tem
resistência contra as adversidades da vida na terra, as tentações e os ataques
das hostes espirituais da maldade. Falta-lhe aperfeiçoamento e crescimento [Ef
4.12]. Assim, estão suscetíveis a doenças espirituais; são infantis,
melindrosas e se sentem ofendidas por qualquer coisa [1Co 13.4-7, 11].
Subsídio do Professor:
As
ovelhas saudáveis precisam ajudar a amparar as ovelhas fracas, suportando suas
fraquezas em amor [Rm 15.1-2]. Há duas situações no contexto da ovelha fraca:
primeira, está faltando pastores competentes que tenham condições de oferecer
alimento de boa qualidade, água cristalina [Sl 23.2], e que manejem bem a
Palavra da verdade [2Tm 2.15]. Segunda, a ovelha negligente ouve, mas esquece
[Tg 1.22-25]. Ela ouve de mau grado, com o coração endurecido [Mt 13.15], não
dá valor ao ensino, é semelhante à onda do mar, lançada pelo vento de um lado para
outro [Tg 1.6], constrói sua casa na areia, porque ouve e não pratica [Mt
7.26-27].
2.2.
A ovelha doente.
O
texto diz: “e a doente não curastes” [Ez 34.4]. Assim como a “fraca”, a doença
de uma ovelha pode ser de diferentes tipos e causas. Os pastores e a Igreja
precisam estar atentos, agir com prudência e buscar serem guiados pelo Espírito
Santo para lidarem com “ovelhas doentes”. Pois há doenças físicas, emocionais e
espirituais. Assim como há diversas origens da doença. Por exemplo, Paulo disse
que muitos estavam “fracos e doentes” [1Co 11.30] por causa de atitudes erradas
e falta de amor no contexto de uma igreja local. É possível que a doença seja
causada pelo pecado [Mc 2.1-12; Tg 5.14-15]. É possível que a ovelha esteja
doente como resultado da negligência relatada no tópico anterior.
Subsídio do Professor:
Wagner Gaby sobre os tempos trabalhosos descritos por Paulo em
2Timóteo 3.1-9: “Numa análise didática, podemos classificar essas doenças em
intrapessoais (orgulho, vaidade, egoísmo, avareza e incontinência); sociais
(desobediência aos pais, ingratidão, falta de amor, crueldade, dureza de
coração, calúnia, traição, hipocrisia, aversão ao bem e abuso de poder); e
religiosas (blasfêmia, irreverência com o sagrado e amor aos prazeres)”.
Quantas ovelhas estão padecendo com alguma doença!
2.3.
A doença espiritual.
Há
textos bíblicos onde os escritores, inspirados pelo Espírito Santo, para
descrever a situação espiritual do povo, utilizam linguagem metafórica, como se
o povo estivesse enfermo [Is 1.5-6]. David F. Payne comenta sobre o texto de
Isaías: “Com o intuito de ampliar a metáfora do profeta, poderíamos descrever
os v. 2-9 como o diagnóstico da enfermidade da nação, os v. 10-23, como a
receita para a cura, e os v. 24-31 como o prognóstico. A enfermidade é dupla: é
moral e religiosa (v.2ss) e também psicológica (v.5-9)”. Interessante ser
feita, também, a seguinte comparação entres as dimensões física e espiritual:
nem sempre a pessoa percebe que está doente de imediato. Portanto,
espiritualmente, é necessário um constante exame, sempre à luz da Palavra de
Deus e do Espírito Santo [2Co 13.5; Sl 139.23-24].
Subsídio do Professor:
Há duas situações no contexto da ovelha doente: primeira, o pastor
tem o compromisso de se preocupar com ela e lhe aplicar a medicação certa, sem
paliativos, nem excessos; segunda, a ovelha deve se conscientizar de que está
doente e precisa de ajuda, precisa ser tratada, não pode ignorar a sua
situação.
EU ENSINEI QUE:
Há ovelhas que, espiritualmente, portam deficiências, isto é, necessidades especiais.
3-
JULGAMENTO E PROVIDÊNCIA DE DEUS
No
capítulo 34 de Ezequiel, o profeta anuncia o julgamento divino contra os maus
pastores – os governantes e líderes de Israel – e, também, contra os que
estavam no rebanho e adotavam atitudes prejudiciais ao bem-estar coletivo [Ez
34.1-2, 10, 17-31]. Porém, este texto também revela as ações de Deus em favor
de Suas ovelhas e a mensagem de esperança futura, com a vinda do Pastor Messiânico,
o Bom Pastor.
3.1.
Atitudes soberbas e egoístas.
O
Senhor inicia o pronunciamento de julgamento condenando posturas que indicam
soberba e egoísmo – “pisais o resto” e “enlameais o resto” [Ez 34.18]. São
atitudes que lembram irreverência, ausência de amor fraternal e ganância. São
atitudes que caracterizam os últimos dias da Igreja na terra, identificados
como tempos trabalhosos [2Tm 3.1-7]. Interessante notarmos que tais posturas
partiam de pessoas que estavam ali, no meio do rebanho, causando dificuldades
para as “ovelhas” do Senhor [Ez 34.19]. É um alerta para cada membro do rebanho
de Jesus não se deixar levar pela soberba, competição, egoísmo e
autossuficiência [Rm 15.1-4; Fp 2.3-4; 1Co 10.24].
Subsídio do Professor:
Russell P. Shedd comentou sobre Filipenses 2.3-4: “Enquanto que o
versículo 3 dá ênfase a uma humildade decisiva e ativa, o versículo 4 aplica o
altruísmo a uma preocupação positiva pelas necessidades e aspirações de um
irmão. Não devemos procurar o que é vantajoso para nós pessoalmente, mas tentar
sempre olhar qualquer questão relacionando-a ao outro, pensando no que seria
vantajoso para ele, e então agir de acordo.”
3.2.
Atitudes que causam feridas e tropeços.
A
seguir o Senhor se volta contra os que “empurram”, desprezam e procuram colocar
outros para fora do rebanho [Ez 34.21]. Tais atitudes são totalmente contrárias
ao que determina a Palavra de Deus quanto à convivência no seio da Igreja:
“…tenham os membros igual cuidado uns dos outros” [1Co 12.25]. É preciso
cuidado, pois é possível que, não apenas ações, mas palavras e omissões também
provoquem “empurrões” e tropeços, dificultando, assim, o desenvolvimento do
rebanho do Senhor. Fomos introduzidos no Corpo de Cristo pela ação do Espírito
Santo [1Co 12.13]. Agora, é preciso andar em Espírito para que sejam produzidas
em nós algumas virtudes que nos norteiem na convivência no seio da Igreja [Cl
3.12-16].
Subsídio do Professor:
Taylor comentou sobre Ezequiel 34.17-22: “O bom Pastor agora
torna-se Juiz e trata das ovelhas más no meio do rebanho, isto é, os nobres
opressores ou a classe mercantil intimidadora. (…) Ezequiel diz que os cidadãos
poderosos e prósperos, que tomavam gananciosamente para si todas as coisas boas
da terra negando o seu benefício aos seus semelhantes, seriam julgados pelo
Pastor. O rebanho será realmente purificado, não somente de sua má liderança,
como também dos maus membros.”
3.3.
A providência divina.
O
capítulo 34 de Ezequiel não apenas anuncia o julgamento divino, mas contém,
também, diversas expressões que apontam para o agir do Senhor, como Pastor, em
favor de Suas ovelhas: “livrarei, procurarei, buscarei, apascentarei…
levantarei um só pastor”! São termos que lembram a mensagem do Salmo 23. Como
escreveu Phillip Keller: “Como o Senhor é meu pastor, nada me faltará. A
expressão “nada faltará” traz um conceito de não sofrer deficiência de nada –
nem de carinho, nem de orientação, nem de cuidados”. Para aquele povo no
cativeiro, tal mensagem era um refrigério e cheia de esperança.
Subsídio do Professor:
F. F. Bruce: “No lugar dos mercenários que se mostraram infiéis ao
seu chamado, Deus vai colocar sobre eles um novo pastor, a quem ele chama o meu
servo Davi (cf. 37.24-25) – o “príncipe” (ARA) messiânico (cf. Jr 23.1-6). (…)
A parábola do bom pastor em João 10.1-16, que tem esse oráculo como o seu pano
de fundo do Antigo Testamento, sugere que a reivindicação de Jesus é que ele é
o Messias davídico: aquele “um só pastor” de João 10.16 é um eco proposital da
mesma frase de Ezequiel 34.23.”
EU
ENSINEI QUE:
O profeta Ezequiel anunciou o julgamento divino contra aqueles que
praticavam atitudes prejudiciais ao bem-estar coletivo.
CONCLUSÃO
Como
ovelhas do rebanho do Senhor precisamos saber que o cuidado de Deus com o Seu
povo inclui julgamento, disciplina e promessas. É necessário nos submetermos ao
pastoreio do Senhor Jesus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Revista
BETEL | 1° Trimestre De 2022 | Reverberação: Subsídios Dominical
DICAS
DE CURSOS BÍBLICOS