REVISTA BETEL:
1° Trimestre de 2022 | Título: EZEQUIEL – O Profeta com a Mensagem de
Juízo, Arrependimento, Restauração e Manifestação da Gloria de Deus
TEXTO ÁUREO
“Porque
eu estabelecerei o meu concerto contigo, e saberás que eu sou o Senhor.”
Ezequiel 16.62
VERDADE APLICADA
O
discípulo de Cristo foi chamado para frutificar, ser fiel em todo o tempo e submeter-se
ao plano de Deus.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1
- Explicar a
parábola da videira inútil.
2-
Mostrar
Jerusalém como a esposa infiel da parábola.
3
- Destacar
a alegoria da parábola das duas águias.
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TEXTOS DE REFERÊNCIA
EZEQUIEL 15
2-
Filho do homem, que mais é o pau da videira que qualquer outro, o sarmento que
está entre as árvores do bosque?
3-
Toma-se dele madeira, para fazer alguma obra? Ou toma-se dele alguma estaca,
para se pendurar algum traste?
EZEQUIEL 16
15-
Mas confiaste na tua formosura, e te corrompeste por causa da tua fama, e
prostituías-te a todo o que passava, para seres dele.
60-
Contudo, eu me lembrarei do meu concerto que contigo fiz nos dias da tua mocidade;
e estabelecerei contigo um concerto eterno.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA
/ Sl 80 Israel, a videira de Deus.
TERÇA
/ Is 59.1-2 O pecado separa o homem de Deus.
QUARTA
/ Dn 2.19-22 O agir de Deus é perfeito.
QUINTA
/ Lc 13.6-9 A parábola da figueira estéril.
SEXTA
/ Jo 15.1 Jesus Cristo, a videira verdadeira.
SÁBADO
/ Rm 5.8 Deus prova o Seu amor por nós.
HINOS SUGERIDOS
303, 372, 394
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore
por conforto e graça para todos aqueles que perderam familiares, casas e bens.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1–
A parábola da videira inútil
2–
A parábola da esposa infiel
3–
A parábola das duas águias
Conclusão
INTRODUÇÃO
O
Senhor Deus ordena a Ezequiel que anuncie a mensagem profética por intermédio
de parábolas, que retratavam a situação pecaminosa de Seu povo, o juízo divino
e promessas de restauração.
PONTO DE PARTIDA
O cristão foi chamado para frutificar e ser fiel a
Deus.
1- A PARÁBOLA DA VIDEIRA INÚTIL
Essa
parábola compara os habitantes de Jerusalém a uma videira que não dá fruto,
estéril, e que, por isso mesmo, é inútil, não serve. Nessa árvore faltava o
fruto da justiça e da fidelidade ao Senhor. Ela expressa com muita direção e
clareza o pecado, a rejeição consciente e deliberada de um povo que foi chamado
por Deus [Ez 15].
1.1.
Videira, uma árvore símbolo da frutificação.
A
videira é uma árvore cultivada desde a Antiguidade por seus frutos abundantes,
a uva. A colheita de uvas que produziam o vinho era cultura de subsistência e
comércio. Usando uma metáfora, Jesus disse que toda vara que está ligada à
videira pode dar muitos frutos. Nós somos as varas que precisam estar ligadas
na videira verdadeira [Jo 15.2], mas, uma vez estéril, o lavrador (Deus) a
corta. Mesmo as que dão frutos, precisam ser limpas, para continuar produzindo
mais. Quando não permanecemos em Cristo, não produzimos frutos de justiça e de
fidelidade, mas o pecado será o nosso fruto. Deus nos escolheu para sermos
ramos da Videira, porque ela é árvore frutífera, e nós devemos produzir frutos
para a Sua glória [Jo 15.8].
Subsídio do Professor:
Ralph Gower: “A videira tinha grande importância na religião de
Israel. Era usada como símbolo da vida religiosa do povo e uma escultura de um
cacho de uvas com frequência adornava o exterior da sinagoga. O simbolismo se
baseava em passagens tais como Salmo 80, onde Israel é a videira de Deus. A
importância da vinha é a razão dos fariseus terem se enfurecido tanto quando
Jesus contou a história dos lavradores maus na vinha [Mt 21.33-41, 45-46].”
1.2.
A videira, mesmo frágil, pode se destacar pela sua boa produção.
A
fragilidade de uma parreira não é justificativa para não ser útil. Sua
inutilidade está relacionada com sua resposta negativa ao trabalho do lavrador
[Ez 15.1-5]. O agricultor cultivava a vinha com muito cuidado e atenção, para
que pudesse ser frutífera. A terra era preparada, as pedras retiradas, o
terreno cercado para proteger a plantação, além de uma boa drenagem [Mt 21.33;
Is 5.2]. R. N. Champlin observou: “Um homem que quer ter uma boa colheita de
uvas deve ser dedicado, pois esse tipo de plantação requer cuidados
constantes”. No caso de Israel, não faltou cuidado e atenção por parte do
Lavrador, pois é o próprio Deus [Sl 80.7-8; Jo 15.1].
Subsídio do Professor:
Comentário da Bíblia Vida Nova sobre Ezequiel 15: “(…) a comunhão
com Cristo faz o ser humano ser belo, útil, frutífero e forte, mas a
interrupção desta dependência do divino Mestre torna-o digno de merecida
destruição pelo fogo [Jo 15.1-11]. A graça de Deus escolhe o objeto mais fraco,
para ser transformado de glória em glória, o qual precisa aceitar estes
cuidados, pelo exercício do arrependimento e da fé.”
1.3. Que mais pode ser feito?
A
pergunta que intitula este tópico é encontrada em Isaías 5.4. O Senhor Deus
cercou a vinha, limpou o terreno, plantou as melhores mudas, preparou uma
estrutura para vigilância. Tudo visando a produção de uvas boas. Porém, o
resultado foram uvas azedas. Tanto Israel precisava estar atento ao
questionamento de Deus, como nós hoje. Temos as Escrituras Sagradas, o Espírito
Santo, a graça do Senhor. Logo, não há justificativas para não corresponder ao
que Deus espera: “esperando eu que desse uva”; “foi procurar nela fruto” [Lc
13.6]; “eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto” [Jo
15.16]. Portanto, Deus não apenas espera. Ele age e provê tudo que é necessário
para frutificarmos. É preciso cuidado com a tendência humana de justificar a
própria improdutividade com as adversidades e a ação de outros.
Subsídio do Professor:
Leon L. Morris comentou sobre a “Parábola do homem procurando fruto”
[Lc 13.6-9]: “Lucas passou a registrar uma parábola que ressalta tanto a
necessidade do arrependimento quanto a longanimidade de Deus quanto a castigar.
A passagem anterior enfatizou a importância do arrependimento [Lc 13.1-5], e
esta ilumina
o fato de que a oportunidade não dura para sempre.”
EU ENSINEI QUE:
A parábola da videira inútil expressa com muita direção e clareza o
pecado, a rejeição consciente e deliberada de um povo que foi chamado por Deus.
2- A PARÁBOLA DA ESPOSA INFIEL
Essa
parábola compara Jerusalém com uma esposa infiel, que não cumpriu a aliança
feita com Deus como nação escolhida; não correspondeu à bondade e à graça
dispensada, vivendo desregradamente. Por causa da infidelidade, foi queimada e
consumida pelos juízos divinos [Ez 16].
2.1.
A infidelidade traz consequências desastrosas.
Ser
infiel trouxe a separação de Deus com Israel. Sempre que há infidelidade, os
resultados são desagradáveis, e a tristeza, a angústia, as acusações e a falta
de confiança tomam conta. Jerusalém é acusada por suas abominações e
idolatrias, e o profeta Ezequiel refere-se a elas usando a figura de adultério
e de prostituição espiritual [Ez 16.15-16, 26]. O povo de Israel não podia
perder de vista o fato de que suas abominações eram a causa de tanto sofrimento
[Ez 16.2]. As iniquidades separam o povo do relacionamento com Deus [Is
59.1-2].
Subsídio do Professor:
F. F. Bruce: “A imagem da aliança de Javé com o seu povo em termos
de laços de casamento aparece em Oséias 2.4-5 e Jeremias 2.2 (cf. também Isaías
50.1; 54.6-7; 62.4-5). O precedente de Oséias em particular parece ter
influenciado Ezequiel: lá, como aqui, a apostasia e idolatria por parte do povo
de Javé são estigmatizadas como fornicação e adultério (cf. Jr 2.20 – 3.5). A
analogia era tanto mais adequada em virtude do papel que a prostituição ritual
tinha em grande parte dos cultos de fertilidade.”
2.2.
O perigo de desprezar a benignidade de Deus.
Interessante
notarmos que, após falar com Ezequiel para tornar conhecidas as abominações de
Jerusalém, Deus revela ao profeta que iniciasse a mensagem trazendo à memória
do povo a origem e o nascimento da cidade [Ez 16.1-3]. Ou seja, quando estava
desprezada por todos e abandonada totalmente indefesa, Deus a viu e não deixou
que morresse, mas cuidou, proveu e fez uma aliança [Ez 16.5-8], para que fosse
somente do Senhor. Esta descrição tão rica e detalhada também deve
despertar-nos para que não esqueçamos o amor de Deus para conosco quando ainda
éramos pecadores separados dEle [Rm 5.8]. Não desprezemos, pois, as riquezas da
benignidade de Deus [Lm 3.22; Rm 2.4].
Subsídio do Professor:
John B. Taylor escreveu sobre Ezequiel 16.14: “Este versículo traz o
clímax da generosidade graciosa e profusa a Israel, que não a merecia. Sua
vida, sua condição de esposa, suas riquezas, sua beleza, tudo se deve
inteiramente ao Senhor que livremente escolheu agir assim em seu favor. Ela não
teve nenhum mérito ou dignidade própria, era tudo pela graça. A mesma verdade é
expressa por escritores veterotestamentários em Deuteronômio 7.7-8; 9.4ss;
32.10; Jeremias 2.2; Oséias 9.10. Além disso, é transportada para o pensamento
do Novo Testamento, por representar de modo perfeito o amor e a iniciativa de
Deus ao achar, salvar, e entrar em aliança com pessoas que, doutra forma,
seriam condenadas a morrer.”
2.3.
A graça de Deus revelada na aliança eterna.
Nos últimos quatro versículos de Ezequiel 16 são identificadas
expressões que apontam para a graça de Deus: “concerto eterno”; “estabelecerei
o meu concerto”; “reconciliar contigo”. O Senhor Deus revelou por meios de
outros profetas acerca de um novo concerto [Is 55.3; Jr 31.31-33]. O povo de
Israel saberia que o Senhor é rico em misericórdia quando a nova aliança fosse
estabelecida [Ez 16.62]. Champlin escreveu: “Yahweh, o Marido, julgaria, mas
não esqueceria o contrato matrimonial restaurador. A esposa, jovem quando se
casara, seria recebida de novo”.
Subsídio do Professor:
John B. Taylor: “Quando Deus perdoa nossos pecados, também os
esquece [Is 43.25]. O pecador, no entanto, nunca pode esquecer-se
completamente. Paulo se lembrava que tinha perseguido a igreja [1Co 15.9; 1Tm
1.13]; John Newton lembrava-se dos seus tempos de traficante de escravos. O
valor de tal lembrança é que impede o homem de se tornar orgulhoso. Nem sequer
o pecador justificado deve se esquecer de que tem um passado do qual tem razão
em envergonhar-se.”
EU ENSINEI QUE:
A parábola da esposa infiel nos mostra que a infidelidade traz
consequências desastrosas e como é perigoso desprezar a benignidade de Deus.
3- A PARÁBOLA DAS DUAS ÁGUIAS
Após
denúncia acerca do fato de Israel não ter correspondido aos cuidados do divino
lavrador, se tornando, assim, como uma parreira inútil [Ez 15] e ter se
comportado como uma noiva infiel que passou a se prostituir [Ez 16], a seguir o
Senhor Deus utiliza mais uma parábola para tratar, agora, da insubordinação
quanto à disciplina do Senhor por intermédio do império babilônico [Ez 17].
3.1.
A primeira águia.
A
primeira águia foi Nabucodonosor, rei da Babilônia [Ez 17.12]. Uma grande águia
de grandes asas, garras afiadas e penas de várias cores, capaz de empreender
voos longos, ave de rapina, implacável. Assim era Nabucodonosor, rei da
Babilônia. A primeira águia retrata a invasão babilônica contra o reino do Sul,
Judá, tendo resultado em deportação de judeus para Babilônia promovida por
Nabucodonosor quando Joaquim era rei em Jerusalém [2Rs 24.8-16; Ez 1.2]. O
profeta Jeremias também anunciou a queda deste rei [Jr 22.24-29]. A seguir o
rei de Babilônia “tomou da semente da terra” [Ez 17.5], ou seja, Zedequias,
estabelecendo-o como rei de Judá [2Rs 24.17]. Infelizmente, este também não
aproveitou as oportunidades concedidas por Deus e “não se humilhou perante o
profeta Jeremias, que falava da parte do Senhor” [2Cr 36.11-12].
Subsídio do Professor:
Bíblia Vida Nova: “No Antigo Testamento, ninguém usava mais
parábolas do que o profeta Ezequiel. Em método de ensino, Ezequiel era,
portanto, um precursor de Jesus Cristo. Note-se que as parábolas de Ezequiel
devem ser classificadas como alegorias, parábolas nas quais todas as minúcias
representam algum objeto ou acontecimento real.”
3.2.
A segunda águia.
A
segunda águia foi Faraó, rei do Egito [Ez 17.7, 15]. Com grandes asas e cheia
de penas, segundo F. F. Bruce, era, provavelmente o Faraó Psamético II. Porém,
o profeta Jeremias alertou que o socorro que Zedequias esperava do Egito iria
fracassar [Jr 37.5-7]. Zedequias, como uma videira, “lançou suas raízes” e
“estendeu seus ramos” para a direção errada, apesar do aviso divino [Jr 27.12].
Tal atitude faz-nos lembrar de Provérbios 14.12, pois a mensagem anunciada por
Ezequiel foi: “no meio de Babilônia certamente morrerá” [Ez 17.16].
Subsídio do Professor:
R. N. Champlin: “Foi feita uma aliança com o Egito, especificamente
para terminar com a dominância da primeira águia. Aquela mudança de alianças
foi fatal para Judá-Jerusalém (…) Ver as circunstâncias históricas descritas em
2Reis 24.7, 20 e 2Crônicas 36.13. Por determinado tempo, o Egito ofereceu
alguma ajuda, mas, no fim, mostrou-se um aliado fraco”. Os desígnios de Deus
prevaleceram!
3.3.
Os planos de Deus prevalecerão.
Podemos
aprender com o final desta parábola importantes lições, como:
1)
O perigo de não nos submetermos à disciplina do Senhor e buscarmos ajuda ou
escape fora da Sua presença [Ez 17.17-21; Os 5.13]. O rei Zedequias não atentou
para os alertas de Deus e, depois, não se submeteu à disciplina divina. O
cristão não deve desprezar e desanimar quando repreendido pelo Senhor [Hb
12.5-8];
2)
No futuro não será mais “uma águia” que Deus usará [Ez 17.3-4], mas o próprio
Deus estará atuando para restaurar o Seu povo. E todos testemunharão que Ele
muda os tempos, abate e exalta e o Seu agir é perfeito [Ez 17.22-24; Dn
2.19-22]. Esta mensagem de Ezequiel aponta para a vinda do Messias e o
estabelecimento do domínio mundial do reino messiânico.
Subsídio do Professor:
R. N. Champlin – Ezequiel 17.22-24: “O cedro alto é a casa real de
Davi. O ramo é o Messias. Era um renovo tenro, humilde na Sua encarnação e,
aparentemente, fraco. Mas, plantado sobre um monte alto e sublime, seria o
maior poder da terra. Comparar a ternura do renovo com Isaías 53.2 e Filipenses
2.6-8. Zedequias, o ramo anterior, foi humilhado por Nabucodonosor e era uma
videira de pouca altura (v.6). Em contraste, o Messias será exaltado no monte
mais alto. O renovo é real e será o Potentado Universal. O Messias será
exaltado [Fp 2.9]: “Pelo que também Deus o exaltou soberanamente”.”
EU ENSINEI QUE:
A
parábola das duas águias trata da insubordinação do povo de Deus quanto à
disciplina do Senhor por intermédio do império babilônico. Também nos mostra
que os planos de Deus sempre prevalecerão.
CONCLUSÃO
É
fundamental estarmos atentos aos ensinos e avisos de Deus contidos nas
Escrituras [Rm 15.4; 1Co 10.11]. Assim, nesta lição aprendemos que fomos
chamados para sermos frutíferos, fiéis e comprometidos com a nova aliança e que
não devemos desprezar e desanimar quando disciplinados pelo Senhor.
Revista
BETEL | 1° Trimestre De 2022 | Reverberação: Subsídios Dominical
DICAS
DE CURSOS BÍBLICOS