LIÇÕES BETEL – Lição 5 A Lei da Responsabilidade Pessoal (Classe Adultos)

REVISTA BETEL: 1° Trimestre de 2022 | Título: EZEQUIEL – O Profeta com a Mensagem de Juízo, Arrependimento, Restauração e Manifestação da Gloria de Deus

TEXTO ÁUREO

“Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá.” Ezequiel 18.4

VERDADE APLICADA

Deus deseja a salvação de todos, porém cada ser humano tem a responsabilidade de se arrepender para que seja salvo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

1. Explicar a responsabilidade pessoal de cada um.

2. Mostrar a possibilidade de ser diferente.

3. Ressaltar que Deus quer que todos sejam salvos.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

EZEQUIEL 18

19. Mas dizeis: Por que não levará o filho a maldade do pai? Porque o filho fez juízo e justiça, e guardou todos os meus estatutos, e os praticou, por isso, certamente viverá.

20. A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.

21.Desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na sua iniquidade que cometeu, morrerá.

22. Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu e praticando o juízo e a justiça, conservará este a sua alma em vida.


LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA / Gn 2.16-17 A liberdade de escolha.

TERÇA / Sl 51.17 Deus não rejeita um coração quebrantado.

QUARTA / Sl 119.105 A Palavra de Deus é luz para o caminho.

QUINTA / Ec 7.29 Deus fez ao homem reto.

SEXTA / Lc 14.26 A necessidade de uma reflexão inteligente.

SÁBADO / Jo 12.46-48 O julgamento divino e a pregação de Jesus.


HINOS SUGERIDOS 147, 169, 171

MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore para que tenhamos consciência dos nossos deveres pessoais diante de Deus.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução

1– A responsabilidade pessoal de cada um

2– A possibilidade de ser diferente

3– Deus quer que todos sejam salvos

Conclusão

INTRODUÇÃO

A presente lição trata do desejo de Deus em salvar a todos e seu chamado ao arrependimento, sem anular a responsabilidade individual e a certeza do juízo divino sobre os que não se arrependerem.

PONTO DE PARTIDA

Deus quer que todos sejam salvos.


1- A RESPONSABILIDADE PESSOAL DE CADA UM

O capítulo 18 de Ezequiel trata de um tema que também está presente nos dias de hoje na mente de muitos: a questão da responsabilidade pelo estado de uma pessoa (seja, dentre outros, social, psicológico, financeiro, espiritual). Na presente lição, evidentemente, nos deteremos no aspecto espiritual, o qual resulta em atitudes para com o próximo [Ez 18.6-8]. Como está meu relacionamento com Deus? Qual a minha responsabilidade no estado em que se encontra meu relacionamento com Deus?


1.1. A tendência humana de transferir responsabilidade.

Desde o primeiro casal, vemos a tendência humana de explicar suas atitudes com as atitudes do outro: “A mulher que tu me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi” [Gn 3.12]. Esta foi a explicação de Adão para Deus. Como se o homem não tivesse escolha ou como se fosse apenas vítima: a mulher foi dada por Deus e o fruto foi dado pela mulher! Ao se dirigir à mulher, esta respondeu a Deus que a serpente a enganou. Assim, tal tendência tem acompanhado a história da humanidade ao longo da sua existência. Que o estudo da presente lição contribua para que não nos esqueçamos que, se somos vítimas de algumas situações, somos “também agentes, portadores responsáveis da imagem de Deus”, como descreveu Larry Crabb.


Subsídio do Professor:

Bíblia King James – Gênesis 3.12: “Parece ter sido Adão quem inventou a conhecida evasiva: “Quem? Eu? Não! Foi Fulano, Beltrano ou Sicrano!”. Desde o Éden o homem tem grande dificuldade em aceitar sua culpa e, fugindo de si e das responsabilidades pessoais, procura amenizar sua consciência condenatória culpando outras pessoas e o mundo. Adão tenta se isentar da responsabilidade pessoal sobre a quebra da obediência devida a Deus culpando Eva, a serpente e o próprio Senhor (…).”


1.2. A capacidade de escolher.

Um dos aspectos da imagem de Deus em nós é a nossa capacidade de escolher. Ao criar o primeiro casal, Deus lhes concedeu a liberdade de escolha entre fazer o certo e o errado [Gn 2.16-17]. O ser humano possui a faculdade intelectual e volitiva, que lhe permite raciocinar, pensar, decidir. Evidentemente que o pecado também atingiu esta capacidade humana, porém a Bíblia revela que a pessoa não perdeu de todo essa faculdade [Dt 30.19-20; Js 24.15]. Notemos que as expressões usadas por Jesus: “Se alguém quer vir após mim” [Lc 9.23] e “Se alguém vier a mim” [Lc 14.26] – indicam a necessidade de uma reflexão inteligente.

 

Subsídio do Professor:

Timothy Munyon: “A respeito da imagem moral de Deus nos seres humanos, “Deus fez ao homem reto” [Ec 7.29]. Até mesmo os pagãos, que não possuem conhecimento da lei escrita de Deus, conservam uma lei moral escrita por Ele em seus corações [Rm 2.14-15]. Em outras palavras, somente os seres humanos possuem a capacidade de sentir o que é certo ou errado, bem como o intelecto e a vontade necessários para escolher entre eles. (…) Estes, mesmo possuindo tal liberdade, são incapazes de escolher a Deus. Deus, portanto, pela sua bondade, equipa as pessoas com uma medida de graça que as capacita e prepara a corresponder ao Evangelho [Jo 1.9; Tt 2.11].”

 

1.3. A culpa coletiva não exclui a individual.

Tanto o profeta Jeremias como Ezequiel mencionam um provérbio que estava sendo bastante usado pelo povo de Israel [Jr 31.29; Ez 18.2], que atribuía aos antepassados a culpa pelos sofrimentos do presente. É certo que as gerações anteriores àquela dos profetas tinham cometido graves pecados (vide os relatos históricos dos tempos de Acaz, Manassés, Amom e tantos outros), contudo, tal fato não justificava a conduta dos contemporâneos de Jeremias e Ezequiel, pois também tinham a revelação divina e, consequentemente, não eram ignorantes quanto ao que Deus requeria, ou seja, arrependimento do povo.

 

Subsídio do Professor:

Professora Betty Bacon: “Os provérbios errados, de antigamente e de hoje, são um alerta para nós. É muito fácil ter a mente corrompida pelo que “todo mundo diz”. O cristão deve conversar sim, mas cuidar do que falam e avaliar o que ouvem, especialmente antes de transmitir a outros – Cl 4.6; 1Ts 5.21”. Por isso é importante passar as informações e “provérbios” pelo crivo da Palavra de Deus.


EU ENSINEI QUE:

Há uma tendência humana de transferir responsabilidade. Porém, um dos aspectos da imagem de Deus em nós é a nossa capacidade de escolher.


2- A POSSIBILIDADE DE SER DIFERENTE

O capítulo estudado na presente lição [Ez 18] trata de um assunto presente em muitos outros registros bíblicos. Ou seja, um passado pecaminoso ou justo de uma família não significa que, automaticamente, a geração seguinte irá vivenciar a mesma realidade independente das escolhas e comportamentos [Ez 8.5-18].

 

2.1. Exemplo de quatro gerações de reis de Judá.

Para exemplificar o texto de Ezequiel 18.5-18, podemos citar a história bíblica de quatro reis de Judá: Ezequias – Manassés – Amom – Josias [2Cr 29-35]. Como foram diferentes as posturas dos reis quanto ao relacionamento com Deus, mesmo diante das Escrituras, dos profetas e dos exemplos que tinham. O histórico familiar pode influenciar, mas não determina. A pessoa, principalmente em nossa realidade de abundância de proclamação da Palavra de Deus, ao alcançar determinada idade, precisa exercitar sua capacidade de discernimento quanto aos valores e crenças recebidos da família, sempre à luz da Palavra [Sl 119.9, 105].

 

Subsídio do Professor:

Daniel I. Block comentou sobre a geração alvo das profecias de Ezequiel: “O tempo todo, eles reclamam o direito à proteção divina, com base nas promessas imutáveis de Deus. Entretanto, Ezequiel é intransigente em sua exposição da hipocrisia da nação. As promessas da aliança não são garantias incondicionais de favorecimento; a segurança e o bem-estar são contingentes em aceitar as reivindicações exclusivas do Senhor à sua lealdade e obediência intransigente à sua vontade. Uma vez que falharam nos dois departamentos, a geração presente fica sob ameaça das maldições da aliança.”

 

2.2. O valor da conversão.

A mensagem de Ezequiel deixa claro ao povo que é possível ser diferente: “Mas, se o ímpio se converter… Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade…” [Ez 18.21, 27]. “Converter”, no hebraico, é um termo usado para expressar, entre outros significados, mudança de reações, atitudes e sentimentos. O povo de Israel no tempo de Ezequiel certamente conhecia o exemplo do rei Manassés que, quando levado cativo, orou e se humilhou diante do Senhor e alcançou misericórdia e restauração [2Cr 33.11-20]. Deus não rejeita um coração humilde e arrependido [Sl 51.17].

 

Subsídio do Professor:

Comentário Bíblico Moody: “Os conceitos da solidariedade social e da responsabilidade de grupo eram coisas antigas em Israel. A homília ou ensaio de Ezequiel no capítulo 18 implica na operação da sequência natural da causa e efeito no meio das circunstâncias da vida humana. Deus não considera um homem responsável pelas circunstâncias nas quais nasceu, mas apenas pelo uso que fizer delas subsequentemente. Portanto, um homem é livre para renunciar o seu passado, tanto para o bem como para o mal.”

 

2.3. A relevância da resposta humana para Deus.

A possibilidade de ser diferente passa pela resposta de uma pessoa diante do anúncio da Palavra de Deus. O apóstolo Paulo enfatizou este assunto em Romanos 10.3, 18-21. O apóstolo diz que os judeus rejeitaram a maneira de Deus agir e foram rebeldes, mesmo o Senhor enviando Seus mensageiros e estendendo as Suas mãos. Tal postura do povo também era realidade no tempo de Ezequiel: “O caminho do Senhor não é direito” [Ez 18.29], além de acharem que estavam sofrendo injustamente [Ez 18.2]. E nós, que resposta (reação) estamos tendo diante do agir e da Palavra do Senhor?

 

Subsídio do Professor:

Pr. Marcos Sant´Anna: “Não é de qualquer maneira ou baseados tão somente no nosso conhecimento e criatividade que nossas atitudes ou respostas para Deus serão aceitas por Ele. Vide o exemplo de Caim, considerado o primeiro ato de adoração registrado na história humana, pois, antes de Abel, foi ele que teve a iniciativa de apresentar uma oferta ao Senhor. Contudo, Deus não atentou para ele e para a sua oferta [Gn 4.3-5]. A reação de Caim demonstrou desinteresse em conhecer os motivos de Deus para não o aceitar, mesmo depois de o Senhor ter falado com ele [Gn 4.5-7].”


EU ENSINEI QUE:

O passado pecaminoso ou justo de uma família não significa que, automaticamente, a geração seguinte irá vivenciar a mesma realidade.

 

3- DEUS QUER QUE TODOS SEJAM SALVOS

O Senhor Deus não deseja que o homem mau morra, mas que se arrependa e viva [Ez 18.23, 32]. Desde a queda no Éden o Criador tem revelado seu interesse em restaurar a humanidade, anunciando a vinda da semente da mulher, providenciando vestes adequadas para o primeiro casal, preservando Noé e sua família, chamando Abraão e revelando Seu plano para abençoar todas as famílias da terra [Gl 3.8, 14].

 

3.1. O desejo de Deus em salvar não anula o juízo.

O Senhor Deus, além de chamar o povo à conversão, também anunciou que, se continuassem com as transgressões e iniquidades, estariam sendo julgados pelo que estavam fazendo [Ez 18.30]. A mensagem do julgamento divino também fazia parte da pregação de Jesus [Jo 12.46-48]. Como comentou F. F. Bruce: “A palavra de julgamento no último dia, portanto, não é diferente da palavra de vida já anunciada. A mensagem que proclama vida para o crente é a mesma que proclama condenação para o desobediente”.

 

Subsídio do Professor:

De acordo com John B. Taylor: “A lei da responsabilidade individual que Ezequiel está expondo é supremamente justa, porque cada homem tem sua própria escolha pessoal e a oportunidade para viver. Deus julgará cada um segundo os seus caminhos [Ez 18.30]. É a combinação deste fato com o conhecimento de que Deus não tem prazer na morte de ninguém [Ez 18.32] que leva Ezequiel a apelar ao povo, em nome de Deus, no sentido de se arrepender e de se voltar a Ele. Como um povo, talvez sejam rebeldes e idólatras, mas como indivíduos, pode-se apelar a eles e, através do seu arrependimento, podem ser salvos.”

 

3.2. Cada um é responsável por seus atos diante de Deus.

É importante trazer sempre à mente a verdade bíblica da futura prestação de contas diante de Deus. A graça de Deus não nos libera para sermos descuidados quanto ao nosso viver neste mundo. Todos vamos comparecer, porém a prestação de contas será individual [Rm 14.10, 12]. Tal certeza deve despertar em cada discípulo de Cristo um autoexame, sempre à luz da Palavra de Deus e ação do Espírito [1Co 11.28; 2Co 13.5]. Sabendo que, enquanto neste mundo, não alcançaremos um autojulgamento completo [1Co 4.4-5; 2Co 5.10].

 

Subsídio do Professor:

Leon Morris comentou sobre 1Coríntios 4.4-5: “Paulo está dizendo que não tem ciência de nenhum ponto importante em que tenha falhado em sua ação como despenseiro. Mas não descansa a sua confiança nisso. Não é isso que lhe dá absolvição. (…) Surge disso tudo uma exortação a não julgar prematuramente. (…) O juízo do Senhor será perfeito, pois Ele porá a descoberto as coisas ocultas das trevas. É somente o juízo do Senhor que pode levar em conta os atos e motivos secretos [Rm 2.16].”

 

3.3. Palavra de Deus como referência segura.

Notemos que a Palavra do Senhor inicia desconstruindo um provérbio muito usado pelo povo de Israel [Ez 18.2-3], depois revela como o povo estava equivocado em alguns de seus próprios pensamentos [Ez 18.19, 25, 29]. Nossa segurança está na Palavra de Deus e não em “achismos” humanos ou naquilo que a maioria diz. A queda do primeiro casal iniciou quando Eva cedeu à sugestão maligna de que a Palavra de Deus estava sujeita ao nosso julgamento [Gn 3.1-5], comentou Derek Kidner.


Subsídio do Professor:

Antônio Neves de Mesquita: “Acostumados a ouvir que a nação estava sob a garantia e guarda divinas, o israelita achava que esta doutrina não era correta, afirmando: O caminho do Senhor não é direito [Ez 18.25]. Noutra linguagem, os pais deveriam pagar pelos filhos, e não os filhos pelos pais, como lhes parecia [v.2]. O que havia nesta conexão é que os caminhos dos homens eram tortuosos, enquanto os de Deus era retos, mas a interpretação era falseada.”


EU ENSINEI QUE:

Deus quer que todos sejam salvos. No entanto, o desejo de Deus em salvar não anula o juízo. Por isso, cada um é responsável por seus atos diante de Deus.

CONCLUSÃO

É preciso que perseveremos nos caminhos do Senhor e nos submetamos ao que Deus revelou nas Escrituras e anunciemos a todos para que aproveitem as oportunidades que Ele, em Sua graça, tem proporcionado ao ser humano.

Revista BETEL | 1° Trimestre De 2022 | Reverberação: Subsídios Dominical

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