ASSUNTO DA REVISTA: EFÉSIOS
– Uma Exposição sobre as Riquezas da Graça, Misericórdia e Gloria de Deus
Comentarista: Bispo Abner
Ferreira
Fonte: Revista Lição
Bíblica Dominical – 4° trimestre de 2021 – Revista de Professor
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📚 TEXTO ÁUREO
"Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade." Efésios 1.4
💡 VERDADE PRÁTICA
Deus
nos deixou essa epístola para revelar a grandeza de Seu plano de salvação, um
projeto elaborado antes de tudo existir.
🎯 OBJETIVO da LIÇÃO
Ensinar
acerca
do conteúdo da epístola aos Efésios.
Mostrar
os
benefícios da graça em Jesus Cristo.
Explicar como nos tornamos filhos de Deus pela adoção.
📖 TEXTO DE REFERÊNCIA
EFÉSIOS 1. 1-6
⏰ LEITURAS
COMPLEMENTARES
SEGUNDA
| Rm 3.23-24:
A justificação pela fé em Jesus Cristo.
TERÇA
| Rm 5.1:
Justificados pela fé, temos paz com Deus.
QUARTA
| 2Co 2.14-15:
Para Deus somos o bom cheiro de Cristo.
QUINTA
| Gl 4.1-7:
Deus enviou Seu Filho.
SEXTA
| Fp 2.5-11:
Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus.
SÁBADO
| Cl 1.13-17:
Jesus Cristo: a imagem do Deus invisível.
🔊 HINOS SUGERIDOS 🎵
18, 266,459
🛐MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore
agradecendo a Deus por tudo o que Ele é e pelo benefício que nos tem dado.
✍️ ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1.
Conhecendo a Epístola aos Efésios
2.
Os privilégios concedidos por Jesus Cristo
3.
As grandiosas riquezas da graça
Conclusão
INTRODUÇÃO
A
narrativa paulina da Epístola escrita aos Efésios nos revela o maravilhoso
plano da salvação idealizado por Deus desde a fundação dos tempos [Ef 2.8-9].
👍
PONTO DE PARTIDA
Deus nos
salvou para louvor da Sua glória.
1. Conhecendo a Epístola aos Efésios
A Epístola aos Efésios
relata a fantástica história da salvação humana. Inspirado pelo Espírito Santo,
Paulo nos revela a nova dimensão alcançada através dela, a qual insere toda a
raça humana debaixo da poderosa e imensurável graça divina.
1.1. A Epístola aos
Efésios.
A Epístola é uma
contemplação do plano de Deus realizado em Jesus Cristo e na Igreja, com a
consequente exortação de colocá-lo em prática em todos os atos da vida. Paulo
destaca a função “cósmica” de Cristo, Seu domínio sobre os poderes angélicos e
Sua soberania sobre todo o universo [Ef 1.20-21].
A Igreja é apresentada
como resultado da obra salvífica de Cristo, sendo Seu Corpo, “a plenitude
daquele que cumpre tudo em todos” [Ef 1.22-23], formada por judeus e gentios
nascidos de novo e feitos um único povo de Deus [Ef 2.14-18]. E é também o
Templo, que tem o próprio Jesus Cristo como a “pedra angular” e que está sendo
construído pela ação do Espírito Santo [Ef 2.19-22].
Russell P.
Shedd (Epístolas da prisão, Editora Vida Nova, p. 11) comentou que “é a
epístola que foi reconhecida por uma autoridade como a rainha das epístolas de
Paulo. Efésios é o mais sublime de todos os livros ou epístolas na literatura
humana. O apóstolo aos gentios encontrava-se preso em Roma, mas tinha liberdade
para ensinar. E, talvez mais importante ainda, podia meditar e colocar no papel
suas meditações (segundo Atos 28.30-31). A Epístola aos Efésios foi escrita
provavelmente em 61 A.D., trinta anos, mais ou menos, depois da sua conversão.”
A
apresentação do mistério de Cristo e da Igreja. A Carta começa com um hino
solene que reflete as características do estilo litúrgico que é inspirado nas
grandes bênçãos judaicas. Seu tema é o “mistério de Cristo” [Ef 3.3-4], isto é,
o desígnio divino da salvação, escondido em Deus desde a eternidade, anunciado
pelos profetas e plenamente realizado em Jesus Cristo. A iniciativa deste
desígnio pertence ao Pai. Foi Ele quem nos escolheu e nos predestinou para
sermos Seus filhos adotivos. Mas quem cumpre a ação salvadora do Pai é “seu
Filho amado” [Ef 1.6], através do Espírito, que é “o penhor de nossa herança”
na glória [Ef 1.14].
N Este tema
central da fé cristã se amplia ao longo da primeira parte da Carta. Paulo
destaca “a extraordinária grandeza do poder que Deus manifestou em Cristo,
quando o ressuscitou dentre os mortos” [Ef 1.19-20] e “o constituiu como cabeça
da igreja” [Ef 1.22]. A ela, que é o Seu Corpo, comunicou-lhe abundantemente os
dons do Espírito Santo [1 Co 12.4-11]. Francis Foulkes (Efésios: introdução e
comentário - Editora Vida Nova - p. 56) comentando sobre a Igreja como Corpo de
Cristo: “exprime a união essencial de Seu povo com Ele [...] - a mesma vida de
Deus transborda por meio de todos [...]”.
1.2. A essência da
Epístola.
Paulo deixa muito claro
que não basta apenas contemplar o “mistério de Cristo” e bendizer ao Pai por
seu desígnio de amor. É necessário viver esse mistério e ser coerente com esse
desígnio. Se todas as coisas foram “reunidas” em Jesus, como os cristãos podem
viver desunidos? Na Igreja existe uma diversidade de dons e funções, mas essa
diversidade necessária, longe de ser um obstáculo à sua unidade, deve
contribuir para enriquecê-la e torná-la mais manifesta. Como todo corpo e à
maneira de um “edifício”, a Igreja deve crescer constante e harmonicamente com
a contribuição de todos, até atingir “à medida da estatura completa de Cristo”
[Ef 4.13].
A unidade
cristã deve ser o fruto da nova vida que recebemos quando nos revestimos de
Cristo. O mesmo deve ser dito de todo comportamento cristão. Cristo nos
transportou de um mundo de trevas para o reino de sua maravilhosa luz. Como
“filhos da luz” [Ef 5.8], somos chamados para imitar a Deus, praticando o incomparável
amor de seu Filho em nossos relacionamentos com os outros.
EU ENSINEI QUE:
Inspirado pelo Espírito Santo, Paulo nos
revela a nova dimensão alcançada através da salvação, a qual insere toda a raça
humana debaixo da poderosa e imensurável graça divina.
2. Os
privilégios concedidos por Jesus Cristo
Paulo sabia reconhecer
perfeitamente que Deus era a verdadeira fonte de onde tudo se originava. Ele
tinha todos os motivos para bendizer ao Senhor em todo o tempo. Ele conhecia
perfeitamente o que a graça nos havia proporcionado e como nos tornamos abençoados
por meio de nossa aliança com Jesus Cristo.
2.1. Graça e paz.
Graça e paz era uma
saudação muito comum na Igreja Primitiva [Ef 1.2; Fp 1.2; 2Pe 1.2]. A tradição
judaica usava somente a palavra hebraica “shalom” (traduzida como paz).
Mas Paulo, divinamente inspirado, dá um sentido muito mais especial a essa
saudação quando lhe acrescenta o termo grego “charis” (que pode ser
traduzido como graça ou encanto). A palavra graça possui dois conceitos importantes:
aparece como um dom imerecido, e retratando algo amável. Indica que na vida
cristã deve haver bondade e encanto.
O “shalom” (paz)
significa tudo o que se relaciona com o bem supremo do homem. Paz, do grego
“eirene”, indica a tranquilidade, bênçãos que desfrutam todos que estão em
Cristo, por terem sido reconciliados com Deus. Portanto, graça e paz são duas
expressões de enorme significado para a fé cristã.
A graça
descreve um dom que o homem não pode obter por seus próprios esforços, que
nunca poderá ser capaz de merecer e que vem diretamente de Deus, sendo dada a
quem Ele quer. O tratamento divino que recebemos como também os seus dons são
coisas que recebemos pela generosidade do seu coração. “Cada vez que
mencionamos a palavra graça pensamos no puro encanto da vida cristã e na pura e
imerecida generosidade do coração de Deus” (BARCLAY, 1984). A paz que Jesus
deixou com Seus discípulos é algo absolutamente independente das circunstâncias
externas. Ela vem diretamente de Deus [Jo 14.27].
2.2. A fonte de onde tudo se origina.
Dirigindo-se ao povo de
Éfeso, Paulo faz duas importantíssimas colocações. Acerca de si mesmo e de seu
apostolado, ele não usa de vanglória quando afirma que se tornou apóstolo pela
vontade de Deus [Ef 1.1]. Paulo vivia um assombro e uma grande admiração por
Deus ter escolhido um homem como ele para tal missão. Ele sabia perfeitamente
que sua eleição aconteceu devido à imensa graça de Deus, não porque fosse
merecedor [Ef 2.8-9].
Em forma de gratidão, ele
usa o termo: “bendito”, para dar exclusividade a Deus, e legitimar Aquele que é
a fonte de todas as bênçãos. Somente o Senhor é digno de ser chamado de
“bendito”, porque Ele é a fonte de onde tudo se origina [Ef 1.3].
Quando nos
tornamos parte da família de Deus, além da salvação, a Bíblia nos assegura que
as bênçãos que estão nos lugares celestiais recairão sobre nossas vidas. Por
intermédio de Jesus Cristo, temos parte nas riquezas da graça de Deus [Ef 1.7;
2.7], da glória de Deus [Ef 1.8; 3.16], da misericórdia de Deus [Ef 2.4] e nas
“insondáveis riquezas de Cristo” [Ef 3.8]. Nosso Pai celestial não é pobre; Ele
é riquíssimo e nos tornou ricos em Seu Filho.
FOCO NA LIÇÃO: Paulo nos revela a nova dimensão alcançada através dela, a qual
insere toda a raça humana debaixo da poderosa e imensurável graça divina.
2.3. Abençoados com todas
as bênçãos espirituais.
Paulo também nos
apresenta duas poderosas perspectivas acerca das bênçãos divinas. Primeiro ele
fala da abrangência de nossas bênçãos. Temos “todas as bênçãos espirituais” [Ef
1.3]. No Antigo Testamento, Deus prometeu bênçãos materiais a Israel como uma
recompensa por sua obediência [Dt 28.1-13]. Agora Ele promete suprir todas as
nossas necessidades segundo a Sua riqueza [Fp 4.19]. Em segundo lugar, Paulo
fala da esfera das nossas bênçãos. Elas se encontram “nas regiões celestiais”.
Além das bênçãos que suprem as nossas necessidades terrenas, o Senhor tem
bênçãos celestiais para nos capacitar para todas as coisas.
A nossa
melhor forma de retribuir aos benefícios outorgados pela graça divina é
permanecendo fiéis a Ele em todo tempo, louvando, exaltando Seu nome, e
testemunhado acerca dEle enquanto estivermos vivos aqui nesse mundo. O Senhor
não nos abençoou com uma ou um pouco de bênçãos, nos abençoou com “todas”. A
quem permanece em Cristo, Ele dá liberalmente todas essas coisas, onde Deus
abençoa com bênçãos espirituais, tudo é abençoado [Ef 1.3].
EU ENSINEI QUE:
O apóstolo Paulo sabia reconhecer
perfeitamente que Deus era a verdadeira fonte de onde tudo se originava. Ele
conhecia perfeitamente o que a graça nos proporciona e como nos tornamos
abençoados por meio de Jesus Cristo.
3. As grandiosas riquezas da graça
Nesta
seção, Paulo faz um relato das bênçãos recebidas em Cristo Jesus. Ele apresenta
os propósitos de nossa eleição em Deus, os efeitos da redenção e como nos
tornamos filhos para que pudéssemos desfrutar das riquezas dessa tão grande
salvação.
FOCO
NA LIÇÃO: Ele apresenta os propósitos de nossa
eleição em Deus, os efeitos da redenção e como nos tornamos filhos para que
pudéssemos desfrutar das riquezas dessa tão grande salvação.
3.1. Eleitos em Cristo.
A doutrina da eleição nos
causa maravilha e perplexidade. O fato de que Deus nos escolheu mesmo antes de
criar o universo, nos revela Sua presciência e Seu propósito. Paulo ressalta
duas coisas maravilhosas advindas dessa escolha: primeiro, Ele nos escolheu,
essa escolha não parte da vontade de homem algum |Jo 15.16; Rm 3.10-11]. Ele
não nos escolheu porque éramos bons, mas nos escolheu para que pudéssemos fazer
algo de bom. Em segundo lugar, Ele nos escolheu “nele” (em Cristo), não em nós
mesmos [Ef 1.4]. Também nos escolheu com um propósito: para sermos santos e
irrepreensíveis.
Todos nós,
cristãos, concordamos que a salvação começa em Deus. Sabendo que os recursos
humanos são escassos, é Ele sempre quem dá o primeiro passo para que ela se
concretize [Rm 3.10-11]. Em Seu infinito amor e graça, é Deus quem procura o
pecador [Lc 19.10]. Convém observar que Deus nos escolheu mesmo antes de criar
o universo, de modo que nossa salvação se deve inteiramente à Sua graça, não há
mérito humano que possa justificar a salvação. Por isso Paulo afirma que fomos
eleitos “nele”, em Cristo [Ef 1.4].
3.2. Uma poderosa
redenção.
A redenção da humanidade
está intimamente ligada à ideia de sacrifício com derramamento de sangue [Lv
17.11; Hb 9.22]. A morte de Cristo e o derramamento de Seu sangue precioso
resultaram na remissão dos pecados de toda a humanidade. Desse modo, a redenção
trouxe como efeito a nossa justificação diante de Deus. A graça que foi
derramada sobre nós é tão poderosa que, além de quitar completamente nossa
dívida diante de Deus, ainda nos abriu a porta de acesso para que pudéssemos
conhecer as riquezas de Sua graça. Acerca da graça, Paulo faz a seguinte afirmação:
nos fez agradáveis [Rm 3.23-24; 5.1; Ef 1.6-7].
O homem
jamais poderia salvar a si mesmo. A condição humana era de culpa. A redenção
nos libertou dessa culpa e em Cristo fomos justificados. A palavra redenção
indica “libertação em razão do pagamento de uma redenção” O termo era usado
especificamente em referência à compra da liberdade de um escravo. A aplicação
desse termo esclarece perfeitamente a nossa condição antes da redenção. O
sacrifício de Cristo comprou a nossa liberdade [Rm 3.23-24].
3.3. Filhos adotivos.
Paulo nos diz que Deus
nos predestinou para sermos adotados como Seus filhos por meio de Jesus Cristo,
de acordo com a pura afeição de Sua vontade [Ef 1.5]. A adoção é o ato pelo
qual Deus coloca os que nasceram de novo em uma posição de filhos adultos
dentro de sua família. Ele age dessa maneira para que possamos imediatamente
nos apropriar de nossa herança e a desfrutar nossas riquezas espirituais
outorgadas pela graça. Um bebê não pode herdar legalmente uma herança [G1
4.1-7], Isso significa que não precisamos esperar até nos tornarmos experientes
na fé para nos apropriarmos de nossas riquezas em Cristo.
Todos nós
fomos criados para viver em comunhão com Deus, como seus filhos [Gn 1.26; At
17.28]. Porém, o pecado roubou de nós esse privilégio, e a consequência dessa
qualidade de vida era viver fugindo de Deus. Pela graça de Deus, em Cristo e
através dEle, fomos restaurados à filiação. Antes éramos apenas criaturas e não
filhos [Mc 16.15; Jo 1.12]. A adoção nos colocou em uma posição privilegiada. O
que antes era medo e afastamento de Deus, com a adoção se tornou alegria,
prazer e amor pelas coisas divinas.
EU ENSINEI QUE:
O apóstolo Paulo faz um relato das
bênçãos recebidas em Cristo Jesus. Ele apresenta os propósitos de nossa eleição
em Deus, os efeitos da redenção e como nos tronamos filhos de Deus.
CONCLUSÃO
De acordo com o bom propósito de Sua vontade, Deus em Sua presciência e adorável graça elaborou desde a eternidade uma poderosa redenção para toda humanidade em Jesus Cristo. Ele nos resgatou e nos adotou para nos tornar participantes das promessas em Cristo [Ef 3.6].
Revista BETEL | 4° Trimestre De 2021 |
Reverberação: Subsídios Dominical
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