As agressões se tornaram rotina e os cristãos fugiram: “Decidimos ir embora. Não levamos nada, para não chamar a atenção para o fato de que estávamos indo embora”, disse Mama Agathe. O casal tem dois filhos falecidos, um deles foi morto durante represálias por muçulmanos em 2019, e o outro por homens armados a caminho de Bangassou em 2020. Desde então, o casal permanecia na pequena cabana, trabalhando na agricultura para sobreviver.
No dia 12 de julho, sem dinheiro e apenas com as roupas do corpo, o casal decidiu fazer uma caminhada de 45 quilômetros até a cidade mais próxima, onde esperavam encontrar segurança. Então, em algum lugar ao longo do caminho, uma ambulância passou por eles e os levou para a cidade. A igreja local nessa nova cidade acolheu Mama Agathe e o marido e lhes deu alojamento, alguns alimentos, remédios e uma fazenda para cultivar.
“A violência sexual na República Centro-Africana é uma arma de guerra conhecida, frequentemente usada por rebeldes, muitas vezes incluindo muçulmanos radicais. Esses atos são cometidos contra cristãs, muitas vezes na presença dos maridos, pais ou outros membros da família com o único objetivo de traumatizá-los e subjugá-los”, explica um parceiro da Portas Abertas na África Ocidental.
07/08/2021 - Com Informações de Portas abertas