Neste artigo vamos analisar a passagem bíblica de Mateus 6.33, onde encontramos a célebre exortação de nosso Mestre Jesus: “Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.
Não
é nenhuma novidade que citações e promessas orais, com vocábulos coloquiais e
mesmo algumas partes dos hinos que cantamos em nossas reuniões têm sido
transformados em declarações de bênçãos, promessas e orientações para os fiéis.
Este fenômeno é resultante da falta de análise das Sagradas Escrituras e o
repasse de informações equivocadas, sem nenhuma base bíblica que comprove a
contextualização dos temas propostos.
O
capitulo seis do Evangelho de Mateus contém sete divisões: esmolas, oração,
jejum, investimento correto, pureza, avareza e as solicitudes da vida. As três
primeiras altamente observadas e praticadas pelos judeus, foram redirecionadas
por Cristo; as três posteriores, trata-se de um desafio iminente para os
ouvintes do Mestre; e a última, é vista como a realidade da grande parte do
público que ouvia e seguia o Senhor Jesus. As dificuldades sociais e econômicas
afetavam diretamente este público que era composto por servos, camponeses,
pescadores e pequenos artesãos, exceto alguns publicanos e nobres que também
seguiam o Mestre.
O
povo hebreu tinha como imprescindível os elementos necessários para sua
sobrevivência: bebida, comida e vestuário. Na Oração do Pai Nosso, vemos um
incentivo ao clamor pelo pão diário, e a multiplicação dos pães e peixes em
duas vezes distintas pelo Senhor também demonstra tamanha dificuldade da
alimentação correta e diária deste público alvo. Da mesma forma acontecia com o
vestir e o beber.
Mediante
essas dificuldades terrenas e diárias, o Filho de Deus revela-se aos seus
queridos como o provedor das necessidades básicas e cotidianas daqueles que obedecem
às diretrizes de seu Reino. Entre o sofrimento por antecipação denunciado no
versículo 25 e a bênção da provisão indicada no versículo 33, concluímos que a
lei da obediência na citação e promessa de Cristo deve ser estabelecida na vida
daqueles que o ouvem e seguem. Jesus é o pedagogo por excelência e devemos
confiar em duas referências por Ele ensinadas “as aves dos céus” e “os lírios
do campo”. Se os reinos animal e vegetal recebem a provisão diária de seu Criador
mediante as leis estabelecidas por Ele, mesmo sendo temporais e efêmeras, como
duvidar de Seu cuidado dirigido aos Seus queridos, de acordo com o versículo
26?
Mateus
deixou registradas as instruções e ensinos proferidos por Jesus no célebre
Sermão do Monte. Naquela ocasião, o Senhor fez uma citação que entendemos ser
uma ordenança e promessa: “Mas, buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça...”;
em seguida, vem a promessa: “...e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.
A ordenança envolve a lei da obediência ao Reino, enquanto que a promessa surge da provisão direta daqueles que obedecem a lei do Reino. Jesus estabelece o propósito primário que é a busca do Reino e, automaticamente, estabelece o propósito secundário que é a provisão do Reino. Não existe nenhuma contradição, isto é bíblico, teológico e doutrinário. Então, vamos lá: qual o problema das citações e promessas orais neste texto particularmente? O problema é que diversos expositores fazem a citação do texto excluindo parte do texto e incluindo algo no texto, ainda que seja apenas uma palavra. Sendo assim, acaba sendo produzida uma promessa inexistente na Bíblia Sagrada. Acredito que muitos o fazem inconscientemente, sem maldades; outros, porém, manifestam o desejo maligno de fazê-lo, conduzidos por seus propósitos particulares.
Mas
vamos observar o outro lado. Diversos cristãos citam Mateus 6.33 excluindo o
pronome demonstrativo “estas” ou “essas” e enxertado no lugar a palavra
“demais”. O texto correto seria, “Mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua
justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Mas, geralmente, o
texto é declarado com citação e promessa errada: “Mas, buscai primeiro o Reino
de Deus, e a sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas”. Quando
pessoas fazem citações e promessas errôneas, a exegese é equivocada e o texto
sagrado totalmente comprometido.
Todo
cristão ao assimilar a citação correta deste texto e a promessa nele inserida,
chegará à conclusão de que “todas essas coisas” que Jesus nos garantiu está
relacionado ao comer, beber e ao vestuário (Mt 6.25-31). São elementos
totalmente internos e fechados a argumentação e ao ensino de Jesus sobre aquele
assunto. Quando lemos “todas essas coisas” devemos atentar que o conteúdo está
voltado para algo que está próximo, que Ele já havia mencionado e garantido, e
não para elementos não prometidos ou garantidos. Esta citação, de acordo com a
interpretação de muita gente, vai além do texto, além daquilo que está perto ou
de que Jesus prometeu ou garantiu. Isto é deturpação da palavra escrita e
textual, antibíblico, configura a ação humana no intuito de usurpar a
autoridade da Palavra e do próprio Deus. Essa estratégia gera incredulidade e
dúvidas para os ouvintes e para o próprio indivíduo, pois tais promessas jamais
se cumprirão.
O nosso objetivo não é abolir as demais bênçãos na vida dos servos do Senhor, sejam elas espirituais, físicas ou materiais, pois as bênçãos do Eterno são completas para seus filhos, de acordo com a fidelidade de cada um, resultado da fé depositada em Deus, mas o que procuramos abordar e direcionar, exclusivamente, é a promessa contida no texto sagrado acima mencionado. O Espírito Santo é Deus e rei da Glória ilumine cada leitor no sentido de avançar e aguardar as promessas do bondoso Deus.
Referência: PEREIRA, Gesiel. Sobre a promessa de Mateus 6.33. Jornal Mensageiro da Paz, março/2019. Reverberação: www.subsidiosdominical.com
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