Em todo o mundo, por conta dos avanços
tecnológicos, às vezes em tempo real, tragédias são noticiadas com grande
frequência. São muitos os casos, como por exemplo, o ciclone que devastou
Moçambique, na África, e fez muitas vítimas; o incêndio no Centro de
Treinamento do Flamengo, em que jovens perderam a vida; o rompimento da
barragem de Brumadinho, episódio no qual centenas de pessoas foram engolidas
por camadas de lama; enchentes em diversas regiões do Brasil e do mundo; e a
tragédia em Suzano, em que dois jovens armados deixam vítimas fatais em
massacre dentro da escola em que estudavam.
A cada nova tragédia divulgada no Brasil e no
mundo, as pessoas tendem a parar e refletir sobre o ocorrido e a manifestar sua
indignação, aflorando seu lado mais “humano”, ou seja, suas emoções, entre elas
a empatia, comportamento esse que não ocorre normalmente, afinal, no cenário em
que vivemos dificilmente existe reflexão acerca das necessidades do outro.
Veja também:
Aqui, a primeira provocação que faço é: Você
precisa se deparar com tragédias para se tornar mais humano, emocional e
consciente do seu propósito?
É fundamental termos consciência sobre a nossa
missão neste mundo. Viemos para fazer a diferença! Evangelizar é preciso! Nunca
sabemos o dia de amanhã, o tempo e a vida estão nas mãos de Deus. Será que
estamos fazendo a nossa parte enquanto seres humanos?
Quando
o homem depara-se com as suas limitações, sua fragilidade humana e as
reconhece, ele pode se aproximar mais do próximo, mesmo vivendo inserido em um
mundo que apresenta constantemente características desumanizadas em que o
egoísmo (aquele que pensa somente em si) e o egocentrismo (pessoa que acha que
o mundo gira em torno de si) transbordam as relações humanas, afinal cada vez
mais se vive o “ter” o e não o “ser”, intensificando o desafeto. Mesmo assim,
se aproximar do próximo é a melhor escolha. Ser workaholic e estar sempre na
correria, muitas vezes com a justificativa de ser o melhor para a família, é
extremamente comum hoje em dia, porém, valorizar o ser-humano é fundamental, e
na prática é o que nos aproxima do nosso verdadeiro propósito.
Por
decorrência de certa negligência em relação a isso, percebe-se que muitos
casamentos têm sido desfeitos e muitos filhos têm sofrido bullying/abusos sem
alguém presente para ouvi-los e defendê-los. É saudável que os filhos
compartilhem seus sentimentos e emoções com os pais.
1. O que pode ser feito em meio à
tragédia
Consolar
alguém em situação de tragédia é sempre uma tarefa difícil. Algumas pessoas
tendem a dizer “não chore”, por conta da dificuldade em prestar suporte em
momentos tão difíceis, toda via, segundo a psicologia, nesses casos “chorar é
preciso!”, pois o choro funciona como mecanismo de elaboração do luto. Existe
uma tendência de se bloquear as verdadeiras emoções dos indivíduos, seja por
via de medicamentos e tranquilizantes, até como por repreensão disso como meio de
não sentir a dor, entretanto, é de extrema importância que pessoas que
atravessaram momentos delicados e sofreram perdas físicas ou materiais tendem a
experimentar o luto.
Já
por parte de quem está próximo é fundamental se aproximar com cautela e
perguntar sobre o ocorrido, mostrando apoio e tornando-se uma figura de amparo.
A pessoa que sofre precisa enxergar que a vida dela não acabou com a tragédia,
por mais triste que seja. A dor existe, a superação é difícil, por vezes dói
muito, mas um dia essa dor diminuirá e cabe a cada um de nós mostrarmos isso.
Cuidado com a superproteção à vítima, isso não é saudável, e por vezes pode
colocar a mesma em um lugar de vítima para sempre.
Lições Bíblicas da classe dos Adultos:
2. O que podemos aprender como essas
tragédias
Em
primeiro lugar, é necessário entender que Deus criou o ser humano dotado de livre-arbítrio,
de modo que, por vezes, certas pessoas cometem atos horríveis contra seu
próximo, pelo fato de escolherem viver distanciadas do amor. “A maldade
aumentará de tal maneira que o amor de muitos esfriará” (Mt 24.12).
Mas e
o amor, onde está? Atualmente a quantidade de divórcios se multiplica, filhos
destruindo-se ou destruindo uns aos outros. “Pois o amor ao dinheiro é a raiz
de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da
fé e se atormentaram com muitos sofrimentos” (1 Tm 6.10).
O ser
humano precisa ter um relacionamento com Deus e consciência de que a sua
existência depende unicamente da misericórdia divina. É verdade que tragédias
podem ocorrer e, na verdade, são só a ponta do iceberg. Mas Jesus deixou-nos um
bem preciosíssimo e inviolável. Disse o Senhor: “Deixo-vos a paz, a minha paz
vos dou, não como o mundo vos dá. Não turbe o vosso coração, nem se atemorize”
(João 14.27). Creia, Deus está no controle de todas as coisas.
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Autor (a): Valquíria Salinas, psicóloga | Fonte: J.
Mensageiro da Paz
Estudo
Publicado em Subsídios EBD –
Site de Auxílios Bíblicos e Teológicos para Professores e Alunos da Escola Dominical.