Por que, na lei mosaica, se uma jovem solteira perdesse a
virgindade seria morta e o homem estuprador pagaria um dote e casaria com a
vítima compulsoriamente?
Após a sua libertação
da escravidão no Egito por intermédio de Moisés, o Senhor estabeleceu a sua lei
bem como mandamentos para nortear os diversos setores da sociedade naquele
período, e isso incluía também o casamento e a família em Israel. Deus agiu
dessa maneira para evitar que Israel se corrompesse com o paganismo dos povos
em derredor.
Tendo isso em mente,
vejamos a primeira parte da questão: “Por que, na lei mosaica, se uma mulher
ainda solteira perdesse a virgindade deveria ser morta conforme Deuteronômio
22.20,21?”.
Em primeiro lugar, devemos observar em
quais circunstâncias acontecia esse incidente, segundo a passagem em apreço e
seu contexto nos versículos 13 a 19. Um israelita que duvidasse da virgindade
de sua noiva devia fazer uma acusação formal junto “aos anciãos da cidade”. Se
os pais apresentassem a prova da virgindade da moça, que consistia de uma
túnica ou um lençol da noite de núpcias manchado com sangue, mostrando que a
acusação era falsa, o homem recebia uma tríplice sentença:
1) era espancado
publicamente;
2) tinha que pagar uma
multa de 100 ciclos de prata, ou seja, um valor correspondente a 100 meses de
trabalho; e
3) não poderia
divorciar-se da moça.
Entretanto, se ficasse
provado que a mulher não era virgem, então deveria ser morta. Portanto, estava
envolvida nessa condenação também a questão da mentira. O fato de constar esse
preceito na lei mosaica fazia também com que as jovens tomassem muito cuidado
para fugir da fornicação, uma vez que, por mais que esta situação ficasse
oculta para não prejudicar seu casamento, era muito provável que fosse
descoberta depois, causando sua infâmia perpétua e ruína definitiva.
VEJA TAMBÉM:
Quem são as duas testemunhas do apocalipse? Clique Aqui
Quem são os 144.000 mencionados por João? Clique Aqui
É
implícito que os pais deviam (e devem), por todos os meios possíveis, preservar
a castidade dos filhos, dando-lhes bons conselhos e admoestações, estabelecendo-lhes
bons exemplos, afastando-os das más companhias, orando por eles e com eles, e
estabelecendo limites que norteiem a conduta dos jovens.
Além disso, o respeito
aos pais era assunto sério. O quinto mandamento foi dedicado a este assunto (Êx
20.12; Ef 6.1-3). Na verdade, é o único dos Dez Mandamentos que tem uma
promessa específica atrelada: longevidade. Nestes versículos, Deus tratou o
desrespeito no relacionamento entre filho e pais como ofensa capital.
Veja também?
Vejamos agora a segunda
parte da pergunta:
“Por que um homem que estuprasse uma moça virgem deveria apenas pagar um dote e
aceitá-la compulsoriamente como esposa (Dt 22.28,29)?
O crime de estupro não
era considerado hediondo?”. Com certeza, o crime de estupro em Israel era
considerado hediondo, somente não havia a pena capital. Na passagem, um homem
que forçasse uma jovem virgem ao sexo sem qualquer compromisso de casamento
deveria assumir três responsabilidades:
1) pagaria ao pai da
jovem uma multa de 50 siclos de prata (mais de 4 anos de trabalho);
2) ele casar-se-ia com
a jovem, sem. se importar se queria fazê-lo ou não;
3) jamais teria o
direito de divorciar-se dela e cuidaria dela pelo resto da vida. Conforme Êxodo
22.16,17, se o pai da jovem não permitisse que, a moça se casasse com o homem,
apenas a multa seria paga. Portanto, o crime de estupro era hediondo e havia
uma séria punição sim; apenas não se via a necessidade da pena de morte para
esse crime.
Artigo: Pr. Waldemar
Pereira de Paixão | Divulgação: Subsídios EBD | Fonte: Jornal Mensageiro da Paz,
junho de 2016