Lição 6 - A Razão da Nossa Esperança - Subsídios Dominical

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A Carreira Que Nos Está Proposta [ Revista Digital Cristão Alerta - 2° Trimestre 2024

Lição 6 - A Razão da Nossa Esperança

Observação: Subsídio Bíblico para a lição 6 – Classe: Jovens.

I - As Qualidades da Vida Cristã
1. Unidade cristã (1 Pe 3.8)
Tendo direcionado uma série de conselhos para grupos específicos dentro da igreja (cidadãos, servos, esposas e esposos), agora Pedro se volta para os crentes em geral: “E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis”.
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A palavra “finalmente” indica a conclusão não da carta, mas do raciocínio que acabara de empregar. É uma espécie de fecho dessa seção, na qual Pedro oferta-nos uma síntese das implicações da submissão no relacionamento entre os crentes. Da mesma forma que a lei se resume no amor (Rm 13.8-10), também os relacionamentos humanos e a ética cristã, como um todo, nele se firmam.

Podemos perceber que o apóstolo está reunindo em poucas palavras as qualidades morais e espirituais da vida cristã, a começar pela unidade. Ele estimula a consideração mútua dentro da comunidade de fé e o cultivo do amor cristão, recomendando que os crentes tenham “um mesmo sentimento”. Seu propósito é que os cristãos vivam em harmonia e união uns com os outros (Jo 17.23; Ef 4.3; Fp 2.2).

Certamente, isso não quer dizer que todos os cristãos devam pensar da mesma maneira. Podemos ter diferentes opiniões sobre diversas coisas, mas o nosso ânimo, o nosso sentimento em Cristo deve ser o mesmo. A metáfora do corpo usada por Paulo é elucidativa a esse respeito (Rm 12). Apesar de cada membro possuir a sua individualidade quanto à forma de operar, formamos um só corpo em Cristo. Cada parte é diferente em si, mas o corpo só funciona adequadamente se houver cooperação e relacionamento harmonioso entre todos.
2. Simpatia e perdão (1 Pe 3.9,10)
Outra qualidade do comportamento genuinamente cristão é a simpatia. A palavra grega sympathês, traduzida nessa passagem por “compassivos”, tem o sentido de colocar-se no lugar do outro. Ser simpático, portanto, é muito mais que ser cordial e atencioso; consiste numa virtude que expressa solidariedade e compaixão pelo próximo.

A beleza e o poder do evangelho se fazem revelar na vida do crente quando este para de viver para si mesmo e passa a viver para o outro. A renúncia de que a Bíblia nos fala é a abdicação do nosso egoísmo e egocentrismo, muitas vezes latente. Nada é mais contrário ao verdadeiro cristianismo do que um falso evangelho que apregoa as bênçãos individuais e o triunfalismo pessoal em detrimento do cuidado do outro.

As pregações que simplesmente fazem projetar o desejo insaciável do ser humano em busca de ambição e poder desonram, por isso, o evangelho de Cristo. Se, como vimos no capítulo 2, o Deus da Bíblia é um Deus simpático, um Deus com-passivo, que sente e sofre com o ser humano, então essa mesma simpatia e compassividade devem se fazer presentes em nós.

Tal virtude é seguida da prática do amor fraternal, com o coração cheio de misericórdia e humildade. Ao encorajar, no versículo 9, que os crentes não tornem o mal por mal ou injúria por injúria, Pedro realça outra qualidade cristã: o perdão. Segundo ensina Warren Wirsbe, existem três possibilidade de reação ao mal. E possível retribuir o bem com o mal — o nível satânico. É possível retribuir o bem como bem e o mal com o mal — o nível humano. Ou é possível retribuir o mal com o bem — o nível divino. Este é o nível para o qual somos chamamos.

A característica do cristão é perdoar a outros da mesma forma que foi perdoado (Ef 4.32). Somente com o amor depositado em nosso coração, deixamos de revidar e de retribuir com a mesma moeda a ofensa recebida.
3. Conselhos para quem ama a vida (1 Pe 3.10-12)
Pedro recorre à citação do Salmo 34 (w. 12-16) com o propósito de acrescentar outras virtudes. “Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons [...]” (v. 10). Com base na autoridade do Antigo Testamento, Pedro está realçando que a boa vida é o resultado de condutas adequadas. Quem ama a vida, age com ética; quem ama a vida, vive em sintonia com a vontade de Deus.

Conforme Kistemaker, apesar de muitos dos leitores da carta estarem passando por dificuldades e miséria, Pedro está olhando de maneira positiva para a vida e, como o salmista, fala sobre amá-la. “A vida é um dom de Deus, e assim também o são os dias felizes. O coração dos cristãos está em sintonia com Deus e sua Palavra, e participa agora da plenitude da vida aqui na terra e depois com Cristo na eternidade”.
Fica patente que a boa vida na perspectiva bíblica não é resultante do sucesso profissional, poder ou fama, e sim de uma vida virtuosa. Boa vida não é ter uma mansão para morar ou bebida para se deleitar. O relativismo e o progressismo desvirtuaram por completo o sentido de vida boa. O primeiro fez o homem acreditar que a vida boa é o resultado da ausência de regras morais. O progressismo, por seu turno, apregoa que ela decorre do oferecimento de boas condições sociais.

Tanto uma quanto outra visão estão erradas. O relativismo, ao advogar que as pessoas são livres para escolher a seu bel prazer o que é certo, passa por cima de regras morais básicas e destrói o valor da comunidade6. O progressismo retira da pessoa a sua responsabilidade moral, jogando para a sociedade toda a responsabilidade ética. Na visão judaico-cristã, a boa vida é uma questão primeiramente pessoal. Só podemos criar uma boa vida em termos sociais se as adotarmos individualmente condutas virtuosas.

Nesse sentido, Charles Colson e Nancy Pearcey escrevem: “O que é necessário para criar-se uma vida boa? Um sentimento do que é certo e errado e uma determinação para colocar adequadamente em ordem a vida de alguém. Não por causa do sombrio senso de dever, mas porque isso se ajusta à nossa natureza criada e nos faz felizes e mais realizados”.

Assim, prossegue Pedro, se alguém quiser ter uma boa vida, “refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano” (v. 10). Encontramos aqui um verdadeiro princípio de sabedoria para a vida, pois quem guarda a sua boca e fala somente o necessário evita muitos dissabores e sofrimentos (Pv 12.13; 21.23). De forma contundente, Tiago advertiu que aquele que se considera religioso, mas não consegue conter a sua língua, engana-se a si mesmo; e a sua espiritualidade não tem valor algum (Tg 1.26).

Apartar-se do mal e fazer o bem, assim como buscar paz e segui-la são os outros conselhos para obtermos uma vida boa. Por quê? “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males” (v. 12). 

II - O Sofrimento do Cristão

1. O sofrimento do justo (1 Pe 3.13,14)
Pedro volta ao tema central da sua carta: a questão do sofrimento. Apesar de elencar uma série de qualidades para a conduta do cristão, o apóstolo Pedro sabe que isso não é suficiente para isentar os justos das provas e perseguições na vida.
Ora, tomar decisões adequadas e viver piedosamente ajuda a prevenir muitos dissabores, mas, ainda assim, o sofrimento é inevitável. Eis o motivo pelo qual Pedro indaga: “E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem?” (v. 13). Trata-se de uma pergunta retórica, a fim de enfatizar a importância de uma postura de zelo pelas coisas corretas. Afinal, espera-se que os justos sejam recompensados enquanto os desordeiros e irresponsáveis Assim, prossegue Pedro, se alguém quiser ter uma boa vida, “refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano” (v. 10). Encontramos aqui um verdadeiro princípio de sabedoria para a vida, pois quem guarda a sua boca e fala somente o necessário evita muitos dissabores e sofrimentos (Pv 12.13; 21.23). De forma contundente, Tiago advertiu que aquele que se considera religioso, mas não consegue conter a sua língua, engana-se a si mesmo; e a sua espiritualidade não tem valor algum (Tg 1.26).

Apartar-se do mal e fazer o bem, assim como buscar paz e segui-la são os outros conselhos para obtermos uma vida boa. Por quê? “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males” (v. 12).

III - O Sofrimento do Cristão

1. O sofrimento do justo (1 Pe 3.13,14)
Pedro volta ao tema central da sua carta: a questão do sofrimento. Apesar de elencar uma série de qualidades para a conduta do cristão, o apóstolo Pedro sabe que isso não é suficiente para isentar os justos das provas e perseguições na vida.

Ora, tomar decisões adequadas e viver piedosamente ajuda a prevenir muitos dissabores, mas, ainda assim, o sofrimento é inevitável. Eis o motivo pelo qual Pedro indaga: “E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem?” (v. 13). Trata-se de uma pergunta retórica, a fim de enfatizar a importância de uma postura de zelo pelas coisas corretas. Afinal, espera-se que os justos sejam recompensados enquanto os desordeiros e irresponsáveis pessoas inocentes sofram? Se Ele é onisciente, por que não intervém?

Para ser franco, além dos incrédulos, essa questão também aflige o coração daqueles que foram devastados pelo sofrimento, até mesmo alguns cristãos. A dor põe sob fogo as novas convicções básicas, questiona nossas crenças e prova nossas doutrinas.

Existem várias formas de respondermos à questão do sofrimento. Podemos falar a partir das perspectivas filosófica, teológica e emocional. Em todas essas dimensões, o cristianismo responde de modo satisfatório; ele fornece argumentos para responder lógica e consistentemente ao problema formulado, mas oferece principalmente recursos para enfrentar o sofrimento com esperança e coragem em lugar de amargura e desespero.
Antes de tudo, é preciso considerar que o simples fato de o ser humano inquirir acerca do sofrimento, da maldade e das injustiças do mundo indica a natural percepção de que algo se encontra com defeito, fora do propósito para o qual fora planejado. Ficamos perplexos com o sofrimento porque, originariamente, a raça humana não foi criada para sofrer. Não fomos feitos para morrer, mas para a vida eterna!

Vemos a morte como algo estranho, que ameaça nos tirar do mundo para o qual fomos planejados. Nas palavras de Alister McGrath: “Para nós, é uma ameaça terrível aceitar o fato de que o mundo, no qual investimos tanto tempo e esforço, continuará sem nós. E muito mais reconfortante acreditar que nós e o mundo continuaremos a existir para sempre e que poderemos para sempre nos agarrar aos prêmios fulgurantes que conquistamos durante a vida”.

Todavia, prossegue McGrath, “o sofrimento desfaz nossas ilusões de imortalidade. Ele faz a angústia erguer a sua face horrenda, porém reveladora. A dor derruba os portões da cidadela das ilusões. Confronta-nos com os fatos brutais da vida e leva-nos a fazer aquelas perguntas difíceis, que têm a força de fazer ruir a falsidade, levando-nos em direção a Deus, longe da falsa segurança e das recompensas do mundo”.

Além disso, o questionamento de Deus a partir do problema do sofrimento trás subjacente outro sentimento que aponta para a existência de um Legislador Moral: o senso de justiça presente no homem. Esse foi um dos aspectos que levou C. S. Lewis a abandonar o seu ateísmo. Em Cristianismo Puro e Simples, ele diz que questionava a existência de Deus com o argumento de que o universo parecia injusto e cruel. No entanto, num passo seguinte, ele questionou a si mesmo: “de onde eu tirara a ideia de justo e injusto?”. Lewis percebeu que o seu ato de tentar provar que Deus não existe, ou que a realidade não tem sentido, forçou-o a admitir que uma parte da realidade — a sua ideia de justiça — tinha sentido.

Noutras palavras, o simples fato de duvidar da existência de Deus, colocando em questão a sua bondade e onisciência, conduz o homem a interrogar a origem da bondade. De onde a tiramos? Se sabemos que algo é bom e outro mal, qual o referencial que distingue uma coisa da outra? Somente a partir do reconhecimento da existência de um ser de grandeza e bondade máxima é que podemos fazer tal distinção, o que nos leva diretamente a Deus.

Em outro livro, O Problema do Sofrimento, Lewis desfere uma série de argumentos em face das críticas dos ateus. Sobre a onipotência de Deus, Lewis explica que Deus pode fazer tudo, pois nada é impossível para Ele. Todavia, existem coisas absurdas e autocontraditórias que desafiam a própria lógica, como uma bola quadrada ou até mesmo um canto redondo. Tais coisas são absoluta ou intrinsecamente impossíveis.

Assim, é fácil supor que a onipotência significa que Deus é capaz de realizar tudo o que é intrinsecamente possível, e não o intrinsecamente impossível. Nas palavras de Lewis, “podemos atribuir milagres a Ele, mas não o contrassenso”. Ele não pode mentir, por exemplo, pois isso contraria a sua própria natureza.

Lewis argumenta, então, que o problema do sofrimento não tem a ver com a onipotência divina. Uma vez que o ser humano foi agraciado com a liberdade de escolha, o sofrimento decorre das escolhas erradas dos homens. A intervenção divina em face da liberdade do homem contrariaria a ordem das coisas criadas. Segundo Lewis, “talvez possamos conceber um mundo em que Deus corrigisse as consequências do abuso do livre-arbítrio por parte de suas criaturas a cada momento. Assim, o timão do arado, feito de madeira, tornar-se-ia macio como a relva ao ser usado como arma, o ar recusar-se-ia a me obedecer se eu tentasse lançar nele as ondas sonoras que transportam mentiras ou insultos. Em um mundo com tais características, no entanto, as ações torpes seriam possíveis, e, portanto, a liberdade da vontade seria nula”.

O fato é que Deus é bom e Todo-Poderoso, e criou criaturas boas com a capacidade de tomarem decisões livres. Todavia, o mau uso dessa liberdade levou o primeiro casal e toda humanidade à Queda (Rm 5.12). A desobediência no Éden, além de afastar o homem do Criador, introduziu a morte, a angústia, a dor e toda sorte de males que provocam o sofrimento.

Somente em um mundo onde o homem não tivesse liberdade o sofrimento não existiría. Isso porque é logicamente incompatível um mundo no qual o homem possa decidir entre o bem e o mal e ao mesmo tempo não ser afetado pelas consequências de sua decisão. Um mundo onde não há liberdade também não há amor verdadeiro. Norman Geisler e Peter Bochino escrevem: “Deus não criou robôs, criou seres humanos com o poder de escolher livremente entre o bem e o mal. Se ele criou seres humanos já predispostos (além do controle deles) para amá-lo, isso não seria o verdadeiro amor. Se programarmos o nosso computador para nos dizer que ele nos ama cada vez que o ligamos, na verdade estamos dizendo a nós mesmos que nos amamos. O computador estaria apenas reproduzindo nossos pensamentos, não seria livre para nos dizer coisas diferentes. Não estaríamos comprometidos numa relação de amor, mas numa forma grave de narcisismo. Um relacionamento de amor deve deixar aberta a possibilidade de o amor ser rejeitado — e, portanto, o mal ser escolhido. Quando as pessoas rejeitam o amor de Deus, percebem o mal potencial dentro delas mesmas, o que afeta todos os outros relacionamentos nos quais elas entram”.

A liberdade de colocarmos a mão no fogo, por exemplo, resulta em queimadura e dor. A completa ausência do sofrimento pressupõe a inexistência da liberdade humana. Porém, Deus não criou autômatos, mas pessoas livres.

Não há, portanto, nenhuma contradição em aceitar a bondade de Deus, sua onisciência, e a presença do mal no mundo. Não obstante, apesar da resposta racional, a pessoa que sofre precisa muito mais que respostas plausíveis. E preciso concordar com Jonas Madureira quando ele diz: “Uma coisa é ver o mundo com os olhos secos da razão, outra bem diferente é vê-lo com os olhos marejados pelos sentimentos”.

FonteA razão de nossa esperança – Alegria, Crescimento e Firmeza
nas Cartas de Pedro. Editora CPAD | Autor: Pr. Valmir Nascimento.

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