O Diabo pode destruir o crente? - Subsídios Dominical

DICAS:

Post Top Ad

RESVISTA CRISTAO ALERTA
------

O Diabo pode destruir o crente?

Informa-nos o autor sagrado ter sido Jó o homem mais rico do Oriente. Ninguém possuía tanto gado; ninguém comandava tantos servos e servas. Suas terras sumiam no aquilão, desapareciam no austro; nelas, a cultura era diversa e rica. Não bastassem os regalos materiais, concedera-lhe ainda o Senhor uma imensa sabedoria espiritual. E só ler o capítulo 31 do livro que lhe leva o nome, para se embevecer com a formosura de seu caráter. O próprio Senhor, quando rebatia a insolência do Diabo, deu-lhe este testemunho: “Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia domai?”, Jó 2.3.

CURSOS BÍBLICOS PARA VOCÊ:
1) Curso de Formação de Missionários Clique Aqui
2) Curso de Qualificação MinisterialClique Aqui
3) Curso Básico em Teologia - Clique Aqui
4) Curso de Secretariado para Igrejas Clique Aqui
5) Capacitação de Professores da Escola Dominical Clique Aqui
6) Curso Avançado de Escatologia Bíblica - Clique Aqui

ESTUDE A BÍBLIA À DISTÂNCIA
Um dia, porém, intentou o maligno afrontar ao Todo-Poderoso com uma virtual fraqueza de Jó. Conjeturava o adversário residir a piedade do patriarca apenas nas riquezas formidáveis que lhe confiara o Senhor. Então, que ele seja tocado nos bens: blasfemará com certeza; que perca a fazenda com as suas novidades: certamente apostatará.

Com este silogismo já montado; com esta já ajeitada, e já tendo costurado esta premissa, vai o Inimigo à presença do Senhor, e incita-lhe a ira contra o bondoso homem.

1. As provações de Jó
Como era intenção do justo Deus provar ao seu servo, autoriza o demônio a bulir-lhe nos bens. Assim, toda a riqueza de Jó desaparece num único dia.bHouvesse uma guerra, e o patriarca não ficaria empobrecido tão depressa.

Suas provações não se limitaram aos bens materiais. Naquele mesmo dia morrem-lhe os sete filhos e as três filhas. Sob o peso destas tragédias, rasga as vestes, curva-se e adora ao Senhor. Embora lastimável fosse o seu estado, enaltece o Altíssimo. Nenhum impropério deixa-lhe os lábios. Eis porque Jó, juntamente com Noé e Daniel, é considerado um dos homens mais fiéis de todos os tempos (Ez 14.20).

Ainda duvidando de tanta sinceridade, julga o Diabo poder incitar uma vez mais o Senhor contra o homem que era a mesma paciência. Desta feita, quer-lhe a carne ferida e lacerada. Dirige-se, então, o caluniador ao Eterno: “Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida”, Jó 2.2. De repente, uma chaga começa a tomar-lhe o corpo. Vai a doença evoluindo e amargurando-lhe o que a vida lhe deixara de vida. E a tortura espiritual? Veio também. Numa primeira instância, com o louco conselho que lhe dá a esposa: “Amaldiçoa o teu Deus, e morre”. Na instância seguinte, com o debate teológico, ético e filosófico que trava com os seus sempre molestos amigos.
2. As lições que nos ensina Jó
Em todas estas angústias, Jó não blasfemou contra o Senhor, nem ao Diabo culpou. Intimamente, sabia estar sendo provado. Como fugir ao crisol? Como escapar ao cadinho? Depois daquelas experiências, reerguer-se-ia mais sábio. Mais compreensivo, reerguer-se-ia. Gerações aprenderiam com os seus sofrimentos. Decorridos três milênios e meio (julga-se que a história de Jó haja passado nos dias de Abraão), podemos extrair preciosíssimas lições das angústias a que o Senhor o submetera.

2.1 Primeira lição
A primeira coisa a aprendermos com Jó é que, embora o Diabo nos queira arruinar, não logrará seus intentos: estamos nas mãos do Senhor. Fosse o patriarca agir como alguns crentes que vivem a frequentar as chamadas reuniões de libertação, culparia imediatamente o vizinho incrédulo, o amigo idólatra ou o pai-de-santo. Descarregaria a cólera contra o demônio; esbravejaria contra o inferno. Apesar de tudo, o mal continuaria mal; a luta permaneceria luta.

Sabia Jó estar a sua vida guardada no Senhor. Se tivermos também ao Eterno como broquel, achar-nos-emos mais que seguros: o maligno nada poderá contra nós. Infinitamente mais poderoso é o que se encontra conosco: Jesus.

Sim, ainda que o mesmo demônio tente destruir-nos, nada fará contra nós sem a expressa permissão
do Todo-Poderoso. Não o demonstra os episódios seguintes da história de Jó?

Percorrendo a poesia deste grande livro da Escritura Sagrada, vemos como o Senhor preserva a vida ao patriarca. Quer no auge da luta, quer no âmago da tribulação, garante-lhe o Senhor o refrigério final.

Quando o mal nos atingir; quando a doença tirar-nos o vigor; quando a perturbação invadir-nos a paz, não percamos a serenidade. Quando nuvens negras nos encobrir o arraial, miremos o horizonte: o sol há de aparecer sempre.

Nestas estações tão difíceis, recolhamo-nos ao cárcere com Paulo. Em meio as algemas do sofrimento, aprendamos com o apóstolo as lições da paciência e da longanimidade.

Encarcerado em Roma, distante dos seus e afastado da comunhão dos redimidos, soube o grande campeão do Evangelho tirar proveito de toda aquela situação. Não amaldiçoou a Nero, nem imprecou a guarda pretoriana. Não ousou pronunciar impropérios contra Satanás, nem mofou dos deuses romanos. Por que mofaria dos deuses de Roma? Nada eram, representavam: por que mofar do que não existe? Mas, como bom soldado de Cristo, falou de Cristo a todos. Ouviram-nos os soldados; até a casa de César o ouviu. Fez depois este relato aos irmãos de Filipos: “Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho”, Fp 1.20-21

2.2 Segunda lição
Sabia também o patriarca Jó: como servo de Deus, teria de ser acrisolado. Afinal, somos aos olhos do Senhor mais preciosos que o ouro. Se o ourives prova o metal que perece, por que o Divino Artífice não provará o ouro que vaza a eternidade? Se fomos comprados por bom preço; se representamos as primícias deste mundo, e se professamos acreditar num Deus que tudo pode, por que iríamos ignorar as provações? Por mais dolorosas que sejam, não podemos evitá-las.

Como seria triste se, no auge das provações, passássemos a considerá-las uma armação maligna! Acontecesse tal, já estaríamos perdendo em bênçãos celestes e eternas consolações.

Infelizmente, não são poucos os que acreditam terem os trabalhos de macumba efeitos danosos sobre os servos de Deus. Num desespero injustificado, perdem a paz, e rogam a oração da igreja para que as mandingas lhes sejam desfeitas. Ora, acreditar em macumbaria é desconhecer o que Paulo disse aos irmãos de Corinto: “Sabemos que o ídolo nada é”.

Neste sentido, são os crentes superticiosos os maiores propagandistas dos poderes das trevas. Em seus testemunhos, falam na macumba; referem-se medrosamente aos pais-de-santo; e, se for o caso, estão dispostos até a lançar mão dos talismãs. Se a luta os acha, culpam o adversário e execram o centro espírita. Será que eles ainda não sabem que é Deus quem está no comando de todas as coisas?

Se os pastores ensinassem melhor suas ovelhas, tenho certeza de que a propaganda do inferno diminuiria em nossas igrejas. Os crentes passariam a falar mais de Cristo. Quando a luta chegasse; quando a provação aparecesse, então estariam mais preparados para enfrentar as adversidades. Enfim, não perderiam tanto tempo com bobagens.

Em relação aos macumbeiros não podemos nos portar como vítimas, e sim como evangelistas. Devemos pregar-lhes o Evangelho para que se arrependam de seus pecados e venham a aceitar Cristo. Devemos amá-los, orar por eles e demonstrar-lhes que são objeto dos cuidados divinos.
Conclusão
Estejamos sempre sensíveis à voz de Cristo. Como o Senhor de todos nós, sabe quando e como provar-nos. Quando Ele nos envolver com as provações; quando nos batizar com o fogo da luta; quando nos passar pelo crisol, saibamos agradecer-lhe pelo singular amor. Destas provações, tiraremos a perseverança de Jó; desta luta, extrairemos a vitória que fez do patriarca um exemplo de fé e piedade. Deste crisol, sairemos mais puros e reluzentes.

Por que culpar ao diabo se quem nos prova é o Senhor? Por que tributar tanta honra ao príncipe das trevas se é ao Senhor que cabe toda honra e toda glória? À semelhança de Jó, saibamos assimilar as lições que a divina misericórdia nos lega todos os dias. Se as lições são dolorosas, o alívio é bem maior. E que, no final, tenhamos a fé galardoada.

Fonte: Jornal Mensageiro da Paz, Outubro de 2004 | Acervo: Subsídios EBD | Artigo: Pr. Claudionor Corrêa de Andrade

Post Bottom Ad