Lição 13- A Humildade e o Amor Desinteressado

Subsídio para a lição: 13
Fonte: E-book Subsídios EBD. Edição: 14
Classe: Adultos | Trimestre: 4° | Ano: 2018
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INTRODUÇÃO
A parábola em estudo, registrada em Lucas 14.7-14 (Leia), traz à tona o que ocorre comumente entre muitas pessoas, as quais desejam ocupar os primeiros lugares entre os homens, a fim de receberem a honra e a glória efêmera desta vida.

I- O CONTEXTO DA PARÁBOLA DOS PRIMEIROS ASSENTOS (Lc 14.1-6)
Após o culto na sinagoga, aos sábados, os judeus costumavam ter uma farta refeição, para a qual, muitas vezes, havia vários convidados. Um dos principais dos fariseus convidara Jesus para um desses almoços, com o propósito de armar-lhe uma cilada. Lá, bem na frente de Jesus, estava um homem hidrópico. Jesus curaria o homem, no Sábado, ou esperaria até à noite, quando o sábado terminasse?

1. Em um sábado, na casa de um líder fariseu
Jesus não perdia tempo em sua missão. Normalmente, no dia de sábado, Ele estava em algum lugar, ou seja, numa sinagoga, ao ar livre, ou na casa de alguém, levando sua mensagem. Na parábola em análise, Ele atendera o convite de um fariseu cujo nome a Bíblia não diz, mas era um conhecido e principal, no farisaísmo.

2. Em cena certo doente
Na casa do fariseu, muitos observavam, para ver as atitudes de Jesus, a fim de encontrar nele alguma falta. Lucas 14.2 registra que ali estava certo homem hidrópico”. A hidropisia é o acúmulo anormal de líquidos nos tecidos e nas cavidades do corpo, provocando inchaços. Ela pode ser causada por desordens nos rins ou no coração, ou alguma outra disfunção orgânica.

3. A grande pergunta de Jesus
Cristo, ao perceber o que se passava no coração dos convidados (fariseus e doutores da lei), indagou: “É lícito curar no sábado?” Todos ficaram mudos. Jesus curou o doente e o despediu. Diante do silêncio deles, o Senhor ainda lhes perguntou se, no sábado, não tiravam do poço o jumento ou o boi. Eles nada responderam. Ele, então, expôs a hipocrisia daqueles homens, pois davam mais valor aos animais do que à vida de seres humanos.

4. Sobre a cura no sábado
A lei de Deus proibia o trabalho no sétimo dia da semana (Ex 31.14-17); em vista disto, os líderes religiosos não permitiam a realização de curas num sábado judeu, a menos que fosse comprovado que a vida da pessoa estava em risco. Curar, argumentavam eles, era praticar medicina, e eles tinham uma lei que dizia que uma pessoa não podia praticar a sua profissão no sábado. Mas Jesus, como Senhor do sábado, tinha autoridade para anular as tradições e regras dos fariseus. Se tivesse esperado até o dia seguinte, Ele teria se submetido aos fariseus e mostrado que as suas regras inventadas eram realmente equivalentes à lei de Deus. Mas a lei de Deus para os sábados nunca pretendeu deixar as pessoas em escravidão. Quando Jesus via uma necessidade, Ele a atendia, independentemente do dia ou da hora.

II- A PREOCUPAÇÃO EM APARECER
Na época de Jesus, o costume judaico em um jantar era dispor os assentos em forma de U com uma mesa baixa diante deles. Os convidados se apoiariam no cotovelo esquerdo, e estariam sentados de acordo com a sua posição social, sendo o lugar de honra o assento no centro do U. Quanto mais distante do lugar de honra, menor o status. Se alguém se colocasse no primeiro lugar e então chegasse outro convidado mais digno, lhe pediriam que passasse para um lugar inferior. Mas a esta altura o único lugar vago seria o derradeiro, no final da mesa.

1. O olhar observador de Jesus (Lc 14.7).
Ele reparou como os convidados escolhiam os primeiros assentos. Segundo estudiosos dos costumes orientais, era comum a disputa por lugares o mais próximo possível do anfitrião (o dono da casa). Os fariseus e escribas gostavam disso (Mt 23.2,6; Mc 12.38,39). Hoje, ainda é assim. Nos palanques políticos, muitos querem estar nas fotos junto ao candidato principal; nas inaugurações, as pessoas desejam se destacar. Nas reportagens, há sempre alguém que procura o melhor ângulo para aparecer no vídeo. É a natureza humana, com suas vaidades. E nós, servos de Deus, que lugares devemos buscar? Jesus nos repara! Certamente, o melhor é buscarmos o lugar de servos, pois é o mais importante, glorioso, e o menos procurado. Sigamos o exemplo de Jesus que “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-se (despojou-se) a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.6,7).
SUBSÍDIO HISTÓRICO
Festas e Banquetes
Os hebreus, como outros povos do antigo Oriente Médio, eram apaixonados por festas sociais. Havia as festas a e aniversário (Gn 40.20; Jó 1.4; Mt 14.6), de casamento (Gn 29.22; Mt 22.2), de funeral (2Sm 3.35; Jr 16.7), ao se colocar fundações (Pv 9.1-5), da vindima (Jz 9.27), da tosquia das ovelhas (1Sm 25.2,36) e em outras ocasiões.

Num banquete, o vinho era obrigatório. Para um grande banquete, costumava-se enviar um segundo convite, ainda no mesmo dia, ou então um criado escoltava os convidados até a festa (ver também Lc 14.17). O anfitrião providenciava roupas para os convidados, que eram usadas em sua honra, como símbolo de consideração a ele. Os convidados eram saudados pelo anfitrião com um beijo (Lc 7.45), e os pés dos recém-chegados eram lavados por causa das estradas empoeiradas (Gn 18.4; Jz 19.21; Lc 7.44). A cabeça dos convidados era ungida (SI 23.5; Lc 7.46), e às vezes também a barba, os pés e a roupa. A cabeça era enfeitada com grinaldas (Is 28.1). Os convidados ficavam sentados de acordo com o grau de importância (1Sm 9.22; Lc 14.8), as mãos eram lavadas (2Rs 3.11) e oferecidas orações para abençoar a refeição (1Sm 9.13; Mt 15.35,36; Lc 22.17).

O banquete era servido sob a supervisão de um “mestre de cerimônias”, normalmente um dos convidados cujas tarefas eram provar a comida e a bebida e supervisionar os brindes e as diversões. Os convidados que eram alvo de maior honra recebiam porções maiores ou melhores (Gn 43.34; 1Sm 9.23,24), e às vezes eram enviadas porções a amigos que não compareciam ao banquete (2Sm 11.8; Ne 8.10). Normalmente, as refeições eram animadas com música, cantos e danças (2Sm 19.35; Lc 15.25) ou com enigmas (Jz 14.12). Um grande banquete às vezes durava sete dias, mas os excessos na comida e na bebida eram condenados pelos escritores sagrados (Ec 10.16,17; Is 5.11,12).

III. EXORTAÇÃO À HUMILDADE


1. Quando fores convidado (Lc 14.8).
Jesus olhou para os convivas e disse-lhes: “Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar”, a fim de que “não aconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu; e, vindo o que te convidou a ti e a ele, te diga: dá o lugar a este”. O Senhor os alertou para o fato de serem convidados e não tomarem a atitude de prudência, sabedoria e humildade. Era como dissesse que colocassem um freio em seus impulsos na busca do primeiro lugar, e, assim, evitariam a vergonha de serem mandados para o último lugar, na festa. Graças a Deus que, para o banquete da salvação, muitos estão convidados, pois Jesus disse: “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt11. 29).

2. A honra ante a humildade (Lc 14.10).
Jesus ensinou que o convidado deve sentar-se no último lugar, a fim de que o dono da festa, ao vê-lo, convide-o para o local de honra à mesa. Isso contraria a natureza e o comportamento de muitas pessoas. Toda a mensagem de Jesus contradiz os sentimentos carnais, inclinados à vaidade, à ostentação. Até em certas igrejas, há irmãos que só se sentem satisfeitos se ficarem em um lugar de destaque nas reuniões. Do contrário, se aborrecem e há até os que vão embora. Isso não é atitude cristã. Paulo ensina que devemos amar “cordialmente uns aos outros com amor fraternal” (Rm 12.10).

IV- O CONTRASTE ENTRE A EXALTAÇÃO E A HUMILDADE

Temos uma declaração magistral do Senhor Jesus: “Porquanto, qual quer que a si mesmo se exaltar, será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar, será exaltado”. É, na verdade, uma sentença ditada por aquele que pode exaltar e abater a quem deseja (1 Sm 2.7).

1. É melhor ser humilde.
Por causa do pecado, que passou a todos os homens, o ser humano possui a tendência natural para a exaltação. Mas o cristão, agora, é nova criatura (2 Co 5.17). O velho comportamento 6 deixado para trás, da mesma forma que o cego Bartimeu deixou à velha e suja capa com a qual esmolava. A Bíblia nos ensina bastante sobre a vantagem de sermos humildes. Anotemos algumas delas:

a) Os humildes são exaltados por Deus (Lc 14.11b).
A Bíblia tem exemplos maravilhosos de pessoas que foram humilhadas e, depois, ocuparam lugares de destaque. José foi vendido; como escravo, pelos irmãos, a estrangeiros. Depois, tornou-se governador do Egito e seus familiares ajoelharam- se aos seus pés. Davi vivia no campo com as ovelhas, mas, depois, foi feito por Deus rei de Israel.

b) Deus ouve o humilde (Sl 10.17).
Alguém disse que Deus nos escuta, pela oração, mas nos responde através de nossa humildade. Muitos não são atendidos, por causa do orgulho que os domina.

d) Deus dá graça aos humildes (1 Pe 5.5d).
É coisa boa ter a graça de Deus. É melhor que a vida (Sl 63.3).

d) Jesus ensina aos humildes (M t 11.29).
É maravilhoso ser aluno de
Jesus. Ele disse: “... aprendei de mim, que sou manso e humilde decoração; e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mt 11.29,30). Se alguém deseja fazer parte da escola do Senhor, precisa passar no vestibular da humildade.

2. Às desvantagens da exaltação
A Bíblia nos mostra que só há desvantagens para os que optam pelo comportamento exaltado ou soberbo.

a) O exaltado é humilhado (Lc 14.11)
Na parábola, Jesus advertiu para a vergonha causada, por se estar no primeiro lugar e ser convidado, diante dos outros, a tomar o derradeiro. A vida mostra experiências assim. Um jovem vivia a criticar os pregadores, e anotava os erros de pronúncia, de concordância, etc, e dizia: “Estes pregadores não sabem falar. Se eu fosse pregar, faria melhor que eles”. Um dia, o pastor, sabedor do desejo do moço, concedeu-lhe a oportunidade para dar uma palavra. O rapaz subiu ao púlpito, com um sorriso de exaltação. Abriu a Bíblia, mas não encontrou o texto que desejava. Ficou suado, nervoso, embaraçado. Pediu desculpas, e desceu cabisbaixo. Um velho irmão chamou-o e disse: “Se você tivesse subido como desceu (humilde), teria descido como subiu”. Foi uma grande lição. Os irmãos de José exaltaram-se e, um dia, foram humilhados, ao suplicarem o favor daquele a quem venderam para o Egito. Há muitos exemplos na Bíblia, os quais mostram o fim dos exaltados.

b) Deus resiste aos soberbos (1 Pe 5.5).
Pedro informa que o Senhor não abre espaço para os exaltados. Diante dele, os soberbos não têm vez. Deus dá o pago a eles (Sl 94.2) e os conhece de longe (Sl 139.6b). Faraó, no Egito, orgulhoso, não permitia que o povo de Israel saísse do seu país. A mão de Deus tornou-se cada vez mais pesada sobre ele, até que o cruel soberano desistiu de lutar contra o Senhor dos Exércitos (Êx 12.29- 33). Saulo de Tarso experimentou a resistência de Jesus no caminho de Damasco (At 9.4,5).


SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
HUMILDADE
O termo aparece apenas uma vez na versão KJV em inglês (Cl 3.12), e nenhuma vez na versão RSV em inglês, porém aparece 11 vezes na versão ARC em português. A palavra gr. tapeinophrosyne é usada outras seis vezes e traduzida na versão KJV em inglês como “humildade” de pensamento (Fp 2.3; Ef 4.2), e como “humildade” (At 20,19; Cl 2.18,23; 1 Pe 5.5). Várias versões o traduzem, de forma geral, como “humildade’’ (Fp 2.3; At 20.19; 1 Pe 5.5; Ef 4.2; Cl 2, 18,23)”.

Uma característica cristã, resumida em Romanos 12.3: “Porque... digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber”. A humildade (gr. tapeinophrosyne, 1 Pe 5.5) é uma atitude mental de inferioridade (Ef 4.2; Pp 2.3), o oposto do orgulho. É aquela graça específica desenvolvida no cristão pelo Espírito de Deus, em que ele sinceramente reconhece que tudo o que tem e é deve-se ao Deus Trino, que opera de forma dinâmica a seu favor. Ele então se submete voluntariamente à mão de Deus (Tg 4.6-10; 1 Pe 5.5-7). Assim, a humildade não deve ser equiparada a um piedoso complexo de inferioridade, Ela pode ser fingida pelos falsos mestres (Cl 2.18,23) por meio de atos de auto-humilhação. Esta qualidade é louvada no AT (Pv 15.33; 18.12; 22.4). O termo heb. ‘anatva (de ‘anah, “ser afligido”) sugere que a humildade de espírito é frequentemente o resultado da aflição.
 
A vida de muitos reis de Judá e de Israel foram avaliadas de acordo com esta característica (1 Rs 21.29; 2 Cr 32.26; 33.23; 34.27; 36.12). Humilhar-se é o primeiro passo para o verdadeiro avivamento (2 Cr 7.14; Mq 6.8). O próprio Deus, que é sublime e grandioso, deleita-se em habitar com aquele que tem um espírito contrito e humilde, a fim de avivá-lo (Is 57,15). Jesus Cristo, como o supremo exemplo de humildade (Mt 11.29), forneceu aos seus discípulos uma demonstração visível de humildade ao lavar-lhes os pés (Jo 13.3-16). Uma importante passagem cristológica no NT (Fp 2.5-11) encontra seu ponto-chave no cultivo desse traço de Jesus Cristo por parte do crente.

Conclusão
“O temor do SENHOR é instrução na sabedoria, e a humildade precede a honra (Pv 15.33- NAA)”. “[...] peço que vocês vivam de maneira digna da vocação a que foram chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando uns aos outros em amor (Ef 4.1,2 – NAA)”.

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