Subsídios
para a lição: 9
Fonte:
E-book Subsídios EBD. Edição: 14
Classe: Adultos |
Trimestre: 4° | Ano: 2018
INTRODUÇÃO
Na
aula de hoje estudaremos acerca da parábola dos Dois Filhos, Registra
unicamente em Mateus 21.28-32.
I-
INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA
Lendo o texto:
Mateus 21.28-32:
28
Mas, que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro,
disse: Filho vai trabalhar hoje na minha vinha.
29
Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi.
30
E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse:
Eu vou, senhor; e não foi.
31
Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes
Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de
vós no reino de Deus.
32
Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não o crestes, mas os publicanos
e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes
para o crer.
1. Um pai que
tinha dois filhos (v. 28)
Os
dois filhos representam as duas classes de pessoas em Israel: os religiosos
hipócritas e os publicanos e pecadores. Quando João ministrou, as multidões
religiosas mostraram grande interesse em seu trabalho, mas se recusaram a
arrepender-se, humilhar-se e ser batizados (Mt 3.7-12; Jo 1:19-28). Os que não
eram religiosos, no entanto, confessaram seus pecados, obedeceram às palavras
de João e foram batizados.
a) A figura do
pai
Ele
não foi rude com seus filhos, nem os tratou com imposição. Apenas solicitou que
o ajudassem na administração da vinha. O pai se destaca como alguém que deseja
contar com seus filhos na administração da sua vinha. Ele é o retrato do Pai
Celestial, sempre amoroso e pronto a dividir as responsabilidades pela sua
vinha na terra, a sua igreja.
A
interpretação dessa parábola sugere um ensino para o relacionamento dos crentes
em Cristo com o Pai Celestial. É fato consumado que somos filhos de Deus, e
alcançamos esse direito filial através de Jesus Cristo (Jo 1.12; Rm 8.14; G1
4.5).
2. A vinha (v.
28b)
A
vinha, obviamente, refere-se ao povo de Israel (SI 80.8-16; Is 5).
3. O primeiro
filho (vv. 28,29)
O
filho (criança) que primeiro disse Não quero, mas se arrependeu mais tarde e
foi descreve os publicanos e as meretrizes, que finalmente aceitaram a mensagem
de João. Muitos deles tornaram-se seguidores de Jesus (Lc 15.1, 2).
Os
coletores (os publicanos) de impostos e as meretrizes tinham-se recusado a
obedecer à vontade de Deus. Mas, quando ouviram a mensagem de arrependimento,
voltaram-se para Deus, em obediência. Eram como o filho que disse: “Não quero”,
mas que, mais tarde, mudou de ideia e foi trabalhar na vinha. Eles eram como
Zaqueu, que disse a Jesus: “Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus
bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais.”
(Lc 19.8).
4. O segundo
filho (v. 30)
O
filho que disse Eu vou, mas não foi descreve os líderes religiosos que primeiro
deram uma aprovação mais ou menos incerta a João (Jo 5.35), mas nunca foram até
o fim (Lc 7.29, 30). Assim os publicanos e as meretrizes, aceitando a João,
demonstraram a sua prontidão para aceitação do reino de Deus messiânico.
5. João no
caminho da justiça
(v. 32)
"O
caminho da justiça" significa um reto modo de vida (Pv 8.20; 12.28; 16.31),
que era praticado por João e sua mensagem. O caminho da justiça (2 Pe 2.21)
descreve a pregação de João (conf. 22.16 "caminho de Deus") em termos
que faziam lembrar Noé (2 Pe 2.5), e provavelmente se refere mais ao conteúdo
de sua mensagem do que ao seu comportamento pessoal.
II – A
IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA
A
parábola que estudamos contém o ensino do Velho e Novo Testamento: obedecer a
Palavra de Deus, escutar a sua voz e fazer a sua vontade. Como disse Samuel a
Saul: “Eis que o obedecer é melhor que a gordura dos carneiros” (1 Sm 15.22),
do mesmo modo Jesus instrui seus discípulos: “Vós sois meus amigos, se fazeis o
que eu vos mando” (Jo 15.14). O próprio Jesus fala abertamente de sua
obediência a Deus, o Pai, dizendo: “Porque eu desci do céu, não para fazer a
minha própria vontade; e, sim, a vontade daquele que me enviou. E a vontade de
quem me enviou é esta: Que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo
contrário, eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6.38,39). [1]
VEJA A VÍDEO AULA
1. A prática
da obediência
Jesus
ensinava enfaticamente que cumprir a vontade do seu Pai celestial é uma
condição prévia essencial para a entrada no reino dos céus (cf. vv. 22-25;
19.16-26; 25.31-46). Isto, no entanto, não significa que a pessoa pode ganhar
ou merecer a salvação mediante seus próprios esforços ou obras. Isto é
verdadeiro pelas seguintes razões:
a)
O perdão divino o homem obtém mediante a fé e o arrependimento, concedidos pela
graça de Deus e a morte vicária de Cristo por nós (ver 26.28 nota; Lc 15.11-32;
18.9-14).
b)
A obediência à vontade de Deus, requerida por Cristo, é uma condição básica
conducente à salvação, mas Cristo também declara ser ela uma dádiva ligada à
salvação dentro do reino. Embora seja a salvação uma dádiva de Deus, o crente
deve buscá-la continuamente; recebê-la e evidenciá-la mediante uma fé sincera e
decidido esforço. Esse fato é visto na Oração Dominical (6. 9-13) e nas muitas
exortações para que o crente mortifique o pecado e se apresente a Deus como
sacrifício vivo (cf. Rm 6. 1-23; 8. 1-17; 12.1,2).
c)
O crente pode fazer a vontade de Deus e viver uma vida justa em virtude dessa
dádiva, isto é, a graça e o poder de Deus e a vida espiritual que lhe são
comunicados continuamente mediante Cristo. As Escrituras declaram: Pela graça
sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus... Porque
somos feitura sua (Ef 2.8-10).
d)
Deus sempre torna possível a prática da obediência que Ele requer de nós. Isto
é atribuído à ação redentora de Deus. Porque Deus é o que opera em vós tanto o
querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade (ver Fp 2.13 nota). Todavia, o
dom da graça de Deus não anula a responsabilidade nem a ação humanas. O crente
deve corresponder positivamente ao dom divino da obediência (Fp 2.12; Jd 20, 21,24;
Ef 4.22-32), todavia ele é livre para rejeitar a graça de Deus, para recusar
aproximar-se de Deus por meio de Cristo (Hb 7.25), e para recusar orar por uma
vida de obediência e viver essa vida.
2. Alguns
textos bíblicos sobre a obediência
a) A
prioridade de nossa obediência
“Então Pedro e os demais apóstolos afirmaram:
É mais importante obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29 – NAA).
b) Os filhos
em relação aos pais
“Filhos, em tudo obedeçam a seus pais, pois
fazer isso é agradável diante do Senhor” (Cl 3.20 – NAA).
c) A
Obediência à liderança espiritual
“Obedeçam aos
seus líderes e sejam submissos a eles, pois zelam pela alma de vocês, como quem
deve prestar contas. Que eles possam fazer isto com alegria e não gemendo; do
contrário, isso não trará proveito nenhum para vocês” (Hb 13.17 –
NAA).
d) A
obediência às autoridades
Que todos
estejam sujeitos às autoridades superiores. Porque não há autoridade que não
proceda de Deus, e as autoridades que existem foram por ele instituídas. Assim,
aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus, e os que resistem
trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor,
quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Você quer viver sem medo da
autoridade? Faça o bem e você terá louvor dela, pois a autoridade é ministro de
Deus para o seu bem. Mas, se você fizer o mal, então tenha medo, porque não é
sem motivo que a autoridade traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador,
para castigar quem pratica o mal. Portanto, é necessário que vocês se sujeitem
à autoridade, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever
de consciência. É por isso também que vocês pagam impostos, porque as
autoridades são ministros de Deus, atendendo constantemente a este serviço.
Paguem a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto,
imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra (Romanos
13.1-7 – NAA).
Conclusão
A
parábola que estudamos hoje é marcada pela simplicidade e por ser resumida nas
conhecidas palavra de Tiago: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra, e não
somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (1.22). Ela ensina que a pessoa
que se recusa a fazer o que lhe é pedido, mas que, mais tarde, muda de ideia e
faz a tarefa, é melhor que aquela que promete cuidar de suas obrigações, mas
nunca as realiza.