Lição 12 - Os Pães da Proposição

Subsídio para a classe de Adultos - 3°Trimestre de 2018|Aula 16 de Setembro. Por Ev. Jair Alves
Apresentação
A nossa fonte de ensino sobre o tema de hoje são os seguintes textos: Êxodo 25.23-30 e Levítico 24.5-9, onde aprenderemos sobre a mesa com os pães da proposição e as suas simbologias.

I- OS PÃES DA PROPOSIÇÃO
Os pães da proposição ficavam em cima de umas das seis principais mobílias do tabernáculo, a mesa. Vejamos:

1. A mobília do tabernáculo.

a) O altar de bronze (do Holocausto)— Êx 27.1-8; 38.1-7.
Era a primeira peça da mobília [que se via] quando se adentrava o tabernáculo pela entrada oriental. Estruturado em forma de caixa e feito de madeira de cetim recoberta com cobre, o altar tinha aproximadamente 2,30m de comprimento e um metro de altura. Entre a base e o topo, abria-se, pelo centro, uma grade. Um chifre localizava-se em cada canto do altar para ajudar a prender os sacrifícios de animais oferecidos ali.


O altar de holocausto nos mostra que Jesus Cristo, tomando todos os pecados da humanidade sobre o Seu corpo, derramou o Seu sangue e morreu na Cruz para ser condenado vicariamente por estes pecados.

b) A pia de bronze — Êx 30.18; 39.8.
Tratava-se de uma bacia de cobre cheia de água, posicionada sobre um pedestal e coberta com espelhos. Ela era usada pelos sacerdotes em limpezas efetivas e cerimoniais tanto de suas mãos como de seus pés.

A pia de bronze manifesta que Jesus Cristo, que veio a esta terra em semelhança de homem, tomou todos os pecados da humanidade e os lavou sendo batizado por João Batista.

c) A mesa do pão da proposição — Êx 25.23-30; 37.10-16.
A mesa era feita de madeira de cetim recoberta de ouro. Nela, colocavam-se 12 pães a cada semana, uma para cada tribo israelita. O comprimento de oitenta e oito centímetros, a largura de quarenta e quatro e a altura de sessenta e seis (Êx 25.23 – Nova Almeida Atualizada – SBB). Ao contrário das duas primeiras peças do mobiliário citadas, essa mesa ficava dentro da tenda, no lado norte da primeira sala.

d) O castiçal — Êx 25.31-40; 37.17- 24.
Um dos objetos mais ornados do tabernáculo, o castiçal era feito de ouro puro e se constituía de um eixo vertical, de cujos lados saiam três canas que se estendiam acima em pares. A tradição judaica afirma que esse castiçal tinha 1,5m de altura e 1m de largura. Ele ficava no lado sul da primeira sala, também chamada de Lugar Santo.

e) O altar para queimar incenso — Êxodo 30.1-10; 37.25-38.
Essa mesa de cetim era recoberta de ouro e media 50cm² x 1m de altura. Simbolizava oração. O altar do incenso (Êx 30.1-10) estava localizado dentro da tenda da congregação no tabernáculo (Êx 40.26,27). Os sacerdotes acendiam incensos de aromas agradáveis neste altar todos os dias. Estudaremos sobre este altar no subsídio 13.

f) A arca do concerto — Êx 25.10-22; 37.1-9.
Era a peça mais importante de todo tabernáculo, também feita de madeira de cetim recoberta de ouro. Assemelhava-se a uma caixa de cedro e devia possuir 1,20cm de largura e 60cm de altura. A tampa da arca constituía-se de ouro puro e era chamada de trono da misericórdia. Sobre ela, levantavam-se dois querubins angelicais de ouro.

Uma vez por ano, durante o grande Dia da Expiação, em outubro, o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos (separado do Lugar Santo por um véu espesso) e aspergia sangue sobre o trono da misericórdia, sangue oferecido pelos pecados dos israelitas. Acima da arca habitava a shekinah, a nuvem da glória de Deus.

1 - Lições Bíblicas de Jovens – 3° Trimestre de 2018 – Acesse Aqui
2 - Lições Bíblicas de Adultos – 3° Trimestre de 2018 – Acesse Aqui
3 - Lições Bíblicas de Adolescentes – 3° Trimestre de 2018 – Acesse Aqui

II – SIMBOLOGIAS ENVOLVENDO A MESA E OS PÃES DA PROPOSIÇÃO
1. A simbologia da mesa
Assim como a arca, a mesa era feita de madeira de acácia revestida de ouro, mais uma lembrança do caráter humano e divino de nosso Salvador. A mesa dos pães nos convida a nos alimentarmos da Palavra de Deus (Mt 4.4). Assim como a arca, a mesa também era transportada por meio de varais encaixados em argolas de ouro fixadas nos quatro cantos (Êx 25.26-28). Ficavam na mesa vários utensílios de ouro como pratos, recipientes e taças.

A mesa dos pães da proposição é um tipo de Cristo como o Pão da Vida, aquele que sustenta os homens, espiritualmente falando (1 Pe 2.9 e Ap 1.6).

2. O preparo dos pães
Toda semana, eram assados doze pães, tendo dois quilos cada pão, seguindo a receita dada em Levítico 24.5-9 (NAA)[1]. É bem possível que a farinha fosse fornecida pelo povo como oferta ao Senhor. Todo sábado, os pães velhos eram removidos e comidos pelos sacerdotes no Lugar Santo e eram substituídos por pães frescos.

3. A simbologia dos pães
Os pães são chamados de "pães da proposição" (Êx 25.30) ou "pães da presença", literalmente, "pães dos rostos". A presença dos doze pães no Lugar Santo servia para lembrar os sacerdotes de que estavam servindo às doze tribos de Israel, ao povo escolhido de Deus.





A simbologia dos pães

ü  Sobre a mesa eram colocados doze pães (Êx 25.30) representando as doze tribos de Israel.

ü  Os pães representavam a presença do Senhor como o sustentador de Israel na sua vida em geral (Lv 24.5-9; Is 63.9).
Aponta para Cristo, o Pão da Vida (Jo 6.35,48; Mt 26.26-29; 1 Co 10.16). A mesa dos pães nos convida a nos alimentarmos da Palavra de Deus.

a) Jesus, o pão da Vida
"Eu sou o pão da vida (João 6.35)" é a primeira das sete declarações "Eu sou" proferidas por Jesus, e contidas no Evangelho segundo João. Cada uma delas ressalta um aspecto importante do ministério pessoal de Jesus. As outras são: "Eu sou a luz do mundo" (Jo 8.12), "Eu sou a porta" (Jo 10.9), "Eu sou o bom Pastor" (Jo 10.11,14), "Eu sou a ressurreição e a vida" (Jo 11.25), "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida" (Jo 14.6), "Eu sou a videira" (Jo 15.1,5). A declaração "Eu sou o pão da vida" informa-nos que Cristo é o sustento que nutre a nossa vida espiritual.

III - A PALAVRA DE DEUS COMO PÃO ESPIRITUAL (Mt 4.4)
Jesus, porém, respondeu:
— Está escrito:
“O ser humano não viverá só de pão, mas de toda palavra que procede
da boca de Deus (Mt 4.4 –NAA).”
A arma que Jesus usou para vencer o diabo foi a Palavra de Deus. As três citações bíblicas que Jesus usou para vencer o tentador foram extraídas do livro de Deuteronômio (Dt 8.3; 6.16; Dt 6.13). Jesus desferiu três golpes no Inimigo, usando a “espada do Espírito, que é a Palavra de Deus” (Ef 6.17).

1. A palavra de Deus é a espada do Espírito

a) Dentre as peças que compõe a armadura de Deus, a “espada do Espírito, que é a Palavra de Deus”, é a nossa arma de ataque contra o diabo (Ef 6.11-17).

b) Em Dt 32.41, o Senhor mesmo diz: “Se eu afiar a minha espada reluzente e travar do juízo a minha mão, farei tornar a vingança sobre os meus adversários e recompensarei os meus aborrecedores.”

c) Em Hb 4.12, O escritor sagrado afirma que “a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes”.

d) Em Ap 1.16, o apóstolo João escreve que: Da boca de Jesus Cristo “saía uma aguda espada de dois fios”.


2. Devemos usar a mesma arma que Jesus usou – a Palavra de Deus.
a) Jesus usou a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, para vencer o diabo. Nós também, devemos usar a Palavra de Deus para vencer o maligno; pois, em 1Jo 2.14, João escreve para os jovens, dizendo: “Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.”
b) No Sl 149.6, o salmista escreve, dizendo: “Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus e espada de dois fios, nas suas mãos.”
c) Em 2Co 6.7, Paulo afirma que: Devemos nos equipar “na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à esquerda”.
d) Em 2Co 10.4, a Bíblia afirma que “as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo”.
IV – O PÃO USADO DE MANEIRA SIMBÓLICA NA BÍBLAIA
1. O pão do céu, o maná, era, literalmente falando, a provisão divina, simbolizando os cuidados de Deus pelos homens, em sua jornada durante a vida terrena, similar à subsistência de alguém no deserto.
2. O pão do ágape, ou seja, a refeição memorial da Igreja, que comemora o sacrifício de Cristo (Mt 26.26 e 1 Co 11.23).
3. O pão da aflição, que indica a sobrevivência com base em ração escassa, em períodos de escassez (1Reis 22.27; Is 30.20).
4. O pão da tristeza ou do trabalho árduo (Sl 127.2), que indica o sustento obtido através do trabalho exaustivo.
5. O pão de lágrimas, que indica a condição de tristonha lamentação (Sl 80.5).
6. O pão da iniquidade, ou do engodo (Pv 4.17; 20.17), que simboliza a extrema iniquidade do indivíduo que vive como que alimentando-se do pecado, e cujo sustento vem através da fraude e de práticas enganadoras e desonestas
7. A Palavra de Deus é comparada ao pão da vida diária, sendo a provisão para as necessidades espirituais do homem (Mt 4.4).
8. O lançar o próprio pão sobre as águas (Ec 11.1) provavelmente refere-se ao costume dos egípcios de lançarem sementes sobre as águas rasas, das inundações do rio Nilo. Parecia ser uma insensatez, mas a semente germinava, e o resultado final era o pão. Isso simboliza a nossa generosidade com outras pessoas, o que, pelo menos para alguns, pode parecer uma tolice, uma dilapidação de recursos materiais. Com a passagem do tempo, entretanto, a semente assim lançada germina, havendo um abundante retorno para esse tipo de ação.
9. O pão agradável, comido secretamente, refere-se a prazeres secretos e ilícitos (Pv 9.17).
10. Pão e água alude às coisas necessárias para o sustento do corpo físico, os alimentos básicos (Is 3ç1; Mt 6.11).
11. O pão dos homens, aludido em Ez 24.17, refere-se aos alimentos comuns.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLOGICO

O PÃO NO ANTIGO TESTAMENTO
Em épocas remotas, esse alimento produzido de grãos era chamado de “pão”, “pedaço” ou “bocado” de pão (1Sm 10.4; 2Sm 16.1; 1 Sm 2.36; Mc 6.41), e “bolo de pão” (2Sm 6.19; Êx 29.23; Gn 18.6 [ARC]).

No hebraico, lechem, palavra usada por mais de duzentas e trinta vezes no Antigo Testamento, tratando-se de pão comum, sem falar nos pães asmos etc. No grego temos ártos, que aparece em quase cem trechos diferentes, oitenta por cento ou mais nos quatro evangelhos, desde Mt 4.3,4 até Hb  9.2.

A palavra pão, tanto no hebraico como no grego, significava mais do que esse artigo da alimentação. Assim, em Lucas 11.3, por exemplo, a palavra parece indicar toda espécie de alimento, embora, em outros trechos bíblicos, estejam em foco todos os artigos de padaria.

O homem antigo dos tempos bíblicos tinha uma dieta simples, da qual um dos mais importantes elementos era o pão. Os primeiros hebreus dependiam dele e da água como elementos vitais para a sua existência diária (Gn 21.14; Nm 21.5; Dt 8.3; IRs 3.8), um alimento que era normalmente comido em casa (Gn 18.6; Jz 19.5) ou levado em uma jornada (Js 9.5,12). Sem ele, o israelita acreditava que sua vida corria perigo (Êx 16.3). O pão era tido como sustento da vida (chamado de “o sustento de pão”, Lv 26.26; SI 105.16; Ez 4.16; 5.16; 14.13; Is 3.1).

O prisioneiro na época do Antigo Testamento, sobretudo em tempos de escassez, recebia uma unidade de pão diariamente (Jr 3 7.21). Algumas vezes, era dado aos homens apenas um pedaço, ou “um bocado” de pão (ISm 2.36; IRs 17.11; Pv 28.21), embora uma expressão como “um bocado de pão” pudesse ser usada em sentido figurado para representar uma refeição satisfatória (Gn 18.5; Jz 19.5).

OS INGREDIENTES
Entre os ingredientes utilizados na elaboração do pão nos tempos bíblicos, as Escrituras mencionam a flor de farinha de “trigo” (Êx 29.2), de “cevada”(Jz 7.13; 2Rs 4.42; Jo 6.9,13) e, algumas vezes, uma mistura de “trigo e cevada, e favas e lentilhas, painço e aveia” (Ez 4.9).

O pão poderia ser levedado (Êx 12.15; Dt 16.3; Lc 13.21), mas o fermento era um ingrediente proibido para o pão para a festa que se seguia à Páscoa (Êx 12.8,15; Mt 26.17; At 12.3; ICo 5.7,8) e para a oferta de manjares no Tabernáculo (Êx 29.2; Lv 2.4,5; o sacrifício de Gideão, que ofereceu bolos asmos, Jz 6.19). Ló serviu pães asmos aos dois anjos que o visitaram (Gn 19.3).

OS MÉTODOS PARA ASSAR O PÃO

Nos tempos bíblicos, havia sobretudo o uso de três métodos para assar o pão.
O primeiro consistia em colocar a massa sobre pedras previamente aquecidas (1 Rs 19.6) em brasas de carvão (Is 44.19) e cobertas com cinzas.

O segundo método exigia o uso de uma chapa de ferro ou assadeira, como no caso das ofertas de manjares descritas em Levítico 2.5; 6.21 e 7.9. Tais ofertas poderiam também ser assadas em uma panela ou frigideira (Lv 2.7; 7.9). A chapa era provavelmente o objeto sobre o qual os bolos para o serviço do Templo eram feitos (1Cr 9.31).

A terceira maneira de assar o pão era em um forno, um forno portátil ou braseiro, que era uma larga jarra de louça ou de cerâmica aquecido a lenha (1Rs 17.12), restolho (Ml 4.1) e erva do campo (Mt 6.30) por dentro. Nos lados quentes, a massa podia então ser assada. O forno podia também ter a forma de um jarro invertido no qual o fogo teria sido colocado na noite anterior ao cozimento. No dia seguinte, quando as pedras que estavam dentro dele estivessem quentes, a massa era colocada sobre eles para assar (Os 7.6).

A FORMA DO PÃO
Uma das formas comuns de pão nos tempos bíblicos era a redonda, como indicado pela palavra hebraica (ìuggah – Gn 18.6), cujo significado é “disco” ou “bolo de pão”. Um pão de cevada (“pão redondo”) rolou contra o arraial dos midianitas (Jz 7.13). Outro termo hebraico, indica também um “pão redondo”, como em Juízes 8.5; 1 Samuel 2.36 e 10.3

a) Bolos chatos e finos, o que corresponderia, mais ou menos, às nossas “pizzas”.

b) Uma espécie de panqueca feita de trigo e azeite, que era a forma usualmente usada nas ofertas de manjares, também chamadas ofertas de cereais.

c) Bolos de mel (Êx 16.31).
d) Bolos de uvas ou de uvas passas (Os 3.1; Ct. 2.5).

e) Um pão muito macio, tipo pudim (2Sm 13.6-9).

f) Havia também “massas folhadas”, provavelmente aprendidas pelo povo de Israel, no Egito, cujos padeiros eram famosos por sua arte.


CONCLUSÃO
As pessoas comem pão para satisfazer a fome de seu corpo e para sustentar a vida física. Só podemos satisfazer a fome de nosso espirito e sustentar a vida espiritual por meio de um relacionamento correto com Jesus Cristo. Não é de admirar que Ele tenha declarado ser o Pão da vida. O pão deve ser comido para sustentar a vida física, e Cristo deve ser convidado a participar de nosso cotidiano para sustentar nossa vida espiritual.



[1] NAA - Nova Almeida Atualizada (SBB)

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