Os Ministros do Culto Levítico - Lição 3 (Subsídio)

Por Ev. Jair Alves

Subsídio para a classe de Adultos | 3°Trimestre de 2018 | Aula: 15 de julho

I – LEVI, A TRIBO DE SACERDOTES
A tribo de Levi foi separada por Deus para o serviço no santuário. No início, Deus selecionou os primogênitos para o servirem. Porém, mais tarde os substituiu pela tribo de Levi (Lv 3.12-13).

1. Os filhos de Levi
Levi era o terceiro filho de Jacó com sua esposa Lia. Levi teve três filhos: Gérson, Coate e Merari (Gn 46.8,11). Seus descendentes foram encarregados de cuidar do tabernáculo e de suas instalações. A família de Arão (descendente de Coate) tornou-se a família sacerdotal (Lv 3. 9). Uma vez que o filho de Coate – Anrão - era o pai de Arão, Moisés e Miriã (Nm 26.58, 59), os três pertenciam a tribo de Levi.

Todos os outros levitas auxiliavam nos serviços relacionados ao tabernáculo, mas não poderiam ocupar o ofício de sacerdote. A expressão “os sacerdotes levitas”, encontrada mais à frente no Pentateuco (Dt 18.1; 24.8; 27.9), não significa que todos os levitas eram sacerdotes; antes, quer dizer que todos os sacerdotes eram descendentes de Levi. Os levitas eram servos dos sacerdotes (Lv 3. 5-9). Apenas Arão e seus filhos (descendentes) estavam autorizados a exercer o sacerdócio (Lv 3. 10).



2. Deveres dos descendentes de Gérson, Coate e Merari
TRIBO
DEVERES
REFERÊNCIA

Gérson
A tenda e sua coberta, o reposteiro da porta do tabernáculo e do pátio (átrio) e as cortinas do átrio, exceto o “véu” que cobria a arca da aliança.
Lv 3. 18-26

Coate

Os objetos relacionados ao Santo dos Santos: a arca, a mesa, o candelabro, os altares, o reposteiro e todos os utensílios do santuário.

Lv 3. 27-32
Merari
As tábuas, as travessas, as colunas e suas bases, as estacas e as cordas.
Lv 3. 33-37

a) O texto registra em primeiro lugar os deveres dos coatitas [filhos de Coate] (Lv 4.4-20). Arão e os filhos foram incumbidos de arrumar o tabernáculo e os utensílios sagrados (Lv 4. 5-13). A arca (Lv 4.5-6), a mesa da proposição (v. 7-8), o candelabro da luminária (Lv 4. 9-10), o altar de ouro (Lv 4. 11), os utensílios (Lv 4. 12) e o altar do holocausto (Lv 4.13-14) deveriam ser cobertos com peles finas. Depois disso, os outros filhos de  Coate carregariam os objetos cobertos (a bacia de bronze não é mencionada, mas os coatitas devem tê-la carregado também). Contudo, para não morrerem, não podiam tocar os objetos nem olhar para eles (Lv 4.15,17-20).

Deus encarregou Eleazar, filho de Arão, do gerenciamento de todo o tabernáculo e de tudo o que nele havia (Lv 4. 16).


b) Os gersonitas (Lv 4.21-28) estavam encarregados de transportar as cortinas do tabernáculo, a tenda da congregação e sua coberta, além das cortinas do pátio. Itamar, filho de Arão, tinha a responsabilidade de supervisionar o serviço dos gersonitas.

c) As famílias dos meraritas [filhos de Merari] (Lv 4.29-33) receberam a função de transportar as tábuas do tabernáculo com seus varais e suas colunas, além de suas bases, estacas e cordas.
Os levitas eram encarregados do santuário e, durante o tempo em que Israel vagou pelo deserto, foram eles que carregaram a tenda e os utensílios do tabernáculo de um lugar para outro (Nm 1.47-54). Também eram responsáveis por guardar o santuário de Deus (1 Cr 9.19), ensinar a lei ao povo (Dt 33.8-11; Ne 8.7-9) e dirigir os adoradores no louvor a Deus (1 Cr 28.28-32).

II – O SUMO CACERDOTE
Levítico 8-10 descreve a cerimônia de oito dias para a ordenação[1] do sumo sacerdote, Arão, e de seus filhos. Como sacerdotes escolhidos por Deus, tiveram de aceitar suas responsabilidades solenes: submeter-se à autoridade de Deus (cap. 8), revelar a glória de Deus (cap. 9) e aceitar a disciplina de Deus (cap. 10).

Arão foi o primeiro sumo sacerdote, e seus descendentes do sexo masculino tornaram-se sacerdotes, sendo que o primogênito de cada geração herdava a posição de sumo sacerdote. (Todos os sacerdotes eram levitas, mas nem todos os levitas eram sacerdotes.) O restante dos homens da tribo de Levi (os "levitas") era incumbido de servir como assistentes dos sacerdotes.

1. A santidade do Sumo Sacerdote
O sumo sacerdote usava uma lâmina de ouro na parte da frente de seu turbante[2] e nela estava escrito: "Santidade ao Senhor" (Êx 28.36); ele não ousava fazer nada que transgredisse essa inscrição. O sumo sacerdote podia estar servindo no Santo dos Santos no tabernáculo e, ainda assim, correr risco de vida (Lv 16.3).

2. Nadabe, o sucessor de Arão no sacerdócio é morto.
Arão tinha quatro filhos. Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar. Nadabe e Abiú morreram por terem cometido sacrilégio em seus deveres religiosos como sacerdotes (Lv 10.1-3) e o sumo sacerdócio passou então para Eleazar e foi mantido em sua família (Nm 20.25-29). Eli era um sacerdote da família de Eleazar. O sumo sacerdócio parece ter passado depois para a família de Itamar (veja 1 Rs 2.27; 1Cr 24.3).

3. A linhagem do sumo sacerdote nos dias de Salomão
Foi Salomão quem fez retornar a linhagem de volta à família de Eleazar, colocando Zadoque na posição de sumo sacerdote. Essa posição foi mantida na família dele até que seu descendente veio a ser deposto por Antíoco Epifânio nos dias dos macabeus. Neste período posterior, os sumo sacerdotes eram indicados pelo poder reinante (Anás foi deposto pelos romanos e substituído por Caifás - Lc 3.2; Jo 18.13-24), mas quando eles se cornaram fortes o bastante para resistir às autoridades, adotaram seu próprio estilo de soberania.

4. Os Sacerdotes e Levitas nos dias do Novo Testamento
Os sacerdotes e levitas continuavam trabalhando nos dias do Novo Testamento. Eles aparecem na história do Bom Samaritano (Lc 10.31). Zacarias, pai de João Batista, era o sacerdote de plantão no Lugar Santo quando soube do futuro nascimento de João (Lc 1.8,9). Jesus disse ao leproso curado para ir mostrar-se ao sacerdote (Mt 8.4; veja Lv 14.2).
Nos dias do Novo Testamento, os membros das famílias dos sumos sacerdotes eram todos chamados de sumos ou principais sacerdotes, e estavam constantemente em conflito com Jesus e os primeiros cristãos.

III – DEVERES DO SUMO SACERDOTE

1. Servir fielmente e Honrar ao Senhor
Uma vez que o sumo sacerdote era especialmente ungido e vestido com trajes sagrados (Lv 8.7-12; 16.4), tinha uma obrigação ainda maior de servir ao Senhor fielmente e de honrar o nome de Deus.

2. Abençoar o povo
Um dos deveres do sumo sacerdote era abençoar o povo. No primeiro dia de seu ministério, Arão deu-lhes duas bênçãos. A primeira deu sozinho, depois que havia oferecido os sacrifícios, e a segunda deu juntamente com Moisés, depois que haviam saído do tabernáculo, após a conclusão da cerimônia de ordenação (Lv 9.22,23).
A primeira bênção foi, provavelmente, a bênção do sumo sacerdote, que se encontra em Números 6.23-26. Ela veio depois dos sacrifícios, o que nos lembra de que toda bênção que temos vem pela obra completada por Jesus Cristo na cruz (Ef 1.3-7).

3. Fazer uso do Urim e o Tumim para dar direção ao povo
O que eram o Urim e o Tumim (Lv 8.8)? Pouco se sabe a respeito, mas provavelmente tratava-se de pedras preciosas ou objetos planos usados por Deus para dar direção ao povo. O sumo sacerdote guardava-os em um bolso de seu peitoral. Alguns estudiosos pensam que o Urim representava a resposta negativa, e o Tumim a afirmativa. Após algum tempo de oração pedindo direção, o sacerdote chacoalhava as pedras e Deus fazia cair a apropriada.

Outra teoria é a de que o Urim e o Tumim eram pequenos objetos com dois lados, que correspondiam às respostas "sim" e "não" respectivamente. O sacerdote tirava-os do bolso e os jogava. Se os dois objetos mostrassem a palavra "sim", a resposta de Deus era positiva. Aparecendo o “não” em ambos, tinha-se a negativa. Um “sim" e um não,” significava ausência de resposta.

Deus tinha um propósito especifico para este método de orientação - ensinar a nação os princípios para segui-lo. Hoje, nossa situação não é a mesma, por isso não devemos inventar modos como este para receber a direção de Deus. Hoje o manual de orientação divina para o Cristão e a Palavra de Deus (2Tm 3.16,17).

4. Sacrificar no dia da Expiação
A palavra “expiação” (heb. kippurim, derivado de kaphar, que significa  “cobrir”) comunica a ideia de cobrir o pecado mediante um “resgate”, de modo que haja uma reparação ou restituição  adequada pelo delito cometido (note o princípio do “resgate” em Êx 30.12; Nm 35.31; Sl 49.7; Is 43.3).

Levíticos 16 descreve o Dia da Expiação, o dia santo mais importante do  ano judaico. Nesse dia, o sumo sacerdote, vestia as vestes sagradas, e de início preparava-se mediante um banho cerimonial com água. Em seguida, antes do ato da expiação pelos pecados do povo, ele tinha de oferecer um novilho pelos seus próprios pecados. A seguir, tomava dois bodes e, sobre eles, lançava sortes: um tornava-se o bode do sacrifício, e o outro tornava-se o bode expiatório (Lv 16.8).
Sacrificava o primeiro bode, levava seu sangue, entrava no Lugar Santíssimo, para além do véu, e aspergia aquele sangue sobre o propiciatório, o qual cobria a arca contendo a lei divina que fora violada pelos israelitas, mas que agora estava coberta pelo sangue, e assim se fazia expiação pelos pecados da nação inteira (Lv 16.15,16). Como etapa final, o sacerdote tomava o bode vivo, impunha as mãos sobre a sua  cabeça, confessava sobre ele todos os pecados dos israelitas e o enviava ao deserto, simbolizando isto que os pecados  deles eram levados para fora do arraial para serem aniquilados no deserto (Lv 16.21, 22).

Os sacrifícios no Dia da Expiação proviam uma “cobertura” pelo pecado, e não a remoção do pecado. O sangue de Cristo derramado na cruz, no entanto, é a expiação plena e definitiva que Deus oferece à raça humana; expiação esta que remove o pecado de modo permanente (Hb 10.4, 10, 11). Cristo como sacrifício perfeito (Hb 9.26; 10.5-10) pagou a inteira penalidade dos nossos pecados (Rm 3.25,26; 6.23; Gl 3.13; 2Co 5.21) e levou a efeito o sacrifício expiador que  afasta a ira de Deus, que nos reconcilia com Ele e que restaura nossa comunhão com Ele (Rm 5.6-11; 2Co 5.18,19; 1Pe  1.18,19; 1Jo 2.2).

IV – OS MINISTROS DO CULTO DO NOVO TESTAMENTO
Vimos que os ministros do culto Levítico eram formado por um Sumo Sacerdote e de Sacerdotes e seus auxiliares, os quais eram chamados de Levitas. Agora veremos os ministros do culto da Igreja de Jesus Cristo. Tomaremos como base a estrutura das Assembleias de Deus no Brasil, que constitui-se de pastores, evangelistas, presbíteros, diáconos e cooperadores; estes últimos identificados também como auxiliares ou trabalhadores de acordo com a região. Esse modelo de governo de igreja tem por base as Escrituras Sagradas.

1. Pastores e evangelistas
Esses são geralmente identificados como "ministros do evangelho" em nossas igrejas e nas convenções. O pastor é alguém consagrado para exercer a função de apascentador do rebanho de Deus (At 20.28). Apascentar é alimentar com a Palavra, cuidar e proteger o rebanho. São ordenadas para esse ministério pessoas com reconhecido chamado de Deus e verdadeira capacitação bíblica, sendo comprovada publicamente uma vida de dedicação e compromisso com a obra de Deus. Entendemos e cremos que o pastor é o "anjo da igreja" (Ap 2.1) a quem o Senhor Jesus Cristo delegou autoridade espiritual (Hb 13.17).

2. Os presbíteros
Os termos "ancião, presbítero e bispo" são sinônimos no Novo Testamento (At 20.17,28; 1Tm 5.17); até mesmo os apóstolos apresentam-se, às vezes, como presbíteros, como ocorreu com Pedro (1Pe 5.1) e João (3 Jo 1.1). Em nossa estrutura de governo, presbíteros e diáconos são cargos locais; eles são consagrados ou separados nas igrejas locais (1Tm 4.14). Os presbíteros são auxiliares dos pastores; eles constituem o corpo auxiliar no governo da Igreja sob a presidência de um pastor (1Tm 5.19).

3. Os diáconos (1Tm 3.8-13)
São pessoas que desenvolvem a função de servir nas atividades da Igreja. Para o exercício dessa função, é necessário ser separado oficialmente perante a Igreja para receber o reconhecimento público de sua função no corpo de Cristo. Os diáconos servem nas diversas atividades da Igreja: eles cooperam como porteiros e recepcionistas, na ordem do culto e na distribuição dos emblemas da Ceia do Senhor. As suas atividades, porém, não são restritas a isso; eles também cooperam como professores e superintendentes ou dirigentes de escola dominical, líderes de jovens e adolescentes, atuando também em diversos outros trabalhos nas igrejas, desde que autorizados por seus superiores.

4. Os cooperadores
 O termo "cooperador" no Novo Testamento é amplo e aplica-se a qualquer cargo ou função eclesiástica: "Porque nós somos cooperadores de Deus" (1 Co 3.9). João Marcos, também conhecido apenas como Marcos, autor humano do Evangelho que leva o seu nome, que serviu como assistente de Paulo e Barnabé durante a primeira viagem missionária (At 15.37), é chamado de cooperador: "E, chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus; e tinham também a João como cooperador” (At 13.5). Os cooperadores são apresentados em reuniões apropriadas da Igreja. Em muitos lugares, eles são chamados auxiliares ou trabalhadores.

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