Classe:
Jovens – 3°Trimestre de 2018 | Data da Aula: 12/08/2018
TEXTO DO DIA
“Jesus, porém, lhes falou logo,
dizendo: Tende bom ânimo, sou eu; não temais.”(Mt 14.27)
SÍNTESE
O fato de Jesus andar sobre o mar
consolidou seu senhorio sobre a natureza, evidenciando sua divindade.
SAIBA MAIS:
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA
– Êx 14.15-31: O mar se abriu para o povo passar
TERÇA
– Js 4.14-18: O rio se abriu para o povo passar
QUARTA
– 2 Rs 2.8,9: O rio se abriu para os profetas passarem
QUINTA
– 2 Rs 2.13,14: O rio se abriu para o profeta passar
SEXTA
– Jó 9.8: Deus anda sobre os altos do mar
SÁBADO
– Sl 77.19: O caminho de Deus pelo mar
OBJETIVOS
• COMPARAR a postura dos
discípulos com a perspectiva do Reino;
• ILUSTRAR a situação do “mar”,
explicando que na verdade trata-se de um imenso lago de água doce;
• APONTAR as evidências de que
Jesus, em sua resposta, pronunciou o nome de Deus.
INTERAÇÃO
Quantas vezes já nos decepcionamos? E o quanto ainda iremos nos
decepcionar? Ao pensar a respeito disso, é bom lembrar que muito de nossas
decepções é resultado das próprias expectativas que alimentamos em relação às
coisas e ao outro. Essas expectativas, que posteriormente se revelam equivocadas,
podem ser formadas pelas pessoas ou por nós mesmos. Contudo, raramente pensamos
o quanto já decepcionamos também. Será que já não criamos expectativas irreais
— para impressionar alguém — e depois nos tornamos reféns da própria personagem
que criamos? A lição de hoje mostra que os discípulos do Mestre estavam
“chateados” por conta da expectativa que eles nutriam e não por alguma promessa
feita por Jesus. Se seguíssemos o conselho do apóstolo Paulo em Romanos 12.16
certamente evitaríamos muito do nosso sofrimento neste aspecto.
TEXTO
BÍBLICO
João 6.1-15
16
E, quando veio a tarde, os seus discípulos desceram para o mar.
17
E, entrando no barco, passaram o mar em direção a Cafarnaum; e era já escuro, e
ainda Jesus não tinha chegado perto deles.
18
E o mar se levantou, porque um grande vento assoprava.
19
E, tendo navegado uns vinte e cinco ou trinta estádios, viram Jesus andando sobre
o mar e aproximando-se do barco, e temeram.
20
Porém ele lhes disse: Sou eu; não temais.
21
Então, eles, de boa mente, o receberam no barco; e logo o barco chegou à terra
para onde iam.
INTRODUÇÃO
Seguindo
seu propósito de demonstrar que Jesus é o Cristo, o Ungido (Jo 20.30,31), João
relata o “quinto sinal”. Cotejado com as narrativas de dois dos Sinóticos —
Mateus (14.23-36) e Marcos (6.45-56) — o material joanino parece estar
incompleto. Todavia, como já foi dito, cada Evangelho possui suas
peculiaridades e o de João não é diferente. Como poderá ser visto, para os
propósitos do quarto Evangelho, as informações constantes nesta pequena porção bíblica
são sufi cientes.
I
– OS DISCÍPULOS E A PERSPECTIVA DO REINO
1.
Jesus retira-se sozinho para o monte.
O texto estudado anteriormente termina
com duas informações, sendo que a ênfase da lição passada recaiu apenas sobre a
primeira delas. Neste tópico, a segunda será mais bem explorada para se
entender o contexto do quinto sinal. João diz que Jesus “tornou a retirar-se, ele
só, para o monte” (Jo 6.15). Não poucas vezes o Mestre retirou-se para períodos
a sós com o Pai (Mc 1.35; Lc 5.16; 6.12).
2.
Os discípulos com o coração endurecido.
No texto paralelo de Marcos para essa
narrativa, o evangelista observa que os discípulos “não tinham compreendido o
milagre dos pães; antes, o seu coração estava endurecido” (Mc 6.52). Acostumados
à ideia de que um grande feito como aquele deveria culminar com nada menos que
o coroamento e a ascensão definitiva do seu Mestre, os discípulos certamente ficaram
decepcionados e, por isso mesmo, com o coração “endurecido” pela atitude de
Jesus.
3.
“Jesus não tinha chegado perto deles”.
O texto joanino diz que no período da
tarde os discípulos desceram para o mar (v.16). Eles então embarcaram “em direção
a Cafarnaum; e era já escuro, e ainda Jesus não tinha chegado perto deles”
(v.17). Esse tempo que Jesus se deteve em oração talvez tenha sido oportuno para
que os discípulos refletissem melhor e, quem sabe, entendessem a diferença
entre a perspectiva humana e a do Reino.
Pense!
Onde adquirimos o costume de achar que
todo grande feito, em prol das pessoas, precisa redundar em benefício para nós?
Ponto
Importante
Ao permitir que, em alguns momentos,
fiquemos sozinhos, Deus certamente dá-nos grandes lições espirituais.
II – O MAR E O
MILAGRE
1.
A situação do mar.
Os discípulos haviam descido para o
mar e já era noite quando zarparam rumo a Cafarnaum. Devido à topografia da
região, cercada por montes, onde está situado o “mar”
da Galileia ― trata-se na verdade de
um imenso lago de água doce cuja superfície encontra-se 210 metros abaixo do
nível do mar. Ventos originados no mar Mediterrâneo sopram pelo vale do grande
lago, fazendo com que as águas deste se agitem tornando-se perigosas (Mc
4.35-41). É exatamente isso que o texto informa ao dizer que “o mar se
levantou, porque um grande vento assoprava” (v.18).
2.
O progresso da viagem.
Os discípulos haviam remado por muitas
horas, praticamente a noite inteira, e não conseguiram navegar mais que cinco
ou seis quilômetros, pois o grande vento que assoprava não permitira o
progresso da viagem (vv.18,19). Isso aconteceu a despeito de alguns deles serem
pescadores e, consequentemente, experientes na arte da navegação.
3.
Jesus anda sobre o mar.
Foi em meio a este momento difícil que
os discípulos avistaram algo inusitado, que os fez temer mais ainda: ― uma
pessoa andando sobre o mar (v.19). Se dentro de um barco a situação era
desesperadora, o que dizer daquela experiência? Felizmente, não se tratava de
nada do imaginário que povoava o folclore judaico (Mt 14.25,26; Mc 6.48,49),
mas era o Mestre que, de forma sobrenatural e milagrosa, andava sobre as águas
tempestuosas e revoltas do mar da Galileia.
Pense!
A longa experiência, em uma
determinada área, garante que sempre teremos sucesso?
Ponto
Importante
O inusitado pode não ser
necessariamente o que imaginamos, por isso, é importante estar atento para
novas experiências.
III – “O EU SOU”
1.
Na resposta, a afirmação do nome de Deus.
Reconhecendo o pavor que tomara conta dos discípulos, o Mestre identifica-se
desde onde está, dizendo a eles que não temessem. Contudo, os melhores
comentaristas são unânimes em dizer que o texto vai muito além de uma resposta
que visava apenas um reconhecimento superficial; antes, ao afirmar “Sou eu”
(v.20), Jesus alude a um dos mais conhecidos nomes divinos do Antigo Testamento
(Êx 3.14; Is 43.10,11,25).
2.
A divindade do Senhor.
Com a resposta do Senhor aos
discípulos, identificando-se com Deus, somado ao fato de Ele estar andando
sobre as águas, ao colégio apostólico, bem como aos leitores de João, não resta
nenhuma dúvida: ― Jesus é Deus, pois somente o Criador, desde o Antigo
Testamento, tem tal poder (Jó 9.8; Sl 77.19).
3.
Do assombro à esperança.
Do primeiro momento em que estavam endurecidos,
e posteriormente espantados, os discípulos passaram então à esperança, pois
receberam o Mestre, diz João, “de boa mente”, conseguindo chegar, em segurança,
à outra margem, para o local onde tinham por destino (v.21).
Pense!
Quantos de nós, em meio ao desespero,
conseguimos reconhecer ao Senhor Jesus?
Ponto
Importante
Em meio às dificuldades Deus pode
revelar grandes coisas, basta apenas prestar a atenção.
SUBSÍDIO
“Jesus anda sobre o mar,
6.16-21. Este é um dos grandes ‘sinais’ narrados por João para que crêssemos
que Jesus é o Cristo , o Filho de Deus, e para que crendo, tenhamos vida em Seu
nome, cap. 20.31. Os judeus, considerando-O o grande Líder político, designado para
salvar a pátria, tinham o intuito de arrebatá-lo e proclamá-lo Rei.
Jesus, porém, ao andar
sobre o mar, manifestou-se, não como um mero político em uma esfera limitada,
mas como o divino Criador com supremo poder sobre o universo. O mar da Galileia,
apesar de não ser mais que um lago, sofre grandes temporais. Turistas testificam
que se desencadeiam lá tempestades repentinas e tão violentas que a superfície
do lago parece como as águas fervendo de um gigantesco caldeirão. Logo o barco
chegou à terra para onde iam (v.21).
É uma figura expressiva e palpitante do
Cristo atual:
1) Já subiu para orar
noutro alto, Mt 14.23; Hb 7.26; 9.24.
2) O mar deste mundo é
muito tempestuoso, Lc 21.25-28.
3) A quarta vigília (Mt
14.25), Jesus está para voltar, Rm 13.11-14.
4) Com a vinda de Jesus
cessa o vento. Ele não deixa a tempestade aumentar demasiado; antes de chegar
ao extremo, Ele aparecerá sobre as ondas mais elevadas, Lc 21.28.
5) Com a chegada de
Jesus, o barco já estava no porto, não se tinha desviado um metro da rota,
durante o temporal. Com a Sua chegada findarão todos os problemas e logo
entraremos no porto onde jamais baterão ventos nem tormenta (BOYER, Orlando.
Espada Cortante. Lucas, João e Atos. Vol 2. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007,
pp. 267,268).
CONCLUSÃO
O grande ensinamento desta lição é
justamente o fato de Jesus ter “deixado” seus discípulos por um período de
tempo, permitindo que estes refletissem e enfrentassem as dificuldades de uma
viagem corriqueira. Isso fez com que eles experimentassem a verdade de que se o
Senhor estiver no barco tudo vai bem.
Vídeo aula
HORA DA REVISÃO
1.
O que fez com que os discípulos endurecessem o seu coração?
Acostumados à ideia de que um grande
feito como aquele deveria culminar com nada menos que o coroamento e a ascensão
definitiva do seu Mestre, os discípulos certamente ficaram decepcionados e, por
isso mesmo, com o coração “endurecido” pela atitude de Jesus.
2.
O tempo que Jesus deixou os discípulos sozinhos pode ter servido para ensinar-lhes
uma grande lição. Fale sobre isso.
Esse tempo que Jesus se deteve em
oração talvez tenha sido oportuno para que os discípulos refletissem melhor e,
quem sabe, entendessem a diferença entre a perspectiva humana e a do Reino.
3.
Ao identificar-se aos discípulos — “sou eu” — ao que Jesus fez alusão?
Jesus alude a um dos mais conhecidos
nomes divinos do Antigo Testamento (Êx 3.14; Is 43.10,25).
4.
Qual o significado da resposta, e do milagre, de Jesus aos discípulos?
Com a resposta do Senhor aos
discípulos, identificando-se com Deus, somado ao fato de Ele estar andando
sobre as águas, ao colégio apostólico, bem como aos leitores de João, não resta
nenhuma dúvida. Jesus é Deus, pois somente o Criador, desde o Antigo
Testamento, tem tal poder (Jó 9.8; Sl 77.19).
5.
Como João diz que os discípulos receberam ao Mestre?
Do primeiro momento em que estavam
endurecidos, e posteriormente espantados, os discípulos passaram então à esperança,
pois receberam o Mestre, diz João, “de boa mente”, conseguindo chegar, em
segurança, à outra margem, para o local onde tinham por destino (v.21).