Milagres de Jesus: Sinais do Reino de Deus - Subsídios Dominical

VEJA:

Home Top Ad

Post Top Ad

A Carreira Que Nos Está Proposta [ Revista Digital Cristão Alerta - 2° Trimestre 2024

Milagres de Jesus: Sinais do Reino de Deus

Neste terceiro trimestre de 2018 as classes de Escola Dominical de jovens, em todo o país, terão a oportunidade de estudar onze dos cerca de 35 milagres realizados por Jesus, cujos relatos estão nos Evangelhos. É sabido, por exemplo, que tal quantidade registrada não constitui a totalidade do que o Mestre fez, e sim apenas que estes milagres apresentados pelos evangelistas servem aos propósitos específicos e ao plano literário de cada Evangelho individualmente ( Mc 1.34,39; Jo 20.30,31; 21.25).

Em uma época de polarizações e do ressurgimento de posições teológicas que negam a contemporaneidade dos dons espirituais e dos milagres, nada mais importante, para o crente pentecostal, que refletir sobre os prodígios realizados pelo nosso Salvador. Sobretudo pelo fato de que o objetivo do miraculoso, desde os dias do ministério terreno de Jesus Cristo no primeiro século, continua a ser exatamente o mesmo — prestar socorro, glorificar o nome do Senhor e demonstrar que o Reino de Deus, embora não "completado", já está entre nós (Lc11.14-20).

Clique e acesse
O papel dos milagres no ministério de Jesus
O tema dos milagres de Jesus precisa ser analisado levando-se em conta a mensagem do Reino de Deus e o ministério de ensino desenvolvido pelo Senhor, pois havia perfeita consonância entre as ações do Mestre e suas palavras (Lc 24.19). Marcos, tido tradicionalmente como o mais antigo dos Evangelhos, registra que "depois que João [Batista] foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do Reino de Deus e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho" (Mc 1.14,15).

Para qualquer judeu a vinda do Reino de Deus era esperada com muita ansiedade, portanto, para que pudessem crer no "evangelho", isto é, o anúncio de que este tempo realmente havia chegado, era preciso que eles vissem os sinais que o caracteriza. Seguindo seu intento de evidenciar tal realidade, Marcos diz que Jesus foi a uma sinagoga num sábado e ali ensinava. Entre os presentes havia um homem atormentado por um espírito imundo e este se manifestou no momento em que Jesus ministrava. O Senhor repreendeu o espírito imundo, expulsando-o do homem. Na sequência, o texto diz que "todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!" (Mc 1.27). O ensino de Jesus não era mera teorização, mas demonstração concreta da chegada do Reino de Deus, pois aliava conhecimento com poder (Mt 22.29; 1 Co 2.4,5).

Tim Dowley informa, com propriedade, que os milagres de Jesus "eram 'sinais' do Reino de Deus, mostrando que o reinado do Messias tinha começado, como predisseram as Escrituras". O apóstolo João, autor do quarto Evangelho, utiliza a expressão "sinais" para referir-se aos milagres realizados pelo Senhor (Jo 2.11,23; 20.30). Na verdade, dentro do p ano literário do Evangelho de João, os milagres formam o que os estudiosos chamam de "livro dos sete sinais", abrangendo a primeira parte da obra (2.1 - 4.54; 5.1 - 11.54).

A expressão "sinal", do grego semeion, apesar de se referir a milagre e, de forma geral, demonstrar autoridade (Jo 2.18), particularmente no quarto Evangelho, de acordo com Benny Aker, "diz respeito a um acontecimento extraordinário e especial, chamando a atenção, para a atividade salvadora de Jesus e aludindo à sua morte e ressurreição". Portanto, não se trata de exibicionismo e muito menos espetacularização, antes, conforme o mesmo autor:

Todos os sinais no Evangelho João partilham do mesmo caráter. Cada um está ligado à obra de salvação de Jesus para um mundo cego e pecador. Cada um aponta para além de si mesmo, em direção à natureza e obra auto-reveladora de Deus em Jesus. Cada um é exclusivamente uma revelação da obra de salvação de Jesus na cruz, impossível de ser duplicada pelo ser humano. Esta obra pode ser feita pelos discípulos oferecendo-a peio evangelismo. Por um lado, sem fé, as pessoas encaram estes sinais apenas como fenómenos, fatos para chamar a atenção. Por outro, com fé, eles revelam a obra de salvação de Deus.

Como o estudioso atento já percebeu, no quarto Evangelho, intercala-se sinal e discurso, e tal se dá pelo fato de que de acordo com Wolfhart Pannenberg, "faz parte da função do sinal não apenas que ele aponta para a coisa assinalada, mas também que alguém siga o rumo para o qual o sina aponta", pois apenas "desse modo se cumpre a função do sinal". Portanto, cada um dos milagres tem a tarefa não apenas de apontar, mas de levar aqueles que conseguem ver além do miraculoso a seguira direção sinalizada pelo feito. No caso que está sendo considerado, é preciso decidir pela porta estreita e pelo caminho apertado do Reino de Deus (Mt 7.14).

O que os milagres significam
Tendo refletido brevemente sobre o papel dos sinais no ministério de Jesus, resta examinar panoramicamente o significado dos milagres. O literato cristão irlandês, C. S. Lewis, dizia que a produção do conhecimento, ou de como interpretamos a realidade, depende de nossa "posição filosófica". Assim, no que diz respeito aos milagres, por exemplo, ele instruía que antes de se afirmar i       se eles acontecem ou não, é preciso decidir entre os pontos de vista naturalista e sobrenaturalista.

No primeiro abrigam-se os que "acreditam que não existe nada além da Natureza", no segundo, alocam-se os que "julgam que além da Natureza existe algo mais". Portanto, a pergunta que se impõe é a seguinte: "quem está certo, os Naturalistas ou os Sobrenaturalistas?". A obra Milagres, de C. S. Lewis, é de certa forma uma tentativa de responder essa questão. É assim que ele diz que escolheu a "palavra Milagre para indicara intervenção de um poder sobrenatural na Natureza". Considerando o fato de que existem leis que governam essa natureza e que, por isso mesmo, ela apresenta regularidade e linearidade, os "que creem em milagres não estão negando a existência de normas ou regras, mas apenas que ela pode ser suspensa", ou seja, o "milagre é, por definição, uma exceção".

Referindo-se aos relatos de milagres registrados nos Evangelhos, C. S. Lewis divide-os em dois sistemas.
O primeiro deles inclui as classes:
1) Milagres de Fertilidade;
2) Milagres de Cura;
3) Milagres de Destruição;
4) Milagres de Domínio sobre o Inorgânico;
5) Milagres de Inversão;
6) Milagres de Santificação (ou de Glorificação)".
"O segundo sistema", continua Lewis, "que atravessa o primeiro, produz apenas duas classes:
1) Milagres da Velha Criação e 2) Milagres da Nova Criação".As três primeiras classes restringem-se à "Velha Criação", isto é, a realidade tal como a experimentamos desde a Queda em Génesis 3. A quarta classe de milagres ocorre em ambas e, finalmente, as classes 5 e 6 são exclusivas da "Nova Criação". Mas o que significa a "Nova Criação"? Lewis oferece um exemplo dizendo que "quando Cristo anda por sobre a água, temos um milagre da Nova Criação".

Na sequência ele explica:
Deus não criou a Velha Natureza — o mundo antes da Encarnação — para que a água pudesse suportar um corpo humano. Esse milagre é a antecipação de uma Natureza que se acha ainda no futuro. A Nova Criação está apenas surgindo. Por um momento, parece que se irá ampliar. Por um instante, dois homens estão vivendo nesse novo mundo. Pedro também dá um ou dois passos sobre a água. Depois sua fé o abandona, e ele afunda, voltando à Velha Natureza.
Trata-se, portanto, do que alguns teólogos chamam de prolepse, isto é, "antecipação". Finalizando, vale dizer que assim como os milagres realizados pelo Senhor Jesus sinalizavam a irrupção do Reino de Deus, os prodígios na contemporaneidade antecipam o que será "quando vier o que é perfeito", quando "então, o que o é em parte será aniquilado" (1Co 13.10).
ACESSE: Lições Bíblicas 3° Trimestre de 2018, Jovens – CPAD. Clique Aqui
Divulgação: Fonte: Ensinador Cristão, N° 75 | Artigo: Pr. César Moisés

Revista Digital Cristão Alerta

Acesse Aqui As Edições de Nossa Revista

Post Bottom Ad