“Portanto, quem despreza isto não
despreza ao homem, mas, sim, a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo.” (1
Ts 4.8)
SÍNTESE
Deus nos convoca para uma compreensão
de santidade que transcende os cerimoniais religiosos e os rituais de purificação
humanos.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA – Cl 3.17: Vivendo para a
glória de Deus
TERÇA – 1 Co 6.19: Reconhecer o corpo
como templo de Deus
QUARTA – Jo 8.32: A verdade que liberta
QUINTA – Lv 25.17: Ninguém oprima o seu
próximo
SEXTA – 1 Co 6.11: O Espírito nos
santifica
SÁBADO – Mt 5.24:A relação entre
oferta, santidade, adoração e comunhão
OBJETIVOS
1.
CARACTERIZAR o tipo de comportamento que agrada a Deus;
2.
REFLETIR a respeito do imperativo bíblico acerca da pureza
sexual;
3.
COMPREENDER que a santidade deve abranger todas as áreas
de nossa vida.
INTERAÇÃO
Esta é uma das lições mais desafiadoras
deste trimestre, pois estaremos falando a respeito de santidade e sexualidade; dois
temas sempre atuais, presentes constantemente nas discussões entre os jovens,
mas também cercado de mitos e tabus. Caro professor(a), é em momentos como este
que sua experiência e sensibilidade devem fazer a diferença, você conhece o
perfil de sua turma, sabe as questões mais pertinentes a serem abordadas, você
é capaz de reconhecer as lacunas que o comentário da lição não conseguiu
contemplar.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para a dinâmica de hoje você vai precisar de uma folha de sulfite de cor
branca e outra de uma cor mais escura (preta, cinza ou marrom). Inicie a aula
fazendo a seguinte indagação: “Como nos manter puro, íntegro, vivendo em meio a
uma sociedade idólatra, pagã e maligna?” Ouça os alunos com atenção. Em
seguida, pegue uma folha de papel sulfite branca. Mostre a folha e diga que o
crente precisa viver neste mundo corrupto de forma íntegra, santa, e para isso
ele não pode abrir mão dos princípios da Palavra de Deus. O crente precisa ser
como uma folha em branco, sem mancha, mácula ou ruga. Depois, passe cola na
folha toda em seguida cole a outra folha (cor preta). Diga que quando acabamos
por nos aculturar e viver segundo a filosofia deste mundo ficamos unidos a ele.
Como Igreja do Senhor, temos que ir contra a maneira de pensar deste mundo.
Leia Romanos 12.2. Depois peça que um aluno, sem rasgar a folha branca, tente
separá-las. Mostre que é impossível separar as folhas sem rasgá-las. Assim, é impossível
o crente viver segundo a filosofia deste mundo e não se contaminar, nem se
ferir ou ferir o seu próximo (Adaptado de BUENO, Telma. Boas Ideias para Professores
de Educação Cristã. 80 atividades do maternal a adultos. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2015. pp. 127,128).
TEXTO
BÍBLICO
Tessalonicenses
4.1-4
1 Finalmente, irmãos, vos rogamos e
exortamos no Senhor Jesus que, assim como recebestes de nós, de que maneira
convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que continueis a progredir
cada vez mais;
2 porque vós bem sabeis que mandamentos
vos temos dado pelo Senhor Jesus.
3 Porque esta é a vontade de Deus, a vossa
santificação: que vos abstenhais da prostituição,
4 que cada um de vós saiba possuir o seu
vaso em santificação e honra.
INTRODUÇÃO
Depois de ter redigido a parte
principal desta sua primeira carta, na qual as temáticas centrais eram o louvor
e a gratidão a Deus pela experiência de salvação que desfrutavam os
tessalonicenses, Paulo passa a fazer alguns esclarecimentos a respeito de
assuntos pontuais para a vida dos irmãos daquela igreja. O início desse novo
momento da epístola é demarcado através da primeira palavra de 1
Tessalonicenses 4.1, que é traduzida por “finalmente”, “quanto ao mais”, “de resto”,
“ademais”. O apóstolo parece orientar os membros daquela jovem igreja a
respeito de algumas dúvidas teológicas que eles possuíam e provavelmente a
respeito de algumas questões práticas que Timóteo destacou em seu relatório de
retorno a Paulo. Estudar as inquietações dos tessalonicenses torna-se muito
relevante, especialmente quando percebemos que estas ainda são muito
pertinentes para a Igreja atual.
I-
A VIDA SANTA QUE AGRADA A DEUS
1.
Um modelo que é transmitido e compartilhado.
A preocupação de Paulo era que os
tessalonicenses permanecessem no mesmo conjunto de princípios fundamentais que
receberam no início de sua fé, pois se eles assim fizessem, tudo permaneceria bem. Em tempos de fórmulas
mágicas ou estratégias mirabolantes, devemos nos fortalecer na confiança de que
o Evangelho que nos foi transmitido é verdade espiritual suficiente para nossa
edificação. Não necessitamos de complementos ou novas revelações (Gl 1.6-9). As
boas-novas de Cristo não são uma verdade complexa e de difícil compreensão que
apenas alguns privilegiados terão a capacidade de discerni-las; antes, é um
fato simples e de fácil assimilação: Deus nos ama de maneira incondicional. O
Evangelho é simples e descomplicado.
2.
Vivendo para agradar a Deus.
O objetivo de Paulo neste momento de
sua carta àquela comunidade era lembrar aos irmãos de que a finalidade de
nossas vidas não é atingir metas pessoais ou sonhos individuais, e sim, agradar
a Deus em tudo quanto fizermos. Ter uma vida santa é viver segundo o propósito
do Senhor (2 Tm 1.9). Por isso não tenhamos receio de obedecer a Cristo,
sabendo que tal opção de vida nos conduzirá à felicidade e à realização
pessoal. A manifestação do Reino de Deus em nós é produtora de vida, libertação
e alegria (Sl 16.8-11); certamente passaremos por desafios e lutas, mas nada,
nem ninguém, terão o poder de destruir os fundamentos eternos que o Senhor já estabeleceu
em nossas vidas por meio da salvação em Cristo Jesus (Rm 8.35-39). Compreendamos
que se viver é um privilégio, viver em Cristo é a experiência mais sublime que
podemos vivenciar.
3.
Vida transbordante, vida em santidade.
A presença do Senhor é reconfortante e
abençoadora para nós. Se há uma metáfora bíblica que exemplifica de maneira
clara a vida cristã, esta é a imagem do transbordamento. Analogias que se
referem a rios caudalosos em terras secas (Is 41.18); colheitas produtivas em
tempos de crise (Dt 28.8); prosperidade material (Sl 112.1-3). A medida de
nossa alegria é a fartura (Sl 16.11), a porção do perdão que nos atinge é transbordante
(Lc 6.38), o amor que nos salva é incomensurável (Jo 3.16). Vida cristã
é sinônimo de vida santa, não há compatibilidade entre viver em Cristo e viver
no pecado (Rm 6.1,2; 11-15). Por isso a nossa experiência de fé é aquela que
aponta para uma abundante graça (Rm 5.20). Não é possível estar cheio de Deus,
e continuar carregando ainda ódios, mágoas e ressentimentos. Esta é a causa de
algumas pessoas não experimentarem a plenitude do Espírito, é preciso
esvaziar-se de muita coisa antes.
Pense!
Viva a simplicidade, viva Jesus da
forma mais intensa e amorosa possível!
Ponto Importante
Não devemos temer o que Deus preparou
para nós; por mais desafiador e espantoso que seja, certamente isto será sempre
o melhor.
II- O IMPERATIVO DA PUREZA SEXUAL
1.
A santificação como vontade de Deus.
Não foi para uma vida de pecados que
fomos vocacionados por Deus (1 Jo 3.8,9). Aqueles que são guiados pelos valores
decadentes do mundo não conseguem aperceber-se da presença do Senhor; veem
apenas tragédias, dores e maldades. No nosso caso é diferente, pois por meio da
semente da santidade que brotou em nosso ser conseguimos ver Deus em tudo ao
nosso redor: reconhecemos as grandezas de Deus na natureza (Sl 19.1); na
transformação ocorrida em nossas vidas percebemos a presença do Senhor (2 Co
3.18); em tudo o que existe, ao vivermos em santidade, somos capazes de
reconhecer a glória de Deus. Uma vez que Deus nos tornou santos devemos fazer
de nossa vida um altar de louvor a Ele, de maneira que, assim como o Sumo
Sacerdote da Antiga Aliança, todos quantos olharem para nós lembrem-se do lema
de nossa vida: “SANTIDADE AO SENHOR!” (Êx 39.30).
2.
Santificação que se exige de solteiros e casados.
Há em 1 Tessalonicenses 4.3-5 uma
explícita e contundente exortação paulina quanto a pureza sexual. Não nos
concentraremos no debate a respeito do que significa o termo vaso no v. 4, pois
o mais relevante é compreender que o Senhor conclama os seus filhos a reconhecerem
a sexualidade como um componente tão sagrado do ser humano quanto tudo o mais
que nos envolve é. Não há nada de profano ou pecaminoso no relacionamento
sexual entre os casados. Lembre-se disso: seu corpo é templo e morada do
Espírito Santo (1 Co 3.16), não profane o templo de Deus, você! (1 Co 6.15-19;
Hb 13.4).
3.
Vivendo num nível diferente de espiritualidade.
Se de fato nossa espiritualidade é
viva, é necessário que o padrão moral e comportamental do povo de Deus não seja
o mesmo daquele que é adotado pelo mundo. Essa é a orientação de Paulo àquela
jovem comunidade (1 Ts 4.5). Aqueles que estão cegos em seus delitos e pecados possuem
uma maneira distorcida de encarar aspectos essenciais da vida, como a
sexualidade, por exemplo, que não condizem com nossa maneira de compreender a
realidade. Fomos vocacionados à salvação para, através de nosso testemunho,
anunciarmos os valores de um Reino superior, de cima, do céu (Mt 5.13-16; Jo
3.31).
Pense!
Em tempos de decadência espiritual, exige-se
de cada cristão coragem para contrapor-se à lógica lasciva desta sociedade.
Ponto
Importante
A santificação produzida por Deus em
nossas vidas não tem efeitos apenas para o futuro; na verdade, os efeitos da
obra de Cristo já repercutem agora em nós.
III-
SANTIFICAÇÃO EM TODA MANEIRA DE VIVER
1.
Negócios honestos.
Santidade, todavia, não é algo que se
refere apenas ao corpo ou a exterioridade das pessoas. Devemos ser santos e
honestos também em nossos negócios (1 Ts 4.6). A corrupção é uma prática usual em
nosso país; entretanto, nós temos de ser diferentes (Ml 3.18). Não podemos
defender o lucro a todo custo, a pirataria, o desvio de verba, a balança
injusta (Pv 11.1; Mq 2.2). Somos um ser integral, logo, é impossível ter um
padrão de santidade nos momentos litúrgicos, isto é, na igreja, e não
apresentar um testemunho santo em nossa vida fora do templo. Na verdade, fomos chamados
para anunciar as verdades do Reino aos que estão distantes de Deus, se, em
virtude de um comportamento inadequado, não somos capazes de fazer isso, nosso
cristianismo é falso e nossa fé morta (1 Co 8.9; Tg 2.17). É impossível ser
cristão e não ser santo.
2.
Relacionamentos sadios.
Não existe santidade na vida de quem
promove violência, injustiça e discórdia. Como alguém pode declarar-se nascido
de novo, mas ser responsável pelo fim de um casamento, pela promoção de
inimizades entre pessoas, por semear a contenda entre irmãos? Isto é
simplesmente impossível (Pv 6.16-19). Deus nos chamou para relacionamentos mutuamente
edificantes, não devemos ser fardos para ninguém. Como anuncia Paulo, o Senhor
é vingador do injustiçado (1 Ts 4.6). Numa referência direta a Levítico 25.17,
o apóstolo assegura que as trapaças humanas podem passar desapercebidas pelas
demais pessoas, todavia, jamais serão desconsideradas pelo Senhor que é Deus da
Justiça (Is 61.8). Ele “vingará” o violentado, restituirá o roubado,
justificará o fraudulentamente acusado (Hb 10.30). Nossa esperança se estabelece
no Senhor, em época como a nossa em que instituições sociais e seus compromissos
com a equidade estão fragilizados.
3.
Santificação como experiência de viver no Espírito.
O poder santificador do Espírito nos
torna progressivamente mais santos (1 Co 6.11). Somos convocados por Deus para
uma experiência de santificação instantânea e constante (Jo 17.19). O fato de o
mundo estabelecer relacionamentos fraudulentos e moralmente decadentes, além de
ser um desrespeito ao outro – obra do amor do Criador, imagem e semelhança da
própria divindade – torna-se um afrontoso pecado contra o Espírito Santo. Ao
tratarmos outras pessoas fora do nível de amor e respeito que elas merecem,
como filhos e filhas de Deus, estamos voltando-nos contra o próprio Senhor (1
Ts 4.8). A adoração a Deus sem comunhão com o próximo é puro rito religioso
vazio, desprovido do real sentido do culto a Deus. Deste modo, viver no
Espírito é uma experiência de comunhão verdadeira com o Criador e seus filhos.
Pense!
Os conceitos de santidade e profanação
são guiados por componentes culturais ou por princípios bíblicos? Se Jesus permaneceu
santo entre ladrões e meretrizes, casamentos e jantares, como devemos
compreender a santidade?
Ponto
Importante
Em um mundo de ódio, preconceitos e
posturas cada vez mais radicalizadas, somos convidados para ser agentes do
amor, movidos pelo Evangelho de Cristo, por uma íntima compaixão que nos faça
ver as pessoas que, se não forem evangelizadas, não terão qualquer oportunidade
de ver o rosto de Deus.
SUBSÍDIO
A santificação começa na conversão, quando
uma pessoa se arrepende e volta para Deus, passando a ser um ‘santo’ (que
significa, literalmente, ‘uma pessoa separada ou consagrada’). Esse, porém, é
apenas o começo de um processo contínuo e progressivo. Não leva muito tempo
entrar num trem, mas leva tempo até chegar ao destino. A pessoa se torna santa
por um ato de fé em Cristo Jesus, que nos atribui esse título, mas ser santo em cada aspecto da vida leva tempo. O trem
não chega ao seu destino num pulo único, e nem nós nos tornamos santos
desenvolvidos de um dia para outro. Precisamos crescer na graça e no
conhecimento de Jesus Cristo. Do ponto de vista prático, a santificação é o
processo mediante o qual os separados se tornam santos na prática, os que estão
sob a graça de Cristo se tornam graciosos, e os cristãos se tornam semelhantes
a Cristo. A santificação é a cristianização dos cristãos. [...] A santidade
prática exige crescer espiritualmente; pessoas santas são ‘perfeitos, os quais,
em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como
o mal’ (Hb 5.14). Criancinhas espirituais, como criancinhas físicas, estão
dispostas a engolir tudo que acham! (Ef 4.14)” (PEARLMAN, Myer. Epístolas
Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998. pp.
184,194).
CONCLUSÃO
Não existe santidade quando há
isolamento, ódio e negação do outro. Se somos as pessoas deixadas por Deus
nesta sociedade para que ela não apodreça em seus extremismos sociais, cabe-nos
a tarefa de iluminar os corações entenebrecidos por preconceitos e discriminações,
e dar sabor às vidas desesperançosas de justiça, bondade e paz. Ser santo é
estar a serviço do bem-estar do outro.
HORA
DA REVISÃO
1. O que significa
viver para agradar a Deus?
É ter
uma vida santa vivendo segundo o propósito do Senhor (2 Tm 1.9).
2. Segundo a
lição, o que é necessário fazer para ter uma vida transbordante?
Esvaziar-se
de tudo aquilo que não glorifica a Deus – ódios, mágoas, pecados – e encher-se
das dádivas do Espírito Santo.
3. De que
modo a Palavra nos exorta a compreender a sexualidade?
Como
um componente sagrado da natureza humana, incluído em nosso ser pelo próprio
Deus.
4. Deus
exige de nós santidade apenas com relação à sexualidade? Justifique sua resposta.
Não,
o princípio apresentado por Paulo em 1 Ts 5.23 declara que Deus quer de nós uma
santidade integral.
5. É
possível adorar a Deus sem uma vida de comunhão com aqueles que estão próximos
a nós? Justifique sua resposta.
Não,
pois é impossível viver em santidade quando há isolamento, ódio e negação do
outro. Ser santo é estar a serviço do bem-estar do outro.