TEXTO
DO DIA
“E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo,
e nosso Deus e Pai, que nos amou e em graça nos deu uma eterna consolação e boa
esperança.” (2 Ts 2.16)
SÍNTESE
Em tempos de crise a melhor mensagem
que pode ser anunciada a uma comunidade é a de consolação.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA – 2 Ts 2.13: Deus nos elegeu
para a salvação
TERÇA – Cl 1.28: Em Jesus somos
aperfeiçoados
QUARTA – Ef 5.1: Devemos ser imitadores
de Cristo
QUINTA – Rm 6.4: Somos chamados para
novidade de vida
SEXTA – Sl 4.8: Somente Deus nos faz
habitar em segurança
SÁBADO – Pv 4.23: Devemos guardar o
coração
OBJETIVOS
1.
RECONHECER o ensino da Trindade presente em 2 Tessalonicenses;
2.
MOSTRAR as causas da firmeza espiritual de um cristão;
3.
REFLETIR a respeito do consolo de Deus em nossas
vidas.
INTERAÇÃO
Caro professor, como é
sua relação com seus educandos? Você tem proximidade com eles? Você é uma
referência entre os jovens de sua igreja? Você faz com que sua relação com seus
educandos extrapolem os momentos da Escola Dominical? A partir de suas
respostas a estas questões é possível realizar um diagnóstico de sua atuação
como educador cristão; afinal de contas, não atuamos na ED em busca de um
salário ou reconhecimento humano, mas para servir ao Reino de Deus – manifesto
em cada pessoa e igreja local. Procure desenvolver uma rede de relacionamentos
com os jovens de sua igreja, faça projetos em articulação com a liderança do
ministério de jovens, procure ser mais um instrumento de Deus para abençoar a
igreja onde você exerce seu chamado para o ensino da Palavra de Deus.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Que tal realizar uma aula
em campo? Claro, isso exige toda uma organização prévia: comunicação antecipada
aos educandos para que ninguém seja pego de surpresa; pesquisa a respeito do
lugar ideal (de preferência visite o local antecipadamente); organização da
dinâmica de aula (haverá lanche depois da aula? Que horas começa e quando
termina a aula? Haverá louvor? Quem levará um violão?); pense também em como se
dará o deslocamento de cada aluno para o local da aula.
Tudo é motivo de alegria
e empolgação para os jovens, por isso não é necessário que a aula seja num
local distante ou luxuoso, a casa de um dos jovens, um outro espaço coletivo da
igreja, ou mesmo um ambiente público fora da igreja, mas agradável para a aula.
Esta também é uma ótima
oportunidade para convidar amigos, jovens não matriculados na Escola Dominical e
até não evangélicos para um contato com a Palavra de Deus.
TEXTO
BÍBLICO
2
Tessalonicenses 2.13-17
13 Mas devemos sempre dar graças a Deus,
por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio
para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade;
14 para o que, pelo nosso evangelho,
vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.
15 Então, irmãos, estai firmes e
retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por
epístola nossa.
16 E o próprio nosso Senhor Jesus
Cristo, e nosso Deus e Pai, que nos amou e em graça nos deu uma eterna
consolação e boa esperança,
17 console o vosso coração e vos
conforte em toda boa palavra e obra.
INTRODUÇÃO
A parte final do segundo capítulo de 2
Tessalonicenses trata a respeito do destino que Deus tem para os santos, em
comparação com o que vinha sendo tratado anteriormente
a respeito do estado final dos desobedientes (2 Ts 2.10-12). Os santos serão alcançados
pelo amor eterno do Pai. Paulo discorre por que os santos devem permanecer em
paz e tranquilidade. Nesse esforço de fundamentar o consolo sempiterno de Deus
para o justo, o apóstolo constrói uma magnífica referência à Trindade. Nos
versículos 13 e 14, Paulo demonstra que o penhor da salvação é constituído por
meio de uma obra realizada pelas três pessoas da trindade: Pai, Filho e Espírito
Santo.
I-
A AÇÃO DA TRINDADE NA VIDA DO SALVO
1.
Eleitos pelo Pai (v.13).
A obra da salvação não é uma realização
desprovida de sentido, como se fosse uma saída de improviso realizada por um
Deus que teria sido pego de surpresa diante do pecado do primeiro casal. O Pai
em sua bondade nos elegeu por meio de seu Filho Unigênito Jesus Cristo desde
antes da fundação do mundo (Ef 1.4). O fato de o Cordeiro ter sido morto desde
a fundação do mundo (Ap 13.8), nos mostra o propósito eterno de Deus em prover
salvação à humanidade. Somos eleitos pelo sacrifício do Filho e não há outro
caminho para nós. Nunca possuiríamos méritos sufi cientes para fazermo-nos
dignos da salvação, pois esta é uma obra exclusiva de Deus. Portanto, uma vez
conscientes disso, devemos operosamente desenvolver nossa salvação (Fp 2.12).
Não desprezemos a obra de Cristo por nós e já manifesta em nós, antes; vivamos
como filhos da luz, nascidos do alto, restaurados em Cristo.
2.
Santificados pelo Espírito (v. 13b).
Uma vez chamados à salvação pelo Pai, é
o Espírito Santo, que numa obra de transformação contínua, faz Cristo manifesto
em nós (Cl 1.27,28). Como prometido por Jesus, não estamos órfãos neste mundo, temos
a presença acalentadora do Santo Espírito que, numa relação simultânea de
consolação e orientação, guia nossa trajetória no curso de nossa jornada ao
céu (Jo 14.18; 16.7-11). Nossa luta cotidiana contra as astutas ciladas do
inimigo somente pode ser superada por meio da ação do Espírito em favor de nós,
o qual constantemente aperfeiçoa-nos o caráter de modo a tornarmo-nos,
progressivamente, imitadores de Deus manifestando cada vez mais nossa condição
de filiação (Ef 5.1). A ação do Espírito é incessante em nossa vida, pois
enquanto estivermos no caminho para o céu temos muito o que nos aperfeiçoar (2
Co 7.1).
3.
Vocacionado para a glória do Filho.
A promessa feita por Jesus a nós é que onde
Ele estiver (na eternidade) nós estaremos com Ele (Jo 14.3). A oração do Mestre
ao Pai em nosso favor era para que nós fôssemos participantes da glória que Ele
vivenciara antes da fundação do mundo (Jo 17.24). Não possuímos uma vocação
para uma vida imortal aqui na terra; ao contrário, somos convidados a abandonar
todas as coisas que aqui são perecíveis e passageiras em nome de uma chamada
para aquilo que é eterno. O ponto áureo da salvação não é a isenção de
sofrimentos terrenos ou a promessa de galardões celestiais; o ápice da redenção
é a certeza de que experimentaremos uma eternidade na presença de Jesus, em
comunhão com Ele. Nosso maior bem é o Senhor, e todas as demais coisas, na
presença dEle, constituem-se em nada.
II-
A FIRMEZA DO CRISTÃO
1.
Persistência no ensino dos apóstolos.
Diante de um quadro de falsas profecias
no seio da igreja local e charlatões da fé, é necessário fixar um ponto de segurança.
Tal ponto, sem dúvida alguma, é a Bíblia Sagrada. Essa foi uma exortação paulina
à Igreja em Tessalônica (vv.15,17). Para evitar a propagação de heresias e falsos
ensinos, Paulo recomendou àquela comunidade que persistisse no modelo de
cristianismo que havia recebido, tanto por meio do testemunho vivo dos
pregadores do genuíno Evangelho, como por meio das
orientações escritas que já circulavam pelas igrejas. Nossa fé, para ser
madura, precisa ter alicerces sólidos, e a Palavra é o melhor e mais confiável de
todos (Lc 6.46-49).
2.
Convicção nas tradições.
Para além da doutrina – infalível,
imutável e fundamentada exclusivamente nas Escrituras – cada igreja local
possui uma série de costumes e tradições que garante o bem-estar dos
relacionamentos locais. A orientação do apóstolo é que os tessalonicenses
também se mantenham firmes nessas práticas (v.15). Há em nossa geração um
“culto ao novo”, de tal maneira que alguns líderes de jovens procuram incessantemente
a fórmula para o culto perfeito. Nesta busca desenfreada o culto virou “balada”
e muitos jovens estão se perdendo. Precisamos de novidade de vida (Rm 6.4), e
não apenas de coisas novas. Não devemos ter vergonha de nossas tradições, pois
foram elas que nos trouxeram até onde estamos. Não precisamos de novos
costumes, basta nos revestirmos de significado para este tempo.
3.
Confirmados em boas obras.
A salvação de Deus em nossa vida produz
um impulso positivo para a prática de boas obras (Ef 2. 10). A fé dos
tessalonicenses seria comprovada por meio da adoção de um estilo de vida que
espelhasse o testemunho de Cristo. Para usar uma metáfora paulina podemos dizer
que demonstrar nossa comunhão com Jesus na sociedade atual é similar a exalar
uma excelente fragrância (2 Co 2.15). O mundo ao nosso redor não conhece a
Cristo e de muitos modos rejeita sua Palavra, cabe-nos então, por meio de uma
vida piedosa e edificante, pregar o Evangelho sempre, inclusive quando
estivermos em silêncio. Não se pode esconder uma cidade construída sobre uma
montanha, os sinais de sua existência manifestam-se de modo natural (Mt 5.14).
Assim, aquilo que somos espontaneamente se revela em nosso falar e proceder.
III-
O CONSOLO DE DEUS AOS SANTOS
1.
Confortados em amor e graça.
Tendo refletido anteriormente a
respeito do final dos injustos (2 Ts 2.10-12) e sobre a bênção eterna da
salvação, Paulo fala a respeito do consolo dos cristãos. A fonte do conforto
anunciado pelo apóstolo não são as circunstâncias humanas favoráveis ou os bens
materiais que aqueles irmãos poderiam possuir, mas a maravilhosa graça e o
grande amor de Deus.
2.
Eternamente consolados.
Deus deseja construir algo de eterno em
nós. Por isso, o Espírito que nos consola é eterno (Hb 9.14). O Reino para onde
somos chamados é eterno (2 Pe 1.11), o propósito dEle para conosco é eterno (Ef
3.11). Mas não apenas isso, o consolo que o Senhor oferece-nos é sem fim (2 Ts
2.16). Por isso, não devemos nos angustiar se, por alguma circunstância aleatória,
as coisas não estão conforme nossos planos. Devemos crer que o amanhã que nos
está preparado é sem lágrimas, desesperos ou medos (Rm 8.18). Se é para a
eternidade que somos vocacionados, não devemos nos iludir com os efêmeros
encantos que este mundo pode nos oferecer.
3.
Intimamente aliviado.
O alívio que Paulo anuncia a Igreja em
Tessalônica é algo profundo, manifesto no interior dos irmãos; é consolo para o
coração (2 Ts 2.17). Vivemos em tempos difíceis. De uma maneira geral, as
pessoas teatralizam suas vidas: fingem ser felizes, mascaram seus medos, fazem
de suas vidas uma patética representação. Não foi para exterioridades que o
Senhor nos vocacionou. Deus nos chamou para uma restauração interior. Chega de superficialidade!
O Evangelho é algo mais profundo. Está diretamente relacionado com o nosso ser,
nosso interior, nosso coração.
SUBSÍDIO 1
Paulo sabia que os tessalonicenses iriam
enfrentar pressões das perseguições, dos falsos pregadores ou ensinadores, do
materialismo, e da apatia. Eles se sentiriam tentados a se afastar da verdade e
até mesmo a deixar a fé. Com tudo isto em mente, Paulo insistiu para que eles
estivessem firmes e retivessem as tradições que lhes tinham sido ensinadas por
ele e por seus cooperadores. Os tessalonicenses tinham recebido muito ensino pessoalmente,
e tinham também as cartas de Paulo. Eles precisariam se agarrar à verdade que
lhes tinha sido ensinada.
Por intermédio da sua graça. Deus e Cristo
deram aos crentes uma eterna consolação e boa esperança. O cristianismo não é
uma crença de perguntas e preocupações, nem uma crença na qual os crentes
precisem esperar até o final para ver se conseguirão alcançar o objetivo maior.
Na verdade, os crentes recebem esperança e incentivo com a certeza das
promessas de Deus. Entretanto, orar pelos crentes de todas as partes é algo que
sempre será útil, especialmente por aqueles que enfrentam perseguições por
causa da sua fé, para que Deus os console e lhes dê conforto para que continuem
fazendo a boa obra (Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Vol 2.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. p. 468).
SUBSÍDIO 2
Algumas pessoas questionam a conclusão de
que Tomás de Aquino considerava a Bíblia como única revelação de Deus à Igreja
apelando para o seu comentário sobre 2 Tessalonicenses 2.15, no qual ele diz
que “muita coisa não foi escrita pelos apóstolos e que, portanto, também devem ser observadas”.
Entretanto, esta interpretação despreza o contexto e o restante da sua citação
(de 1 Co 11.34), na qual Paulo diz: ‘Quanto às demais coisas, ordená-las-ei
quando for ter convosco’. No contexto dos apóstolos vivos, sim, havia ainda
autoridade apostólica não-escrita. Entretanto, depois da morte deles, Tomás de Aquino jamais parece
se referir a qualquer tipo de autoridade apostólica ou revelatória que
excedesse a Bíblia. A sua única referência isolada (em Jó) à queda do Diabo
como sendo parte da ‘tradição da igreja’ pode facilmente ser compreendida como
‘ensino’ da igreja baseado nas Sagradas Escrituras. Afinal de contas, Tomás de
Aquino cria que muitas passagens bíblicas claramente ensinam a queda de Satanás
tanto antes (cf. Gn 3) quanto depois de Jó (cf. Ap 12), e ele próprio as cita”
(GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2010. p. 272).
CONCLUSÃO
As palavras de Paulo àquela comunidade
tinham como objetivo o desenvolvimento sadio dos crentes. Eles nem deveriam
angustiar-se quanto às coisas futuras, muito menos estarem aflitos com relação
ao seu estado eterno. Consolo é a palavra-chave para entender este momento da
escrita apostólica aos irmãos em Tessalônica. Que a certeza de consolo para aqueles
irmãos fortaleça também nossos corações.
HORA
DA REVISÃO
1. De que
modo pode-se fazer uma correlação entre a parte final do segundo capítulo de 2
Tessalonicenses e o momento inicial do texto?
A porção
final do segundo capítulo de 2 Tessalonicenses é um esforço paulino em
demonstrar o destino que Deus tem projetado aos santos. Os santos serão alcançados
pelo amor eterno do Pai.
2. De que
modo pode-se perceber a operação da Trindade na salvação do justo em 2
Tessalonicenses?
Somos
eleitos pelo Pai, santificados pelo Espírito e vocacionados pelo Filho.
3. Quais os
três aspectos que Paulo orienta os tessalonicenses a ficarem firmes?
No ensino
dos Apóstolos, nas tradições constituídas na Igreja e na prática de boas obras.
4. Quais as
características do consolo que é prometido ao justo em 2 Tessalonicenses?
O consolo
é eterno, cheio de amor e graça, operando poderosamente em nosso íntimo.
5. Qual a
importância de termos um consolo interior nos dias atuais?
Em dias
agitados e confusos como os atuais, a serenidade interior – oriunda de uma comunhão genuína com o Pai – nos trará paz e segurança nas
promessas do Senhor.