Observação. Este artigo é um subsídio
para ajudar os professores na ministração da lição 1 – Classe de Jovens | 2°
Trimestre de 2018.
A primeira e a segunda
carta aos Tessalonicenses são muito semelhantes, e deveram ser escritas no
transcurso de semanas ou dias. A segunda foi escrita com o propósito principal
de esclarecer uma errônea interpretação da Segunda Vinda.
A primeira insiste em que o
dia do Senhor virá como ladrão na noite e insiste na vigilância (1
Tessalonicenses 5:2; 5:6). Mas esta razão chegou a produzir uma situação
doentia visto que os homens não faziam outra coisa senão vigiar e esperar. Na
segunda Carta Paulo explica que sinais precederiam à Segunda Vinda (2 Tess. 2:3-12).
As ideias dos
Tessalonicenses sobre a Segunda Vinda tinham perdido seu equilíbrio e
proporção. Como acontece frequentemente ao pregador, a mensagem de Paulo tinha
sido mal entendida e mal interpretada; algumas frases tinham sido tomadas fora
de contexto ou superestimadas. A segunda Carta tenta colocar as coisas em seu
justo equilíbrio e corrigir os pensamentos dos excitados Tessalonicenses com
respeito à Segunda Vinda. Certamente, Paulo aproveita a ocasião para repetir e
sublinhar muitos dos bons conselhos e admoestações que deu na primeira Carta,
mas sua intenção principal é acalmar a histeria e fazer com que esperem não
numa ociosa excitação, mas em uma paciente e diligente atenção ao trabalho do
dia. Nestas duas Cartas vemos como Paulo resolve dia a dia os problemas de uma
Igreja que cresce e se expande.[1]
A igreja em Tessalônica era
fruto da segunda viagem missionária de Paulo (Atos 17:1-9). Paulo escreveu 1Tessalonicenses
para elogiar seus fiéis irmãos pela sua inabalável dedicação a Cristo e de uns
para com os outros e para encorajá-los a progredirem mais no amor e na
santidade.
I – A CIDADE
Tessalônica[2] tratava-se de uma cidade
importante. Seu nome original era Thermai
que significa "fontes quentes", dando nome ao golfo onde se
encontrava. Seiscentos anos antes Heródoto a descrevia como uma grande cidade.
Em 315 a.C., Cassandro, um
comandante do exército de Alexandre, o Grande, fundou a cidade e lhe deu o nome
de sua mulher, Tessalônica, a meia-irmã de Alexandre, o Grande. A localização
estratégica da cidade permitiu que crescesse rapidamente e obtivesse riqueza e
influência. Por volta de 146 a.C., Tessalônica tinha sido designada a capital
da Macedônia. Os romanos até permitiam que os tessalonicenses tivessem seu
próprio governo. Durante o reinado de Augusto, Tessalônica era a cidade mais popular
da Macedônia. Assim, quando Paulo chegou à cidade, ela era o centro comercial e
político da Macedônia.
1.
A fundação da Igreja.
Quando Paulo e seus
companheiros saíram do porto de Trôade, navegando pelo mar Egeu, e aportaram na
Macedônia, começava a invasão missionária cristã da Europa (At 16.6-12).
Deixando Filipos, deduzimos de Atos 17.1 que eles escolheram deliberadamente Tessalônica
como centro estratégico no qual fundar uma igreja. O relato da permanência de
Paulo em Tessalônica encontra-se em Atos 17:1-10. Agora, para Paulo o que
aconteceu em Tessalônica foi de importância suprema. Pregou na sinagoga durante
três sábados consecutivos (Atos 17:2). O sucesso de Paulo foi tão estupendo que
os judeus incrédulos foram “movidos de inveja” e tantas dificuldades causaram,
que Paulo e Silas tiveram de sair da cidade “de noite” (At 17.5,10). E deixaram
para trás uma igreja forte, testemunhadora e em crescimento (1 Ts 1).
Não foi preciso muito tempo
para fundar uma igreja em Tessalônica. O poder de Deus mostrou-se eficaz para
transformar vidas, e a igreja foi fundada em menos de um mês. Paulo lembra os
tessalonicenses de que "nosso evangelho não chegou até vós tão somente em
palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo" (1 Ts 1.5).
2.
A Mensagem de Paulo em Tessalônica.
Ele ensinou na sinagoga,
explicando o Evangelho e mostrando que Jesus era o Cristo, o Messias — aquele
sobre quem os profetas tinham profetizado. Alguns ficaram convencidos (At
17.1-4). Entre eles, estavam Jasom, que ofereceu a sua casa aos missionários, e
Aristarco, que posteriormente veio a ser companheiro de viagem de Paulo (veja
At 19.29; 20.4; 27.2). Alguns gregos tementes a Deus (gregos que frequentavam a
sinagoga) e importantes mulheres de Tessalônica também se converteram.
3.
Quanto tempo o apóstolo ministrou em Tessalônica?
As palavras "por três
sábados" (At 1 7.2) indicam apenas três semanas ou significam que ele
ministrou esse tempo na sinagoga e, depois, continuou seu trabalho em algum
outro lugar? Sabemos que Paulo ficou na cidade tempo suficiente para receber duas
"ofertas para missões" da igreja de Filipos (Fp 4.16). Além disso, o
apóstolo trabalhou fazendo tendas para se sustentar (1 Ts 2.9; 2 Ts 3.6-15). Apesar
de o ministério de Paulo em Tessalônica não ter sido longo, foi sólido o suficiente
para deixar uma igreja em franco desenvolvimento.
4.
A saída de Paulo de Tessalônica.
Devido à instabilidade
social de Tessalônica, os crentes decidiram enviar Paulo e Silas à cidade
vizinha, Beréia. Os oponentes de Paulo em Tessalônica não foram dissuadidos tão
facilmente e logo seguiram Paulo e Silas, iniciando uma agitação contra eles
também naquela cidade (At 17.13). Uma vez mais, Paulo teve que fugir. Desta
vez, ele foi a Atenas - o centro da cultura grega (At 17.15).
5.
Paulo e seus companheiros de missões em Tessalônica (1.1).
Paulo iniciou a sua carta
apresentando três homens bem conhecidos da igreja de Tessalônica. Paulo era o
líder desta equipe missionária e o escritor principal desta carta.
a) Silas.
Silas era um dos líderes da
igreja de Jerusalém, profeta (At 15. 32), cidadão romano (At 16.37,38) e
companheiro de Paulo em sua segunda viagem missionária (15.40). Silvano (ou Silas,
uma variante do mesmo nome), juntamente com Timóteo, ajudou o apóstolo a fundar
a Igreja em Tessalônica (At 15.22; At 17.1-14).
b) Timóteo.
O pai Timóteo era grego, e sua
mãe era uma cristã judia. (Afirmações concernentes à fé de sua mãe, combinadas
com o silêncio a respeito da fé de seu pai, sugerem que seu pai não era
convertido ao judaísmo nem crente em Cristo.) Embora Timóteo vivesse em Listra
(atual Turquia), era bem conhecido em Icônio também (At 16.2; 13.51).
O jovem cristão Timóteo
uniu-se a Paulo e Silas durante a segunda viagem missionária. O relato do livro
de Atos descreve a pregação de Paulo e Silas em Tessalônica (At 17.4). Líderes judeus
invejosos e irritados observaram que muitos da sua sinagoga estavam seguindo a Jesus
Cristo. Quando um tumulto irrompeu, Paulo e Silas tiveram que fugir, protegidos
pela escuridão.
6.
Esboço da primeira Carta.
(1)
Saudação (1.1)
(2) A Ação de Graças de
Paulo (1.2-10)
2.1.
Ação de Graças Dirigida a Deus (1.2)
2.2.
Ação de Graças em Razão da Resposta dos Tessalonicenses (1.3-10)
2.3.
A Resposta de Fé, Amor e Esperança (1.3)
2.4.
A Resposta da Plena Convicção (1-4,5)
(3) A Defesa de Paulo —
Parte 2: Seu Desejo em Relação aos Tessalonicenses (2.17—3.13)
1.
Um Coração Ferido e Desesperado (2.17,18)
2.
Um Coração Apaixonado e Consumido (2.19,20)
3.
Um Coração Arruinado pela Ansiedade (3.1-5)
4.
Um Coração Consolado (3.6-8)
5.
Um Coração de Oração (3.9-13)
(4) As Instruções de Paulo
aos Tessalonicenses (4.1—5.22)
1.
Quanto à Instrução Anterior (4.1-12)
2.
O Crescimento em Obediência e Pureza (4.1-8)
3.
O Desenvolvimento no Amor Fraternal, na Mordomia e no Respeito (4.9-12)
4.
Quanto à Volta do Senhor (4.13—5.11)
5.
Mantendo a Esperança por Aqueles que Morreram em Cristo (4.13,14)
6.
Entendendo a Sequência dos Eventos (4.15-18)
7.
Prepare-se para a Volta do Senhor (5.1-11)
8.
Quanto à Conduta na Comunidade Cristã (5.12-22)
9.
O Respeito à Autoridade (5.12,13)
10.
As Necessidades Remediadas (5.14,15)
11.
O Regozijo, a Oração e o Reconhecimento da Liderança do Espírito (5.16-22)
(5) Conclusão (5.23-28)
1.
O Desejo que Paulo Expressou em Oração (5.23,24)
2.
As Petições e Bênçãos de Paulo (5.25-28)
II - GRANDES TEMAS
DA CARTA
A
primeira carta aos Tessalonicenses contém os seguintes temas:
1. Perseguição.
Paulo
aplaude os tessalonicenses por seu progresso na fé e os incentiva a continuar
no caminho (4.1,10; 5.11). Para ele, as tributações sofridas pelos cristãos por
causa da fé não são incidentais. Pelo contrário, sofrer pela fé é algo que se
deve esperar (3.3).
2. A volta de Cristo.
Paulo
assegura aos tessalonicenses que os crentes que morreram ressuscitarão primeiro
na volta de Cristo. Sobre as circunstâncias e a data desse acontecimento, Paulo
compara-o à vinda inesperada de um ladrão à noite (5.2) e à chegada certa, mas
não repentina, de um bebê (5.3).
3. Vida cristã.
Enquanto
aguardam a vinda do Senhor, os cristãos devem ser pacientes, respeitáveis e santos
e ter uma vida produtiva (4.1 -12). Devem também encorajar e ajudar uns aos
outros e ser pacientes e gentis com todos (5.14). Se a vida moral não é
precondição para a aceitação de Deus, o estilo de vida imoral é incompatível
com a fé cristã.
Por: EV. Jair Alves – Divulgação: Subsídios EBD