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artigo é APENAS UMA PARTE do subsídio para a lição bíblica da classe de
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Introdução
O
autor do livro de Hebreus apresentou no capítulo quatro (4.14-5.10) as
qualificações superiores de Cristo, que o habilitam plenamente a ser nosso Sumo
Sacerdote. Mas antes de continuar a explorar o profundo significado deste
sacerdócio (7.1-10.18), ele repreende seus leitores por sua estagnação
espiritual e os exorta a progredirem na maturidade espiritual (5.11-6.3).
Adverte-os de que há um sério perigo de ficarem apáticos, de ouvirem e agirem
como crianças espirituais, quando na realidade deveriam progredir em sua
maturidade no Senhor. Se persistirem na regressão espiritual, poderão
experimentar, no final, uma apostasia irreparável (Hb 6.4-20).
A NECESSIDADE DO
PROGRESSO NA FÉ CRISTÃ
Em
Hebreus 6.1-3, o autor exorta aos seus leitores para que prossigam para a
maturidade cristã e parem de perder tempo e oportunidades. Eles deveriam
progredir do conhecimento de Cristo (Hb 6.1). Tendo já aprendido os princípios
básicos referentes a Cristo, não deviam parar com eles mas prosseguir para
alcançar a perfeição e maturidade, para exibir crescimento espiritual completo.
1. Deixando os
rudimentos (Hb 6.1 – ARC[1]).
Quais
são, esses rudimento[2]?
Esta passagem é interessante porque nos capacita a ver o que a Igreja primitiva
considerava o que nós chamaríamos cristianismo básico.
a)
O arrependimento das obras mortas.
A
vida cristã começa com o arrependimento; e o arrependimento (Gr. metanoia) é literalmente uma mudança de
mente. O cristão começa com uma nova atitude para com Deus, os homens, a vida e
o eu. É um arrependimento das obras mortas.
O que são as obras
mortas?
§ As obras mortas podem
ser as ações que conduzem a morte: as ações mortíferas; as ações imorais,
egoístas, ímpias, desafeiçoadas e sujas que conduzem à morte.
§ Podem ser as ações que mancham. Para o judeu tocar o
corpo morto era a maior impureza; ao agir assim ficava impuro e incapacitado
para o culto divino até haver-se purificado. Obras mortas podem ser as obras
que mancham um homem e o separam de Deus.
§ Podem ser as obras que não têm relação com o caráter. Para o judeu a vida
era ritual: se fazia as devidas coisas externas e a seu devido tempo, e se
oferecia corretamente os sacrifícios de animais, era um homem bom. Mas nada
disto tinha efeito algum sobre o caráter e a própria pessoa.
b)
A doutrina de batismo.
O
cristão deve experimentar o que realmente significa o batismo. O primeiro livro
de instrução cristã para os que iam ingressar na Igreja e o primeiro manual de
culto é a pequena obra chamada Didaquê,
A Doutrina dos Doze Apóstolos que se escreveu cerca do ano 100 de nossa era.
Aqui se estabelecem as regras para o batismo cristão. Agora, deve-se lembrar
que naquele tempo ainda não se praticava o batismo de crianças. Os homens
provinham diretamente do paganismo e o batismo significava a recepção na Igreja
e a profissão de fé. A Didaquê começa
com seis breves capítulos sobre a fé e a vida cristã. Começa propondo ao
candidato ao batismo o que tem que crer e como tem que viver.
Logo no capítulo sete
segue neste teor:
"Com relação ao
batismo, batizado desta maneira. Quando tiverem instruído o candidato em todas
estas coisas batizem no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo com água
corrente. Se não tiverem água corrente batizem com qualquer outro tipo de água.
Se não puderem batizar com água fria façam com água quente. Se não tiverem
nenhuma destas águas derramem água três vezes sobre a cabeça do candidato no
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Antes do batismo, tanto aquele que
batiza como aquele que é batizado jejuem; também todos outros que possam
fazê-lo. Devem ordenar que aquele que se deve batizar jejue dois ou três dias
antes da cerimônia."
Este
texto é interessante. Mostra que o batismo na Igreja primitiva era, no
possível, por imersão total. Mostra que a pessoa batizada era submersa ou
aspergida três vezes com água em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Mostra que o batismo era um batismo de instrução porque a fé e a vida cristãs
tinham que repassar-se antes do sacramento do batismo. Mostra que o candidato
ao batismo não só tem que preparar sua mente, mas também seu espírito porque
jejuará previamente em preparação. Nos tempos primitivos ninguém se infiltrava
na Igreja sem saber o que estava fazendo. Assim, pois, o autor de Hebreus diz:
"No momento de seu batismo vocês foram instruídos nos fundamentos da fé
cristã. Não há nenhuma necessidade de retroceder a tudo isto. Vocês devem
construir uma fé plena sobre a base do que vocês já aprenderam".
c)
A imposição das mãos (Hb 6.2).
Na
prática judia a imposição das mãos tinha três significados.
(1) Significava a
transferência de culpa. Aquele que sacrificava impunha suas mãos sobre a cabeça
da vítima para simbolizar o fato de que transferia sua culpa ao animal que ia
ser sacrificado.
(2) Significava a
transferência de bênçãos. Quando um pai abençoava a seu filho impunha as mãos
sobre a cabeça como objeto dessa bênção.
(3) Era o sinal de
colocar à parte para uma acusação especial. Um homem era ordenado para uma
função mediante a imposição das mãos. Na Igreja primitiva a imposição das mãos
acompanhava sempre ao batismo e era o modo pelo qual o Espírito Santo se
comunicava à pessoa recém batizada (Atos 8:17; 19:6). Naqueles dias os
apóstolos eram tidos em toda reverência pelo fato de ter sido realmente os
amigos de Jesus em sua passagem por esta Terra. Era algo emocionante ser tocado
por um homem que verdadeiramente tinha tocado a mão de Jesus. O efeito da
imposição de mãos depende não do cargo do homem que impõe as mãos mas sim de
seu caráter e sua proximidade a Cristo.
d)
A ressurreição dos mortos.
A
princípio o cristianismo foi uma religião de imortalidade: brindava ao homem
dois mundos em que viver; ensinava-lhe que o melhor estava no futuro e que por
esta razão devia fazer deste mundo uma escola de preparação para a eternidade.
e)
O Juízo eterno (Hb 26.2b).
O
cristianismo foi desde o princípio uma religião de juízo. Nenhum cristão tinha
permissão de esquecer que no final deveria enfrentar-se face a face com Deus e
que o que Deus pensava dele era imensamente mais importante que o que pensassem
os homens. Em sua vida devia buscar sempre agradar, não aos homens, mas sim a
Deus.
Os
rudimentos (Hb 6.1 – ARC) são os princípios básicos da doutrina cristã. Uma vez
que o cristão já conhece esses rudimentos, não pode estacionar na jornada rumo
ao crescimento espiritual. Temos de avançar (2Pe 3.18).
2. Prossigamos até à
perfeição (Hb 6.1).
O
autor de Hebreus diz que os fiéis devem progredir no que ele chama perfeição.
Esta palavra vem do original grego “teleiotes”.
Teleiotes não implica uma perfeição
completa, mas sim certa maturidade na fé cristã.
a)
O significado desta maturidade.
(1) Refere-se a algo
que tem que ver com a mente.
Quer
dizer que à medida que a pessoa cresce em idade deveria pensar cada vez mais
por si mesmo. Deveria ter um entendimento mais profundo não só dos atos, mas
também do significado da fé cristã.
(2) Significa algo
que se refere à vida.
Enquanto
um homem cresce deveria ir refletindo cada vez mais a Cristo. Durante todo o
tempo deveria ir se libertando das antigas faltas e conquistando novas
virtudes. Enquanto a vida cresce deve progredir em amor, fortaleza e
delicadeza. Diariamente deve irromper na vida uma serenidade e uma nobreza
nova.
QUEM APOSTATA NA FÉ ESTÁ CRUCIFICANDO A
CRISTO NOVAMENTE
1. O Significado de
“recair” (Hb 6.6).
A
palavra “recaírem” vem do grego “parapiptô”[3].
Aqui em Hebreus 6.6, significa deixar o caminho do dever, abandonar a fé,
apostatar.
Este
tipo de “recair” é mais do que um mero tropeço de um cristão fraco que recebeu
uma rasteira de Satanás. Isto não é um mero tropeçar na caminhada cristã, mas
um afastamento dele. A palavra, como é usada aqui, pode referir-se somente a
uma rejeição deliberada de Jesus Cristo.
A
ação de apostatar envolve uma postura contínua e obstinada em relação a
Cristo... [que] os remove da única esfera onde o verdadeiro arrependimento e a
reconciliação com Deus são possíveis” -
isto é, no próprio Cristo. Deste modo, a sua queda ou apostasia é irremediável.
2. A gravidade do
pecado de apostasia (Hb 6.4-6).
Quem
abandona a fé em Jesus Cristo, está na prática abandonado:
(1)
A luz de Cristo;
(2)
O dom celestial;
(3)
A presença do Espírito Santo;
(4)
A boa Palavra de Deus;
(5)
Os poderes do mundo vindouro; e
(6)
Está de novo crucificando o Filho de Deus – Anulando o valor da morte de Cristo
para sua própria salvação.
(7)
Está expondo Cristo ao vitupério – frase “o expõem ao vitupério” (Hb 6.6)
sugere um repúdio e um desprezo vergonhosos a Cristo e “uma atitude de
hostilidade incessante”.
A
seriedade da apostasia reside no fato de que ela “não é o resultado de uma
decisão rápida em um momento de fraqueza, mas de um processo de endurecimento
gradual dentro da mente que se cristalizou agora em uma ‘atitude constante de
hostilidade a Cristo’.
3. É impossível que
os recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento (Hb 6.4a,6a).
Aqueles
que realmente apostatarem (não apenas um mero tropeço na
caminhada cristã) é simplesmente impossível que sejam outra vez renovados para
arrependimento.
E
impossível encorajá-los para que se arrependam. Se foram até aqui (a
apostasia), eles não lançarão “de novo o fundamento do arrependimento” (Hb
6.1). Neste caso, é inútil falar a respeito da possibilidade de continuar a
caminhada rumo à perfeição. Deus não “permitirá” (Hb 6.3) que experimentem a
perfeição genuína da mesma forma que não permitiu aos israelitas rebeldes que
entrassem em Canaã. Isto porque o pecado de apostasia é realmente grave, como
vimos no ponto dois, acima.
a)
Coisas impossíveis na carta aos Hebreus.
A
palavra “impossível” (Gr. adynatos)
ocorre quatro vezes em Hebreus.
v Em 6.18 “é
‘impossível’ que Deus minta”;
v em 10.4 “é
‘impossível’ que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados”;
v em 11.6 “sem fé é
‘impossível’ agradar-lhe [a Deus]; e
v em Hebreus 6.4, é
“impossível” que os apóstatas sejam restaurados através do arrependimento. É
impossível que aqueles que de modo premeditado e voluntário, cometem apostasia,
depois de terem sido participantes de Cristo e do Espírito Santo, sejam
“renovados para arrependimento”.
4. Aleta para os que
provaram o dom celestial e a boa palavra de Deus (Hb 6.4,5).
A
palavra provaram (Gr. geusamenous),
usada duas vezes nestes versículos, é uma experiência consciente (“participaram
conscientemente de”). Ela não pode ser reduzida a uma “amostra” dos religiosos
ociosos, assim como não pode ser reduzida a uma brincadeira quando aplicada à
morte de Jesus (2.9; Mt 16.28; Mc 9.1; Lc 9.27; Jo 8.52).
Estes
então eram homens que haviam experimentado
a)
as alegrias da salvação,
b)
a comunhão do Espírito,
c)
o sustento e satisfação da Palavra (escrita ou pregada) e
d)
a confirmação e o reforço do sobrenatural. Estas experiências são os
privilégios normais e aspectos da regeneração. Crentes regenerados continuam
correndo o risco de apostatarem de maneira final e irrevogável.
O
apóstolo Paulo deixa claro que alguns se apostatarão de sua fé. “Mas o Espírito
expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé,
dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1).
Paulo afirma que isso pode se dar por influência dos espíritos malignos, cuja
atividade consiste em enganar os homens, desviando-lhes a atenção de Cristo (Jr
2.19; 8.5; 2Ts 2.3).
5. O que não é
apostasia.
Alguém
que foi enganado por Satanás e parou por algum tempo na caminha cristã, mas que
se arrependeu e voltou para seguir novamente a Jesus e morreu servido com fidelidade
a Cristo e aos seus ensinamentos, então esta pessoa não tinha de fato se
apostatado. O que aconteceu foi que ela fez como uma criança quando está
aprendendo a dar os primeiros passos, ela caiu e se levantou e continuou sua
cainhada em direção aos braços do Pai. Sendo assim, essa pessoal não
apostatou-se e sim, desviou-se (mudar a direção ou a orientação de) por certo
tempo.
Embora
desviar-se do evangelho, por algum motivo, ainda que seja por pouco
tempo, seja algo grave (2Pe 2.20), não devemos confundir a pessoa que desviou
momentaneamente do evangelho com aquela que de fato apostatou-se.
PERSEVERANDO NA FÉ
“Desejamos
que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim” (Hb 6.11). O autor
expressa um forte desejo de que cada indivíduo na congregação persevere
diligente na fé (literalmente, “continue mostrando diligência”) até o retorno
de Cristo, quando a “completa certeza da esperança” (tradução literal do verso
11) será completamente realizada (Hb 9.28).
1. A esperança motiva
a perseverança.
O
papel da “esperança” como uma motivação para perseverar em amor e fé é um
elemento importante em Hebreus e na igreja primitiva. Biblicamente, esperança é
a confiança baseada na Palavra e nas promessas de Deus. Nestes versículos,
“amor” (Hb 6.10), “fé” (Hb 6.12) e “esperança” (Hb 6.11) aparecem juntos, como
frequentemente aparecem em outras passagens no Novo Testamento (Rm 5.2-5; 1 Co
13.13; Gl 5.5,6; Cl 1.4,5; 1 Ts 1.3; 5.8; Hb 10.22-24; 1 Pe 1.21,22).
2. Imitadores dos que
pela Fé e a Paciência, herdaram as promessas (Hb 6.12).
A
exortação para imitar os santos do passado que por sua fé e paciência herdaram
as promessas é ilustrada pela vida de Abraão em 6.13-15. A “fé” capacita o
crente a permanecer firme até que aquilo que lhe foi prometido seja alcançado;
a “paciência” sugere “a qualidade de ser impávido[4]
diante das dificuldades”.
Precisamos
crescer espiritualmente com a nossa fé fundamentada em Cristo. A fé não
consiste na aceitação de um credo. Antes, consiste na entrega de nossa vida aos
cuidados do Senhor (Sl 37.5). Não somos salvos pelas obras ou pela conduta, mas
aquilo que fazemos é a evidência da nossa fé.
Conclusão
Vimos
que os cristãos precisam prosseguir para a maturidade cristã. Também não
deixamos de notarmos em quais áreas devemos crescer espiritualmente. Abordamos acerca da apostasia, vimos sobre a
sua gravidade. Portanto, que possamos não estagnar[5] no
conhecimento de Cristo e perseveramos na fé, a fim de não sermos contaminado
com a apostasia.
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