É importante que todos os
pais saibam a grande responsabilidade que possuem na vida de seus filhos também
na área emocional e psicológica.
Muitos preocupam-se tanto
com as questões materiais, financeiras, a formação acadêmica, a saúde, etc. E
sem de darem conta esquecem-se que fatores intangíveis são determinantes no
crescimento rumo a uma vida adulta saudável.
Alguns problemas vivenciados
na infância podem provocar cicatrizes emocionais que determinarão a qualidade
de suas vidas quando adultos. Além disso, podem influenciar significativamente
na forma como os nossos filhos se relacionarão conosco e com outras pessoas no
futuro.
Este artigo aborda cinco feridas emocionais
ou experiências dolorosas da infância que podem ser muito prejudiciais por toda
a vida se não tratadas. Ele
nos ajudará ainda a observar quais são as nossas próprias feridas, suas
origens, tratamento e, sobretudo, como não passá-las a diante na história de
nossos filhos
1 - O medo do
abandono
A
solidão é o pior inimigo para quem foi negligenciado ou abandonado na infância.
Quem já sofreu abandono tende a abandonar prematuramente as pessoas com quem
mantém qualquer relacionamento por medo de ser abandonado novamente. Seria
algo como "eu vou antes de você me
deixar"; "ninguém me apoia,
não estou disposto a suportar isso, prefiro seguir sozinho"; "se você
for, não precisa mais voltar...". É comum também largarem seus
projetos de vida pela metade, não concluindo quase tudo que começam.
Lembrando que esse abandono
pode ocorrer não apenas quando os pais saem de casa, mas também quando estes
-mesmo fisicamente presentes - se ausentam da vida dos filhos, quer seja por
motivos profissionais, eclesiásticos, etc.
As pessoas que têm feridas
emocionais de abandono na infância precisam trabalhar o medo da solidão, o medo
de ser rejeitado e as barreiras invisíveis ao contato físico.
A ferida causada pelo
abandono não é fácil de curar, mas você consegue perceber uma melhora quando
esse medo da solidão começa a desaparecer dando lugar a um diálogo interno
positivo e esperançoso.
2- O medo da rejeição
O medo da rejeição é
uma das feridas emocionais mais profundas, porque implica na rejeição de nós
mesmos, do nosso eu interior, ou seja, das nossas experiências, dos nossos
pensamentos e dos nossos sentimentos.
Esse medo pode aparecer por vários fatores como, por
exemplo, através da reprovação constante dos pais, rejeição da família ou de
colegas e gerar pensamentos de auto rejeição e de autodesqualificação. A pessoa
que tem medo de ser rejeitada não se sente digna de receber afeto ou do ser
compreendida e comumente se isola em seu vazio interior.
É provável que as pessoas
que sofreram rejeição sejam evasivas e por isso é necessário trabalhar os seus
temores, os medos internos e as situações que geram pânico. Assim como sua
autoestima, através da auto aceitação e amor próprio.
Se
este for o seu caso, conheça-se e aprenda a apreciar suas qualidades. Ocupe o
seu lugar no mundo, arrisque-se, tome suas próprias decisões. Faça isso aos
poucos e perceba que você ficará menos incomodado se alguém se afastar ou se
alguém esquecer de você em algum momento, você não levará isso para o lado
pessoal. Se achar que seu filho pode estar passando por isso, o encoraje dessa
maneira.
3- A Humilhação
Esta
ferida surge quando, em algum momento, sentimos que os outros nos desaprovou
duramente ou nos critica em demasia. Podemos gerar esse tipo de problemas nos
nossos filhos se dissermos que são maus, estúpidos ou se os compararmos à
outras crianças; isto destrói a autoestima deles.
As feridas emocionais de
humilhação geram uma personalidade dependente. Além disso, como mecanismo de
defesa, a criança pode aprender a ser "tirana" e egoísta além de
repetir as humilhações humilhando outros.
Ter sofrido esse tipo de
experiência requer que trabalhemos a nossa independência, nossa liberdade, a
compreensão das nossas necessidades e medos, assim como as nossas prioridades.
4 - A traição e o medo de confiar
Este surge quando a criança se
sente traída por um de seus pais, principalmente no descumprimento de
promessas. Isso cria uma desconfiança que pode ser transformada em inveja e em
outros sentimentos negativos por não se sentirem merecedores do que foi
prometido ou das coisas que outras pessoas possuem.
Sofrer uma traição na
infância constrói uma pessoa controladora. Se sofreu estes problemas na
infância, você provavelmente sente a necessidade de exercer algum controle
sobre os outros, o que normalmente se justifica como sendo uma personalidade
forte.
Essas pessoas tendem a
confirmar seus erros por meio de suas ações. Para curar as feridas emocionais
da traição é necessário trabalhar a paciência, a tolerância e o saber viver,
assim como aprender a confiar novamente nas pessoas.
5 - A injustiça
A injustiça como ferida
emocional se origina em um ambiente onde os cuidadores primários são frios e
autoritários, isso porque uma exigência exagerada de exercer limites gera
sentimentos de impotência e inutilidade, tanto na infância como na idade
adulta.
A consequência direta da injustiça
na conduta daqueles que a sofreram é a rigidez, pois estas pessoas tendem a
querer ser muito importantes e adquirir grande poder. Além disso, é provável
que a pessoa desenvolva um fanatismo pela ordem e pelo perfeccionismo, bem como
a incapacidade de tomar decisões com confiança.
Requer trabalhar a rigidez
mental, criando o máximo de flexibilidade e permitindo-se confiar em outros.
Agora que nós já sabemos
sobre as cinco feridas emocionais que podem afetar nosso bem-estar, a nossa
saúde e a nossa capacidade de nos desenvolver como pessoas, podemos começar a
saná-las. Muitas vezes é necessário pedir ajuda a um psicólogo. Se for esse o
seu caso ou de seu filho, não hesite em reconhecer e agir. Procura psicólogo
não quem tem problemas - isso todos têm - mas sim quem quer resolvê-los,
superá-los.
Fonte: JMP - LaMenteEsMaravillosa
/ Psiconlinews
Reverberação: Subsídios EBD