Introdução.
A
salvação é um dom de Deus (Ef 2.8; Rm 6.23) dado por sua graça (Rm 5.15). Não
vem pelas obras (Ef 2.8). O Espírito Santo (Jo 16.8,9) e a palavra de Deus (Rm
10.8,14 17) operam o despertamento no homem, fazendo a sua vontade buscar e
aceitar a salvação, "Crer em Jesus" e "receber a salvação"
são expressões Sinônimas (Jo 1.12,13).
O CONCEITO DE SALVAÇÃO
1. O significado
A
palavra salvação significa, em primeiro lugar, ser tirado de um perigo,
livrar-se, escapar. A Bíblia fala da salvação como a libertação do tremendo
perigo de uma vida sem Deus (At 26.18; Cl 1.13). A Tradução da palavra grega soterion, tem a significação de
"tornar ao estado perfeito", ou "restaurar o que a queda
causou”. A doutrina bíblica da salvação é tecnicamente chamada de soteriologia. Entendida de forma ativa,
a salvação é a obra completa de Deus que consiste em trazer homens do estado de
pecado ao estado de glória através de Jesus Cristo.
A Soteriologia é o estudo da salvação humana.
A palavra é formada a partir de dois termos gregos Soteria, que significa "salvação" e logos, que significa "palavra", ou "estudo".
Usamos a palavra Soteriologia para definir tudo o que se relaciona com
“salvação”, pois a palavra deriva de soter
que em grego significa: “salvação” “libertação” “preservação”.
É uma parte da Teologia Sistemática que trata
e Estuda a Doutrina da Salvação. Em Romanos o apóstolo Paulo apresenta-nos a
doutrina da salvação dentro de quatro itens essenciais:
O teológico (1.18-5.11);
O Antropológico (5.12-8.39);
O histórico (9.1-11.36) e
O ético (12.7-15.33).
Esse plano alcança toda a obra e contém
verdades incontestáveis e irremovíveis.
a) Na esfera teológica (Romanos
1.18-5.11) - Paulo apresenta a condição perdida dos homens, sem a mínima
possibilidade de salvação por méritos próprios.
Logo depois, Cristo é a solução, visto que,
por meio de sua morte, todos podem ser justificados da condenação. O pecador é
justificado mediante a obra expiatória de Cristo Jesus.
b) Na esfera Antropológica
(Romanos 5.12-8.39) - Nestes textos a vida assume “‘ nova perspectiva”.
A ilustração do primeiro e segundo Adão coloca
o crente de frente a uma nova realidade espiritual.
O primeiro Adão foi vencido pelo pecado, mas o
segundo o venceu por todos os homens. Em Cristo, o homem assume um novo regime
de vida sob a orientação do Espírito Santo.
c) Na esfera Histórica (Romanos
9.1-11.36) - Paulo destaca a questão da rejeição de Israel ao plano divino.
A doutrina da salvação é apresentada de forma
explícita. Um grupo de judeus cristãos ainda amarrados às exigências da
religião judaica queria impor sobre os gentios convertidos os mesmos requisitos
exigidos pela lei mosaica. Entretanto, Paulo apresentou a obra salvadora de
Cristo com sentido universal, extensiva a todos os homens.
d) Na esfera Ética – (Romanos 12.1-15) -
Paulo apresenta algumas implicações do Evangelho para a vida diária.
Responsabilidades éticas para com a igreja, a família e a vida material são
colocadas em destaque.
Por que as igrejas de Éfeso e Corinto eram tão
diferentes? Aos coríntios disse Paulo, inspirado pelo Espírito Santo: “Vigiai
justamente e não pequeis; porque alguns ainda não têm o conhecimento de Deus;
digo-o para vergonha vossa” (1 Co 15.34). Apenas fazer parte de uma congregação
formada por salvos não significa ser salvo!
O leitor tem plena convicção da parte de Deus
de que está salvo mesmo? Por Cristo, segundo “o evangelho da vossa salvação”?
(Ef 1.3; Rm 1.16,17; Tt 3.5).
Se todos os crentes tivessem uma plena visão
da salvação; se pudessem ver plenamente ao longe a tão grande salvação que
receberam, com certeza teriam atitudes diferentes no seu dia a dia. Teríamos
tanto regozijo, tanta motivação, tanto entusiasmo, tanta convicção, tanto
anseio e enlevo pelo céu, que não haveria na Terra um só salvo descontente,
descuidado, negligente e embaraçado com as coisas desta vida e deste mundo!
VEJA:
VEJA:
2. Salvação como um dom de Deus
Como
vimos logo na introdução, a salvação é um dom de Deus dado por sua graça. Não
vem pelas obras (Ef 2.8). O Espírito Santo e a palavra de Deus operam o
despertamento no homem, fazendo a sua vontade buscar e aceitar a salvação. A fé
salvadora se expressa pela oração a Deus em nome de Jesus. "Todo aquele
que Invocar o nome do Senhor será salvo" (At 2.21). "Com a boca se
faz confissão para a salvação" (Rm 10.10). No momento em que a pessoa se
entrega a Jesus, com a sua boca começa a confessar a certeza de ser salvo se
manifesta (Rm 10.9; Sl 51.12).
3. A salvação é para todos ou somente para
alguns?
A
Bíblia declara que é possível a qualquer pessoa, aqui na terra, alcançar
certeza da sua salvação.
• Jesus afirma que se pode receber essa
certeza! Ele disse a Zaqueu: "Hoje, veio à salvação a esta casa" (Lc
19.9); à mulher pecadora afirmou: "A tua fé te salvou; vai-te em paz"
(Lc 7.50), e ao malfeitor que se converteu na cruz: "Hoje estarás comigo
no Paraíso" (Lc 23.43).
• Paulo experimentou essa certeza! Ele
disse: "Eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para
guardar o meu depósito até àquele dia" (2 Tm 1.12). Também afirmou:
"O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de
Deus" (Rm 8.16).
• Pedro também declara que é possível
receber essa certeza. Diz o apóstolo: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de
novo" (1 Pe 1.3), e também: "A este dão testemunho todos os profetas,
de que todos os que nele creem receberão o perdão dos pecados pelo seu
nome" (At 10.43).
• João testifica que é possível obter a
certeza: "Amados, agora somos filhos de Deus" (1 Jo 3.2); "Nós
sabemos que passamos da morte para a vida" (1 Jo 3.14), e ainda:
"Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna"
(1 Jo 5.13).
A
Bíblia é clara e enfática: o desejo de Deus é que todos sejam salvos e, por
isso, ele disponibilizou a salvação para toda a humanidade. “Porque Deus amou o
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
Pois
assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para
condenação, assim também por um só ato de justiça veio à graça sobre todos os
homens para justificação de vida (Rm 5.18).
“Porque
o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por
todos, logo, todos morreram” (2 Co 5.14). “Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da
reconciliação” (2 Co 5.19). Deus “quer que todos os homens se salvem e venham
ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2.4). “Pois esperamos no Deus vivo, que é o
Salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis” (1 Tm 4.10). “Porque a
graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt
2.11). “Aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa
da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos” (Hb
2.9).
“E
ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também
pelos de todo o mundo” (1 Jo 2.2).
Desde
toda a eternidade, portanto, Deus desejou proporcionar a salvação a toda à
humanidade. Dessa forma, Cristo é “o Cordeiro que foi morto desde a fundação do
mundo” (Ap 13.8; Ef 1.4).
4. Se Cristo morreu por todos, por
que todos não são salvos?
A
pergunta surge naturalmente: se Cristo morreu por todos, por que todos não são
salvos? A resposta está no simples fato de que cada um deve crer que Cristo
morreu por ele antes de poder participar dos benefícios de sua morte. Em João
8.24 Jesus disse: “Porque se não crerdes que eu sou, morrereis nos vossos
pecados.” Lewis Sperry Chafer declara: “A condição indicada por Cristo, sobre a
qual eles (os incrédulos) podem evitar morrer nos seus pecados, não se baseia
no fato de ele não morrer a seu favor, mas sim em colocarem nele a sua fé... o
valor da morte de Cristo, por mais maravilhosa e completa que seja, não se
aplica aos não regenerados até que venham a crer.” [Lewis Sperry Chafer, Systematic
Theology (Teologia Sistemática), Dallas, TX: Dallas Seminary Press,
1947, v. III, p. 97] Esta questão de necessidade é uma aplicação pessoal, pela
fé, da graça salvadora de Jesus Cristo, como ilustrado pelos detalhes da noite
da páscoa. A família israelita deveria matar um cordeiro e aspergir o sangue
sobre as ombreiras e a verga das portas de suas casas e os moradores deveriam
então permanecer nelas. Deus disse: “O sangue vos será por sinal nas casas em
que estiverdes: quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre
vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito” (Êx 12.13). Deus não
olharia no quintal onde o cordeiro fora morto, mas nas portas de cada casa.
Quando visse ali o sangue, o anjo da morte não pararia. Deve haver uma
aplicação pessoal, pela fé, do sangue precioso que foi derramado por nós no
Calvário.
William
Evans resume o assunto admiravelmente quando diz:
“A
expiação é suficiente para todos; ela é eficiente para
aqueles que creem em Cristo. A expiação propriamente dita, à medida que coloca
a base para o trato redentor de Deus com os homens, é ilimitada; a
aplicação da expiação é limitada àqueles que creem
verdadeiramente em Cristo. Ele é o salvador em potencial de
todos os homens; mas efetivamente só dos crentes. ‘Ora, é para
esse fim que labutamos e nos esforçamos sobremodo, porquanto temos posto a
nossa esperança no Deus vivo, salvador de todos os homens, especialmente dos
fieis’ (1Tm 4.10).” [Fonte: Guy P. Duffield e Nathaniel M. Van Cleave, Fundamentos
da Teologia Pentecostal, Vol. 1].
AS
BÊNÇÃOS QUE ACOMPANHAM A SALVAÇÃO
Muitas coisas acontecem na vida do homem que
recebe a Jesus como seu Salvador. Vejamos:
• Ele
é salvo dos seus pecados (Mt 1.21; Lc 7.50), que lhe são perdoados (Lc 7.48; Tg
5.20). A salvação também livra da culpa (Ef 1.7; Cl 1.14) e do poder do pecado
(Rm 7.17,20, 23,25).
• Ele
é salvo do juízo (1 Tm 5.24; Rm 8.1), da ira de Deus (Rm 5.9) e da morte eterna
(Tg 5.20; Ap 20.6).
• Ele
entra em comunhão com Deus (Ef 2.13,18; Lc 1.74,75), recebe entrada na sua
graça (Rm 5.2) e torna-se cidadão do céu (Ef 2.19; Fp 3.20,21).
• Ele
é salvo desta geração perversa (At 2.40), isto é, recebeu uma nova posição em
relação ao mundo (Fp 2.15).
• Ele
é salvo do poder de Satanás (At 26.18; Cl 1.13,14, 15; Hb 2.14).
• Por
ser salvo, ele tem no coração um lugar para o Espírito Santo agir em sua vida
(Ef 1.13; 2.16-18).
• A
salvação lhe dá viva esperança (1 Pe 1.3) e direito à glória eterna (2 Tm 2.10;
4.18), e, assim, é salvo da ira de Deus (1 Ts 1.10; 5.9; 2 P3 2.9).
CONCLUSÃO
A
salvação tem a sua origem em Deus, tendo sua base em um ato incondicional do
seu infinito amor e favor imerecido (graça). Todavia, mesmo que Deus não
coloque nenhum tipo de condição para conceder a salvação, existe uma condição
para a recebermos: a fé. Deus soberanamente desejou que assim o fosse. A
salvação é pela graça, porém vem por meio da nossa fé. A fé é um ato livre da
parte daquele que recebe, pois Deus, além de amar a todos, precisa também
respeitar a liberdade que Ele livremente concedeu às suas criaturas. Para Deus,
é necessário agir de acordo com a natureza perfeita que Lhe é peculiar, e o
amor faz parte da sua própria essência.