Lição 8 - A Igreja de Cristo (Subsídio)

Obs. Este artigo é um subsídio para a lição bíblica da classe de Adultos.
Introdução
No capítulo XI, da declaração de fé das Assembleias de Deus, fala sobre a Igreja. O referido capítulo responde satisfatoriamente as perguntas:
1) O que é a igreja?
2) Quem fundou a igreja?
3) Quais são os fundamentos da Igreja.
Assim está escrito: CREMOS, professamos e ensinamos que a Igreja é a assembleia universal dos santos de todos os lugares e de todas as épocas, cujos nomes estão escritos nos céus: “À universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hb 12.23). A Igreja foi fundada por nosso Senhor Jesus Cristo, pois Ele mesmo disse: “sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Essa pedra é o próprio Cristo: “Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina” (At 4.11), tendo a doutrina dos apóstolos por fundamento e Jesus a principal pedra de esquina: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef 2.20). Ela, a Igreja, é a coluna e firmeza da verdade. É a comunidade do Senhor. Além de assembleia universal dos crentes em Jesus, o vocábulo “igreja” refere-se a um grupo de crentes em cada localidade geográfica. Ensinamos que a Igreja é una e indivisível: um só corpo, um só Espírito, uma só fé e um só batismo. A Igreja envolve um mistério que não foi revelado no Antigo Testamento, mas que foi manifesto aos santos na nova aliança.

 
Já nos pontos 1 a 6, do capítulo XI, deste credo assembleiano, o leitor aprende sobre os nomes e títulos da Igreja, a formação da igreja, a eleição da igreja, as ordenanças e a missão da igreja. Entretanto, falaremos nesta oportunidade acerca da liturgia da igreja, o culto, sobre a ética no culto a Deus no templo e a adoração da igreja.

I - A IGREJA E A LITURGIA

1. Definindo liturgia.
Conjunto de práticas e elementos religiosos instituídos por uma igreja para se prestar culto a Deus. No caso das Igrejas Assembleias de Deus, a nossa liturgia diz respeito aos nossos principais elementos do culto. Em suma a liturgia da igreja é apresentada da seguinte maneira:
1) oração;
2) louvor;
3) leitura bíblica;
4) pregação ou testemunho;
5) oferta e
6) manifestação dos dons do Espírito Santo (1Co 14.26).

Muito tem-se falado em renovação na liturgia. Alguns argumentam que precisamos renovar nossos princípios litúrgicos. Mas, essa "renovação", na prática, se confunde com inovação. Embora muito semelhantes, essas palavras nos impõem profundas divergências no contexto pentecostal.  

2. A diferença entre renovar e inovar.
Renovar é mudar para melhor ou melhorar em alguns aspectos, enquanto que inovar é abandonar o antigo, recomeçando de modo diferente.
No meio em que vivemos, presenciamos todos os dias inovações das mais diversas. Algumas até razoáveis; outras, esquisitas, antibíblicas.
Não podem suportar as intempéries do tempo, porque, geralmente, são movimentos baseados na presunção, na porfia. Esses movimentos estão centralizados, quase sempre, na pessoa do líder.
Se esse líder sofrer algum problema de ordem social ou moral, todo movimento sofre as consequências, ou seja, vai a pique.
 
3. A alerta para as igrejas Assembleia de Deus.
Observamos esses fatos apenas para lembrar que não precisamos copiar ou importar costumes e métodos para manter a estabilidade que o Espírito Santo nos legou até aqui.
Liturgias humanas passam. Não, porém, a liturgia dos cultos da Igreja Primitiva. Comparar a Igreja do século 20 com a Igreja Primitiva, aquela que brilhou no livro de Atos dos Apóstolos, embora distante, sempre será necessário para não se perder o referencial.

Veja 1Coríntios 14.26: "Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmos, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação".

Doutrinas meramente humana logo cedem passagem para outras recém-descobertas. Não, porém, a doutrina dos apóstolos.
Rejeitemos essas inovações. Expurguemo-las cio nosso meio!

4. Perguntas fidedignas.
A renovação de que precisamos não seria melhorar alguns aspectos do que já funcionou comprovadamente no início?
E esta nova geração de obreiros não é fruto disso?
O número que dispomos de crentes, templos, obras sociais e pastores porventura não é a prova da eficácia do método de trabalho dos pioneiros? Podemos, então, julgá-lo obsoleto?
Não é preciso ir muito longe para identificar nosso perfil. Está diante de nós. Voltemos nosso olhar para a Igreja Primitiva em Atos dos Apóstolos e para o início das Assembleias de Deus no Brasil e teremos um ponto de partida essencial. Esse olhar dirimiria muitas dúvidas.

Veja o caso da Europa e da América do Norte, celeiros de missionários e berços dos grandes avivamentos. Inovaram, por isso tornaram-se não mais celeiros de missionários, mas grandes campos missionários.
Mudaram o marco estabelecido pelos pioneiros (Pv 22.28). Permitiram a ingerência do deus deste século que, com astúcia, opinou nos negócios da Casa do Senhor (IJo 2.15 – 17).

6. A renovação que as Assembleias de Deus Precisam.
A renovação de que precisamos, antes de quaisquer métodos ou estratégias, é o urgente retorno ao altar da oração, da busca da sabedoria e da fé, dos dons do Espírito, indispensáveis na execução das libras de Deus.
Da oração, porque orando tornamo-nos humildes diante de Deus; da sabedoria, porque ela é a mola mestra que norteia decisões; da fé, porque sem ela é impossível agradar a Deus. Renovar sim. Inovar não.

II- A IGREJA E O CULTO A DEUS
Você já parou para pensar em que direção litúrgica está sendo conduzidos nossos cultos? Que influências eles têm recebido? Qual tem sido a tónica de nossas mensagens e o perfil de nossos pregadores?
Faço essas perguntas, pois vemos de forma clara e até escandalosa a enxurrada de novas tendências que têm permeado a pregação e a liturgia pentecostal, e isso sob falsas suposições de serem de Deus ou até mesmo essencialmente bíblicas!
1. Significado de culto.
Perceba: todos os termos gregos conotadores de culto significam "trabalho", "serviço dedicado prestado a um superior", "serviço religioso" e "devocional prestado a Deus".
Assim, culto, como fica definido, é um serviço que se presta a Deus. Todavia, muitos, modernamente, entendem que culto é apenas "invocação da divindade" para que o Deus invocado se coloque a serviço dos invocadores.
E uma reunião de pedintes de bênçãos espirituais e materiais, e mais estas que aquelas. Porém, os que mais pedem são os que menos servem.

2. Pensamentos distorcidos sobre o culto a Deus.
Outros pensam que culto é uma festa com o objetivo de alegrar os fiéis. Quanto mais festivo, mais "espiritual" é o culto.
Ainda outros ressuscitam o dualismo persa da luta do deus do bem contra o deus do mal, fazendo dos cultos apenas sessões de exorcismo. O púlpito assume a forma de ringue onde manifestam-se as forcas opostas, transformando-se numa batalha entre Deus e Satanás, quando sabemos pela Bíblia que o Diabo já está derrotado.

3. O verdadeiro Culto.
Se, de fato, nos voltarmos para a Escritura, veremos que o culto é um serviço prestado a Deus pelo salvo e pela comunidade em todas as atividades vitais e existenciais.
Servir é a condição essencial do servo. Culto é a reunião dos salvos em Cristo Jesus, convocados por Deus para adoração em espírito e em verdade.

II – A ADORAÇÃO DA IGREJA
CREMOS, professamos e ensinamos que a adoração é serviço sagrado, culto, reverência a Deus por aquilo que Ele é e por suas obras: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.10). Seguimos o modelo bíblico da adoração cristã sem nenhuma representação visual: “Então, o SENHOR vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes semelhança nenhuma” (Dt 4.12). Aqui estão incluídas as coisas que estão nos céus e na terra, como manda o segundo mandamento do Decálogo. Isso se faz necessário considerando, ainda, a reverência a Deus: “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). Assim, prestamos nossa adoração e nosso louvor em termos espirituais e imateriais sem o uso de imagens de escultura ou de qualquer outro tipo de representação. Entendemos que a adoração é o nosso reconhecimento de que Deus é digno de ser adorado como resposta humana à natureza divina: “o meu coração te disse a ti: O teu rosto, SENHOR, buscarei” (Sl 27.8) [Fonte: Declaração de Fé das Assmebleias de Deus].
Das epístolas de Paulo inferimos que havia duas classes de reuniões para adoração: uma consistia em oração, louvor, e pregação; a outra era um culto de adoração, conhecido como a "Festa de Amor" ("ágape", em língua grega). O primeiro era culto público; o segundo era um culto particular ao qual eram admitidos somente os cristãos.

O culto público, segundo o historiador Robert Hastings Nichols, era "realizado pelo povo conforme o Espírito movesse as pessoas". Citamos um trecho dos escritos desse historiador: Oravam a Deus e davam testemunhos e instruções espirituais. Cantavam os Salmos e também os hinos cristãos, os quais começaram a ser escritos no primeiro século. Eram lidas e explicadas as Escrituras do Antigo Testamento, e havia leitura ou recitação decorada dos relatos das palavras e dos atos de Jesus.

Quando os apóstolos enviavam cartas às igrejas, a exemplo das Epístolas do Novo Testamento, essas também eram lidas. Esse singelo culto podia ser interrompido a qualquer momento pela manifestação do Espírito na forma de profecia, línguas e interpretações, ou por alguma iluminação inspirada sobre as Escrituras. Essa característica da adoração primitiva é reconhecida por todos os estudantes sérios da história da igreja, não importando sua filiação denominacional ou escola de pensamento. Pela leitura de 1Co 14.24, 25 sabemos que essa adoração inspirada pelo Espírito era um meio poderoso de atrair e evangelizar os não-convertidos.

Lemos que os primeiros cristãos perseveraram no "partir do pão" (Atos 2.42). Descrevem essas palavras uma refeição comum ou a celebração da Ceia do Senhor? Talvez ambas. É possível que houvesse acontecido o seguinte: no princípio a comunhão dos discípulos entre si era tão unida e vital que tomavam suas refeições em comum. Ao sentarem-se à mesa para pedir a bênção de Deus sobre o alimento, vinha-lhes à lembrança a última Páscoa de Cristo, e assim essa bênção sobre o alimento espontaneamente se estendia em culto de adoração. Dessa forma, em muitos casos, é difícil dizer se os discípulos faziam uma refeição comum ou participavam da Comunhão.

A vida e a adoração a Deus estavam intimamente relacionadas naqueles dias! Porém muito cedo os dois atos, o partir do pão e a Ceia do Senhor, foram distinguidos, de forma que o segundo se tomou a ordem do culto: em determinado dia os cristãos reuniam-se para comer uma refeição sagrada de comunhão, conhecida como a Festa de Amor, a qual era uma refeição alegre e sagrada, simbolizando o amor fraternal. Todos traziam provisões e delas participavam todos em comum.

Em 1Co 11.21,22 Paulo censura o egoísmo daqueles que comiam seus alimentos sem distribuí-los entre os pobres. Ao terminar a Festa de Amor, celebrava-se a Ceia do Senhor. Na igreja de Corinto alguns se embriagavam durante o "ágape" e participavam do sacramento nessa condição indigna. Mais tarde, no primeiro século, a Ceia do Senhor foi separada do "ágape" e celebrada na manhã do Dia do Senhor.
 
Conclusão
A verdadeira Igreja é constituída por todos os fiéis remidos de todas as eras e de todos os lugares, formando o corpo místico de Cristo por meio do Espírito Santo (1Co 12.13) e cada crente salvo é membro desse corpo (1Co 12.27). A vida cristã não é solitária; pois nenhum membro vive isolado do corpo: “assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros” (Rm 12.5); “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também” (1 Co 12.12). A conversão da pessoa leva à comunhão com um grupo de crentes em Jesus (At 2.42,42). A cabeça da Igreja é Cristo, sendo Ele mesmo o Salvador do corpo (Ef 5.23) e acrescentando ao corpo, ou seja, à Igreja, aqueles que herdam a salvação (At 2.47).
Refutamos e repudiamos qualquer outro fundamento da Igreja que não seja Jesus Cristo (1Co 3.11) Negamos que exista Igreja se Cristo não for glorificado nela e se o Evangelho não for proclamado, crido e obedecido (2Co 11.4).

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