A fé bíblica traz em sua
realidade a responsabilidade de viver práticas que satisfaçam aos reclames do
Senhor, premissas estas que não mudam, não têm sombra de variação, mesmo em
tempos diferentes ou se a ética temporal se altera pelas conversões sociais, econômicas,
políticas, estéticas ou outros motivos e valores.
Partimos da verdade absoluta
de que Deus é eterno e imutável, verdade absoluta que o mundo pós-moderno já
não compartilha, pois o politicamente correto é transitar pelo viés do
relativismo, que cresce de forma rápida, tendo a mídia como principal aliada,
exercendo domínio em várias ramificações. As novelas e seriados não têm mas o
drama e a ação como carros-chefe, mas procuram meios para difundir tendências
comportamentais. Muitos movimentos sociais investidos de intelectualidade
buscam mudanças comportamentais com as novas tendências, corno se tudo o que é
novo fosse bom e correto, e o clássico e histórico fosse errado e
ultrapassado. Aliás, usar a palavra tradicional em certos meios é como declarar-se
obsoleto e alheio ao progresso.
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Realmente estamos vivendo uma
turbulência de tendências em várias áreas da vida moderna, que não se
restringem à idade, classe social ou raça. Todos temos contato através de
diferentes meios; há uma agitação frenética. Temos então um grande
questionamento: Como ser bíblico e profeticamente correto, se até nos arraiais
evangélicos vemos distorções?
Nesta ebulição gregária
causada por fatores sociais de fundo espiritual, temos os jovens bem no centro.
Acham-se eles em plena atividade estudantil, profissional e social, convivendo
com pessoas de diferentes formações culturais, sociais e religiosas, e tendo a
tecnologia e as redes sociais como parte do seu cotidiano, pondo fim a
fronteiras antes bem definidas. Os jovens devem responder a si mesmos: Como ser
sã da terra e luz do mundo, em meio a transformações tão agudas?
Antes de mais nada,
precisamos compreender os anseios e angústias da mente e do coração de um jovem
crente, que sabe de seu compromisso com o Senhor e vive em uma sociedade
moralmente caída; conhece as Sagradas Escrituras, mas nos bancos acadêmicos
depara-se com ensinos humanistas, com viés de esquerda e linguagem poética,
capaz de seduzir os incautos.
Para ser sal da terra e luz
do mundo não há outro caminho senão portar-se como tal, em um sistema que
flexibiliza suas práticas buscando alargar o campo de ação do pecado. O texto
de Deuteronômio 28.14 deve ser vivido de forma intensa "E não te desviarás
de todas as palavras que hoje te ordeno, nem para a direita nem para a
esquerda, para andares após outros deuses, para os servires." O texto fala
de uma firmeza espiritual pautada em padrões doutrinários, bem como de uma
verdade absoluta, que não abrem licença para permissividades que contradizem a
Bíblia Sagrada, por mais belas e socialmente aceitas. Entendemos que para
agradar ao Senhor devemos viver de acordo com seus padrões e ética eterna, e
jamais com arquétipos que já não são, pois ser absoluto e concreto nesta forma
de pensamento pós-moderno é ser incorreto.
A pureza sexual dos jovens antes do casamento, da
mesma forma, deve ser tratada com a seriedade necessária. Os dias atuais tratam
o assunto com grande licenciosidade. Muitos jovens se enfraquecem e já não são
mais sal da terra e luz do mundo, por viverem um namoro que ultrapassa as
balizas do relacionamento santo e agradável diante do Senhor. Em um mundo que
não vê a castidade como importante, trazendo frases de efeito e programas de
governo que, em nome da saúde pública, distribui preservativos e cartilhas de "orientação"
sexual, o jovem crente precisa manter sua posição e defender que o sexo é
somente para após o casamento. Muitos jovens com futuros brilhantes na casa do
Senhor veem-se desalentados por namoros fora do propósito de Deus.
O jovem, para manter-se espiritualmente
saudável e em
plena comunhão com Deus, deve
compreender sua
responsabilidade espiritual. Aliás, fala-se muito em responsabilidade social,
um termo largamente usado no mundo secular, que visa e trabalha por valores
temporais. Mas a responsabilidade espiritual arremete-nos a importâncias
eternas. A responsabilidade espiritual não pode ser vivida e compreendida sem
um amplo conhecimento bíblico, doutrinário, missiológico e uma vida de oração,
onde a mocidade deve ser incentivada a viver este viés com intensidade, como um
estilo de vida. Nenhum avivamento virá sem que compreendamos e vivamos os
propósitos de Deus com a mensagem preciosa da cruz de Cristo.
Outro agravante
que luta contra a estruturação espiritual dos jovens é a mídia gospel ,
que tem sido deletéria, irreverente e distorcida. Mas os jovens podem mostrar o
que realmente é o evangelho e a mensagem da cruz, através do conhecimento
bíblico e do comportamento impoluto. Como se investe no conhecimento secular
através de novas tecnologias, produtividade e conceitos, também precisamos
investir de maneira intensa no reino de Deus, pois nele queremos estar na
eternidade.
Grande parte do ataque à fé
bíblica é desferido principalmente no campo das ideias, não só nas
universidades seculares, mas em seminários teológico. Se no ensino acadêmico se
combate a fé de maneira frontal, dando-lhe a marca de arcaica e inoperante, em
muitos seminários destorcem-lhe a verdade com teologias divorciadas da sã
doutrina. Porém, para se manterem vivos, estes pseudos pregadores infiltram-se
nas igrejas e querem seduzir a muitos. Daí, a necessidade de os jovens
conhecerem a fé cristã e os nossos artigos de fé, para, mais do que combater
heresias, manterem-se firmes com o Senhor Jesus.
Neste
momento tão difícil e instável, os jovens crentes podem ser uma grande resposta
a um mundo que vive sem norte em sua fé. Para tanto, o comprometimento com as
verdades bíblicas é indispensável. O compromisso começa de forma simples, porém
eficaz, tendo uma vida de oração, estudo da Palavra de Deus, interface com a
Escola Dominical e vida de adorador, com uma postura que seja bíblica e
verdadeira. Não há outra forma de ser sal da terra e luz do mundo sem a
responsabilidade inseparável desse comportamento.
Fonte: Ensinador
Cristão – N° 72
Artigo: Gilberto Corrêa de Andrade
Reverberação: www.sub-ebd.blogspot.com