Espiritualidade e Intelectualidade: Realidades indispensáveis ao Professor da EBD - Subsídios Dominical

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A Carreira Que Nos Está Proposta [ Revista Digital Cristão Alerta - 2° Trimestre 2024

Espiritualidade e Intelectualidade: Realidades indispensáveis ao Professor da EBD

O tema espiritualidade encontra-se em moda. Fala-se sobre ela nas empresas, nas escolas, na família, entre as religiões e nas conversas informais. Já a intelectualidade, ainda hoje, parece ser alguma coisa restrita a um pequeno grupo de pessoas que não faz outra coisa senão ler, escrever e estudar (filósofos, teólogos, pedagogos etc). Dentro da própria cristandade, muitos são aqueles que preferem tratá-las separadamente. Entretanto, tentaremos diminuir a distância entre tais palavras, descrevendo a interdependência existente entre elas, sobretudo ao professor da Escola Dominical no exercício pleno de sua vocação.

Mas para isso, é preciso resgatar a dimensão integral da vida onde intelecto e emoção, fé e razão, conhecimento e amor, teologia e espiritualidade sejam aspectos complementares de uma mesma coisa, a saber, a própria experiência com Deus.
Dito isto, compartilharemos neste texto três cuidados a serem observados, pelo professor da Escola Bíblica, relacionados a espiritualidade e a intelectualidade, no momento de preparo e ministração de sua aula dominical, a fim de que seu ensino seja relevante, inspirador e transformador. São eles:

1. Cuidado com a Polarização: A polarização nos conduz ao reducionismo e ao desequilíbrio.
Inadvertidamente, muitos cristãos, e porque não dizer, professores da ED são atraídos e, até, seduzidos ao que o pastor John Stott chamou de a "grande tragédia da cristandade contemporânea", a saber: "a polarização".
Entendida como "uma tendência para o extremismo ou desequilíbrio ", a polarização é algo que deve ser evitada pelo professor da Escola Dominical, pois ao invés de fazê-lo enxergar a realidade como um todo tornando seu ensino biblicamente contextualizado, intelectualmente relevante e espiritualmente saudável, ela o conduzirá a um reducionismo intelectual e experiencial.

a. Zelo sem entendimento e/ou entendimento sem zelo: Nenhum dos dois é o ideal para o professor da ED. O primeiro pode nos conduzir ao fanatismo e o segundo a apatia e a inércia. Como bem destacou o John Stott, "inflamado pelo zelo ". Complementando com as palavras de John o propósito de Deus inclui os dois: o zelo dirigido pelo conhecimento, e o conhecimento Machay "a entrega sem reflexão é fanatismo em ação, mas a reflexão sem entrega é a paralisia de toda ação". Que o êxtase sem entendimento e a discussão sem poder, sejam evitados por nós. Que a verdade inflame nossos corações!

b. "O que Deus uniu não separe o homem": O ser humano é um ser integral. Temos elementos materiais e imateriais que compõem a totalidade de nosso ser. Nossa personalidade é constituída de intelecto, sentimento e vontade. Desfrutamos de capacitada de pensar e sentir. A verdade é percebida tanto pela experiência quanto pela racionalidade. Nas palavras de John Stott, o ser humano, é alguém criado por Deus não "como uma alma sem corpo (para que pudéssemos amar somente sua alma), nem como um corpo sem alma (para que pudéssemos preocupar-nos exclusivamente com seu bem-estar físico), nem tampouco um corpo-alma em isolamento (para que pudéssemos preocupar-nos com ele somente como um indivíduo, sem nos preocupar com a sociedade em que ele vive). Não! Deus fez o homem um ser espiritual, físico e social. Como ser humano, o nosso próximo pode ser definido como "um corpo-alma em sociedade"" . Logo, nossa tarefa enquanto educadores não deve ser reduzida a uma parte dele.



c. Duas faces de uma mesma moeda: Espiritualidade e intelectualidade são realidades que nasceram para viverem juntas. A espiritualidade para ser fervorosa não precisa se divorciar da intelectualidade. A fé não precisa ser burra. Há tempo e espaço para a conciliação. Como bem afirmou McGrath "a espiritualidade não é algo deduzido totalmente de pressuposições teológicas, nem algo inferido completamente da experiência. Ela surge de uma síntese dinâmica e criativa de fé e vida, forjada no molde do desejo de viver a fé cristã autêntica, responsável, efetiva e plenamente". Ou seja, a intelectualidade não deve ser entendida como um obstáculo à espiritualidade cristã.

2. Cuidado com a Superficialidade: A superficialidade nos conduz a mediocridade.
A superficialidade nada mais é do que a falta de profundidade. Um professor superficial é alguém que podendo ser profundo, escolhe ser raso; podendo ir além, prefere ficar aquém; tendo capacidade de superação, decide regredir ou estacionar.

Entretanto, a vida cristã é um chamado ao crescimento, à mudança, à transformação e por isso não devemos nos contentar com a superficialidade. Afinal de contas, a verdadeira espiritualidade nasce com a experiência do novo nascimento e não se encerra nela. Antes, tem nela o ponto de partida necessário para o crescimento/desenvolvimento da vida diária em direção a maturidade cristã.

Ninguém que nasce de/para Deus deve se contentar em ser uma eterna criança, cujo único alimento é o leite materno; antes, deve buscar o amadurecimento, a experiência de andar com Deus no caminho. É preciso crescer; se desenvolver; aprender; se aprofundar no conhecimento de Deus e não apenas sobre Deus. E para isso, nos valeremos tanto da espiritualidade como da intelectualidade, pois ambas são realidades que compõe o homem integral.
3. Cuidado com a Hipocrisia: A hipocrisia nos conduz a falsidade.
Oriunda da dramaturgia grega a palavra hipocrisia era aplicada ao ator em sua atuação no palco teatral. Segundo o dicionário bíblico Wycliffe "visto que um ator finge ser alguém que não ele mesmo, hypokrites era aplicado metaforicamente a uma pessoa que 'atua em um papel' na vida real, fingindo ser melhor do que realmente é, alguém que simula a bondade". É daí que o termo hipócrita designa alguém que oculta a realidade atrás de uma máscara de aparência.

Em inúmeras ocasiões Jesus advertiu os religiosos do seu tempo alegando que eles eram hipócritas e sepulcros caiados (Mt 23.13,15 e 27). Eles tocavam trombeta acerca de sua espiritualidade. Propagandeavam sua piedade. Diziam-se melhores do que os outros. Eram peritos em enxergar ciscos nos olhos dos outros, embora não conseguiam ver a trave que estava em seus próprios olhos. Tinham aparência, mas não essência. Eram bonitos por fora mais horrorosos por dentro. Em algumas ocasiões tinham atitudes correias, mas motivações erradas.

O professor que se vale de uma vida superficial intelectual e espiritualmente falando está fadado a gerar alunos superficiais.

Que nossa espiritualidade e intelectualidade sejam construídas com os joelhos no chão, com o pensamento cativo a Cristo e no poder e força do Espírito Santo.
Fonte: Ensinador Cristão – n° 72 – CPAD
Artigo: PR. Rafael Rodrigues F. Luiz.
Reverberação: Subsídios EBD

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