Como não sabemos o dia da volta de Jesus para arrebatar a sua Igreja, é indispensável estarmos preparados para aquele grande acontecimento, como se ele viesse a ocorrer hoje, agora. Infelizmente, na prática, há muitos cristãos que não estão preparados para subir com a Igreja, na volta do Senhor.
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Assim como as “virgens loucas”, de
Mateus 25, estão descuidados, não têm reserva espiritual, negligenciam o seu
testemunho e alguns escandalizam o nome do evangelho. No entanto, a volta de
Jesus será repentina, como a vinda de um ladrão para assaltar uma residência.
Não há hora marcada, não há dia conhecido. A surpresa é o fator preponderante.
Por isso, a santificação é requisito fundamental para o encontro com o Senhor
nos ares, em sua volta (1 Ts 5.23).
Jesus usou outras metáforas para
demonstrar a surpresa de sua volta. Aludiu aos dias de Noé, quando os homens de
sua época não estavam nem um pouco interessados em saber o que aconteceria,
anos depois, quando o patriarca lhes alertava para a catástrofe hídrica que
destruiria a humanidade de então. Alertou que sua vinda seria como nos dias de
Ló, acrescentando apenas alguns poucos detalhes que diferenciavam uns dos
outros. Nos dias de Noé: “Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao
dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé
entrou na arca” (Mt 24.38). “Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de
Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam” (Lc 17.28).
Eles pensavam em tudo, menos em santidade. Só olhavam para as coisas da terra,
e se esqueciam de olhar para cima (Cl 3.2).
Qual a diferença entre os dias de Noé
e os dias de Ló? Nos primeiros, havia vida social normal, incluindo o casamento
entre as pessoas; havia agricultura, pois “comiam, bebiam”. Nos dias de Ló, as
atividades eram semelhantes, mas não se fala em casamento. Coincide com o
relato de Gênesis 19. Em Gênesis 19.4,5, ficou registrado que os homens de So-
doma eram praticantes da homossexualidade. Queriam “conhecer”, ou ter relações
com os visitantes que foram tirar Ló, imaginando que seriam apenas homens
comuns. Diante da maldade excessiva daquelas cidades, Deus tirou Ló de lá,
repentinamente, sem que os habitantes soubessem, e mandou um fogo dos céus que
destruiu a todos. A pecaminosidade e a corrupção alcançaram níveis além do
suportável pelo Deus sumamente santo.
Assim, uma característica comum ao que
aconteceu com os povos antediluvianos e os de Sodoma e Gomorra foi a surpresa
com que foram alcançados pelas respectivas tragédias. Jesus alertou que, na sua
volta para buscar a Igreja, também as pessoas, no mundo, serão tomadas de
surpresa. Jesus virá num dia e numa hora que ninguém sabe (Mt 24.36). Dessa
forma, é indispensável que os cristãos estejam preparados, sabendo como esperar
a volta do Senhor Jesus. E estar preparado é estar em santidade e em
santificação, que é o processo contínuo da separação do mal.
I
- Atitudes Corretas ante a Volta do Senhor
A primeira fase da volta de Jesus para
buscar a sua Igreja, integrada pelos crentes fiéis e santos, será tão repentina
que não haverá tempo para ninguém preparar-se de última hora. Os meios de
comunicação antigos e os mais modernos não terão oportunidade para anunciar a
iminência da volta de Cristo. Essa premência e surpresa do arrebatamento dos
salvos já foi anunciada há muitos séculos, e estão bem claras nas Escrituras.
Diante dessa realidade profética e
real, o cristão verdadeiro, que tem consciência do que é ser salvo para ir para
o céu, onde Cristo está (Jo 14.3), deve viver num estilo de vida e conduta de
quem está esperando seu Senhor a qualquer momento.
1.
Esperar com Vigilância
Quem espera a volta de Jesus a qualquer momento
precisa estar vigilante, tanto ao que acontece ao seu redor, como dentro de si
próprio.
Os sinais exteriores da volta iminente
de Jesus já foram resumidos no capítulo anterior, e estão se cumprindo na
História de maneira infalível, pois as palavras de Jesus não passarão (Mt
24.35). Porém, o crente em Jesus deve vigiar o que se passa no “ambiente”
interior de seu ser, do seu coração. Os acontecimentos proféticos hão de
cumprir-se independentemente da vontade dos homens sem Deus ou mesmo dos
crentes fiéis.
Mas o que acontece no interior de cada
pessoa depende de si, de suas atitudes mentais, de seus sentimentos e emoções,
ou “do coração”.
O Dicionário Houaiss diz que vigilância é “
1. Ato ou efeito de vigiar(-se);
2. Estado de quem vigia;
3. Precaução;
4. Cuidado, atenção desvelada” (grifo
nosso). A partícula se indica a vigilância de si mesmo.
A maioria absoluta dos crentes que
ficarão para trás na volta de Jesus deixará de ir para os céus por causa de
suas atitudes erradas, de sua conduta em desacordo com a vontade Deus, expressa
em sua Palavra. Jesus alertou quanto a isso e exortou os discípulos a serem
vigilantes: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso
Senhor” (Mt 24.42). Ele também ensinou sobre a natureza tendente ao pecado que
está dentro de cada um: “Porque do coração procedem os maus pensamentos,
mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt
15.19; Mc 7.21). Todos esses pecados começam no interior do homem. Satanás
conhece bem essa realidade, desde que tentou o homem no Éden e viu que o ser
criado era suscetível de deixar de ouvir a voz de Deus e ouvir a tentação.
Para não cair em tentação, e ficar
para trás na volta de Jesus, só existe uma receita, dada por Jesus (Mt 26.41).
Somente com oração, muitas vezes reforçada pela prática do jejum, é que podemos
vencer as concu- piscências da carne. É evidente que a maioria dos crentes,
hoje, não gosta de orar. As jovens consideradas loucas em Mateus 25 ficaram de
fora da festa nupcial porque não vigiaram, deixando faltar o azeite em suas
vasilhas. Nos dias presentes, há muitos evangélicos negligentes. Mas Jesus mandou
vigiar constantemente, pois não sabemos a hora em que Ele há de vir. “Sabei,
porém, isto: se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão,
vigiaria e não deixaria minar a sua casa” (Lc 12.39).
2. Viver na Unção do Espírito Santo
Na parábola das Dez Virgens (Mt 25),
vemos a necessidade do azeite, que simboliza a presença do Espírito Santo, para
esperar “o Noivo”. Somente as “virgens prudentes”, que tinham azeite em suas
vasilhas, e também reservas por precaução, puderam entrar com o noivo para as
bodas. As “insensatas” ou imprudentes “ainda” foram comprar azeite, e se
atrasaram para as bodas: “E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as
que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta” (Mt
25.10 - grifo nosso). A parábola retrata um casamento oriental, em que, durante
uma semana, havia as bodas. As dez virgens representam os crentes em geral.
As prudentes representam os crentes
que estão esperando a volta de Jesus, na comunhão do Espírito Santo, sentindo a
sua presença, tipificada pelo azeite. As virgens “loucas” não são débeis
mentais, mas crentes que, ao longo dos anos, se descuidam, e deixam de buscar a
presença de Deus e de seu Espírito. Notemos que a diferença fundamental entre
as prudentes e as loucas era o que elas tinham quanto à provisão do azeite. Nas
igrejas em geral, há um esfriamento quanto à busca do batismo com o Espírito
Santo, que corresponde à “reserva” indispensável para esperar com segurança a
volta de Jesus.
Quando o crente aceita a Cristo, já tem
o Espírito Santo habitando com ele, “habita convosco”, mas Jesus prometeu:
“estará em vós” (Jo 14.17). Os discípulos já eram salvos, mas ainda precisavam
ser “revestidos de poder” (Lc 24.49). E esse revestimento especial, distinto da
salvação, começou a acontecer e a estar à disposição dos salvos, quando da
descida do Espírito Santo, como Jesus prometeu (At 1.8; 2.1-13). Sem a presença
do Espírito Santo, no crente, e na sua vida, é impossível esperar a vinda de
Jesus de forma correta. Precisamos ser cheios do Espírito (Ef 5.18; At 13.52);
andar em Espírito (Rm 8.1; G15.19); ser guiados pelo Espírito (Rm 8.14); ser
templo do Espírito Santo (1 Co 6.19). Sem a unção do Espírito Santo, nos dias
presentes, é impossível viver a Palavra de Deus, obedecer ao Senhor e estar
pronto para o arrebatamento.
3. Viver com Santidade
Santidade é uma palavra esquecida por
muitos pastores. Para agradar a todos, numa atitude demagógica, muitos deixam
de ministrar a doutrina da santificação, principalmente para a juventude. Há igrejas
que inventaram as “boates-templo” para atrair jovens para um ambiente parecido
com os locais de reunião de jovens para namorar, beber, marcar encontros, etc.,
mesmo que em tais “boates evangélicas” não haja bebidas alcoólicas.
Há igrejas que usam estruturas de
luta-livre, de artes marciais e até de “rodeios”, com animais dentro dos
templos, para atrair os jovens! No tempo de Jesus e no de Paulo já havia os
Jogos Olímpicos, com diversas modalidades, mas nem Cristo nem Paulo, nem de
longe, sugeriram tais aberrações para atrair pessoas para o evangelho.
O evangelho do entretenimento tem
suplantado o evangelho do sofrimento por Cristo. Mas sem santificação “ninguém
verá o Senhor” (Hb 12.14). Ser santo é ser separado, consagrado para Deus. O
apóstolo Pedro nos exorta a sermos obedientes e santos em toda a nossa maneira
de viver (1 Pe 1.13-15). Santidade pressupõe irrepreensibilidade. Paulo
exortou: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso
espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23). Quando falamos de santificação
não queremos passar a ideia do le- galismo e do fanatismo de algumas
denominações, de forma alguma. Para ser santo, um servo ou uma serva de Deus
não precisa tornar-se um eremita ou um monge medieval, que se isolavam das
cidades, para “não se contaminar com o mundo”.
Santificação é uma necessidade
imperiosa de separação de tudo o que a Bíblia condena e não do que certos
líderes elegem como pecado, sem qualquer fundamento bíblico. Houve tempo em
que, se um homem não usasse chapéu, não seria santo; se uma mulher não usasse
um vestido longo, com decote no pescoço e mangas compridas até aos punhos,
mesmo num clima tropical, não seria santa; também não seria santa uma jovem
que, mesmo tendo cabelos longos, aparasse as pontas; se usasse um diadema
estaria condenada ao inferno. Isso não é santidade. Isso é fanatismo,
intolerância e sectarismo, sem qualquer base na Palavra de Deus.
O mais terrível e detestável dessa
visão de santidade é que tais coisas são consideradas pecados, enquanto outras,
claramente condenadas pela Bíblia, não são consideradas, como mentira, calúnia,
difamação (crimes contra a honra), calotes, desvio de dinheiro dos cofres de
igrejas, falta de amor, aborrecimento ou ódio a quem não pensa da mesma forma,
e tantos outros comportamentos execráveis. Isso é farisaísmo, e não santidade.
Não defendemos o desrespeito aos bons
usos e aos bons costumes, que têm fundamento bíblico, mas rejeitamos o
legalismo e o autoritarismo que já empurraram muitos para o inferno. Como ficam
diante de Deus aqueles que contribuíram para a matança espiritual sem motivo ou
fundamento na lei de Deus? A eles faltava o requisito a seguir comentado.
4. Esperando com Amor
Os crentes que subirão ao encontro do
Senhor serão seus discípulos fiéis e verdadeiros. Já vimos que a “marca
registrada” do cristão não é o nome da denominação, nem o nome de família, nem
o cargo que ocupa na igreja local, mas o amor de Deus no coração e na prática
diária. Jesus disse: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros;
como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos
conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo
13.34,35 - grifo nosso). Esta é uma verdade neotestamentária, pouco anotada por
grande parte dos evangélicos, inclusive por pastores de grandes igrejas.
Os verdadeiros cristãos, que esperam a
volta de Jesus, não são identificados pelo nome ou razão social da denominação,
do ministério ou da igreja. O Senhor Jesus, num de seus discursos, em presença
dos seus discípulos lhes apresentou “um novo mandamento”, por assim dizer, o
“décimo primeiro mandamento”, que eles não tinham em mente. Conheciam bem os
Dez Mandamentos da Lei de Moisés, que também era a Lei de Deus. Ele ressaltou o
valor desse “novo mandamento”, que o dever de os seus servos amarem uns aos
outros, da mesma forma como Ele nos amou. Essa é a identidade do verdadeiro
cristão, preparado para subir no arrebatamento - ter amor pelos seus irmãos em
Cristo. E característica ou a marca distintiva do verdadeiros discípulos de
Jesus ter amor pelos irmãos.
Nesse quesito, ou requisito, como
estão os crentes no século XXI? Tomemos o exemplo de nosso Brasil. O evangelho
tem um crescimento numérico extraordinário. São milhares de igrejas e milhões
de crentes, numa dimensão que, segundo estatísticas com projeções do IBGE, em
2014, os evangélicos seriam 25% da população (em torno de 52 milhões de
pessoas). No entanto, são evidentes as divergências, as competições e as
discordâncias entre igrejas históricas e as chamadas neopentecostais. Não só em
termos doutrinários, mas, também em termos comportamentais. Há líderes de
grandes igrejas, que, em programas de televisão, abertamente criticam outras
igrejas e outros pastores. Isso é falta de ética, e também falta de amor.
Atitudes que em nada glorificam a Deus (cf. 1 Co 10.31). Mais triste é ver
obreiros que não conseguem sequer saudarem-se com a paz do Senhor. Como estarão
esses na vinda de Jesus?
Se pudéssemos perguntar ao apóstolo
João como estarão os crentes que não têm amor a seus irmãos, o que ele nos
responderia? Vejamos: “Aquele que diz que está na luz e aborrece a seu irmão
até agora está em trevas” (1 Jo 2.9). Isto é, quem aborrece a seu irmão, mesmo
que esteja numa igreja há muitos anos, nasceu nela, é obreiro, prega bem, canta
bem, etc., simplesmente “está em trevas”, ou seja, não é salvo. Acreditamos
que, ampliando sua resposta sobre os que não vivem em amor e aborrecem seus irmãos,
João nos acrescentaria: “E tem mais, é muito perigoso não amar o irmão por que
‘aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe
para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos’” (1 Jo 2.11).
Se insistíssemos, dizendo: “Apóstolo
João, esse não seria apenas um ‘pecado que não é para a morte’, e podemos orar
por eles, como o senhor diz em 1 João 5.16?”, o apóstolo, certamente, ficaria
mais sério, e responderia: “Meu filho, há muita gente, inclusive pastores, que
consideram os maiores pecados a falta de obediência aos usos e costumes, mas
muitos desses nem sequer serão reconhecidos na vinda de Jesus. Sabe por quê?
Anote: “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos;
quem não ama a seu irmão permanece na morte. Qualquer que aborrece a seu irmão
é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna”
(1 Jo 3. 14,15 - grifo nosso).
II
- Atitudes Errôneas Diante da Vinda de Jesus - no Arrebatamento
1. Ignorando a Vinda de Jesus
Em Mateus 24.48, o mau servo diz: “O
meu senhor tarde virá”, e passa a viver de modo negligente e desatento,
completamente alheio à volta de Cristo. A este, diz o Senhor: “Virá o senhor
daquele servo num dia em que o não espera e à hora em que ele não sabe, e
separa-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e
ranger de dentes” (Mt 24.50). Nestes tempos de sinais evidentes da proximidade
da vinda de Jesus, há muitos evangélicos brincando de ser crentes. Há obreiros
que não mais falam na vinda de Jesus. É negligência espiritual. Quanto aos
ímpios, é natural que não levem em conta as advertências da Palavra de Deus
quanto à proximidade e surpresa da volta de Jesus. Mas os cristãos não devem
descuidar-se dessa realidade espiritual tão significativa.
2. Escarnecendo das Profecias
O apóstolo Pedro escreveu: “sabendo
primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as
suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda?
Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o
princípio da criação” (2 Pe 3.3,4).
O apóstolo deu como resposta o ensino
bíblico, que indica a matemática de Deus quanto à contagem dos tempos, dizendo:
“Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos,
e mil anos, como um dia” (2 Pe 3.8). Pedro envia essa mensagem a pessoas
crentes, que estão nas igrejas. Como visto, no capítulo 1, há diversas
interpretações quanto ao arrebatamento da Igreja. Há, inclusive, teólogos que dizem
que Jesus jamais virá nas nuvens para buscar a sua Igreja (1 Ts 4.17), que isso
é apenas uma utopia motivadora para os crentes se comportarem de modo santo. É
melhor estar preparado, e conferir os sinais proféticos de acordo com a santa
Palavra de Deus.
3. Traição e Aborrecimento
E um dos sinais da vinda do Senhor
Jesus. Esse comportamento pode levar muitos à condenação eterna. Jesus
profetizou: “Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos
outros, e uns aos outros se aborrecerão” (Mt 24.10). Qual a causa dessa traição
entre os que se dizem cristãos, no tempo da volta de Jesus? Ele responde: “E,
por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará” (Mt 24.12). Não
há necessidade de nenhuma pesquisa para constatar, pelas evidências diárias, na
mídia e no comportamento humano, que a iniqüidade está generalizada, no mundo
todo, e com muita incidência em nosso país.
Esse aumento da iniqüidade acaba
influenciando o comportamento dos crentes negligentes quanto à volta do Senhor.
E muitos nem percebem que estão aborrecendo seus irmãos, seja pelo legalismo exacerbado,
seja pela inveja, pela calúnia, seja pela maldade e cama- lidade. O apóstolo
João anotou que quem aborrece a seu irmão não pode entrar no Reino de Deus:
“Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida
tem permanente nele a vida eterna” (1 Jo 3.15). Naturalmente, diante de Deus,
quem aborrece a seu irmão é um homicida espiritual, passível da penalidade com
a perdição, tanto quanto o homicida que tira a vida física de alguém.
VEJA NO VÍDEO SOBRE ARREBATAMENTO E AS RESSURREIÇÕES
BÍBLICAS
III
- Os Dois Tipos de Servos
Na vinda de Jesus, haverá dois tipos
de servos. Os fiéis e os infiéis. Os que fazem a vontade de Deus e os que estão
fora de sua vontade. Os que estão no seu lugar e os que estão fora do lugar. Os
que estão vigiando e os que estão descuidados, como na parábola das Dez
Virgens.
E Jesus proferiu outra parábola,
enfatizando esses dois tipos de crentes. A parábola dos dois servos.
1. O Servo Fiel
“Quem é, pois, o servo fiel e
prudente, que o Senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu
tempo? Bem-aventurado aquele servo que o Senhor, quando vier, achar servindo
assim. Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens” (Mt 24.4547).
Essa parte da parábola, no meio do Sermão Profético de Jesus, dá a entender que
Ele se referia a servos que têm liderança, ou seja, obreiros, pastores,
dirigentes de congregação ou de trabalhos, nas igrejas locais, que, no seu
conjunto, se forem verdadeiras, formam o todo maior que constitui a Igreja do
Senhor. E que deverão prestar contas, de modo “que o Senhor, quando vier, achar
servindo assim”. “Primeiro, porque eles são constituídos “sobre a sua casa”.
Estar “sobre a casa” é ser líder, mordomo, ou administrador dos bens de seu
Senhor. Hoje, a “casa de Deus”, ou “casa de Jesus”, pode ser identificada como
uma igreja cristã, que reúne servos ou discípulos de Jesus num determinado
lugar. Numa visão mais ampla, ser “servo fiel e prudente” pode-se aplicar a
cada crente individualmente, homem ou mulher, que espera a volta do Senhor.
Esse “servo fiel e prudente” são os
líderes ou pastores, que atuam na obra do Senhor com fidelidade e amor. Em
segundo lugar, o texto diz que esse servo, elogiado pelo seu Senhor, é
constituído “para dar o sustento a seu tempo” sobre a sua casa, ou seja, aos
que vivem e trabalham na “casa do Senhor”. Os pastores das igrejas, sejam quais
forem elas, pequenas, médias ou grandes, devem ser realmente apascentado- res
do rebanho de Jesus. As ovelhas não lhes pertencem. Todo pastor cristão
pastoreia ovelhas que não lhes pertencem. E um dia haverão de prestar contas de
como as trataram como ovelhas do Senhor. Nesse aspecto, é o apóstolo Pedro quem
melhor traduz como deve ser o comportamento dos pastores, como servos fiéis e
prudentes: “Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também
presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da
glória que se há de revelar: apascentai o rebanho de Deus que está entre vós,
tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância,
mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas
servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a
incorruptível coroa de glória. (1 Pe 5.1-4)
Essas são as qualidades que devem
identificar um “servo fiel e prudente” constituído para cuidar da casa do
Senhor. Dando o alimento ao “rebanho de Deus”, agindo, nesse cuidado, sem
autoritarismo; trabalhando sem “torpe ganância”, como tantos têm aparecido, em
noticiários na mídia, apropriando-se de dinheiros das ofertas e dízimos das
igrejas. A cobiça e a ganância têm tornado muitos obreiros em ladrões e
corruptos no meio evangélico, causando escândalos ao bom nome do evangelho (Mt
18.7). Ao servo “fiel e prudente”, que lidera a obra do Senhor, está reservado
um galardão especial, não concedido a nenhum outro tipo de servo: “a
incorruptível coroa de glória”!
2. O Mau Servo
“Porém, se aquele mau servo disser
consigo: O meu senhor tarde virá, e começar a espancar os seus conservos, e a
comer, e a beber com os bêbados, virá o senhor daquele servo num dia em que o
não espera e à hora em que ele não sabe, e separá-lo-á, e destinará a sua parte
com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 25.48-51). Nesse
ponto, na parábola dos dois servos, parece que Jesus quis mesmo exagerar nas
qualidades negativas do mau servo. Se, no caso do “servo fiel e prudente”,
pudemos relacionar Com os obreiros fiéis, sobre as igrejas cristãs, nesse caso
do “mau servo” não é fácil fazer a correlação dessas péssimas qualidades com os
líderes da obra do Senhor. Admitimos que há maus servos, ou maus obreiros, à
frente de igrejas, como dirigentes, bispos, presbíteros ou pastores. Mas entendemos
que são exceções.
Certamente, tais qualidades não
recomendáveis para um servo ou serva de Deus aplicam-se bem a todos os crentes,
que estão esperando a volta de Jesus. A exemplo das “virgens loucas”, de Mateus
25, o “mau servo” racionaliza, em função do tempo de crente, ou da história da
igreja, ao longo dos séculos, e diz: “O meu senhor tarde virá”. Tal raciocínio
leva o crente a se descuidar, e negligenciar sua fé e sua conduta. O que é
muito perigoso. Facilmente, esse tipo de pensamento leva o crente a cair em
tentação, visto que, descuidado, se esquece de orar e de vigiar como Jesus
exortou em Mateus 26.41.
Há muitos que começam a carreira
cristã, mas não a terminam. Em Mateus 24.45, o Senhor destaca a qualidade de
fidelidade e prudência do servo que estará esperando a sua vinda. Essas
características devem fazer parte da vida dos que entendem que estamos vivendo
a geração da última hora, da geração que verá e fará parte do arrebata- mento
da Igreja. “Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o Senhor constituiu
sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo?”.
VEJA NO VÍDEO SOBRE A GRANDE TRIBULAÇÃO
Obs.
Este estudo trata-se do texto base usado na revista de adultos da Escola
Bíblica Dominical. É um estudo mais abrangente do quer a própria lição da
Revista de Adulto do primeiro trimestre de 2016.
Fonte:
O final de todas as Coisas
Autor:
Elinaldo Renovato de Lima
Editora:
CPAD