Este é um subsídio para a
presente lição da classe de Adultos. Para a continuação da leitura de todo este
subsídio, acesse aqui.
Estudaremos a cerca da mansidão com mais uma aspecto do fruto do
Espírito e analisaremos a mansidão na vida de Jesus e dos crentes. Veremos mais
uma das obras da carne, as pelejas.
I. MANSIDÃO
PARA ACEITAR A VONTADE DE DEUS
A mansidão é uma disposição do caráter que aceita, sem discutir, a
verdade e a vontade de Deus. É uma postura dócil de completa submissão e
aprendizado em Cristo (Mt 11.28). Essa virtude é fruto da atuação do Espírito
Santo no crente (Gl 5.22). Não é a simples obediência, passividade ou
indolência, mas a transformação moral segundo à obediência de Cristo (1Pe 1.2).
1. DEFININDO MANSIDÃO.
O termo “mansidão” em Gálata 5.22, vem do
grego praótes ou prautes. No Novo
Testamento tem três significados principais.
(a) Significa submisso à vontade de Deus
(Mateus 5.5; 11.29; 21.5).
(b) Significa dócil: o homem que não é muito
soberbo para aprender (Tiago 1.21).
(c) Com maior frequência significa considerado
(1 Coríntios 4.21; 2 Coríntios 10.1; Efésios 4.2). Praótes refere-se ao
espírito submisso a Deus, dócil em todo o bom e considerado para com seu
próximo (William Barclay).
Ser manso não tem a conotação de ser
“desalentado, desanimado, mole, fraco ou destituído de energia ou força moral”.
Mansidão é a combinação de força e suavidade. “Quando temos mansidão (gr. prautes), tratamos todas as pessoas
com cortesia perfeita, reprovamos sem rancor, argumentamos sem intolerância,
enfrentamos a verdade sem ressentimento, iramos, mas não pecamos, somos gentis,
mas não fracos (Comentário Bíblico Beacon, CPAD).
2. A MANSIDÃO EM RELAÇÃO A JESUS.
Notemos que pelo menos três vezes a mansidão está ligada ao
próprio Jesus. Este foi o convite de Jesus: “Tomai sobre vós o meu jugo, e
aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29). Sua entrada
triunfante em Jerusalém foi o cumprimento da profecia: "Eis aí te vem o
teu Rei, humilde, montado em jumento" (Zc 9.9; Mt 21.5). É pela mansidão e
benignidade de Cristo que Paulo apela aos Coríntios rebeldes, pedindo simpatia
e obediência (2 Co 10.1). Esta mansidão é da própria essência do caráter de
Jesus.
Mansidão é a própria essência do caráter daquele (isto é, Jesus) que é
capaz de limpar o Templo e perdoar uma infeliz adúltera. E este “jugo” que o
discípulo é convidado a tomar sobre si (Mt 11.19), pois é supremamente
característico da semelhança com Cristo.
3. RECOMPENSA PARA OS MANSOS.
Os mansos são especialmente abençoados com o cuidado divino e ricas
recompensas. Ao registrar a repreensão de Arão e Miriã, por se levantarem
contra Moisés, o escritor declara, “Era o varão Moisés mui manso, mais do que
todos os homens que havia sobre a terra” (Nm 12.3 ARA).
Davi lamentou, “Senhor, tu ouviste os desejos dos mansos” (SI 10.17
ARC). Isaías profetizou que o Rei messiânico “decidirá com eqüidade a favor dos
mansos da terra”, e então “os mansos terão regozijo sobre regozijo no Senhor”
(Is 11.4; 29.19 ARA). Davi ofereceu encorajamento ao povo oprimido quando disse
que os perversos logo desaparecerão, “mas os mansos herdarão a terra e se
deleitarão na abundância de paz” (SI 37.11 ARA). A terra a que Davi se referiu
era Palestina, mas Jesus prometeu posse maior: “Bem aventurados os mansos
porque herdarão a terra” (Mt 5.5). Os mansos, então, têm acesso à proteção
constante e ao amor ilimitado de Deus.
4. O CRENTE E A MANSIDÃO.
ü Paulo não apenas exaltou e imitou esta virtude de Cristo, mas
aconselhou-a a sua igreja. “Rogo vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que
andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda humildade e
mansidão...” (2Co 10.1; Ef 4.1).
ü Ele admoestou os colossenses a se revestirem das graças de
“misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade...” (Cl
3.12).
ü Da mesma maneira ele recomendou-as a Timóteo e a Tito (1Tm 6.11; Tt
3.2).
ü Tiago instruiu os cristãos a receberem “com mansidão, a palavra em vós
implantada” (Tg 1.21); e recomendou ao sábio e ao que tem entendimento que
“mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras”
(Tg 3.13).
ü Pedro escreveu que todos os cristãos devem sempre estar preparados
para defender sua esperança “com mansidão e temor” (1Pe 3.15).
II. TRÊS PRESONAGENS BÍBLICAS
EXEMPLOS DE MANSIDÃO
1. JESUS.
Quando uma aldeia samaritana recusou-se dar as
boas-vindas a Jesus, alguns discípulos perguntaram se Ele permitiria que eles
clamassem por fogo do céu para destruir a aldeia. Sem demora, Jesus os
repreendeu: "Vós não sabeis de que espírito sois. Porque o Filho do Homem
não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las" (Lc
9.55,56).
A maior prova da mansidão de Jesus vemo-la nas
horas que precederam sua crucificação:
a) Em sua submissão. Sua súplica
foi de submissão total à vontade do Pai, embora esta significasse sofrimento
indizível e morte (Mt 26.39).
b) Em seu consentimento. No momento
da prisão, Jesus poderia chamar mais de doze legiões de anjos para salvá-lo, no
entanto, voluntariamente Ele permitiu que os soldados o aprisionassem (Mt 26.50-54).
c) Em seu silêncio. Mesmo sendo
acusado pelos principais sacerdotes e anciãos injustamente, Jesus não lhes
respondeu (Mt 27.14).
A mansidão de Jesus também é descrita
admiravelmente em João 13.5. Nesta passagem, Jesus na sua humildade lavou os
pés dos discípulos, demonstrando como devemos servir. Ver Jo 13.12-15.
2. Paulo.
Este servo de Deus escreveu muitas vezes
acerca da importância de um espírito manso (2Tm 2.24;Gl 6.1; Ef 4.2). Este
fruto do Espírito (Gl 5.22) manifestava-se regularmente na conduta de Paulo
para com os que estavam sob seus cuidados, e em sua submissão à vontade do
Senhor. Antes de se converter, era um furioso perseguidor dos cristãos.
Todavia, depois de sua transformação, praticou e ensinou o evangelho de amor e
compaixão, com mansidão e humildade.
3. Moisés.
O texto de Números 12.3 diz que "era o
varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a
terra". Na passagem de Êxodo 15.24,25, o povo murmurou contra Moisés, que
imediatamente voltou-se ao Senhor. Fato semelhante ocorreu em Êxodo 17.3,4. Em
outra ocasião, o povo criticou Moisés em público, no entanto, Deus o defendeu e
falou diretamente com Arão e Miriã em benefício de seu servo. Nestes textos,
aprendemos que o Senhor sustenta os submissos e mansos. Em Números 16,
encontramos uma rebelião do povo contra a liderança de Moisés. Uma vez mais ele
demonstrou mansidão, e Deus o protegeu.
III. AS PELEJAS (Gl 5.20 – ACF)
1. AS PELEJAS SÃO OBRAS DA CARNE.
a) Vejamos alguns textos, nos quais ocorrem a
palavra “pelejas”.
Ø Gálatas 5.20: Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações,
iras, pelejas, dissensões, heresias
(ACF).
Ø Tiago 4.1: DE onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos
deleites, que nos vossos membros guerreiam (ACF)?
b) Definindo a palavra “peleja”.
A palavra peleja (ACF) ou discórdia (ARA) vem
do original grego eritheia. Eritheia, que significava o trabalho de
um operário contratado (erithos). Chegou a significar o trabalho remunerado.
Logo passou a significar lutar por obter votos para uma acusação pública ou
política, e descreve o homem que busca a acusação não por motivos de serviço,
mas pelo proveito que pode lhe tirar. É a qualidade do homem essencialmente
egoísta e que não tem nenhum conceito ou ideia de servir a seus semelhantes.
A palavra pelejas
(gr. eritheia) é traduzida de muitas maneiras, fato que espelha a incerteza
sobre seu significado. Barclay conclui: “Nos escritos de Paulo, a palavra denota
claramente espírito de ambição pessoal [NTLH] e a rivalidade que resulta em
partidarismo, o qual coloca o partido acima da igreja”. A ambição pessoal
egoísta é deplorável em posições de confiança e responsabilidade pública, mas
não é menos que trágico na igreja.
O original grego “eritheia” (traduzido
por pelejas em ARC), transmite a ideia de partidarismo,
sectarismo. Antes do Novo Testamento, esta palavra é encontrada somente em
Aristóteles, onde denota uma perseguição egoísta do ofício político através de
meios injustos (Dicionário Strong).
A obra da carne chamada de “pelejas” é vista
claramente na vida daquele que se envolve com conflitos, lutas, contendas. Este
tipo de pessoa busca um cargo ou posição não para servir ao próximo, mas para
auferir proveito próprio.
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