Na lição de hoje estudaremos
a cerca da crise familiar e política instalada no final do reinado de Davi.
Veremos que o do filho de Davi – Salomão – buscou de Deus sabedoria a fim de
conduzir seu reinado com sabedoria.
I.
CRISE FAMILIAR NO REINO DE DAVÍDICO
O rei Davi, já com a sua
saúde debilitada (1Rs 1.1-4), tem que enfrentar a rebelião de seu filho
Adonias. Este era filho de Hagite, uma das muitas esposas de Davi (2 Sm 3.4),
ele era aparentemente o filho vivo mais velho de Davi, e tinha a primogenitura
a seu favor. Deus, no entanto, decidiu ignorar o costume; Adonias não aceitou
isto.
SUBSÍDIO DA LIÇÃO DA SEMANA
Essas
quatro crianças posteriormente trariam tristeza à vida de seu pai.
Elas
eram:
1)
Amnom, que iria estuprar sua meia-irmã, Tamar (2 Sm 13.1-14).
2)
Tamar (2Sm 13.1)
3)
Absalão, que posteriormente mataria Amnom por estuprar a irmã e
lideraria uma revolta contra o próprio pai (2 Sm 13.28; 15.13,14).
4)
Adonias, que posteriormente também tentaria usurpar o trono de
Davi quando este já fosse um velho monarca, no leito de morte (1 Rs 1).
Até à sua morte, Davi teve
problemas com seus filhos. Apesar do seu conceito de bom governante, foi um
grande fracasso como pai, negligenciando ou deixando de ensinar, guiar e
"contrariar" (isto é, disciplinar) seus filhos de modo correto,
segundo os preceitos de Deuteronômio 6.1-9. Como resultado, Davi em sua vida
sofreu muitas mágoas e tristezas.
2. DAVI COM SAÚDE DEBILITADA
(1Rs 1.1-4)
O nome Davi no hebraico
significa amado. Provavelmente ele foi o maior rei de Israel e Judá. A
importância de Davi pode ser vista de pronto na posição que ele e sua família
ocuparam na história de Israel. Em um dos extremos ele tinha Boaz e Rute como
antepassados (Rute 4.18-22), e, no outro extremo, Jesus Cristo foi seu
descendente (Mt 1.6; Lc 3.31).
O passar do tempo não abre
exceções, nem mesmo para o grande rei Davi. Ele tinha quase setenta anos e a
sua força física tinha diminuído devido aos seus sofrimentos passados, assim
como a causas naturais. Ele tinha dificuldade para manter o corpo à temperatura
normal. Primeiramente, os seus criados o cobriram com cobertores, mas isso não
adiantou.
Então, de acordo com o
costume, eles procuraram uma virgem cujo corpo pudesse transmitir calor ao rei
enfermo (1Rs 1.2-4). A jovem escolhida foi Abisague de Suném - identificada com
a aldeia árabe Sulem (Solem), um local próximo ao pé do monte Tabor, no
território de Issacar, aproximadamente onze quilômetros de Nazaré (Js 19.18).
“A jovem era sobremaneira
formosa e dedicada, cuidava do rei e o servia, mas o rei não teve relações
sexual com ela (1Rs 1.4 – KJA)”.
2. SEU FILHO ADONIAS QUER SER REI A TODO CUSTO (1Rs
1.1-8)
A fim de exaltar a sim
mesmo, Adonias usa uma estratégia típica daqueles que gostam de chegar ao poder
ao todo custo. A sua estratégia foi a seguinte.
Adonias procurou a ajuda
daqueles que já não gozavam das boas graças de Davi (1Rs 1.7): Joabe, o antigo
comandante do exército do rei (2 Sm 2.13, passim) -, e Abiatar, que tinha sido
sacerdote leal de Davi no passado (1 Sm 22.20, passim). Existem muitas
evidências em 2 Samuel de uma crescente discórdia entre Davi e o seu general
Joabe (2 Sm 3.23-39; 19.1-8,13; 24.3,4). No entanto, nada se sabe que possa
explicar o desafeto de Abiatar, e a sua consequente disposição de adotar a
causa de Adonias. Crente que já era o novo rei de Israel, Adonias comemora (1Rs
1.9-10).
a) Natã e Bate-Seba Opõem-se
a Adonias (1Rs 1.11-31)
Natã, o profeta, assumiu a
liderança e iniciou uma ação que se opunha à tentativa de Adonias de se tornar
rei. Ele entendia que o princípio da escolha divina se aplicava à situação
política (veja Dt 17.15, que enfatiza a prioridade da escolha divina com
respeito ao reinado em Israel).
Natã percebeu que o
movimento de Adonias, se bem-sucedido, significaria uma séria ameaça à vida de
Bate-Seba, mãe de Salomão, porque geralmente não havia piedade para com aqueles
que faziam parte de um regime político derrotado. Ele insistiu para que
Bate-Sabe fosse ver Davi imediatamente. Perante o rei, ela o lembrou de que ele
havia declarado previamente que Salomão reinaria depois dele (17); ela também o
informou dos movimentos de Adonias.
Quando Natã entrou, ele agiu
como alguém que nada sabia; sugeriu que Adonias talvez executasse os desejos de
Davi, mas que não havia sido informado disso (24-27). Ao iniciar sua declaração
com um juramento habitual de confirmação (1 Sm 14.39) para dar peso às suas
palavras, Davi declarou a Bate-Seba e aos demais presentes: Certamente teu
filho Salomão reinará depois de mim (30). Ela aparentemente havia sido
dispensada quando Natã entrou, mas foi chamada de volta (28) para ouvir a
promessa do rei.
b) O verdadeiro sucesso de
Davi ao trono é ungido (1Rs 1.32- 40)
Davi chamou Zadoque, Natã e
Benaia (32) e lhes deu instruções específicas para assegurar que Salomão seria
o rei depois dele.
Zadoque, usando o óleo do
tabernáculo, ungiu a Salomão à vista da multidão curiosa que se reunia ao
redor. Esta cerimônia significava a sanção especial divina, assim como a graça
de Deus sobre Salomão. Seguiram-se o toque da trombeta, a música de gaitas e os
crescentes gritos de aclamação. Com o seu clamor, a terra retiniu (v.40).
Salomão então foi conduzido de volta à cidade, para ocupar oficialmente o trono
(v.35).
A Tentativa de Golpe de Adonias Fracassa (1Rs 1.41-52), e
o a notícia chegou até Davi. Ele estava na cama, mas adorou ao Senhor
quando recebeu a notícia da coroação de Salomão.
3. AS ÚLTIMAS PALAVRAS DE
DAVI
Davi dar conselhos ao seu sucessor
(1Rs 2.2 -4) e lembra a Salomão acerca de determinados indivíduos (1Rs 2.5 –
9).
Em
seu leito de morte, Davi exorta Salomão a:
1.
Agir como um homem de Deus (1 Rs 2.2).
2.
Ser verdadeiro com a Palavra de Deus (1 Rs 2.3).
3.
Confiar nas promessas de Deus (1 Rs 2.4).
4.
Aplicar a justiça de Deus (1 Rs 2.5).
Deus fizera promessas
magníficas em relação a Salomão (2 Sm 7.8-17), mas ele não podia cumpri-las sem
a fé e a obediência de Salomão. Davi lembrou-o também dos inimigos que se
oporiam a ele e dos amigos que o auxiliariam.
a) A morte de Davi (1Rs
2.10-12)
De acordo como o segundo
livro de Samuel, Davi começou a reinar com trinta anos e reinou por quarenta
anos, logo se concluir que Davi morreu com 70 anos (2Sm 5.4).
O registro histórico não
deixou de lado as falhas e os graves crimes de Davi. Mas seus salmos revelam
uma espiritualidade interior de considerável poder, a despeito da brutalidade
de sua época.
“Sua vida foi uma vida de
providências notáveis, de grande piedade e profunda utilidade pública. De modo
geral, ele viveu bem, sendo evidente que também morreu bem” (Adam Clarke).
“Davi foi homem notável em
muitos aspectos: guerreiro, poeta, músico, gênio militar, administrador e homem
de Deus. Ele experimentou notáveis sucessos e esmagadoras falhas. Estendeu
grandemente as fronteiras e a influência de seu país. Foi grandemente amado e
grandemente odiado durante seu período de vida. Mas talvez sua mais
significativa característica tenha sido o coração dedicado a Deus. Seu filho,
Salomão, sucedeu-o e desfrutou um reinado marcado pela paz (Thomas L.
Constable)”.
b) O Sepultamento de Davi
(1Rs 2.10)
II.
SALOMÃO, O NOVO REI DE ISRAEL
Salomão
teve rivais ao trono e, na verdade, não era o candidato mais óbvio. Davi havia
recebido uma revelação de que “Salomão era o homem certo" para o cargo
(1Crônicas. 22).
1.
CONHECENDO SALOMÃO
a)
Seu nome
A
palavra Salomão deriva do hebraico Shelomah, que significa “pessoa pacífica”.
Sob as ordens do profeta Natã, ele também recebeu o nome de Jedidias, que
significa “amado per Yahweh (SENHOR)" (2 Sm. 12.24, 25). Mas Salomão foi o
nome que prevaleceu, e o homem é chamado assim 300 vezes no Antigo Testamento.
b)
A família de Salomão
Salomão
foi aparentemente o décimo filho do rei Davi. Sua mãe era a bela Bate-Seba, que
já havia tido um filho de Davi, resultado de seu adultério.
Salomão
teve seis meio-irmãos que nasceram em Hebrom, cada um de uma mãe diferente (2Sm
3.2-5). A linhagem messiânica, é claro, passou por Salomão (Mt 1.6).
2.
ATIVIDADES DE SALOMÃO COMO REI DE ISRAEL
a)
Sua sabedoria extrema aplicava-se a coisas tanto espirituais como materiais
Ele
se tornou o maior rei da monarquia hebraica, expandindo o território,
introduzindo cavalos, carruagens e várias inovações militares que o tornaram
invencível.
b)
Salomão desenvolveu um próspero comércio marítimo
Com a ajuda dos fenícios,
Salomão desenvolveu um próspero comércio marítimo que trouxe ouro ao tesouro de
Jerusalém. Hirão rei de Tiro tornou-se seu amigo e ajudante em seu programa de
enriquecimento rápido (1Reis 5.1-12; 9.10-14).
c)
Tratados
Salomão
selou tratados com os grandes e com os humildes, mediante casamentos (1Reis
10.24, 25; 2Cr 9.23, 24). Essas alianças ampliaram sua grandeza e garantiram um
período de paz.
d)
Programa de construção
Os
projetos de construção mais ambiciosos de Salomão foram o Templo e seu próprio
estupendo palácio.
e)
Realizações culturais
1Reis
4.29-34 afirma que Salomão foi o mais erudito dos estudiosos de sua época,
superando os grandes sábios de Edom.
São atribuídos a ele 3.000
provérbios e 1.005 canções. Outras referências a essas realizações literárias
podem ser encontradas em 1 Reis 11.41 e 2Crônicas 9.29. Não se pode duvidar que
Salomão foi um “homem das letras”, embora não seja possível determinar
exatamente quanto do Antigo Testamento tenha passado por suas mãos.
Através do primeiro livro de
Reis podemos esboçar da seguinte maneira a vida de Salomão como rei de Israel.
(1)
Subida ao trono (1.1-53)
(2)
Recomendações de Davi (2.1-46)
(3)
Casamento e sabedoria (3.1-28)
(4)
Sua administração (4.1-34)
(5)
Suas atividades como construtor (5.1 — 8.66)
(6)
Sua prosperidade e esplendor (9.1 —10.29)
(7)
Sua apostasia (11.43)
III.
SABEDORIA PARA REINAR
No
início de seu reinado, Salomão sentia amor sincero pelo Senhor e queria pô-lo
em primeiro lugar em sua vida.
a)
Salomão pede sabedoria ao Senhor (1Rs 3.5-14)
Quando
Deus deu a Salomão o privilégio de pedir qualquer coisa que quisesse, ele pediu
sabedoria e um coração compreensivo, e Deus respondeu à sua oração. Além disso,
o Senhor também lhe deu muitas outras bênçãos (Mt 6.33). Claro que para Salomão
usufruir dessas bênçãos ele tinha de caminhar em obediência à Palavra (1Rs 3.
13,14).
Como servos de Deus, nós
precisamos depender da sabedoria de Deus, não da do mundo (1 Co 1:18-31; Tg
3:13-18).
b) Exemplos da sabedoria de
Salomão
A
sabedoria de Salomão foi testemunhada universalmente:
ü Jurisprudência
(1 Rs 3.28)
ü Administração
(1 Rs 4.29; 5.12)
ü Poesia
(1 Rs 4.32)
ü Ciências
naturais (1 Rs4. 33)
ü Arquitetura
e engenharia (1 Rs 5.1-7; 9.15-22)
ü Empreendimentos
comerciais (1 Rs 9.26—10.29)
ü Filosofia
(Ec 2.3)
ü Horticultura
(Ec 2.5)
ü
CONCLUSÃO
Como é que Salomão, detendo
tanta sabedoria divina, acabou desviando-se do Senhor, e servindo a outros
deuses?
É evidente que ter sabedoria
e viver com sabedoria são dois casos diferentes. A maior falha de Salomão é que
ele não aplicava a sabedoria espiritual em todas as áreas da sua vida.
Embora ele fosse o homem
mais sábio da sua época, não viveu tão sabiamente como outros fiéis servos de
Deus.
Salomão arruinou-se
espiritualmente, porque de início teve muitas mulheres estrangeiras (1Rs11. 1-8).
Dois fatores estão implícitos aqui:
(a) Fez isto objetivando
alianças políticas e militares, deixando assim de confiar no Senhor para manter
o reino livre de ameaças estrangeiras.
(b) Sem dúvida, foi-lhe
difícil resistir à cobiça carnal pelas mulheres, que também foi uma falha de
caráter do seu pai Davi.
É
possível obtermos ensinamentos e recebermos valiosas lições diante de Deus,
através de três maneiras básicas.
1.
Primeiro – Através das ordenanças diretas de Deus. Através dos seus
ensinamentos para a sua Igreja.
2.
Segundo – Através de nossas próprias experiências. Através de nossos erros e
acertos. E sito poderá nos custar muita tribulação.
3.
Terceiro – Através das experiências alheia. Por meio dos acertos e erros de
nossos irmãos e dos personagens da bíblia.
Que o Espírito Santo nos
ajude a pedir ao SENHOR sabedoria e nos ajude a evitar os erros de Salomão,
assim bem como, aprendermos com as lições da vida de Salomão, a fim de não
cometermos os mesmos erros deste tão notável rei de Israel.
Comentarista
de Subsídios EBD: Ev. Jair Alves
A
continuação deste artigo você encontra em E-book Subsídios EBD – Vol. 6