Este é um subsídio para a
presente lição da classe de Adultos. Para a continuação da leitura de todo este
subsídio, acesse aqui.
Na
lição de hoje, veremos claramente a cerca do socorro Divino para livrar os
judeus do plano de extermínio, arquitetado por um certo Hamã (Ester 3).
O livro de Ester é um
exemplo da divina orientação e cuidado de Deus sobre nossa vida. A soberania e
o poder de Deus são vistos em toda a extensão deste livro chamado ‘Ester’.
I. O LIVRO
DE ESTER
1. QUEM ERA ESTER?
O nome Ester aparece
55 vezes no livro que leva o seu nome. Ester é um nome persa e significa estrela. Seu nome hebraico era Hadassa
[que significa murta, o nome de uma
planta] (Et 2.7). Ela foi uma jovem judia que substituiu Vasti, como rainha do
rei persa, Assuero.
a) Ester foi criada
pelo seu primo (Ester 2.5-7)
Certo homem judeu
chamado Mardoqueu criara a Hadassa, que é Ester, filha de seu tio. Mardoqueu,
da tribo de Benjamim, era bisneto de um homem chamado Quis, que fora levado
para a Babilônia junto com o rei Jecomias (Jeoaquim) em 597 a.C. Após a morte
de seu tio Abiail (Ester 2.15), Mardoqueu levou a órfã, filha de seu tio, para
sua casa e a criou.
b) Resumo do livro
de Ester
1.
A História da Rainha Vasti (1.1-22)
2.
Ester, Substituta de Vasti (2.1-23)
3.
Hamã Conspira para Aniquilar os Judeus (3.1-15)
4.
Intervenção Corajosa de Ester (4.1 — 7.10)
5.
Os Judeus Vingam-se (8.1 — 9.19)
6.
Instituição da Festa de Purim (9.20-32)
7.
Mardoqueu em Posição de Autoridade (10.1-3)
VOCÊ SABIA (?)
O
trecho de Ester 9.24 explica o nome purim
(que está no plural) como «sortes». Mui provavelmente, essa palavra vem do
assírio, puru, se não é que se trata de um substantivo nativo do hebraico. O
puru era um seixo, usado no lançamento de sortes.
Hamã,
que planejava exterminar os judeus, lançou sortes a fim de determinar um bom
dia para execução de seu maligno plano. Mas o curso dos acontecimentos não
seguiu a sequência desejada, tendo sido revertido pela intervenção de Ester,
diante do rei persa. E uma festa jubilosa judaica foi estabelecida para
celebrar essa grande vitória dos judeus. Essa festa era observada nos dias 13 -
15 do mês de Adar (fevereiro-março). O livro de Ester é lido nas sinagogas até
hoje, e a congregação solta gritos e vaias, cada vez em que é mencionado o nome
de Hamã.
Essa
festividade sempre foi popular entre os judeus, desde o seu início. Além da rememoração
em geral, mediante a leitura do livro de Ester, e dos gritos e vaias, conforme
se disse acima, o leitor do relato pronuncia todos os nomes dos filhos de Hamã
de um só fôlego, a fim de indicar que foram enforcados juntos. No segundo dia
da celebração há um culto religioso formal, são entoados hinos, há dramas e
atos teatrais, e são apresentadas recitações. Alimentos e presentes são
distribuídos entre os pobres como um gesto de generosidade, em memória da
generosidade de Deus para com o povo judeu (ver Est. 9:19).
2. DADOS DO LIVRO
DE ESTER
Embora o nome de Deus
não seja ali mencionado, o livro, evidentemente, tem o intuito de dar uma
vívida demonstração de como a providência de Deus opera entre os homens,
podendo reverter qualquer situação difícil.
a) Autor
O livro é anônimo,
mas a tradição judaica tem procurado fazer algumas identificações. Alguns
supõem que o próprio Mardoqueu tenha sido o seu autor ou, pelo menos, tenha
sido um das principais fontes informativas.
Agostinho atribuía o
livro de Ester a Esdras; mas os eventos ali registrados ocorreram depois de seu
tempo.
b) Data
Aproximadamente 470
a.C. Ester se tornou rainha em 479.
c) Caracterização
Geral
A significação do
livro de Ester é que ele testifica a respeito da vigilância secreta de Yahweh
sobre o povo disperso de Israel.
O nome de Deus não
ocorre neste livro nem uma vez sequer, mas em nenhum outro livro da Bíblia a
Sua providência é mais conspícua. Os eventos historiados no livro de Ester
cobrem um período de doze anos.
O livro de Ester foi
escrito a fim de encorajar o remanescente dos exilados judeus, lembrando-os da
fidelidade de Deus, que cumpriria as Suas promessas, feitas à nação.
II. O PLANO PARA EXTERMINAR TODOS OS JUDEUS
(Et 3.1-15)
1. O NOME DO REI (Ester 1.1)
O nome é tipicamente
hebraico é significa “homem poderoso” ou “olho poderoso”. O nome grego é
Xerxes. Assuero é o rei persa mencionado em Ed 4.6. Tornou-se famoso por
consolidar o império de seu pai, Dario, por seus bem sucedidos projetos de
construção e por suas guerras contra os gregos. Ele governou de 486 a 465 a.C.
O império medo-persa tinha três capitais: Susã, Ecbátana e Babilônia, mas os
reis persas residiam geralmente em Susã.
No versículo inicial
do livro de Ester, é dito que Assuero reinou sobre um império de 127 províncias
que se estendiam da índia à Etiópia. Até recentemente, sua identidade
permaneceu obscura como um enigma. Mas agora, graças a escavadores e
decifradores, o mistério foi esclarecido e Assuero, definitivamente
identificado. Ele é conhecido na história não bíblica como Xerxes, forma grega
de seu nome persa. Este Xerxes reinou sobre o império persa de 485 a 465 a. C.
O território do
Império Persa estendia-se desde o vale do rio Indus, no noroeste da índia,
através de todo o Oriente Próximo até o norte da África, incluindo Egito, Líbia
e Etiópia (em hebraico, Cuxe). A noroeste incluía a Trácia, a Cítia e toda a
Ásia Menor, estendendo-se a leste até a Armênia, Urartu e Báctria.
2. A NOVA ESPOSA DO REI
Vasti foi destronada
no terceiro ano do reinado de Assuero (1:3), que seria o ano 483. Em 479, o
sétimo ano de seu reinado, Ester tornou-se rainha (2:16). Em 474, 12°ano do
reinado de Assuero, Hamã idealizou o complô (3:7), portanto Ester era rainha
havia cinco anos quando Hamã pôs mãos à obra. Xerxes foi assassinado em 465.
3. HAMÃ CONSPIRA PARA ANIQUILAR OS JUDEUS (Ester 3.1-15)
Através da expressão Hamã,
filho de Hamedata, agagita (Ester 3.1), é que muitos intérpretes acreditam
que Hamã era descendente do rei dos amalequitas, da época de Saul.
Ele é o único homem
com esse nome mencionado no Antigo Testamento (1Sam. 15.8). Mardoqueu, como
Saul, pertencia à tribo de Benjamim, pelo que temos aqui uma antiga inimizade
renovada. Matanças ferozes assinalaram a luta na antiguidade (Êx. 17.14,16) e
uma guerra foi declarada contra aquela gente. O “oráculo de Balaão, em Núm.
24.7 (cerca de 1000 A. C.), predisse que Israel se levantaria ‘mais alto do que
Agague”. Amaleque é enfaticamente amaldiçoado em 1Sam. 15.33. Talvez o livro
esteja dizendo indiretamente que a antiga maldição continuava em operação e
derrubaria o arrogante Hamã. Seja como for, o homem foi declarado inimigo dos
judeus (v. 10).
O plano de Hamã foi
diabólico, universal, não limitado à capital do império. Ele estava disposto a
fazer uma “caça completa" no império persa inteiro, pois era um pequeno
Hitler. Tendo apresentado essa ameaça, o autor sacro estava agora preparado
para mostrar como a providência de Deus salvou os judeus por intermédio dos
instrumentos humanos Mardoqueu e Ester.
4. O DECRETO PARA MATAR OS JUDEUS
Hamã decidiu destruir
todos os judeus apenas por causa de sua malignidade em relação à Mardoqueu.
Hamã e seus adivinhos lançaram a sorte para determinar o dia da execução dos
judeus, e estipulou-se a data para quase um ano mais tarde!
Assuero baixou a
ordem de que todos os judeus deveriam ser executados (Et. 3.13). Mais tarde,
reverteu esse decreto, no sentido de que fossem mortos todos os que queriam
matar os judeus (Est. 8.11). Assuero, assim sendo, foi o aniquilador potencial
dos judeus, mas, pelo poder de Deus, tornou-se o protetor daquele povo. Em tudo
isso, Ester foi o instrumento que levou a essa mudança, a heroína de uma
história que os judeus nunca esqueceram. A festa de Purim foi iniciada para que
os judeus nunca a esquecessem.
Em Ester, vemos mais
uma vez o ódio de Satanás pelos judeus. A nação judaica teria sido exterminada
se o complô de Hamã desse certo. Imagine o que isso significaria para a aliança
graciosa de Deus com Abraão. Todos os homens e as nações que tentaram eliminar
os judeus fracassaram, assim como Hamã.
III.
ESTRATÉGIAS PARA VENCER O PLANO DE EXTERMÍNO (Et 4.1-17; 5.1-8)
Alguns criticaram
Ester por sua aparente falta de preocupação com a situação dos judeus. É
verdade que Ester tentou mudar a mente de Mardoqueu quando ele começou a jejuar
e a clamar (4:1-4). Contudo, devemos nos lembrar de que Ester ficava muito
isolada dos verdadeiros assuntos da corte e havia um mês não via o rei.
A partir do momento
em que soube do perigo que rondava os judeus, ela dispôs-se a cooperar com
Mardoqueu. Com certeza, ela punha sua vida em risco, pois Xerxes era uma pessoa
de humor variável e poderia matar Ester com a mesma facilidade com que depusera
Vasti!
Embora Ester, no
início, não demonstrasse a mesma fé na aliança de Deus que Mardoqueu, ela, com
o correr dos acontecimentos, tornou-se uma mulher corajosa, cuja fé no Senhor
era firme. E interessante observar que, enquanto Ester não tinha contato com
Mardoqueu, as coisas corriam mal para os judeus, mas, quando ela começou a
obedecer a Mardoqueu, tudo redundou em benefício dos judeus.
IV. A
PROVIDÊNCIA DIVINA NO LIVRO DE ESTER
O propósito do livro
é demonstrar o cuidado providencial de Deus com Seu povo. É importantíssimo
perceber isso, pois aqui está o significado vivo e o valor permanente do livro.
1. DEFININDO A PROVIDÊNCIA
A palavra
“providência” tem origem no latim provideo,
significando “eu vejo uma coisa antecipadamente” (pro = antes; video = vejo);
assim, o significado original de providência é previsão. Como, porém, uma
previsão sempre ocasiona atividade em relação ao que é previsto, providência
adquire o sentido de atividade que procede da previsão.
Em termos restritos,
só existe um Ser com conhecimento prévio e, portanto, só Ele tem capacidade
para agir com base na previsão. Em seu sentido absoluto, então, a providência é
a previsão de Deus e a atividade divina que resulta disso. Isto implica que
Deus exerce poder absoluto sobre todas as obras feitas por Suas mãos.
2. A DEMONSTRAÇÃO DA PROVIDÊNCIA
A crise à qual o
livro se refere é providencialmente prevista e depois providencialmente vencida
no momento crucial. Não é empregada qualquer intervenção milagrosa.
Todos os acontecimentos
registrados são resultados das circunstâncias em sua sequência natural.
Todavia, embora não seja registrado qualquer milagre, todo o episódio, em sua
essência, é um poderoso milagre — um prodígio através do qual um Deus soberano
manipula todos os eventos não miraculosos de maneira a produzirem um efeito
predeterminado. Isso é ainda mais miraculoso, pois provoca tal efeito sem
necessidade de fazer uso de fatos extraordinários! Esta realidade misteriosa
que chamamos providência, esta manipulação soberana de todos feitos comuns e não
miraculosos que formam o cotidiano da humanidade e produzem, mediante processos
naturais, aqueles resultados previamente determinados pela divindade — esse é o
maior de todos os milagres. Isto é surpreendentemente confirmado neste Livro de
Ester.
3.
EVIDÊNCIAS DA OBRA PROVIDENCIAL
Ao
estudar o livro de Ester, observe estas evidências da obra providencial de
Deus:
(1)
a escolha de Ester para ser rainha entre todas as outras candidatas (2:15-18);
(2)
a descoberta de Mardoqueu do complô para matar o rei (2:21-23);
(3)
o sorteio do dia para matar os judeus resultar em uma data bem posterior, o que
deu tempo para que Mardoqueu e Ester agissem (3:7-15); (4) as boas-vindas do
rei a Ester após ignorá-Ia por mais de um mês (5:2);
(5)
a paciência do rei com Ester ao permitir-lhe fazer outro banquete (5:8);
(6)
a insónia do rei que trouxe à luz o feito bondoso de Mardoqueu (6:1);
(7)
a profunda preocupação do rei com o bem-estar de Ester quando tinha um harém à
disposição dele (7:5).
CONCLUSÃO
A paz reinou no
palácio depois de Hamã sair do caminho. Mardoqueu recebeu a autoridade que, um
dia, pertencera a Hamã, e agora todos sabiam que Ester era judia. No entanto,
ainda havia um problema: o rei não podia cancelar seu decreto, e, em nove
meses, os judeus seriam roubados e mortos (compare 8:8 com 3:13). Com certeza,
vemos a providência de Deus no sorteio da data (3:7), pois isso deixou tempo
para que o rei enviasse um novo decreto a todo o império. Mais uma vez, Ester
implorou para que o rei agisse em prol da salvação de seu povo.
O rei virou-se para
Mardoqueu e deu-lhe autoridade para agir em seu nome. O novo decreto permitia
que os judeus se defendessem e destruíssem qualquer pessoa no reino que fosse
inimiga dos judeus.
O rei não cancelou a
lei anterior; apenas fez uma nova lei que suplantava a anterior. Isso é uma
verdade na vida cristã: "a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus"
(Rm 8:1-12) suplantou a lei de pecado e morte.
A mensagem trouxe
alegria e libertação para os judeus quando eles a escutaram e creram nela. Eles
sabiam que os persas não ousariam lutar com eles e incorrer na ira do rei. Na
verdade, muitos persas disseram que eram judeus para escapar da punição!
O versículo 16 do
capítulo 9, afirma que foram mortos 75 mil inimigos dos judeus. No 14° dia do
mês, os judeus descansaram e regozijaram- se pela libertação que o Senhor
enviara.
Comentarista
de Subsídios EBD: Ev. Jair Alves
A
continuação deste artigo você encontra em E-book Subsídios EBD – Vol. 6