"Porque
povo santo és ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus. te escolheu, para que
lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que sobre a terra há ' (Dt
7.6).
SÍNTESE
Todas
as pessoas e instituições sobre a terra possuem uma finalidade que dota de
sentido sua existência; para a nação de Israel, existir significa louvar e
adorar ao único Deus verdadeiro.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA
- 1 Cr 17.21: Povo incomparável
TERÇA
- 2 Sm 7.24: A condição de povo especial
QUARTA
- 1 Sm 1222
A
imutável fidelidade do Senhor
QUINTA
- Sl 100.3: Foi o Senhor que trouxe esse povo à existência
SEXTA
- 1 Pe 2.9: A Igreja como povo de Deus
SÁBADO
- Tt 2.14: A finalidade do sacrifício de Jesus
Leia também:
OBJETIVOS
• DEMONSTRAR a maneira graciosa e
miraculosa como Israel foi criado por Deus.
• DISCUTIR a respeito da
necessidade de separação de Israel como povo para louvar a Deus.
• REFLETIR a respeito da
relação entre Igreja e Israel
Dicas de leituras:
INTERAÇÃO
Na
continuação de nossas reflexões a respeito do louvor e adoração a Deus, analisaremos
na aula de hoje a gênese do povo de Israel como comunidade formada
exclusivamente para a glória de Deus. Nascido das promessas anunciadas a Abraão
e sua descendência, o povo de Israel é uma prova histórica da ação benevolente
de Deus em favor daqueles que lhe servem amorosamente. Partiremos do episódio
da saída do Egito para demonstrar a natureza do relacionamento de Deus com o
seu povo que desafiadoramente exigia daquelas pessoas o rompimento com os
costumes politeístas da época e as chamava para uma experiência de adoração
reservada apenas a Deus. Relacione a distante e longínqua história de Israel
com a vida pessoal de cada um de seus educandos, desafiando-os a crer que se as
promessas celestes foram o fundamento da subsistência de Israel em todo tempo,
especialmente nas crises, as promessas proferidas a eles têm em Jesus o sim e o
amém (2 Co 1.20).
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Desafie seus alunos a construírem uma linha do tempo destacando nela os
principais acontecimentos de suas vidas. Após este momento especial de
rememoração, solicite-os que selecionem e apresentem dentre os acontecimentos
registrados o momento mais marcante para eles. Faça desta parte da sua aula um
instante de partilha e aproximação coletiva. Ainda que haja momentos de
descontração, esteja preparado para acolher aqueles que destacarão momentos de
perda e dor como os mais significativos em suas histórias. A partir dos
elementos pessoais compartilhados neste instante, procure conduzir seus
educandos à reflexão de que o fundamento de todas as nossas alegrias é Cristo,
e que somente por meio dEle seremos capazes de superar os acontecimentos que
nos causam ressentimentos.
Se houver possibilidade, ore em sala apresentando a trajetória devida de
cada uma destas pessoas especiais que o Senhor tem posto sobre seus cuidados
espirituais.
TEXTO BÍBLICO
Êxodo 19.1-8
1 AO terceiro mês da saída dos
filhos de Israel da terra do Egito, no mesmo dia chegaram ao deserto de Sinai,
2 Porque partiram de Refidim e
entraram no deserto de Sinai, onde se acamparam. Israel, pois, ali se acampou
em frente ao monte.
3 E subiu Moisés a Deus, e o
SENHOR o chamou do monte, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó, e anunciarás
aos filhos de Israel:
4 Vós tendes visto o que fiz aos
egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim;
5 Agora, pois, se diligentemente
ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha
propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha.
6 E vós me sereis um reino
sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de
Israel.
7 E veio Moisés, e chamou os
anciãos do povo, e expôs diante deles todas estas palavras, que o SENHOR lhe
tinha ordenado.
8 Então todo o povo respondeu a
uma voz, e disse: Tudo o que o SENHOR tem falado, faremos. E relatou Moisés ao
SENHOR as palavras do povo.
INTRODUÇÃO
Miraculosamente
Abraão, que era apenas um peregrino guiado pela voz de Deus, torna-se pai de
uma multidão incontável (Hb 11.12). Aquela pequena família, que se alocou nas
terras egípcias em busca de sobrevivência durante um período de fome. tornou-se
um numeroso povo que causava medo aos governantes das terras do Nilo (Êx 1.10.11).
Com a
bênção divina, nem a opressão do Egito nem seu controle de natalidade perverso,
foram capazes de fazer estéril a semente santa abençoada por Deus Mas abandonar
a dependência - econômica e política - do Egito e aventurar-se num retorno a
uma terra tão distante quanto os sonhos mais idealizados de qualquer israelita,
era um enorme passo de fé; não mais para um homem e sua família. mas para centenas
de milhares de pessoas
É sobre
essa trajetória, que exigiu ruptura com o comodismo e a construção de
instrumentos coletivos de fé. que nossa lição se refletirá neste domingo.
I - ISRAEL POVO DE DEUS. POR DEUS E PARA DEUS
1. Quem fez este povo?
Antropologicamente,
afirma-se que um povo é o resultado de uma conjunção de fatores culturais,
étnicos e econômicos que unem determinado grupo de pessoas que habita certo
território através de vínculos e interesses comuns, que extrapolam os laços
familiares. Segundo a fé cristã, estes fatores antropológicos, no caso do povo
de Deus, foram diretamente coordenados pelo Altíssimo que, para o propósito
especifico que Ele determinou, fez surgir Israel A riqueza de detalhes com que
a Bíblia narra a formação do povo de Israel - as esterilidades das três matriarcas
(Gn 11.30:25.21;30.1.22-24), as peregrinações e a escravidão - tem como função
principal revelar a continua intervenção de Deus nessa história, com o intuito
final de deixar inconteste que a existência de Israel é ação da graça e poder
de Jeová.
2. Por que Israel?
É
evidente que dentre os milhares de povos já existentes àquela época o Senhor
poderia escolher qualquer um destes para tomá-lo propriedade peculiar sua.
Então, por que Israel foi o escolhido?
Segundo
Deuteronômio 7.6-10, foi a fidelidade do Senhor, ou como bem interpretam alguns
tradutores, foi o “amor-leal’ de lavé para com às promessas feitas a Abraão.
Isaque e Israel Como argumenta o autor de Deuteronômio, não foram motivações
materiais ou históricas que mobilizaram o Senhor a escolher Israel como sua
possessão especial, mas isto foi resultado exclusivamente de um ato gracioso,
que para sempre apontaria para a grandeza do Deus adorado por aquele povo. e
nunca para algum tipo de mérito ou qualidade do povo em si. Esta evidência bíblica
deve nos levar a refletir sobre o privilégio que alcança aquele que recebe
promessas feitas pelo Senhor Deus.
3. Para que este povo foi
constituído?
Não sendo
obra do acaso, a existência de Israel tem uma clara razão de ser louvar e
adorar exclusivamente ao SENHOR (Dt 14.2; 1 Cr 17.22). Diante de um conjunto de
povos absolutamente politeístas, a "separação’’ que Deus exige de Israel
não é algo essencialmente territorial até porque em vários comentos da história
do povo eles não terão sequer um torrão de terra, ou mesmo étnico, pois a interação
entre a descendência de Abraão e outros povos será geralmente intensa. A
separação do povo de Deus terá um caráter cúltico-espiritual Israel deve evitar
ao máximo influências externas que lhe desviem de sua vocação primária: adorar
exclusivamente a Jeová. Por isso as tradições, festas, leis sociais, em suma.
tudo em Israel deveria apontar para o Senhor e para o seu relacionamento com o
seu povo especial.
O Pense!
Se Deus por sua vontade é poderoso para levantar um povo. que depois
tomar-se-á nação, com a finalidade exclusiva de adorá-lo. o que Ele é capaz de
fazer em sua vida para que se tome evidente que você não é fruto do acaso, mas
resultado de um elaborado plano celeste que tem como fim a adoração?
O Ponto Importante
Israel não existe por si nem para si; a finalidade da existência deste
povo é engrandecer o Deus que lhe trouxe à realidade a partir de um simples
homem que creu na vontade de Deus
II - A FORMAÇÃO E A SEPARAÇÃO DE ISRAEL
1. Da necessidade de sair do
Egito.
O refúgio
no Egito durante mais de quatrocentos anos foi algo extremamente salutar para
os descendentes de Jacó. De uma pequena família numerável em Êxodo 1.1-5,
Israel torna-se uma multidão de centenas de milhares (Êx 12.37). Quando Moisés
reporta-se ao faraó solicitando a liberação do povo de seus afazeres para ir ao
deserto, a finalidade é apenas uma: [...] Deixa ir o meu povo, para que me
celebre uma festa no deserto’ (Êx 5.1). Os anos de escravidão estavam afastando
Israel do foco de sua existência, a adoração ao Senhor. O Egito não era mais o
lugar onde deveriam permanecer, era chegada a hora de voltar às terras
prometidas ao patriarca Abraão. Mas sair das terras de faraó não significa
apenas sair da escravidão, mas também abandonar casas, propriedades, uma vida
já estabelecida a gerações. E agora, o que fazer?
2. A necessidade de desfazer
velhas relações para estabelecer novos vínculos.
A
permanência do povo no Egito garantir-lhes-ia estabilidade econômica e
bem-estar familiar. Era um momento de escravidão, mas havia as ‘panelas de
carne" e ‘pão" da terra de faraó (Êx 16.3). Havia, entretanto, uma
ordem divina: saiam do Egito! Adorar a Deus envolve, muitas vezes, tomadas de
decisões radicais que nos custam a comodidade da tradição, o conforto de tudo
permanecer como está. A convocação de Deus para Israel no Egito é um símbolo da
vontade dEle para seu povo. Israel não deveria servir a ninguém mais. apenas a
Jeová (Êx 23.13). Não devia vender sua liberdade por cebolas ou alhos do Egito
(Nm 11.5). A exclusividade de Israel pare adoração a Deus é uma exigência
desafiadora de ser cumprida num contexto social politeísta.
3. O estabelecimento de novos
valores.
Antes de
o povo deixar o Egito, era necessário que estivessem convictos de que se
dedicar exclusivamente ao Senhor era o fundamento da sua liberdade. Não estavam
sendo livres para o pecado, ou para submeterem-se ao julgo de outro déspota que
se auto-intitulasse deus. A maravilhosa libertação de Israel tinha como
finalidade gravar nos corações daquela geração, e das vindouras, que somente um
Deus deveria ser reverenciado - exatamente aquele que lhes proporcionará o fim
da escravidão – Jeová.
A Páscoa
deveria ser um memorial de celebração e uniria um aglomerado de pessoas como
povo, as quais dali em diante passariam décadas sem território ou Estado, mas
que estariam unidos pelos valores de fidelidade, gratidão e adoração ao Deus
que os livrou da terra da exploração.
O Pense!
Se Israel foi desafiado a separar- se dos cultos
pagãos e concentrar sua vida espiritual no louvor a Jeová, nosso desafio não
pode ser diferente hoje - não sejamos escravos dos desejos carnais, do mundo ou
de Satanás.
O Ponto Importante
Jeová exige de Israel uma postura que rompia com os valores e tradições
até então estabelecidas. Adoração torna-se sinônimo de exclusividade.
III - SOMOS A NAÇÃO DA CRUZ
1. Israel como metáfora histórica
da Igreja.
Nossa
discussão até aqui deixou claro que Deus formou e sustentou um povo para viver
exclusivamente para seu louvor. Apesar da existência histórica de Israel, e da
atual vigência das promessas de Deus a este povo, esta comunidade terrena pode
ser utilizada como metáfora para falar da grande família que o Senhor deseja
estabelecer na terra que. em o Novo Testamento, ganha o nome de Igreja, As
promessas de Israel são especificas e restritas a este povo, todavia, em o Novo
Testamento, a referência ao povo de Deus amplifica-se e ganha contornos
universais - não mais regionais e culturais. A Igreja, como grupo de pessoas que reúne os
salvos em Cristo, não é um Estado político ou uma civilização especifica, mas o
ajuntamento daqueles que foram alcançados pelos efeitos do sacrifício vicário
de Jesus (Ef 2.11-22).
2. A Igreja como povo santo.
Em 1
Pedro 2.9.10, essa analogia da Igreja como povo ganha contornos vivos. Ao fala'
de uma série de procedimentos éticos a serem vivenciados por aqueles que
nasceram de novo (v.1.2), além da necessidade do reconhecimento da
singularidade da obra redentora de Jesus (v.3-9).
Pedro
declara que os participes, da Igreja que antes “não eram povo’ agora foram
feitos “povo de Deus" Novamente percebe-se aqui a ação de Cristo na
constituição e manutenção do seu povo. A identificação do Senhor com esta
comunidade não se dará por uma marca física (Gn 1710) ou ligação étnica, mas
exclusivamente por meio da fé na pessoa bendita de Jesus (Jo 1.12.13). Assim
como Israel, somos separados - não de nossas relações ou papéis dentro de nossa
sociedade - mas para uma vida plena de louvor e adoração a Deus.
O Pense!
A finalidade da Igreja é adoração, mas não podemos cair no erro de achar
que Igreja é apenas o prédio ou a comunidade em que nos congregamos Igreja
somos todos nós. por isso. todas as ações que realizamos no cotidiano devem ter
como objetivo último fazer c nome de Cristo ser louvado através de nós.
O Ponto Importante
Não devemos confundir as promessas especificas de Deus para o povo de
Israel com aquelas que possuem um caráter universal e que atingem todos os
Filhos de Abraão, tanto os que são pela carne como os que são pela fé
Compreendamos que não há predileção de Deus. mas fidelidade à Palavra.
SUBSÍDIO
1
Depois da morte dos 12
patriarcas, os
israelitas tiveram de esperar 400 anos até que uma nova geração de lideres
estivesse pronta. E. conforme sabemos, não é sempre que aparece um libertador
com a fidelidade de Moisés, um sacerdote com a postura de Arão. ou um general
com a coragem de Josué. É imperioso que a nação seja submetida a alguns
processos históricos. sociológicos, políticos e teológicos, visando o seu
amadurecimento. Tais processos são bastante morosos; requerem décadas e, às
vezes, séculos. Era imprescindível, pois, que os hebreus deixassem a fase
tribal, a fim de se erguerem nacionalmente. Doravante. Deus não trataria mais
diretamente com os patriarcas, mas haveria de tratar, através de seus profetas,
com a nação.
CONCLUSÃO
É
impossível dissociar a fé do povo de Israel de sua história. A formação,
constituição e sustentação de Israel foi obra das benevolentes mãos de Deus.
Tal como Israel, devemos, enquanto povo de Deus desta geração, reconhecer sua
misericórdia como o fundamento de nossa vida e prosperidade. Aquilo que somos é
resultado direto do amor do Pai. por isso devemos viver eternamente para
adorá-lo.
HORA DA REVISÃO
1. Com que finalidade Deus formou
o povo de Israel?
Com o
intuito exclusivo de adorá-lo e louvá-lo continuamente.
2. Por que Deus investiu tanto
para Israel ser seu povo?
Porque
Ele foi fiel às promessas feitas a Abraão. Isaque e Israel, que por
consequência estenderam-se a toda sua descendência.
3. O que significava para Israel
sair do Egito?
Abandonar
as comodidades de uma vida estabelecida e enfrentar o desafio de viver
inteiramente pela fé.
4. É possível fazer uma relação
entre Israel e a Igreja? Qual?
Sim,
assim como Israel foi povo exclusivo de Deus dedicado inteiramente a adoração
ao Pai até o advento do Messias, assim também nós. aqueles que foram alcançados
pela obra na cruz. devemos viver para a glória do Pai
5. Como povo de Deus hoje, qual
deve ser nossa principal caracteristica?
Nossa
vida de adoração e devoção a Deus.
Fonte: Lições Bíblicas de Jovens, 4° trimestre de 2016
Editora: CPAD