Obs. Lição Bíblica do 3° trimestre de 2016 – classe de Jovens.
TEXTO
DO DIA
"O Senhor vem em juízo
contra os anciãos do seu povo e contra os seus príncipes; é que fostes vós que
consumistes esta vinha; o espólio do pobre está em vossas casas” (Is 3.14)
SÍNTESE
O profeta de Deus percebe
quando há injustiça entre os homens e quando atrai o juízo de Deus, Ele discerne
tudo conhece os grandes dilemas do seu
povo e do seu tempo.
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AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA- Is
3.1-3: O julgamento de Deus
TERÇA - Is 1.5:
O profeta Isaías e o juízo de Deus
QUARTA - Pv
22.8: Israel estava semeando a iniquidade
QUINTA - Is
717-18: Judá recebeu o castigo anunciado por Deus
SEXTA - Is 1.14,15:
Deus leva a juízo os lideres do povo
SÁBADO - Is
1.14,3: O julgamento da nação pecadora
OBJETIVOS
- RESSALTAR a injustiça e a opressão
relatadas por lsaías:
- MOSTRAR os males da arrogância e como
se prevenir dela;
- DESCREVER a misericórdia e a justiça
de Deus em
Cristo.
INTERAÇÃO
Aproveite o tema da
lição para discutir com os jovens a respeito da justiça divina. Em geral, nesta
fase da vida, eles têm um senso de justiça mais aguçado.
Aproveite a
oportunidade para despertar o desejo de agir em prol da justiça nas várias
esferas da sociedade. O mundo dos jovens, em geral, é cercado de belos ideais.
Isso pode ser aproveitado de forma positiva em prol do Reino de Deus. Ressalte
o valor da justiça tanto na igreja quanto na sociedade. Mostre que a justiça de
Deus pode ser revelada por meio de ações concretas de cuidado, equidade e
expressões de amor para com os que sofrem, os oprimidos e os injustiçados.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor, sugerimos que
para a aula de hoje seja feito um debate a respeito da injustiça social Utilize
para o debate os tópicos da lição.
No primeiro tópico, é
importante apontar algumas formas de injustiça social em nossa sociedade.
Mostre o quanto a profecia de Isaías é atual Já no tópico II, trabalhe a
questão da arrogância. Mostre como as pessoas estão deixando de perceber o
outro. No tópico III, discuta a respeito da misericórdia e da justiça de Deus
revelados por intermédio da Igreja.
TEXTO BÍBLICO
Isaías
3.1-5; 8; 13-15
INTRODUÇÃO
A
palavra juízo é amplamente usada em vários livros do Antigo Testamento e o
profeta Isaías a utiliza 40 vezes em seu livro. Os governantes, os ricos, os
sacerdotes e os profetas estavam coniventes com o erro; sentindo-se seguros
dentro das fortalezas, usavam todo o seu poder para oprimir os pobres.
Tornaram-se
arrogantes, e por isso perderam o bom senso daquilo que seria o certo e o
errado. Isso fez o profeta prever a ruína do povo, fazendo com que o capítulo 3
de seu livro se tornasse uma das mais sombrias profecias. Ele quer, com isso,
chamar o povo de Deus à prática da humildade. Deve-se seguir o exemplo de
Cristo, que se esvaziou a si mesmo, encarnando-se como homem para servir aos
propósitos de seu Pai (Fp 2.5). O Evangelho nos chama à prática da justiça,
pois Ele mesmo disse; "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque eles serão fartos" (Mt 5.6).
I - A INJUSTIÇA E A OPRESSÃO DE UM POVO
1. Justiça.
Atualmente
a palavra justiça significa o cumprimento de uma lei moral que Leve em conta a
equidade e a igualdade entre todas as pessoas Para o judeu, era sinônimo de
seguir as exigências da lei de Deus e de sua justiça.
O
colapso da nação era iminente para Isaías por haverem pervertido o juízo ou
trocado o que seria justo pelo injusto. Situações como essa sempre acabam
prejudicando aqueles que não têm como se defender, como o fraco, o pobre, o
órfão e a viúva (Is 1.17; 23). Os líderes privaram os pobres e oprimidos da
justiça e ainda roubaram o órfão e a viúva (Is 3.14; io.2).0s dois reinos de
Israel (Norte e Sul) tinham saído da situação de grande pobreza para uma
ascensão econômica só comparável ao tempo do rei Salomão. Mas, como geralmente
acontece ainda hoje, o desenvolvimento da agricultura e de outros bens só foi
conseguido à custa dos injustiçados.
2. A opressão oficializada.
Sempre
existiram desigualdades em Israel mas no tempo dos profetas elas adquiriram
grandes proporções. A distância entre ricos e pobres cresceu, assim, boa parte
dos profetas dividiram o povo em dois grandes grupos: os oprimidos e os
opressores, sendo os pobres as maiores vítimas (Is 3.15; Am 3.9-12). Mas até
mesmo entre os pobres, quem tinha chances de oprimir alguém o fazia
deliberadamente, se instalou o desrespeito contra os idosos (Is 3.5) e a
anarquia no governo (Is 3.4). Além disso os governantes agiam de forma
imprudente, corrupta e leviana (Is 3.12). Essa situação demonstra o caos que o
povo de Israel vivia e a completa cegueira daqueles que deveriam e poderiam
reverter a situação, ou seja, a classe dominante, tanto civil quanto religiosa.
3. A injustiça como
instrumento de triunfo.
Justiça
tem o significado de retidão, aquilo que deve ser estabelecido como duradouro
nos assuntos humanos porque é correto e em conformidade com os caminhos de
Deus, o que leva a um caminho ético. Tudo isso havia sido substituído por
derramamento de sangue para se alcançar os objetivos de enriquecer a todo custo
(Is 5.7). Havia muita desonestidade e corrupção na esfera pública e uma grande
diferença entre as classes sociais. Deus havia ordenado que ninguém deveria
acumular terras (Is 5.8), que os julgamentos tinham que ser justos e não
deveriam construir nada a preço de sangue, os comerciantes não deveriam ter
balança desonesta, ninguém poderia praticar extorsão, não deveriam dar lugar ao
orgulho da riqueza, mas em vez invés disso estavam edificando palácios e fortalezas
opulentas, e estavam tentando fazer alianças reprováveis com países vizinhos em
vez de confiarem em Deus. Isaías também profetizou sobre como o governo
enganava o povo e causava dificuldades em vez de facilitar a vida deles.
4. A injustiça no mundo atual.
Em
nossos dias, a organização económica se dá em torno de uma economia geralmente
espoliativa para o pobre, a exemplo dos dias de Isaías. Aproximadamente 10
milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da miséria; no mundo, quase um
bilhão de pessoas sobrevive com menos de dois dólares por dia. Obviamente que o
povo de Deus não pode se conformar com isso.
O
fato de Jesus ter dito que sempre teríamos pobres entre nós não serve de
desculpa para fugirmos dos mecanismos a nosso dispor para lutar contra a pobreza.
Esses mecanismos podem ser efetivados através da política, da denúncia
profética, como fez Isaías, como também por meio de ações sociais que combatam
os problemas sociais e económicos em sua raiz. Uma das respostas de Deus ao
mundo que sofre é a igreja, e ela tem feito isso pela pregação do Evangelho que
salva e transforma o pecador, mas também pela promoção da justiça e igualdade.
Pense!
A
pobreza é uma condição de existência que reduz as potência idades de vida
humana. Ela causa sofrimento e desigualdades sociais.
Ponto importante
Na
profecia bíblica, os problemas sociais também são encarados como missão e
desafios dos servos de Deus. Os profetas eram homens sensíveis à voz do
Espírito de Deus e aos clamores das injustiças e opressões sociais.
II. A ARROGÂNCIA QUE CEGA
1. A descrição da arrogância
pelo profeta.
Isaías
é corajoso ao denunciar que até mesmo as pessoas importantes do governo se
portavam com orgulho. Ele não tem nada contra o bom senso em se embelezar e
vestir bem, mas essas pessoas estavam usando tudo isso com altivez, andando de
nariz empinado, em licenciosidade, se adornando com jóias que excediam a
necessidade, usando perfumes e tecidos caríssimos, seus cortes de cabelos eram
feitos nos lugares mais caros, tudo como fruto da arrogância. Por que Isaías
denominou isso de arrogância? Porque era custeada pela injustiça. Num círculo
vicioso, a arrogância leva à injustiça e a injustiça à arrogância.
2. Um pecado abominável.
O
orgulho foi o primeiro pecado praticado no universo. Foi o que levou Lúcifer à
queda e também a Adão e Eva, pois, o desejo de querer ser igual a Deus e de ter
os mesmos conhecimentos que Ele tem, não podem ser desejados por ninguém Quando
um ser humano se porta com arrogância, está com isso dizendo que tem condições
de conhecer todas as coisas e de se governar sem o auxílio de Deus; por isso,
torna-se um grave erro.
3. Os males do orgulho.
Além
de ser uma afronta a Deus, o problema do orgulho é que ele supervaloriza o
"eu" em detrimento do "outro", e ninguém consegue ser alguém
a não ser que interaja de forma abençoadora com os outros. Portanto, o orgulho
leva à prática da injustiça, como bem mostra Isaías.
Pense!
O
orgulho revela a nossa falta de autoconhecimento enquanto seres humanos. Quem
conhece suas limitações e a fragilidade da vida de modo algum se torna
orgulhoso.
Ponto importante
O
Livro do profeta Isaías é um bom exemplo do modo como o orgulho destruiu a
dependência do povo israelita de Deus.
III - A MISERICÓRDIA E A JUSTIÇA DE DEUS
1. O profeta prediz a ruína.
Por
causa do pecado do povo, Isaías anuncia que as pessoas iriam se odiar pelas
ruas com muito desrespeito de um para com o outro, ou seja, a anarquia se
instalaria, pois o povo chegou a se orgulhar de sua depravação. Haveria pavor
diante de ameaças pequenas e insignificantes. Ele avisa que chegaria o dia em
que toda a pompa seria lançada ao chão como lixo e o mau cheiro seria sentido
de longe, haveria muita morte, lamentos e escassez de homens para desespero das
mulheres. Nessa descrição, o profeta tinha em mente a invasão de Jerusalém pela
Babilónia, quando esta foi saqueada, queimada e destruída e o povo levado
cativo para a Babilónia, se cumprindo cabalmente a profecia de Isaías, em
consequência da desobediência do povo de Deus.
2. Humildade:
símbolo
da dependência de Deus. Haveria solução para o povo se este se humilhasse, pois
a Bíblia afirma que "a humildade precede a honra" (Pv 15-33). Deus
estava alertando porque queria agir com misericórdia para com seu povo. Ele
mesmo disse que habitava "com o contrito e humilde de espírito, para dar
novo ânimo ao espírito do humilde e novo alento ao coração do contrito"
(Is 57-15)- Jesus disse que o Reino dos Céus é dos humildes (Mt 5.3).
3. A justiça de Deus.
A
justiça divina geralmente é manifestada como atos de salvação, misericórdia e
bondade de Deus, mas não torna o seu povo imune ao juízo divino quando este
despreza o seu amor e justiça.
O
profeta estava prevendo esse momento para o povo, em que seriam visitados em
sua maldade, Essa consequência do pecado aponta para a necessidade de um
Salvador, o Messias, pois somente Ele poderia livrar definitivamente o povo do
castigo divino, tomando sobre si todas as maldades. Novamente, aqui se
manifesta a bondade de Deus em prover um meio de salvação enfatizando seu
imenso amor pelo povo errante.
Pense!
A
humildade é o caminho mais fácil para conseguir o favor de Deus e dos homens.
Ponto Importante
A
tradição profética israelita sempre trouxe em sua mensagem a combinação entre
anúncio de juízo e restauração, justiça e graça ao povo, pois em última
instância a vontade de Deus é sempre trazer vida e esperança, e não destruição
ao ser humano, apesar de sermos merecedores.
SUBSÍDIO
Depois da morte do bom rei Ezequias, em 686, e do profeta Isaías,
Judá entrou era um processo de declínio em todos os setores, do qual não mais
viria a recuperar-se, exceto pelo breve reinado de Josias.
Uma falha específica no caráter de Ezequias pode ser vista no
seu comportamento para com os embaixadores de Merodaque-Batadã, de Babilônia.
[...l O autor de Reis e o profeta Isaías declaram que o rei Ezequïas expôs os
tesouros do reino à embaixada babilônica (2Rs 20.12-15; Is 39.1-4). [...]
O fato de Ezequias ter aberto seus tesouros para os embaixadores
da Babilónia pode ser a expressão de um suposto apoio a causa dos caldeus, de
forma que queria impressioná-los mostrando sua força e seu poder, Tal atitude
foi má aos olhos do Senhor, ocasionando a ira de Yahweh contra Judá e
Jerusalém. Ezequias arrependeu-se, mas Isaías o informou de que chegaria o
tempo em que os descendentes políticos desses mesmos caldeus retornariam para
Jerusalém, Eles despojariam todo o tesouro de Judá e levariam seus filhos e
filhas para a corte real da Babilônia" (MERRILL, H. Eugene. História de
Israel no Antigo Testamento; O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as
nações. 12.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp. 457-458).
CONCLUSÃO
A função profética sempre esteve junto com questões
sociais e políticas. O profeta de Deus é também porta-voz de uma mensagem que
anuncia, denuncia e alerta diante de situações presentes e conhecidas, e na
lição de hoje denunciou a injustiça e a arrogância, Que nossos corações sejam
humildes diante de Deus para reconhecer quando precisamos de arrependimento;
que nossa dependência de Deus seja evidente em atitudes, e pensamentos.
HORA DA REVISÃO
1. Quais são as duas fortes
denúncias que Isaías fez na profecia analisada nesta lição?
Isaías
denuncia a injustiça e o orgulho.
2. Que tipos de injustiça
estavam sendo praticadas por Judá?
Deus
havia ordenado que ninguém deveria acumular terras (Is 5.8), que os julgamentos
tinham que ser justos e não deveriam construir nada a preço de sangue, os
comerciantes não deveriam ter balança desonesta, ninguém poderia praticar
extorsão, não deveriam dar lugar ao orgulho da riqueza.
3. Qual característica o
povo assumiu ao se tornar arrogante? E como se Deus não se
importasse com nadas ou como se Ele não precisasse ser honrado, assumindo uma
postura de autossuficiência.
4. Qual foi o primeiro
pecado praticado no universo?
O
orgulho.
5. Que promessa o Evangelho
de Mateus faz aos humildes?
Que
o Reino dos Céus seria deles.