OBS. Lições
Bíblicas – rev. De Jovens, 2°tri. De 2016 - CPAD
TEXTO DO DIA:
"Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e
toda obra perversa."
(Tg 3.16)
SÍNTESE
A inveja transtorna qualquer ambiente, mas Deus,
pela sua Palavra e pelo seu Espírito, transforma maldição em bênção.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA
- Gn 4.6 - Deus questiona a ira entre irmãos
TERÇA
- Gn 38.8-10- Deus não aprova a falta de solidariedade entre irmãos
QUARTA
- Gn 37.28; At 7.9 - Deus abençoa o injustiçado entre os irmãos
QUINTA
- 1 Sm 16.11,13 - Deus exalta aquele que serve aos irmãos
SEXTA
- Mc 13.12- Jesus adverte sobre o
aumento da hostilidade entre a família
SÁBADO
- Jo 7.8-10 - Jesus evitou conflito com seus irmãos
Objetivos:
APRENDER a respeito da responsabilidade de
cuidar de nossos irmãos, tanto na família como na igreja;
CONTRIBUIR para que os inevitáveis
conflitos familiares não transformem a família, campo de treinamento de Deus,
em campo de batalha da carne;
MOSTRAR que a inveja é pecado e o antídoto
para combatê-la é o ensino das Escrituras.
Interação
Lei
também:
Orientação
Pedagógica
Estimado
professor, é de extrema importância o interesse do aluno pelo assunto a ser
estudado, por isso, desperte a atenção dele
já no início da aula. Sendo assim, na classe de jovens as discussões
devem ser uma constante, não sendo aconselhável apenas o professor falar e
expor suas ideias.
Hoje,
trataremos de um assunto muito conhecido de todos: a inveja, o único pecado
envergonhado, como dizia o médico espanhol Ramón Cajal, ganhador do Prêmio
Nobel de medicina em 1906: "A inveja é tão vergonhosa que ninguém se
atreve a confessá-la". Indague seus alunos sobre o tema, se conhecem
alguém invejoso, se já tiveram tal sentimento em relação ao próximo, quais são
as suas consequências, etc. Não se esqueça de ressaltar que essa obra da carne
é um grave pecado, o qual deve ser combatido fortemente.
Texto
bíblico
Gênesis 4.1-10
1. E
conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse:
Alcancei do Senhor um varão.
2. E teve
mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da
terra.
3. E
aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao
Senhor.
4. E Abel
também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o
Senhor para Abel e para a sua oferta.
5. Mas para
Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe
o seu semblante.
6. E o
Senhor disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante?
7. Se bem
fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à
porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás.
8. E falou
Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou
Caim contra o seu irmão Abel e o matou.
9. E disse
o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu
guardador do meu irmão?
10. E disse
Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra.
INTRODUÇÃO
Desejar os
bens alheios é cobiça, mas ficar enfurecido pelo sucesso do próximo é inveja,
um ato claramente indigno, desprezível, que traz perturbação (Tg 3.16).
Alguém pode
mentir por uma causa nobre (como salvar uma vítima de sequestro), ou
orgulhar-se alegando amor próprio, mas isso nunca acontece em relação a essa
obra da carne, porquanto a inveja sempre traz consigo desonra, como dizia o
médico espanhol Ramón Cajal, ganhador do Prêmio Nobel de medicina em 1906:
"A inveja é tão vergonhosa que ninguém se atreve a confessá-la". É
uma queda, uma fraqueza, um desvario, presente apenas na espécie humana.
Aconteceu com Caim, representação do velho homem, da natureza humana decaída
que pode comprometer severamente uma família. É preciso, pois, mortificar este
sentimento abominável, com o objetivo de manter a harmonia nos lares!
I
- CAIM E ABEL
1. O começo de tudo.
Conflito
entre irmãos é uma constante na Bíblia. Começou com Caim e Abel. Vamos ao caso
deles. Naquela sociedade primitiva, Adão e Eva tiveram dois filhos.
Cada um
deles buscou o sucesso do seu próprio modo. Caim seguiu a profissão do pai (Gn
2.15). Era lavrador (Gn 4.2). Sabe-se que trabalhar na agricultura exige muito
esforço. É necessário preparar a terra, lançar a semente, regar, proteger das
pragas, manter limpo o terreno em redor da plantinha, saber o momento da
colheita e fazê-lo tempestivamente, armazenando a colheita em local adequado.
Era, portanto, muito trabalhador. Abel, porém, desenvolveu-se como pastor de
ovelhas (Gn 4.2).
O esforço
dele consistia basicamente em levar os bichos para pastar e mantê-los
protegidos. Assim, ambos trabalhavam muito, porém não é possível avaliar qual
dos dois tinha mais sucesso na vida. Afinal, não se podem comparar resultados
de trabalhos com objetivos distintos; os dois desenvolveram bem suas
atribuições.
A Bíblia
não relata nenhum conflito nessa época. Pode-se arriscar até dizer que eles
eram unidos. Ao que tudo indica, o sucesso de um não incomodava o outro. Não
havia, em tese, competição entre eles. Nem inveja, que só ocorre entre iguais.
Esse é o retrato de muitas famílias. Enquanto não há concorrência, não há
conflito. A vida desenvolvia-se aparentemente de modo normal quando, de
repente, tudo mudou. Em um momento, Abel foi honrado por Deus e Caim não. Um se
destacou em relação ao outro. Eis aí o ponto importante da presente história.
2. Irmãos em conflito.
Um dia, a
primeira criança nascida e amada neste mundo, sobre a qual os pais certamente
depositavam grande expectativa (talvez acreditando ser ele aquele que feriria a
cabeça da serpente - Gn 3.15; 4.1), trouxe, do fruto do seu suor, uma oferta
para Deus. É possível que, em seu coração maligno (1 Jo 3.12), Caim tivesse
arrazoado que aquele seria o momento de sua coroação, de sua exaltação, de sua
confirmação como o herdeiro da promessa de Gênesis 3.15. Entretanto, para
surpresa geral, Deus somente aceitou o sacrifício de seu irmão.
As palavras
bíblicas são contundentes sobre a sua reação: "Mas para Caim e para a sua
oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu
semblante" (Gn 4.5). Isso demonstra que o primogênito, antes da resposta
do Altíssimo, estava bem, com feições simpáticas, quem sabe até alegre; afinal,
o resultado de muito tempo de trabalho árduo era oferecido gratuitamente ao
Senhor.
O que a
oferta do caçula (que se esforçara, em tese, menos que ele) tinha de melhor?
Foi uma grande decepção. A ira contra o Criador transformou-se rapidamente em
inveja contra seu irmão. Agora, Abel era um competidor, um concorrente. Um
obstáculo ao seu sucesso. Sem demora, aquele que se sentia injustiçado armou um
plano para destruir o oponente.
3. A chama da misericórdia divina.
No momento
em que a ira (hb. hãrãd) de Caim se acendeu (o termo hebraico usado denota
estar irado com muito ardor), Deus apiedou-se dele. Está escrito: "E o
SENHOR disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? Se
bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz
à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás" (Gn 4.6,7).
Deus estava dizendo que a porta da reconciliação estava aberta.
O Senhor não
o estava tratando com a rigidez de um juiz, mas com o carinho de um Pai. - Não
erre. Pare. Volte para mim. O mesmo conselho do Espírito Santo foi repetido no
Novo Testamento. Está escrito: "Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol
sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo" (Ef 4.26,27). Porém foi
exatamente o que Caim fez: irou-se contra Deus, deu lugar ao Diabo, mentiu ao
chamar Abel ao campo e ali matou seu irmão. Quantos cristãos desprezam a voz de
Deus e seguem os sentimentos do seu coração (Mc 7.21-23)? A chama da
misericórdia divina estava acesa, mas o ardor da inveja do primogênito de Adão
foi mais forte.
4. O primeiro fratricídio.
Caim
convidou seu irmão para ir ao campo e ali o matou (Gn 4.8). Aquele campo,
quantas vezes, fora palco de brincadeiras entre os irmãos? Certamente algumas
vezes Abel ajudou seu irmão a trazer para casa alguma verdura ou fruta daquele
lugar, bem como é possível que Caim tenha ajudado Abel com as ovelhas que por
ali pastavam.
O campo,
naquele dia, foi uma emboscada. Não era mais a campina da amizade, do
companheirismo, mas, agora, da morte. Interessante que Deus, depois do
fratricídio, perguntou ao fraticida sobre o paradeiro da vítima, tendo ele
oferecido uma das respostas mais descabidas e ímpias de todos os tempos: - "Não
sei; sou eu guardador de meu irmão?" (Gn 4.9). Impressionante! O lavrador
primitivo não percebeu que sua missão era ser guardador de seu irmão! Deus
colocou o dedo na ferida. Caberia a um irmão cuidar do outro. Essa era a regra
para eles e também para você e seus irmãos, em sua família e na Igreja!
Pense
Por
qual motivo Deus perguntou a Caim por Abel, se o Senhor sabia de tudo que
estava acontecendo?
Ponto Importante
Deus
espera que cada pessoa seja guardadora de seus irmãos. Essa era a maior
obrigação de Caim, mas ele não a cumpriu e foi severamente punido. E nós?
II
- RIVALIDADES ENTRE IRMÃOS
1. Um problema histórico.
A
rivalidade entre irmãos é um problema familiar histórico. Os casos são
abundantes na Bíblia. Ismael perseguia a Isaque (Gl 4.29), Esaú e Jacó eram
rivais desde o ventre (Gn 25.22,23), os irmãos de José tinham inveja dele (Gn
37.11), Miriã e Arão cobiçaram a posição de Moisés (Nm 12.1,2), os irmãos de
Davi o desprezavam (1 Sm 16.11; 17.28), dentre muitos outros casos. Assim,
todas as famílias, independentemente da época em que viveram, são capazes de
criar grandes zonas de conflitos entre irmãos. Cabe, porém, aos membros das
famílias buscarem ao Senhor, para que haja controle sobre os impulsos da carne.
Paulo roga que guardemos a unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Ef 4.1, 3).
Essa regra serve tanto para a igreja como para a família.
2. Um problema importante.
Todo
problema vivido dentro da família é relevante, pois quebra a unidade no lugar
em que as pessoas têm a obrigação de se amarem. "Amem-se ou pereçam",
dizia certo poeta americano. Ademais, está escrito: "Mas, se alguém não
tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior
do que o infiel" (1 Tm 5.8).
3. Um problema inevitável.
Por outro
lado, os problemas familiares são inevitáveis. Sempre existirão conflitos. Cedo
ou tarde. Pequenos ou grandes. Com todos ou só com alguns. Isso faz parte da
natureza humana decaída. Até na família terrena do Filho de Deus houve
conflitos. Assim, não existem famílias sem problemas, mas há como os membros
permanecerem sempre unidos (Pv 24.3,4). Não se pode permitir que o campo de
treinamento de Deus (a família) se transforme no campo de batalha da carne. O
Senhor pode estabelecer uma paz inefável e duradoura (Jo 14.27).
Pense
Como
vencer os maus pensamentos que insuflam inveja em nossos corações, como os que
sobrevieram ao primogênito de Adão?
Ponto Importante
Somente
dando ouvidos à voz de Deus, é possível resistir à tentação. Caim preferiu
destruir seu irmão a mudar sua conduta. Ele servia ao maligno.
III
- VENCENDO O INIMIGO
1. O pecado envergonhado.
Caim teve
inveja de Abel e, por isso, o matou, pois essa obra da carne é um pecado que
incute o desejo de não querer a felicidade do outro. Ela danifica profundamente
as estruturas relacionais, pois é a podridão dos ossos (Pv 14.30). Isso, porém,
frequentemente acontece nas famílias, o que torna a convivência muito difícil
(Pv 27.4). Quando Caim cedeu à inveja, "descaiu-lhe o seu semblante"
(Gn 4.5), e por fim cometeu o fratricídio.
O
primogênito de Adão sabia que não conseguiria a aprovação de Deus com o seu
ato. Isso não era importante para ele, pois queria apenas que Abel fosse
aniquilado!
2. Triunfo familiar.
Deus sabia
dos abundantes problemas familiares. Então o Senhor estabeleceu uma ordem muito
clara aos judeus (Dt 11.19-21). O Manual do Fabricante, a Bíblia Sagrada,
deixou prescrito um antídoto para que os problemas familiares não se tornem uma
doença fatal na família, como aconteceu no caso de Caim e Abel: o ensino da
Palavra a tempo e fora de tempo (2 Tm 4.1,2).
Pense
Somente
o ensino da Palavra de Deus na família é suficiente para debelar toda a
maquinação invejosa ou faz-se preciso um acompanhamento psicológico também?
Ponto Importante
Através
do ensino da Bíblia Sagrada, conhecemos quem é Deus e quem somos nós, o que é
um excelente antídoto para a inveja, uma doença da alma.
A Bíblia
Sagrada, deixou prescrito um antídoto para que os problemas familiares não se
tornem uma doença fatal na família, como aconteceu no caso de Caim e Abel: o
ensino da Palavra a tempo e fora de tempo (2 Tm 4.1,2).
SUBSÍDIO
1
"Vamos
enfrentar os fatos - a ideia de ser o número um, de ter poder, sucesso,
dinheiro e prestígio, é muito sedutora.
Essa
ideia tem sido o 'coração' do mal desde que Lúcifer comparou o que possuía com
o que Deus tinha. Ele sentiu-se roubado na parte que recebeu.
A
inveja também obscureceu a mente de Caim, afastando-o da verdade. Como
resultado, o sangue de seu irmão Abel correu sobre a terra amaldiçoada e a
história se alterou tragicamente. Os temas ciúme, inveja e cobiça percorrem os
séculos.
Os
irmãos de José tiveram inveja do favor de seu pai Jacó, e cobiçavam o papel de
filho favorito. Certo ou errado, Jacó escolheu José para um lugar especial na
família. Deus, por sua presciência, deu sonhos a José, que estava sendo
preparado, sem saber, para sofrimentos e triunfos futuros.
A
inveja é geralmente baseada no temor - medo de perder algo. A inveja é sempre
uma emoção egoísta.
Deus
deu sonhos a José, e então seus irmãos perderam o prestigio. Quando Jacó
presenteou José com uma túnica multicolorida, o orgulho e a auto-estima dos
irmãos foram feridos, produzindo a necessidade de retaliação.
Muitos
dos nossos problemas são resultado direto de um coração invejoso. Devemos nos
observar cuidadosamente" (DORTH, Richard W. Orgulho Fatal. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996, pp. 68,69,75).
SUBSÍDIO
2
"O
Assassinato de um Irmão Crédulo (Gn 4.1-16)
Na
estrutura geral, esta história é muito semelhante à anterior. Tem um cenário
(Gn 4.1-5), um ato de violação (4.8), uma cena de julgamento (4.9-15) e a
execução da sentença (4.16).
A
história dos primeiros dois rapazes nascidos a Adão e Eva (1) realça as
repercussões do pecado dentro da unidade familiar. Os rapazes, Caim e Abel (2),
tinham temperamentos notavelmente opostos. Caim gostava de trabalhar com
plantas cultiváveis. Abel gostava de estar com animais vivos. Ambos tinham uma
disposição de espírito religioso.
Os
filhos de Adão levaram sacrifícios ao SENHOR (3) [...]
Caim
não suportava que algum outro ficasse em primeiro lugar. A preferência do
Senhor por Abel encheu Caim de raiva. Só Caim podia ser o "número
um".
O
Senhor [...] abordou Caim e lhe deu um aviso. Deus não o condenou diretamente,
mas [...] informou Caim que ele estava em real perigo. Em hebraico, a palavra
aceitação (7) é, literalmente, 'levantamento', e está em contraste com descaiu
(6). Um olhar abatido não é companhia adequada de uma consciência pura ou de
uma ação correta. O ímpeto das perguntas de Deus era levar Caim à introspecção
e ao arrependimento" (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 1. Rio de Janeiro:
CPAD, 2015, p. 43).
CONCLUSÃO
HORA
DA REVISÃO
1. Segundo a lição, qual a diferença entre
cobiça e inveja?
Cobiça:
querer o que o outro tem. Inveja: ficar enfurecido pelo sucesso alheio.
2. Qual era a missão dada por Deus a Caim em
relação a Abel?
Ser
guardador de seu irmão (Gn 4.9).
3. Segundo a lição, qual o único pecado
"envergonhado"?
A inveja.
4. Segundo a lição, cite um antídoto deixado
por Deus para que os problemas não se tornem uma doença fatal para a família.
O ensino da
Palavra de Deus.
5. Em qual passagem da Bíblia Jesus manda que
todos vigiemos?
Marcos
13.37.