A Biblioteca Central de Tabriz (Irão) guarda uma das mais
antigas edições de uma parte da Bíblia – um manuscrito do livro Atos dos
Apóstolos, do Novo Testamento, que conta a história das origens cristãs.
O livro foi escrito em siríaco (uma língua que viria a ser
substituída pelo árabe), língua falada no século 1 d.C. que deu origem a língua
árabe. O exemplar é uma verdadeira relíquia. Devido à sua importância, o
Vaticano já mostrou interesse em comprá-lo.
Há 80 anos, o dono do manuscrito tencionava vendê-lo no
estrangeiro, mas foi impedido pelo governo iraniano. O documento ficou então
guardado na Biblioteca Central de Tabriz. Segundo o jornal espanhol El Mundo,
as páginas do manuscrito “conservam em perfeito estado a tinta com que foi
estampado o texto”.
Não se sabe quando foi redigido nem como é que foi levado
para o Irão, mas segundo o mesmo jornal, os especialistas responsáveis pela
análise do manuscrito asseguram que foi restaurado pela última vez há 800 anos.
Numa primeira fase, os especialistas julgaram tratar-se de um
conjunto de livros sagrados que, segundo o islamismo, teriam sido revelados por
Deus antes do Corão, como o Zabur (o livro de David) ou a Torah de Moisés, mas
peritos europeus na língua siríaca perceberam que se tratava, afinal, de uma
parte do Novo Testamento.
Uma das questões que este manuscrito levanta é a do seu grau
de fidelidade ao original, que foi redigido em grego koiné, ou helénico, uma
conformidade difícil de certificar por serem muito poucos, em todo o mundo, os
especialistas com um conhecimento profundo da antiga língua siríaca.
09/12/15, Com informações Público