Diante do mistério
da Santíssima Trindade, todo teólogo deveria manter-se tácito. O único bulício
a se ouvir é o do assombro, que se apresenta ao que faz a experiência de Deus
como mysteriumtremendum et fascinans, como afirma ansformadorapara a vida (Is
6.1-8; Jo 12.41). A visão de Isaías, por exemplo, não revelou apenas a glória
de Deus (vv.1-4), mas também o seu estado e do povo (v.5), que se traduziu em
conversão e responsabilidade missionária (vv.6-9; ver Ex 3.1-15).
Assim, ser
visto por Deus é ser traspassado pela Santidade Trina (v.3). É uma experiência
profunda na qual a pessoa discerni a si mesma a partir dos atributos morais
divinos. Não é apenas transformadora, mas também transfigurante (Êx 34.29-35;
Mt 17.1-9; 2Co 3.7-18).A visão transcendente sempre se faz acompanhar de
responsabilidades imanentes (Ex 19; Is 6; At 2). Quanto mais próximo de Deus,
mas humano e solidário são os homens!
A revelação
trinitária, portanto, é sempre chamamento para conhecimento e relacionamento do
indivíduo com Deus, consigo e com o Outro, que lhe é semelhante, mas que se
convive com as diferenças (Gn 2.18-25). Pode-se afirmar que a base de toda
união, solidariedade e interações humanas saudáveis está na comunhão, unidade e
amor vividos pela própria Trindade. Não há qualquer subordinação entre as
Benditas Pessoas da Trindade. Todas as Três Pessoas são iguais em tudo. Há, no
entanto, um só Deus e um só Senhor (Ef 4.4-6; 1 Co 8.6).
O
nome de cada Pessoa Santíssima especifica e
esclarece que cada uma delas é singular e inconfundível. O Pai é sempre o Pai.
O Filho é sempre o Filho e o Espírito Santo é sempre o Espírito Santo. Todavia,
o Pai é sempre o Pai do Filho e do Espírito Santo. O Filho é sempre o Filho do
Pai junto com o Espírito Santo. O Espírito Santo é eternamente o Espírito do
Filho e do Pai.
Assim cada Pessoa
é Única e ao mesmo tempo Divina-Comunhão-União. Deus é Trindade de Pessoas,
comunhão e união, e consequentemente, o princípio que cria e sustenta toda
unidade, comunhão e interação humana, principalmente entre os fiéis (Jo 14; 15;
16; 17).
Por: Esdras Costa
– Ensinador 64 - CPAD