Uma das histórias mais belas dos
primeiros séculos da Era Cristã é a de Patrício (386- 493), um celta britânico
que foi usado por Deus, no século V, para levar os irlandeses a Cristo. Nascido
em uma região que viria a se tornar Gales, ele foi levado aos 16 anos para a
Irlanda como escravo. Seis anos depois, conseguiu fugir para sua terra natal.
Porém, nesse período, encontrou
a Cristo e, então, agora como um crente em Jesus, resolveu voltar para a
Irlanda para pregar Cristo aos seus antigos algozes. O resultado foram centenas
de vidas a Cristo, que, por sua vez, ganharam muitas outras, levando a maioria
esmagadora dos irlandeses a Cristo.
O exemplo clássico é o seu uso
do trevo para ilustrar a Doutrina da Trindade, isto é, como Deus é três e um ao
mesmo tempo, daí a razão pela qual o trevo se tomou um símbolo da cultura irlandesa
até hoje.
Apesar de Patrício nunca ter
tido contato com a Igreja Católica Romana, esta acabou usurpando o seu nome
muitos anos depois da sua morte. Patrício e seu trabalho evangelístico nunca
tiveram apoio de Roma ou mesmo contato com ela.
A Igreja Católica só chegou à Irlanda
muitíssimo depois da morte de
Patrício. Além disso, os
primeiros cristãos na cidade natal de Patrício, na costa oeste da Grã-Bretanha,
haviam recebido a Cristo como fruto da pregação da fé cristã de seus pais e
avós que, muitos anos antes, haviam sido alcançados pela evangelização da
Igreja Primitiva.
Ao chegar à Irlanda, a igreja
romana canonizou Patrício e começou a ensinar aos cristãos irlandeses que a
doutrina de seu antigo mestre era, em tudo, a mesma da igreja romana, quando,
na verdade, a maior parte da doutrina de Patrício se assemelhava mais com o cristianismo
primitivo e a doutrina de grupos pré-reformadores, como os valdenses.
Tornado por Roma padroeiro da
Irlanda, Patrício é até hoje celebrado pelos irlandeses de todo mundo em paradas
no dia 17 de março, o chamado "Dia de São Patrício".
Um dos poucos escritos de
Patrício que ficou para a posteridade traz o seguinte testemunho do
"Apóstolo da Irlanda": "Eu sou Patrício, um pecador, o mais
inculto, o menor de todos os fiéis, e supremamente desprezado por muitos.
Meu pai foi Calpornius, filho
de Potitus, um pastor da vila Bannavem Taburni. Ele tinha uma pequena
propriedade rural nos arredores da vila, e de lá eu fui levado cativo. Na ocasião,
eu tinha cerca de 16 anos de idade. Não conhecia o verdadeiro Deus. Fui levado
em cativeiro para a Irlanda, com muitos milhares de pessoas - e isto
merecidamente, porque nós tínhamos virado as costas e nos afastado de Deus, e
não guardávamos Seus mandamentos, e não obedecíamos nossos pregadores, que costumavam
nos falar a respeito da nossa salvação. E o Senhor trouxe sobre nós o furor da
Sua ira e nos espalhou entre muitas nações, mesmo até as mais longínquas partes
da terra, onde agora minha pequenez está colocada entre estrangeiros. E ali o
Senhor abriu o senso da minha descrença para que eu pudesse finalmente lembrar
meus pecados e ser convertido com todo meu coração ao Senhor meu Deus, o qual
tinha atentado para minha abjeção, e teve misericórdia da minha juventude e
ignorância, e olhou por mim, guardando-me antes que eu O conhecesse, e antes
que eu fosse capaz de diferenciar entre bem e mal, e me guardou, e me confortou
como o faria um pai ao seu filho. Portanto, eu não posso ser silente - nem, na
verdade, isto é expediente - a respeito dos grandes benefícios e da grande
graça a qual o Senhor tem se dignado conceder-me na terra do meu cativeiro; por
isso nós podemos dar a Deus em retribuição, depois de ter sido castigados por
Ele, o exaltar e louvar Suas maravilhas, ante toda nação que existe em qualquer
parte sob o céu".
Fonte: Silas Daniel, Ensinador
Cristão, n° 50 - CPAD
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